Biblioblog Top 50 – Março de 2009

Veja a lista dos 50 biblioblogs mais frequentados no mês de março em Biblioblog Top 50 – March 2009.

Em fevereiro o Observatório Bíblico foi o sexto colocado. Subiu um ponto, sendo o quinto em março.

Estou sempre ali, desde que isso começou no ano passado, do sexto ao terceiro lugar.

Parabéns a Jim West, finalmente e merecidamente, o Number One.

Resenhas na RBL – 27.03.2009

As seguintes resenhas foram recentemente publicadas pela Review of Biblical Literature:

Stephen P. Ahearne-Kroll
The Psalms of Lament in Mark’s Passion: Jesus’ Davidic Suffering
Reviewed by Steve Moyise
Reviewed by Adam Winn

Adele Berlin
The Dynamics of Biblical Parallelism
Reviewed by Allan Rosengren

Gabriele Boccaccini and John J. Collins, eds.
The Early Enoch Literature
Reviewed by William Loader

Pieter Craffert
The Life of a Galilean Shaman: Jesus of Nazareth in Anthropological Perspective
Reviewed by Robert J. Miller

Pascale Dominique; Carmen Bernabé and Carlos Gil, eds.
Reimaginando los orígenes del cristianismo: Relevancia social y eclesial de los estudios sobre Orígenes del cristianismo (Libro homenaje a Rafael Aguirre en su 65 cumpleaños)
Reviewed by Leif Vaage

Michael Dübbers
Christologie und Existenz im Kolosserbrief: Exegetische und semantische Untersuchungen zur Intention des Kolosserbriefs
Reviewed by Christoph Stenschke

Tamara Cohn Eskenazi and Andrea Weiss, eds.
The Torah: A Women’s Commentary
Reviewed by Yael Shemesh

Yosef Garfinkel and Susan Cohen, eds.
The Middle Bronze Age IIA Cemetary at Gesher: Final Report
Reviewed by Ralph K. Hawkins

Pauline Nigh Hogan
“No Longer Male and Female”: Interpreting Galatians 3.28 in Early Christianity
Reviewed by Susan G. Eastman

Jurie Le Roux and Eckart Otto, eds.
South African Perspectives on the Pentateuch between Synchrony and Diachrony
Reviewed by William Johnstone

Jill Middlemas
The Templeless Age: An Introduction to the History, Literature, and Theology of the Exile
Reviewed by Flemming A. J. Nielsen

Uwe-Karsten Plisch
The Gospel of Thomas: Original Text with Commentary
Reviewed by Tobias Nicklas

Jean-Louis Ska
Introduction to Reading the Pentateuch
Reviewed by Reinhard Achenbach

Bruce Wells
The Law of Testimony in the Pentateuchal Codes
Reviewed by Jeffrey Stackert

>>Visite: Review of Biblical Literature Blog

Resenhas na RBL – 19.03.2009

As seguintes resenhas foram recentemente publicadas pela Review of Biblical Literature:

James Rowe Adams
From Literal to Literary: The Essential Reference Book for Biblical Metaphors
Reviewed by Christine Treu

Moshe Anbar
Prophecy, Treaty-Making and Tribes in the Mari Documents during the Period of the Amorite Kings (From the End of the 19th Century B.C.E. Until 1760 B.C.E.) [Hebrew]
Reviewed by John Engle

Dianne Bergant
Scripture: History and Interpretation
Reviewed by Sean P. Kealy

Charlotte Elisheva Fonrobert and Martin S. Jaffee, eds.
The Cambridge Companion to the Talmud and Rabbinic Literature
Reviewed by Daniel R. Schwartz

Norman C. Habel and Peter Trudinger, eds.
Exploring Ecological Hermeneutics
Reviewed by John Painter

Randall Heskett
Messianism within the Scriptural Scrolls of Isaiah
Reviewed by J. Todd Hibbard

Lynn R. Huber
Like a Bride Adorned: Reading Metaphor in John’s Apocalypse
Reviewed by Tobias Nicklas

Bernard S. Jackson
Wisdom-Laws: A Study of the Mishpatim of Exodus 21:1-22:16
Reviewed by Assnat Bartor

Mark Leuchter
The Polemics of Exile in Jeremiah 26-45
Reviewed by Wilhelm J. Wessels

