Elior “inventou” que Josefo inventou os essênios

Segundo a Professora Rachel Elior, da Universidade Hebraica de Jerusalém, especializada em mística judaica, os essênios são uma invenção de Flávio Josefo, nunca existiram.

Os Manuscritos do Mar Morto, por sua vez, foram redigidos por saduceus de Jerusalém e guardados nas grutas de Qumran.

Acho que a proposta não é nova, pelo menos no que diz respeito a uma possível origem saduceia dos Manuscritos.

Mas e a “invenção” essênia de Flávio Josefo?

O que você acha? Há uma boa quantidade de posts nos biblioblogs sobre mais este bafafá envolvendo os Manuscritos do Mar Morto. Quando o episódio Golb ainda nem esfriou…

Leia sobre o caso aqui.

Dois livros que me impressionam: Helder e Martini

Dois livros que estou lendo, e que, já no começo, me impressionam. De verdade. E que recomendo. Seriamente.

DE BROUCKER, J. As noites de um profeta: Dom Hélder Câmara no Vaticano II. Leitura das Circulares Conciliares de Dom Hélder Câmara (1962-1965). São Paulo: Paulus, 2008, 168 p. – ISBN 9788534929127.

MARTINI, C. M.; SPORSCHILL, G. Diálogos noturnos em Jerusalém: Sobre o risco da fé. São Paulo: Paulus/PUC-Rio, 2008, 160 p. – ISBN 9788534929660.

Ravasi fala sobre o relato do Gênesis e a evolução

Uma entrevista que vale a pena ler. Feita por Alexandre Gonçalves. Publicada em O Estado de S. Paulo de 16/03/2009.

É bom lembrar: muito antes de ocupar cargo no Vaticano, Gianfranco Ravasi, o entrevistado, já era conhecido biblista.

Reproduzida por Notícias – IHU On-Line em 17/03/2009, com o título ‘Se a fé não é pensada, não é nada”. O que a Igreja pensa da evolução?

“Não cabe à Igreja dizer se a evolução é uma tese, uma hipótese ou qualquer outra coisa”, afirmou o arcebispo italiano Gianfranco Ravasi ao Estado. Ele foi o principal responsável pelo congresso sobre darwinismo patrocinado pelo Vaticano no início do mês. Presidente do Conselho Pontifício para a Cultura – órgão da Santa Sé que promove o diálogo da Igreja católica com o mundo contemporâneo -, Ravasi comentou também o ensino do evolucionismo nas escolas, a interpretação dos textos bíblicos sobre a criação e o fenômeno contemporâneo do ateísmo.

 

Por que a Igreja realizou um congresso sobre evolucionismo?

As relações entre ciência e fé foram turbulentas. É justo reconhecer que houve momentos negativos. Refiro-me sobretudo ao caso Galileu. No ano 2000, João Paulo II quis pedir perdão e enterrar este passado. Agora, procuramos nos orientar para o futuro. O tema este ano é a evolução. Vale a pena lembrar que a Igreja católica nunca condenou Darwin ou seus escritos. Em 1950, Pio XII considerava compatíveis evolução biológica e doutrina católica. Em 1996, João Paulo II disse que a teoria da evolução é praticamente um consenso entre os cientistas, o que convida a um diálogo com a teologia, que naturalmente se move em um plano diferente. Por isso, patrocinamos este congresso internacional que contou com a presença de cientistas de renome que conversaram com filósofos e teólogos. Cada um segundo sua própria perspectiva.

Bento XVI fez alguma indicação concreta?

O papa deixou muito livre o debate. Participaram do congresso pesquisadores que não creem ou professam outros credos, como budistas, por exemplo. Estiveram presentes várias expressões culturais e cada uma delas pode falar. Mesmo na filosofia e na teologia estavam representadas diversas abordagens. Bento XVI quis reafirmar, como em outras ocasiões, a importância do diálogo entre razão e fé. Inspira-se em Agostinho de Hipona que dizia: “Se a fé não é pensada, não é nada.” Bento XVI não deu nenhuma indicação precisa porque prejudicaria o diálogo.

O que a Igreja pensa da evolução?

A Igreja católica não deve pensar nada, porque é uma questão especificamente científica. João Paulo II disse que “novos conhecimentos levam a considerar que a teoria da evolução é mais do que uma hipótese”. Foi simplesmente uma constatação, pois o papa desejava abrir o diálogo teológico. No entanto, cabe ao cientista argumentar sobre o status do darwinismo. Se a evolução é a posição dominante entre os pesquisadores, faz sentido começar a reflexão teológica sobre ela. Mas não cabe à Igreja dizer se a evolução é uma tese, uma hipótese ou qualquer outra coisa.

Como compreender a narrativa bíblica da criação?

