Resenhas na RBL: 27.02.2008

As seguintes resenhas foram recentemente publicadas pela Review of Biblical Literature:

Cilliers Breytenbach, Johan C. Thom, and Jeremy Punt, eds.
The New Testament Interpreted: Essays in Honour of Bernhard C. Lategan
Reviewed by Douglas Estes

Walter Brueggemann
Mandate to Difference: An Invitation to the Contemporary Church
Reviewed by Stephan Joubert

David Buttrick
Speaking Conflict: Stories of a Controversial Jesus
Reviewed by John J. Pilch

J. W. Childers and D. C. Parker, eds.
Transmission and Reception: New Testament Text-Critical and Exegetical Studies
Reviewed by Erroll F. Rhodes

Rachel Hallote
Bible, Map, and Spade: The American Palestine Exploration Society, Frederick Jones Bliss, and the Forgotten Story of Early American Biblical Archaeology
Reviewed by Eric M. Meyers

John R. Hinnells, ed.
A Handbook of Ancient Religions
Reviewed by Martin Ramey

Shane Kirkpatrick
Competing for Honor: A Social-Scientific Reading of Daniel 1-6
Reviewed by John J. Collins

Aquila H. I. Lee
From Messiah to Preexistent Son: Jesus’ Self-Consciousness and Early Christian Exegesis of Messianic Psalms
Reviewed by Sam Janse

Jane Dammen McAuliffe, ed.
The Cambridge Companion to the Qur’ān
Reviewed by Ernst Axel Knauf

Stefan C. Reif
Problems with Prayers: Studies in the Textual History of Early Rabbinic Liturgy
Reviewed by Joshua Schwartz

James Robson
Word and Spirit in Ezekiel
Reviewed by H. F. Van Rooy
Reviewed by Lena-Sofia Tiemeyer

Richard W. Swanson
Provoking the Gospel of Matthew: A Storyteller’s Commentary, Year A
Reviewed by Deborah Thompson Prince

Busca bissexta

Dia 29 de fevereiro é coisa rara, só em ano bissexto.

Deve ser por isso que coisas estranhas acontecem.

Como alguém que procurou hoje em meu site, via Google, fotos do mar vermelho aberto no tempo de Jesus

Uai sô. Verdade verdadeira! Aconteceu mesmo!

 

Calendários e o fluxo do tempo

Horas são definidas com o uso de relógios atômicos, de altíssima precisão, mas o calendário continua relacionado a fenômenos astronômicos, como a rotação da Terra e seu movimento em torno do Sol

O calendário é um sistema de contagem de dias inteiros que deve manter sincronia com algum ciclo relevante da natureza, para o controle quantitativo da passagem do tempo a longo prazo. Ele se concretiza na folhinha de parede, nas agendas etc. O nome vem de “calendas” que era o primeiro dia do mês para os romanos. Uma promessa para as calendas gregas só seria paga no dia de São Nunca. Em geral, todos os calendários são astronômicos, isto é, baseados no movimento aparente de astros. O movimento diurno do Sol define o dia solar cuja duração, na média anual, corresponde às 24 horas dos relógios comuns. Desde sempre ele regulou nosso descanso e atividade, a ponto de termos incorporado o ciclo circadiano. A contagem de intervalos de tempo mais curtos que o dia é feita por subdivisões como a hora, o minuto e o segundo de tempo, com instrumentos como a clepsidra, a ampulheta, o relógio ordinário etc.

Mas as atividades humanas básicas, tanto práticas (cultivo da terra, criação de rebanhos, caça) quanto religiosas, demandam o controle da passagem do tempo a prazos mais longos. Para definir um conjunto natural de dias, os homens se valeram de outros movimentos aparentes. No movimento anual em relação às estrelas fixas e ao longo da eclíptica, o Sol cruza periodicamente o equador celeste, fato que define o ano das estações ou ano trópico de 365,2422… dias.

Em aproximadamente 12 anos, Júpiter dá uma volta na esfera celeste. A menos dos laços com movimento retrógrado devidos à translação da Terra, a trajetória de Júpiter na esfera celeste se assemelha à eclíptica, e foi dividida pelos chineses em 12 mansões celestes. Júpiter reside numa delas cada ano. Sob a influência dos mongóis (séc. 8), cada mansão recebeu o nome de um animal que rege o ano chinês. O ciclo das fases da Lua, cujo período é o mês sinódico (29,53… dias), é um ciclo de mudanças do aspecto da Lua iluminada pelo Sol e vista da Terra. Há um movimento aparente correlacionado com as fases, mas ele é relativo ao Sol, não às estrelas fixas.

O calendário islâmico é lunar, pois o mês nele definido mantém sincronia com as fases da Lua, mas não o ano em relação ao ano trópico. O período sinódico de Vênus com aproximadamente 584 dias (583,92 dias), foi empregado no calendário maia. Durante uma metade desse período, Vênus é um astro matutino e durante a outra, vespertino. Mas o período de visibilidade como astro matutino ou vespertino é aproximadamente igual ao período da gestação humana. Talvez daí decorra a importância atribuída a esse planeta. Os maias sabiam que a cada 5 ciclos de 584 dias de Vênus, as aparições desse planeta voltavam a se repetir nas mesmas datas do ano.

Com efeito, 584×5=2920=365×8, ou seja, cinco períodos sinódicos de Vênus correspondem a 8 anos de 365 dias. Seria, porém, muita coincidência que esses períodos astronômicos fossem múltiplos inteiros exatos do dia solar médio. Quase sempre, eles envolvem uma parte fracionária.