Susan Niditch
Judges: A Commentary
Reviewed by Yairah Amit

Susanne Scholz
Introducing the Women’s Hebrew Bible
Reviewed by Amelia Devin Freedman

Joseph B. Soloveitchik; edited by David Shatz, Joel B. Wolowelsky, and Reuven Ziegler
Abraham’s Journey: Reflections on the Life of the Founding Patriarch
Reviewed by Ralph K. Hawkins

Charles H. Talbert
Ephesians and Colossians
Reviewed by Andrew T. Lincoln

Henry A. Virkler and Karelynne Gerber Ayayo
Hermeneutics: Principles and Processes of Biblical Interpretation
Reviewed by Oda Wischmeyer

Robert L. Webb and John S. Kloppenborg, eds.
Reading James with New Eyes: Methodological Reassessments of the Letter of James
Reviewed by Peter Frick

>>Visite: Review of Biblical Literature Blog

Narrativas de Deus na Literatura Latino-americana

A narrativa literária de Deus na América Latina

Que sociedade é essa que estamos inseridos, atualmente? Para alguns, essa é uma sociedade pós-metafísica, uma sociedade que busca apoio da religião, mas reconstrói a genealogia da razão com pessimismo, de maneira considerada até derrotista. Como narrar Deus nessa sociedade? Para discutir a atualidade a partir de questões éticas, do pensamento religioso e da cultura, o Instituto Humanitas Unisinos – IHU está promovendo até 26 de abril, uma programação especial de Páscoa. Nestes eventos, o IHU está realizando um conjunto de atividades integradas que pretendem compreender o impacto da figura de Jesus na cultura contemporânea. E, hoje, dia 26-03-2009, o professor da Universidade Federal do Paraná e diretor-adjunto do escritório da Fundação Ética Mundial no Brasil, Paulo Soethe, fará uma palestra intitulada Narrativas de Deus na Literatura Latino-americana. Soethe refletirá sobre como a América Latina fala sobre Deus e que influências essa narrativa sofre nesse contexto da literatura e, ainda, poderá esclarecer expressões simbólicas de narrativas religiosas que destacam e diferem a literatura latino-americana de outros países fora desse eixo. A palestra de Paulo Soethe é parte da programação do IHU Ideias durante o período da Páscoa.

Um trecho da reportagem sobre a palestra do Professor Paulo Soethe, Narrativas de Deus na Literatura Latino-americana:

(…) A partir de João Guimarães Rosa (1908-1967), por exemplo, o “nosso escritor maior”, segundo Soethe, também se percebe a emergência de uma nova forma de habitar o mundo e de novos estatutos das trocas culturais. Ou seja, o autor consegue criar uma abrangência que ultrapassa os limites da mera literalidade. Citando Wolf Lustig, Soethe percebe nessa literatura a correlação de vivências genuinamente americanas com situações básicas e existenciais que “qualquer homem em qualquer rincão do mundo” pode ter vivido. Também em sua relação com Deus.

De uma gama de grandes autores, ainda muitas vezes esquecidos na academia, como Jorge de Lima, Cornélio Pena, Alceu Amoroso Lima e Cecília Meireles, Soethe citou três obras chaves para uma releitura das narrativas de Deus na literatura brasileira: “Grande Sertão Veredas”, de Guimarães Rosa; “Lavour Arcaica”, de Raduan Assar; e “Crônica da Casa Assassinada”, de Lúcio Cardoso.

Nessas obras, afirmou, encontram-se imagens jesuânicas (de Jesus), ou mesmo crísticas (de Cristo), marcantes, que se revelam por meio de personagens como Diadorim, Ana e Nina, respectivamente. Essas figuras, todas femininas, por meio de sacrifícios e imolações que sofrem durante as narrativas, trazem grandes reflexões sobre culpa e pecado, amor e redenção. Essas temáticas, explicou Soethe, são muito caras ao cristianismo e, por isso, também à própria cultura latino-americana e brasileira, pois remetem diretamente a representações da figura de Jesus Cristo, como o redentor.