A religião judaico-cristã não é uma religião do livro. A Palavra de Deus precede e ultrapassa a Bíblia. Por isso, na sua forma escrita final, necessita interpretação. Tradicionalmente, há dois caminhos para compreender a Escritura. O primeiro tenta distinguir os “sentidos espirituais” do texto sagrado – a mensagem divina expressa nas palavras humanas. O segundo é a análise histórico-crítica que investiga as palavras humanas – pronunciadas em idiomas concretos e ligadas a uma cultura particular, a coordenadas históricas precisas e a determinados gêneros literários. Os dois métodos precisam dialogar. É um relacionamento análogo ao que deve existir entre ciência e teologia.

Mas como interpretar os primeiros capítulos do Gênesis?

No Gênesis, fala-se da origem histórica da humanidade para revelar seu sentido profundo, que é meta-histórico. Fala-se do primeiro homem, não porque desejamos descrever o que aconteceu durante a evolução – não se pensava nisso quando a Bíblia foi escrita: as espécies são fixas na sua narrativa -, mas para compreender a humanidade. É uma realidade histórica que somos filhos de Adão – ou seja, todos descendemos da mesma linhagem humana -, mas a mensagem principal é meta-histórica. O relato do Gênesis procura identificar as três relações fundamentais: com o Criador, com a criação e com o próximo. A Bíblia coloca naquele personagem primordial o rosto de todos os homens. O nome Adão, em hebraico, confirma esta intenção: ha’-adam. Ha é o artigo definido “o”. ‘adam significa “aquele que tem a cor ocre da argila”. É o Homem com “H” maiúsculo. Não é um nome próprio, mas uma representação. Trata-se de uma análise sapiencial, o que não significa uma análise teórica ou vaga. Procuro quem sou eu refletindo sobre minha origem. Mas a pergunta “quem sou eu” tem um caráter metafísico e meta-histórico. Não é uma indagação científica sobre a origem biológica do homem.

É possível harmonizar o relato bíblico com a teoria da evolução?

A evolução, quando lida do ponto de vista teológico, é a obra criadora de Deus que não compreende só um instante no qual tudo se constitui, mas um verdadeiro itinerário, assim como a história da salvação descrita na Bíblia é um percurso com diversas etapas. Dentro deste itinerário evolutivo, no surgimento do homem, há um selo singular de Deus, que costumamos chamar alma. A Bíblia só usa este termo em épocas mais tardias. De qualquer forma, é uma palavra para designar a especifidade da criatura humana. O genoma do homem é 97% semelhante ao do chimpanzé. Uma diferença genética de apenas 3% torna-se imensa quando consideramos a capacidade simbólica, estética e racional do ser humano. A teologia não pretende saber quando esta diferença surgiu dentro da trama evolutiva. Mas, quando o homem se constitui de forma vital, existe naquele momento a alma humana, com seu mistério, sua transcendência e sua capacidade de amar até a doação de si que vai muito além do instinto natural – às vezes, até a morte. Aqui começa aquela dimensão que é propriamente humana e se constitui objeto de estudo da filosofia e da teologia.

Na sua opinião, como deve ser ensinada a origem do homem nos colégios?

É uma questão complexa. A ciência não deve considerar a teologia ou a filosofia como discursos de um passado arqueológico, mas como reflexões necessárias que – de modo semelhante à arte – revelam dimensões secretas da pessoa. Por outro lado, a teologia não deve impor seus próprios esquemas como já aconteceu no passado. Movendo-se em planos diferentes, precisam dialogar. Nas escolas, uma não deve invadir o espaço da outra, mas mostrar que são abordagens diferentes para os mistérios do homem e da natureza. Seria conveniente que os dois professores manifestassem mutuamente seus pontos de vista e, depois, apresentassem as diferentes perspectivas aos alunos. Nos temas mais prementes, como a origem do homem ou a bioética, poderiam estar juntos para fomentar o confronto de idéias. Esta interdisciplinaridade é a linha adotada em muitas universidades. De alguma forma, fizemos isso no congresso sobre Darwin.

A Bíblia diz: “Os céus narram a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos” (Sl 18, 2). Para muitas pessoas, os céus e o firmamento não dizem nada sobre Deus.

