Um Sínodo sobre a Criação?

A urgência de um Sínodo sobre a Criação


O padre da Sociedade Missionária de São Columbano da Irlanda, Pe. Sean McDonagh, defendeu um Sínodo sobre a Criação se o magistério oficial da Igreja sobre a ecologia quiser superar a sua infância. Essa foi a sua mensagem dirigida às centenas de participantes, de diversas religiões, do encontro ocorrido no Santa Sabina College, em Strathfield, na Austrália, no dia 10 de abril, para analisar a Mensagem de Ano Novo de 2010 do Papa Bento XVI, “Se quiseres cultivar a paz, preserva a criação”. A nota é do site oficial dos padres columbanos australianos, 13.04.2010.

Fonte: Notícias: IHU On-Line – 21/04/2010

Isto é para quem vai com muita sede ao pote

PSDB acusa Sensus com dado errado

Breno Costa

O PSDB utilizou dados incorretos para basear a notícia-crime que o partido pretende apresentar hoje ao Ministério Público Eleitoral contra o Instituto Sensus, por divulgação de pesquisa fraudulenta. A Folha verificou que os advogados dos tucanos usaram uma pesquisa feita pelo instituto em Santa Catarina para atacar outra, nacional. As informações referiam-se ao nível econômico dos entrevistados pelo Sensus em pesquisa divulgada na semana passada, que apontou um empate técnico entre os pré-candidatos à Presidência José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT)…

Pois é!

Leia a notícia completa!

Fonte: Folha Onine: 22/04/2010 – 09h13

Leia Mais:
PSDB faz notícia-crime contra Instituto Sensus por divulgação de pesquisa fraudulenta

Negacionistas climáticos no Brasil e nos EUA

Ceticismo climático não “pega” no Brasil

Por Reinaldo José Lopes

O ceticismo climático, como é conhecida a corrente de pensamento que nega a existência do aquecimento global ou, pelo menos, o papel do homem nesse fenômeno, não “pegou” no Brasil, indica nova pesquisa Datafolha. Mais de 90% dos brasileiros aceitam que o aquecimento é real e, para 75% dos entrevistados, as atividades humanas contribuem “muito” para as mudanças climáticas [enquanto isso o ceticismo climático atinge recorde nos EUA, diz pesquisa].

Os dados, obtidos após entrevistas com 2.600 pessoas em 144 municípios de todas as regiões do país, contrastam com os ataques sofridos pela ciência da mudança climática desde o fim do ano passado -ataques que, em países como os EUA e o Reino Unido, fortaleceram o ceticismo sobre o aquecimento global entre a população.

Os céticos ou negacionistas climáticos, como também são conhecidos, nunca tiveram tanto espaço nos meios de comunicação mundo afora quanto nos últimos meses. A ofensiva desses grupos começou com o chamado “Climagate”, como ficou conhecido o vazamento de e-mails dos servidores da Universidade de East Anglia (Reino Unido). As mensagens documentavam anos de correspondência entre alguns dos principais climatologistas do mundo, e os negacionistas viram nelas indícios de que esses pesquisadores teriam tentado manipular dados, ocultá-los de seus opositores ou impedir que eles publicassem visões “alternativas” do tema em revistas científicas respeitadas…

Leia o texto completo.

Fonte: Folha Online: 21/04/2010 – 11h11

Leia Mais:
Petroleira dos EUA deu US$ 50 mi a céticos do clima – Folha Online: 01/04/2010 – 09h34

Resenhas na RBL: 18.04.2010

As seguintes resenhas foram recentemente publicadas pela Review of Biblical Literature:

Hector Avalos, Sarah Melcher, and Jeremy Schipper, eds.
This Abled Body: Rethinking Disabilities in Biblical Studies
Reviewed by Yael Avrahami

Susan Emanuel and Jonathan G. Campbell
The Exegetical Texts
Reviewed by Eric F. Mason

A. Philip Brown
Hope amidst Ruin: A Literary and Theological Analysis of Ezra
Reviewed by Bob Becking

James R. Linville
Amos and the Cosmic Imagination
Reviewed by M. Daniel Carroll R.

John P. Meier
A Marginal Jew: Rethinking the Historical Jesus, Volume 4: Law and Love
Reviewed by William Loader

Gerald O’Collins
Christology: A Biblical, Historical, and Systematic Study of Jesus
Reviewed by James F. McGrath

Gregory E. Sterling
Coptic Paradigms: A Summary of Sahidic Coptic Morphology
Reviewed by William Arnal

Guy G. Stroumsa
The End of Sacrifice: Religious Transformations in Late Antiquity
Reviewed by Douglas Estes

Stefan Wälchli
Glaubenswelten der Bibel: Eine kleine Geschichte des biblischen Glaubens und der Entstehung der Bibel
Reviewed by Louis Jonker

Harald Martin Wahl
Das Buch Esther: Übersetzung und Kommentar
Reviewed by Donatella Scaiola

Walter T. Wilson
Pauline Parallels: A Comprehensive Guide
Reviewed by Martinus C. de Boer

Otto Zwierlein
Petrus in Rom: Die literarischen Zeugnisse
Reviewed by James D. G. Dunn

>> Visite: Review of Biblical Literature Blog

Possível agenda para a Igreja nos próximos anos

Luiz Alberto Gómez de Souza, sociólogo, diretor do Programa de Estudos Avançados em Ciência e Religião na Universidade Candido Mendes, propõe uma agenda para a Igreja nos próximos anos.