“As figuras de Deus estão muito ligadas à figura do Filho na tradição cristã. Deus também é visto, na tradição do nosso continente, como anseio, como aquela presença motivadora também em cenas coletivas. Ou seja, a fé do povo reunido, que tem uma espécie de horizonte de esperança muito próxima da figura de Deus Pai”, comentou. Segundo Soethe, Deus muitas vezes aparece positivamente, como objeto de fé e de culto da população empobrecida, mas também como ausência, “como aquele que é ansiado e não é encontrado”, explicou.

Além disso, a literatura latino-americana, embora mergulhada em um ambiente cristão e de fé popular, também problematiza, de uma maneira muito madura, a dimensão do mistério e da teodiceia, comentou Soethe. “Por que tanto sofrimento se há Deus? Por que um povo que tem tanta fé precisa sofrer tanto? Deus é colocado em questão pelos escritores como ausência, como um eventual agente de injustiça, o que teologicamente é muito provocativo e que acaba constituindo uma contribuição importante da literatura latino-americana”, afirmou.

Com relação à literatura e a sociedade contemporâneas, Soethe revela que há uma necessidade de se reativar o fundamento e o substrato da solidariedade, tão marcado e marcante nas obras que revelam o sertão brasileiro. Ou seja, a alegria de viver mesmo na simplicidade da vida e da realidade. Segundo Soethe, esse “padrão ético” mostra-se um desafio e um convite ao mundo desenvolvido, que parece encontrar a felicidade apenas onde há riqueza. Nesse sentido, Soethe ainda defendeu uma possível “reinteriorização” do Brasil, com a valorização das pessoas e da cultura do campo, também muito marcado pela figura de Deus.

E aqui cabe o trecho da obra de Guimarães Rosa, que resume bem a imagem de Deus do autor, que colaborou, segundo Soethe, a partir da literatura, com o imaginário religioso do Brasil e com a própria reflexão social do país, juntamente com grandes autores como Gilberto Freire e Sergio Buarque de Holanda. Assim diz Rosa: “Como não ter Deus? Com Deus existindo, tudo dá esperança: sempre um milagre é possível, o mundo se resolve. […] Tendo Deus, é menos grave se descuidar um pouquinho, pois no fim dá certo“.

Veja o vídeo.

Fonte: IHU – 26 e 27 de março de 2009.

Livro de James Crossley provoca polêmica

Um livro de James G. Crossley, Professor de Origens Cristãs e Judaísmo Antigo na Universidade de Sheffield, Reino Unido, obra recentemente publicada, está causando curiosa polêmica.

Principalmente porque o biblioblogueiro Crossley – veja seu blog Earliest Christian History – tratou da relação bastante amistosa de muitos biblistas – especialmente no âmbito anglo-americano – com o imperialismo. E, segundo a informação da editora, aplicando as teorias de Noam Chomsky, Edward Herman, Edward Said e outros, mostrou o alinhamento de vários biblioblogueiros com a ideologia da “guerra contra o terrorismo”…

Assim começa a descrição da editora Equinox:
This book applies the work of Noam Chomsky, Edward Herman, Edward Said and several others on international politics and the supportive role of the media, CROSSLEY, J. G. Jesus in an Age of Terror: Scholarly Projects for a New American Century. London: Equinox Publishing, 2008intellectuals and academics to contemporary Christian origins and New Testament scholarship. Part One looks at the ways in which New Testament and Christian origins scholarship has historically been influenced by its political and social settings over the past hundred years or so. Moving on to the present, the following chapter then applies Herman and Chomsky’s propaganda model of manufacturing consent in the mass media to the recent explosion of biblical scholars writing on the internet, in particularly ‘biblio-bloggers’. It is clear that political views in ‘biblio-blogging’ conform strikingly to the emphases that come through in Herman and Chomsky’s analysis of the mass media and intellectuals, particularly with the standard lines on the ‘war on terror’ and views on the contemporary Middle East. The rest of the book takes up modified key areas of the propaganda model in more detail…

O livro é:

CROSSLEY, J. G. Jesus in an Age of Terror: Scholarly Projects for a New American Century. London: Equinox Publishing, 2008, 256 p. – ISBN 9781845534295 (Hardback) 9781845534301 (Paperback)

Leia resenhas do livro aqui e aqui.

E a polêmica sobre os exegetas e o imperialismo aqui.

E fique atento às “gentilezas” que certamente ainda serão publicadas sobre este livro.