Descobrir no interior do cosmos, não a casualidade e o caos, mas uma mensagem, é um caminho espiritual. O famoso teólogo Daniélou chamava este itinerário de “revelação cósmica”. Todos os homens deveriam se esforçar para compreender o pergaminho que se estende do céu até a terra – a palavra secreta da própria criação. Tiro esta imagem da tradição sinagogal. Muitos homens veem o cosmos e permanecem insensíveis porque perderam a capacidade de se admirar. Contemplam o mundo com um olhar técnico, frio. Talvez por isso, violentemos a terra e escondamos os céus atrás da poluição. Precisamos fomentar a disposição que animava Pascal. Ele olhava os espaços infinitos, considerava a fragilidade humana e ficava perplexo diante de um contraste tão grande. O escritor inglês Chesterton dizia que o mundo não perecerá por falta de maravilhas – são muitas – mas por falta de admiração. A verdadeira ciência é diferente da técnica. A técnica mede. A ciência tenta compreender o conjunto dos fenômenos. O físico Max Planck escreveu: “Ciência e religião não estão em conflito, mas se completam na mente do homem que pensa de forma integral”. A verdadeira ciência ajuda-nos a compreender que estamos imersos em um mistério. A priori, não vou qualificá-lo como divino, mas seguramente transcende a razão humana e a própria humanidade. Recordo a belíssima imagem de Newton que se via como uma criança que brinca na praia e descobre conchas, seixos, pedras… contudo, diante dela, abre-se o imenso oceano da realidade.

Atom and Rss feeds are empty

Muita gente está enfrentando problemas com a publicação de seus blogs no Blogger nesta semana. No meu caso, desde ontem, dia 13. Os arquivos xml do Atom ou Rss estão vazios. Parece que isto ocorre só com quem carrega seus posts em domínio próprio via ftp. Portanto, ontem e hoje, por enquanto, nada de feeds.

A mensagem no Firefox 3.0.7 é a seguinte:
Erro no processamento de XML: nenhum elemento encontrado
Posição: [meu endereço para atom.xml] Número da linha 1, coluna 1:
^

No IE 7 é:
A página XML não pode ser exibida
Não é possível exibir a entrada XML usando a folha de estilos. Corrija o erro e clique no botão Atualizar ou tente novamente mais tarde.
O documento XML deve ter um elemento de nível superior. Erro ao processar o recurso [meu endereço para atom.xml].

Leio, por exemplo, no The Real Blogger Status [What Blogger won’t tell you] o seguinte:
This week, we have a few complaints about Atom/RSS feeds, in various blogs. “When I republish my blogs to my FTP server, the atom.xml and rss.xml files are empty”, or “I published a new post, and feed file size is 0. Tried republishing template/settings and deleting the rss.xml file, but it still publishes with a 0 file size”, or “I recently selected “Publish Entire Blog” from the dashboard settings and now both the rss.xml and atom.xml files are zero bytes. I have tried republishing selected entries and the entire blog again but to no avail, the feeds are still blank”.

Ou ainda, no Blogger Help Group, em mensagem de hoje:
I first noticed on Mar 13 that my rss/atom feed is delivering no content. Instead, it contains the following error message:
XML Parsing Error: no element found
Location: […]
Line Number 1, Column 1:
My blog is hosted at [] and published by FTP publishing. On my server, the rss.xml files and atom.xml files have a size of 0. Blog feeds are set to “full,” post pages is enabled.

E ainda aqui, no Blogger Help Group, leio 45 mensagens sobre os feeds vazios.

Estamos aguardando uma solução do Blogger…

Parece que voltou a funcionar… Cruze os dedos!

The problem appears to be resolved: I was able to republish my index this morning and the files are non-empty.

Resenhas na RBL – 11.03.2009

As seguintes resenhas foram recentemente publicadas pela Review of Biblical Literature:

Michael F. Bird
The Saving Righteousness of God: Studies on Paul, Justification and the New Perspective
Reviewed by James P. Sweeney

James H. Charlesworth
The Historical Jesus: An Essential Guide
Reviewed by Peter J. Judge

Andrew D. Clarke
A Pauline Theology of Church Leadership
Reviewed by Jens Herzer

Tal Davidovich
The Mystery of the House of Royal Women: Royal Pilagshim as Secondary Wives in the Old Testament
Reviewed by Yael Shemesh

Mary Dove
The First English Bible: The Text and Context of the Wycliffite Versions
Reviewed by Francis Dalrymple-Hamilton
Reviewed by Christo H. J. van der Merwe

David Flood, ed.
Peter of John Olivi on Genesis
Reviewed by Mark Elliott

David Flusser; translated by Azzan Yadin
Judaism of the Second Temple Period, Volume 1: Qumran and Apocalypticism
Reviewed by Joshua Schwartz

Richard S. Hess and Elmer A. Martens, eds.
War in the Bible and Terrorism in the Twenty-First Century
Reviewed by Brad E. Kelle

Alistair G. Hunter
An Introduction to the Psalms
Reviewed by Gert T. M. Prinsloo
Reviewed by John S. Vassar

Barclay M. Newman, ed.
The UBS Greek New Testament: A Reader’s Edition
Reviewed by Cynthia Long Westfall

Anita Norich and Yaron Z. Eliav, eds.
Jewish Literatures and Cultures: Context and Intertext
Reviewed by Shlomo Berger

Robert B. Wright, ed.
The Psalms of Solomon: A Critical Edition of the Greek Text
Reviewed by Rodney A. Werline
Reviewed by Joel Willitts

Nova suíte para Aplicativos Portáteis

Como sabe todo mundo que usa pen drive, nele instala práticos aplicativos portáteis e, por isso, visita obrigatoriamente o site PortableApps.com, no dia 6 passado foi lançada a suíte 1.5. A anterior era a 1.1 de 2008.