Transcrevo o trecho inicial do artigo Possível agenda para a Igreja nos próximos anos.

Luiz Alberto Gómez de Souza escreve:

 

Tempos de mutações

Sempre reagi contra a ideia de uma secularização linear, com o declínio inevitável do sagrado. Este está profundamente presente em nossas sociedades, mas num mundo pluralista e de pós-cristandade. E nem sempre nós católicos soubemos entender esses novos tempos e viver um outro clima(1).

O filósofo católico Pietro Prini, num livro provocador, falou de um cisma oculto ou subterrâneo (scisma sommerso), a partir de uma quebra de comunicação entre a Igreja e a sociedade: “O ‘aggiornamento’ da Igreja no mundo contemporâneo, iniciado no Concílio e continuado por uma geração de teólogos excepcionalmente preparada e aberta, foi estancado nos últimos anos, logo quando era necessário ter a coragem de confrontar a Fé com os resultados doutrinários e metodológicos das ciências antropológicas de hoje”. Rompeu-se a comunicação entre o emissor da mensagem com seus códigos tradicionais (a Igreja) e o receptor contemporâneo com sua nova sensibilidade e novas necessidades. Sempre deve haver uma reciprocidade ativa entre quem envia e quem recebe uma mensagem. Este último não é um ser passivo, que acolhe com indiferença enunciados gerais, a-históricos ou passadistas, mas com uma qualificação psicológica, mental, social e histórica precisa(2). Uma linguagem em descompasso histórico passa a não dizer-lhe grande coisa. Seu comportamento vai se configurando à margem de normas e prescrições que lhe parecem estranhas ou incompreensíveis.

Frente a uma ética e a receitas com invólucros de outros tempos, muitos fiéis não entram em heresia (negação de uma doutrina), mas tomam um distanciamento da autoridade (distacco em italiano), que caracterizaria mais bem um cisma de fato, um não recebimento de uma mensagem ou ordem na qual não descobre sentido. Não se trata propriamente de indiferença, mas de um processo de filtragem. Isso fica claro no que se refere à ética da sexualidade (uso de anticoncepcionais, por exemplo). As falas do magistério podem perder-se no vazio da não-comunicação. Uma pesquisa para o New York Times, em 1993, do jornalista católico Peter Steinfels, indicava que 8 entre 10 católicos norte-americanos não aceitavam a afirmação de que o uso de métodos artificiais de controle da natalidade era errado; 9 de cada 10 consideravam que alguém que utilizasse métodos artificiais poderia ser um bom católico(3).

Prini fez a crítica a um certo “personalismo substancial” que se baseia numa noção de essência imutável, para contrapô-lo a um “personalismo intersubjetivo”, baseado na intercomunicação e na troca de conhecimentos e de sensibilidades(4). É praticamente o “personalismo comunitário” de Emmanuel Mounier e a relação Eu-tu de Martin Buber(5). A doutrina não teria de adaptar-se passivamente a novas exigências, o que seria cair num relativismo ético, mas tratar de entender os novos códigos de linguagem, rever-se sem renunciar a solidariedades profundas, integrar novas descobertas e entrar em sintonia fina com a consciência histórica em transformação. Aliás, a noção de “consciência histórica”, que aprendemos na JUC dos anos 60 com nosso mestre Pe. Henrique de Lima Vaz, nos ajudaria a esse respeito(6).

Uma agenda para o mundo

Uma nova agenda para a Igreja teria de partir das premissas acima enunciadas. Começamos com os grandes temas do mundo de hoje, que deveriam fazer parte dessa agenda atualizada da Igreja. Mas ao lado deles, temos os outros, em sua vida interna. Para usar termos dos tempos do Vaticano II, elementos ad extra e ad intra. Há que partir dos primeiros, para evitar uma visão apenas voltada para dentro da instituição… (continua)

Notas:
(1) “Secularização em questão e potencialidade transformadora do sagrado” in L. A. Gómez de Souza, A utopia surgindo no meio de nós. Rio de Janeiro, Mauad, 2003, pp. 91-108.
(2) Pietro Prini, Lo scisma sommerso. Il messagio cristiano, la società moderna e la chiesa católica. Garzanti, 1999, p. 9.
(3) Peter Steinfels, A people adrift. The crisis of the Roman Catholic Church in America. N.Y., Simon & Schuster, 2003, p. 258. O título é severo: Um povo à deriva.
(4) Prini, op. cit., pp. 85-90
(5) Mounier, “Manifeste au service du personnalisme”, Oeuvres, vol I, Paris, Seuil, 1961 pp. 481-649. Roberto Bartholo Jr. Você e eu. Martin Buber. Presença palavra, Rio de Janeiro, Garamond, 2001.
(6) Henrique de Lima Vaz, “Consciência cristã e responsabilidade histórica”, in Herbert José de Souza e L. A. Gomez de Souza (eds.), Cristianismo hoje. Rio de Janeiro, Ed. Universitária da UNE, 1962.

Luiz Alberto Gómez de Souza é doutor em sociologia pela Universidade de Paris. Militou na JEC desde 1950 e depois na JUC, onde foi membro da equipe nacional; Secretário Geral da JEC Internacional. Assessorou D. Helder Camara na preparação do Concílio. Foi funcionário das Nações Unidas (CEPAL, Chile e México, FAO, Roma) e professor em Universidades do Rio de Janeiro. Assessor de movimentos sociais e pastorais.

Fonte: Notícias – IHU On-Line: 21.04.2010