Livro que recomendo, porque o autor, bem ou mal, teve a coragem de lidar com um tabu para muitos exegetas, que é a relação entre a leitura da Bíblia que andam fazendo e a realidade do mundo que vivemos hoje.

Crimes de guerra em Gaza: por que Israel podia?

Os soldados israelenses que lutaram durante os 22 dias da recente ofensiva contra o movimento islâmico radical Hamas, na faixa de Gaza, admitiram que mataram civis [ao menos 900, segundo números do ministério palestino] que não representavam ameaça às tropas e destruíram intencionalmente suas propriedades, “simplesmente porque podiam”. As declarações foram divulgadas em reportagem publicada nesta quinta-feira pelo jornal israelense “Haaretz”…

Clique nos links abaixo:

:: Soldados de Israel relatam assassinatos de crianças e vandalismo em Gaza – Folha Online: 19/03/2009 – 10h50

:: Soldado israelense denuncia que rabinos incitaram “guerra religiosa” em Gaza – Folha Online: 20/03/2009 – 14h15

:: Exército de Israel ordenou ataque contra equipes de resgate em Gaza, diz “Haaretz” – Folha Online: 23/03/2009 – 12h37

:: General israelense admite que tática usada em Gaza provocou morte de civis – Folha Online: 24/03/2009 – 09h16

Dom Helder. Por Luiz Alberto Gómez de Souza

D. Hélder, irmãos dos pobres. Um testemunho no ano de seu centenário

Os meios de comunicação do Brasil, pelos anos da censura e da repressão, baniram sua imagem. Prescrição vinda por decreto, único argumento do arbítrio. Foi censurado em sua própria rádio diocesana. Durante a ditadura seu nome era proibido de ser mencionado. Era como se não existisse. Mas sempre esteve presente entre o povo simples e na opinião pública mundial, onde foi se tornando quase um mito. Um dia, aqui no país, tiveram que levantar o embargo. O artigo é de Luiz Alberto Gómez de Souza, sociólogo, antigo dirigente da Ação Católica, ex-funcionário das Nações Unidas (CEPAL e FAO), assessor de movimentos sociais e pastorais e Diretor do Programa de Estudos Avançados em Ciência e Religião da Universidade Cândido Mendes.


Leia o artigo.


Fonte: Notícias – IHU On-Line: 22/03/2009 – Reproduzido em Carta Maior.

Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa

ABL lança a 5ª edição do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa

O Presidente da Academia Brasileira de Letras, Cícero Sandroni, lançou no último dia 19, às 17h30min, no Petit Trianon, a quinta edição do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), que incorpora as novas normas estabelecidas pelo Acordo Ortográfico de 1990, regulamentado no Brasil por força de decretos assinados pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva na ABL, no dia 29 de setembro do ano passado, e já em vigor desde 1º de janeiro deste ano. O volume, de 976 páginas, contém 349.737 vocábulos, apresentados sob forma de lista, por ordem alfabética, incluindo-se a classificação gramatical de cada um, além dos estrangeirismos (cerca de 1500), que aparecem na parte final da obra. A impressão foi confiada pela ABL à editora Global. Sandroni afirmou que, com o lançamento, “a Língua Portuguesa deixa para trás a condição de ser idioma cujo peso cultural e político ainda encontrava, na vigência de dois sistemas ortográficos oficiais, um entrave ao seu prestígio e difusão internacional”. O Presidente da ABL acrescentou que “esta edição se apresenta aumentada em seu universo lexical, corrige falhas tipográficas e oferece informações ortoépicas sobre possíveis dúvidas resultantes do emprego de algumas das normas ortográficas”. O Acadêmico Cícero Sandroni também informou que, antes do dia 19, a Academia deverá entregar, em Brasília, alguns volumes prioritários ao Presidente Lula, aos presidentes do Senado Federal e da Câmara dos Deputados e aos Ministros da Educação, Cultura e Relações Exteriores (…) A ABL também apresentou texto de Nota Explicativa na qual informa sobre os procedimentos metodológicos seguidos na elaboração desta 5º edição do VOLP…

ABL Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa. 5. ed. São Paulo: Global, 2009, 976 p. – ISBN 9788526013636

Fonte: ABL