Agora, poucos dias depois, estão disponíveis a plataforma e a suíte 1.5.2.

Segundo o site, para corrigir bugs que havia na versão 1.5, afetando inclusive o português usado no Brasil (Brazilian Portuguese). É só fazer a atualização.

Diz a nota de John T. Haller, de 12 de março de 2009, 23h45:
PortableApps.com has released the PortableApps.com Platform and PortableApps.com Suite 1.5.2, making it easier than ever to carry your favorite software with you. This release includes a number of bug fixes and enhancements to the PortableApps.com Platform 1.5 that was released last week and all users are encouraged to upgrade. Browse the web, check your email, chat online, listen to music, keep your passwords secure, work on documents, check your datebook and even play a few games… all on the go. And, as always, it’s all open source and completely free.

Norman Golb defende seu filho Raphael

Segundo o jornal israelense Ha’aretz, em matéria assinada por Ofri Ilany, sob o título Dead Sea Scrolls scholar defends son arrested for impersonating rival, Norman Golb acha que seu filho Raphael está certo no que fez, pois usar heterônimos [autores que publicam textos sob o nome verdadeiro de outra pessoa] nos blogs é uma prática muito comum…

Será?

 

Diz o jornal em 12.03.2009:

Raphael Golb’s arrest is the latest in a long saga of conflicts among Dead Sea Scrolls scholars.

The Dead Sea Scrolls scholar whose son was arrested last week on suspicion of impersonating an rival scholar says his son understood his opponents were trying to silence him.

Professor Norman Golb, of the University of Chicago, believes that the Dead Sea Scrolls were not written by the Essenes, as mainstream scholarship holds.

“Raphael, my son, is very devoted to my research. He realized years ago that there was an effort to close the door on my opinions. And so he started debating bloggers who were against me, using aliases. That’s the custom these days with blogs, as I understand it,” Norman Golb said.

Raphael Golb’s arrest is the latest in a long saga of conflicts among Dead Sea Scrolls scholars. Although researchers have condemned Raphael Golb’s alleged acts, some scholars in Israel accept Norman Golb’s contention that some of the most prominent Dead Sea Scrolls academics do silence their opponents.

Most scholars in the field believe that the scrolls were written by the Essenes or the Qumran Sect – a small Jewish group that lived an ascetic life in the desert.

Golb, however, contends the scrolls found in caves at the Dead Sea near Qumran were written in Jerusalem and smuggled to the Dead Sea area during the Great Revolt of the Jews against the Romans. In an article written under the name Charles Gadda, Raphael Golb calls his father’s opponents anti-Semites who are trying to sever the connection between the scrolls and Judaism by presenting them as the product of a marginal sect.

Magen Broshi, the former curator of the Shrine of the Book at the Israel Museum, where some of the scrolls are displayed, called Norman Golb’s theory, “foolishness and mean-spirited.”

Broshi said Norman Golb is a “mediocre scholar who went into an area not his own. He adheres in a sick way to his positions which are not accepted by anyone in the world.”

According to Broshi, “the world is split into two – Golb and everyone else.”

However, Norman Golb is not the only one to have doubted the relationship between the Dead Sea Scrolls and the Essenes.

Dr. Yitzhak Magen, the chief archaeology officer of the Civil Administration, who excavated at Qumran for 10 years, says he believes, “not even a quarter of an Essene was at Qumran. The scrolls were the outcome of flight from Jerusalem and other areas that were densely settled with Jews.”

Magen also called the proponents of the Qumran Sect theory “a guild with money and conferences.”

“But it’s beginning to change. I hope some of the scrolls scholars will change their positions. I think this theory will finally win out,” he added.

Dr. Yaakov Tepler, head of the history department of Beit Berl Academic College and a student of Christianity scholar Prof. Joshua Efron, hews neither to Golb’s opinion nor to the mainstream. Rather, he believes some of the Dead Sea Scrolls were written by Christians and says they allude to Jesus.

“I wrote an huge M.A. thesis that was to have become a doctorate about the Teacher of Righteousness – a central figure in the scrolls. I built 300 pages of reasons why I think the allusion was to Jesus. But today no place in Israel will allow me to publish it. It’s just impossible to get an article published, not to mention a book, that expresses an idea that deviates from orthodoxy.”

Tepler says he thinks the scholarly establishment is silencing a connection between the scrolls and Christianity.

“At some point it was decided that the scrolls are part of Jewish history, as a basis for Zionism and anyone who undermines this is seen as undermining Israel,” he said.