Na cabeça de muitos fundamentalistas (norte-americanos e… sei que há outros um pouco mais para cá!) não poderia, é!
O que é o mundo, não? Pão e pães é questão de “opinães”…
Duas observações apenas:
. A ignorância é atrevida e polifacética – título já usado neste blog para outro assunto
. Wie sagt Obelix immer: Die spinnen, die Fundamentalisten – expressão já usada neste blog para outros destinatários
Agora é só ler as interessantes explicações de James F. McGrath, Associate Professor of Religion at Butler University, Indianapolis, Indiana, USA, em seu blog Exploring Our Matrix:
:: How I Know Barack Obama Is NOT The Antichrist – Monday, June 16, 2008
:: Barack Obama the Antichrist? Shedding Some Lightning On The Subject – Monday, August 3, 2009
Se a coisa persiste? Claro, em 2008, 2009, 2000 e… Fundamentalismo é um modo de estar no mundo
Ignorância à parte, minha preocupação é geopolítica!
4 comentários em “Obama poderia ser o anticristo?”
Os comentários estão encerrados.
Com presença na Colômbia, EUA visam rotas do petróleo
…Em 2004, com a Iniciativa Andina Antidrogas, Bush já havia expandido o Plano Colômbia como um dos aspectos da estratégia dos EUA para assegurar sua presença militar na América do Sul e, em particular, na Amazônia. E o Congresso americano aprovou a duplicação do número de soldados estacionados na Colômbia, que subiu de 400 para 800; o de mercenários (ex-militares) empregados pelas companhias militares, mediante as quais o Pentágono terceiriza as funções militares, aumentou de 400 para 600.
(…) Embora o governo dos EUA apresente o combate ao narcotráfico e ao terrorismo para justificar a concessão anual de US$ 700 milhões à Colômbia, a maior parte como assistência militar, um dos seus principais objetivos é proteger os oleodutos, sobretudo o de Caño Limón, já explodido cerca de 79 vezes, a fim de assegurar os suprimentos futuros de petróleo e inspirar confiança aos investidores estrangeiros. É nessa região, a do oleoduto de Caño Limón, operado pela Occidental Petroleum e pela Royal Dutch/Shell, em Arauca, onde se concentra a maior parte dos assessores militares dos EUA e ocorrem as maiores violações de direitos humanos, escreve Luiz Alberto Moniz Bandeira, cientista político, professor titular (aposentado) da Universidade de Brasília, em artigo publicado na Folha de S. Paulo, em 09/08/2009.
Fonte: Notícias – IHU On-Line: 09.08.2009
As bases americanas na Colômbia têm um alvo: o Brasil
…o uso de várias instalações militares na Colômbia facilita ao Comando Sul conseguir parte do seu projeto pro-consular: ir facilitando – naturalizando – a aceitação na área de um potencial Estado gendarme no centro da América do Sul. A mensagem principal é para o Brasil e não para a Venezuela. Para além das coincidências políticas e de negócios entre Brasília e Washington, os Estados Unidos buscarão restringir ao máximo a capacidade do Brasil no terreno militar e buscarão acrescentar sua própria projeção de poder na Amazônia…, escreve Juan Gabriel Tokatlian, professor de Relações Internacionais da Universidade Di Tella e membro do Clube Político Argentino em artigo publicado no jornal Página/12, em 07/08/2009.
Fonte: Notícias – IHU On-Line: 09.08.2009
Concordo e acompanho a preocupação do prof. Airton, sobretudo com o foco geopolítico – e o que mostra no caso das negociações com Uribe, e na política no Afeganistão, Obama não é o anticristo, muito menos um messias.
Contudo, penso que temos sido muito precipitados em nossas análise com o enquadramento das categorias em idéias simples, estereotipações fáceis, e isto gera por si, posturas autocomplacentes em debates complexos.
Eu acompanho Immanuel Wallerstein no seu ensaio "O Islã: islã, o ocidente, o mundo":
"O verdadeiro problema é que tanto nos campos seculares como nos fundamentalistas, em todas as partes do mundo, há pessoas de ambos os lados daquilo que antecipo será a grande luta político-social dos próximos cinquenta anos. Acredito que colocar a questão como secularismo em oposição a fundamentalismo é afastarmo-nos muito da clareza de visão. E é de clareza, não de demônios, que mais precisamos neste momento."
em "O Declínio do Poder Americano", ed. Contraponto.
Objetivo da ampliação das bases dos EUA na Colômbia é restringir a projeção do Brasil, afirma Moniz Bandeira
P. A ampliação das instalações militares americanas em território colombiano oferecem quais riscos para a segurança continental?
R. O objetivo da ampliação das bases na Colômbia é restringir a projeção do poder político e militar do Brasil, frustrando iniciativas como a Unasul e o Conselho Sul-Americano de Defesa. Essas instituições, que dão à América do Sul uma identidade própria, não convém aos Estados Unidos. Não se trata de risco para a segurança continental. A presença dos Estados Unidos sempre foi um fator de desestabilização em todas as regiões do mundo e seu objetivo com a ampliação das bases na Colômbia é fomentar um cisma e impedir a integração econômica e política da América do Sul. A ampliação das bases na Colômbia foi decerto planejada juntamente com a restauração da IV Frota no Atlântico Sul, visando a fortalecer a presença dos Estados Unidos na região e assegurar o controle de seus recursos naturais, como, por exemplo, a água e o petróleo.
P. Os EUA e a Colômbia caminham para um acordo bilateral. Isso será um erro diplomático do presidente Barack Obama na região?
R. A ampliação das bases na Colômbia não constitui uma iniciativa do presidente Barack Obama. Ele enfrenta séria oposição interna e não controla todo o aparelho de governo. Não tem muitas condições de reverter a influência do complexo industrial-militar. Atualmente quem pauta a política exterior dos Estados Unidos não é propriamente o Departamento de Estado, mas o Departamento de Defesa, o Pentágono. A militarização da política exterior dos Estados Unidos, formalizada com a criação dos comandos militares, para as diversas regiões, inclusive a América Latina (USSouthern Command), tomou impulso com os atentados de 11 de setembro de 2001. Esses comandos atuam como consulados do Império Americano.
P. Caso se concretize a ampliação da presença militar americana, o Brasil deve reformular sua política para a Amazônia?
R. Não há o que reformular na política para a Amazônia como conseqüência da ampliação das bases americanas na Colômbia. Há muitos anos militares dos Estados Unidos trabalham não só na Colômbia como nos demais países limítrofes da Amazônia. E as Forças Armadas estão conscientes da ameaça, ainda que pareça remota. Todos os anos elas realizam operações de treinamento, tendo como primeira hipótese de guerra o enfrentamento com uma potência tecnologicamente superior no teatro de guerra da Amazônia.
Trecho da entrevista de Luiz Alberto Moniz Bandeira à revista eletrônica Terra Magazine, publicada em 18/08/2009.
Fonte: Notícias – IHU On-Line: 19/08/2009