O problema técnico do calendário é que, para ser prático, deve definir um período com um número inteiro de dias. Mas, esse período deve manter sincronia com um período astronômico que, geralmente, envolve uma parte fracionária do dia. A solução requer, de um lado, a determinação cada vez mais precisa da parte fracionária. De outro, uma representação aproximada, mas satisfatória dessa parte fracionária por meio de uma série finita de frações ordinárias. É essa série que prescreve as regras de inserção de um dia inteiro no calendário para manter a sincronia.

O tempo hoje é controlado por relógios atômicos, cuja regularidade, baseada num fenômeno eletromagnético, é maior que a regularidade da rotação da Terra (fenômeno inercial) e da translação dos planetas ao redor do Sol (fenômeno gravitacional). No entanto, continuamos usando um calendário que ainda alude a fenômenos astronômicos, como que cumprindo o que Deus disse no quarto dia da criação: “Façam-se luzeiros no firmamento dos céus…; sirvam eles de sinais e marquem o tempo, os dias e os anos” (Gn 1,14).

Num calendário, a parte técnica, por ser racional, pode ser facilmente explanada. Mas há também elementos históricos e culturais, velhas tradições, superstições, designações obsoletas, equívocos, expressões de conhecimento incompleto dos antigos etc. Aqui trataremos também desta parte, pois ela explica muitos elementos obscuros e pouco lógicos do nosso calendário.

Calendários antigos

Dentre os calendários primitivos conhecidos, poderíamos falar do babilônico (sumério, assírio e caldeu), egípcio, chinês, hindu, hebraico, grego, maia, asteca, inca etc. Limitemo-nos ao calendário egípcio que está na origem do nosso. Na versão mais primitiva, o ano tinha 12 meses de 30 dias, totalizando 360 dias. Ainda no período pré-dinástico, por volta de 4200 a.C., foi criado um calendário lunar com 12 meses: 6 com 29 e 6 com 30 dias, totalizando 354 dias. O mês, em média, tinha 29,5 dias, uma boa aproximação para o mês sinódico. Um 13o mês era acrescentado cada 3, às vezes 2 anos, a critério dos vigilantes sacerdotes e astrônomos, para sincronizar esse calendário com o nascer helíaco de Sirius (Sótis para os egípcios), a mais brilhante estrela noturna. Esse evento denominado Iniciador do Ano, coincidia com a chegada da cheia do rio Nilo, em sincronia com as estações do ano.

Por volta de 2900 a.C. foi oficializado um calendário com 365 dias. Mas o ano propriamente tinha apenas 12 meses de 30 dias (360 dias) divididos em três quadrimestres correspondentes às três estações regidas pelo Nilo: Cheia, Plantio e Colheita. No fim do 12o mês eram acrescentados cinco dias suplementares que não entravam no cômputo oficial dos dias. Esse era um calendário solar e o mês nele não mantinha sincronia com as fases da Lua. Mas um novo calendário lunar foi criado por volta de 2500 a.C. que procurava manter sincronia com o ano civil de 365 dias.

Nessa época estiveram em vigor três calendários: os dois últimos e o antigo calendário lunar regulado pelo nascer helíaco de Sirius. Apesar de não manter sincronia com o ano trópico, o calendário solar com 365 dias ficou em vigor por mais de 4 mil anos, até mesmo depois da reforma juliana. Com base no nascer helíaco de Sirius, logo foi possível constatar que esse calendário ficava adiantado um dia a cada quatro anos, em relação ao ano trópico, de modo que uma duração mais precisa do ano seria (365+1/4) = 365,25 dias. Sendo supostamente a discrepância 0,25 dia, o número de anos desse calendário para acumular um erro igual a 1 ano de 365,25 dias é 365,25/0,25 = 1461 anos. Esse é o famoso “período sótico” de Fênix, ao cabo do qual essa ave mítica se imolava na pira do altar em Heliópolis. Das cinzas nascia uma outra Fênix para o período seguinte.

Na época da fundação de Roma (753 a.C.), o calendário, de tradição etrusca, era bizarro e pouco prático. Tinha apenas 304 dias, distribuídos em dez meses: quatro com 31 dias e seis com 30 dias. O ano começava no mês de março com 31 dias e terminava em dezembro com 30 dias. A sequência do número de dias dos meses era: 31, 30, 31, 30, 31, 30, 30, 31, 30 e 30. Esses meses não tinham relação com as fases da Lua. Os quatro primeiros meses tinham nomes próprios. A partir do quinto mês o nome era o seu número ordinal, de modo que o último mês, o décimo, era dezembro. O começo do ano em março estava relacionado com o começo da primavera no hemisfério norte. Os dias faltantes para o ano trópico, cerca de 61, eram desconsiderados. Correspondiam ao inverno quando não havia produção que devesse ser levada em conta.

Mas, já antes da fundação da República (509 a.C.), dois meses foram colocados no final do ano: janeiro e fevereiro, e o número de dias do ano deveria passar a ser 354. Esse número era baseado na tradição dos calendários lunares com 12 meses: seis com 29 dias e seis com 30 dias. O ano ficou com 355 dias porque aos deuses romanos agradavam os números ímpares! Dos 51 dias acrescentados, o mês de janeiro ficou com 29 dias e fevereiro com 28, sendo que seis destes provinham de um dia tirado de cada um dos seis meses que tinham 30 dias. A sequência do número de dias dos meses, de março a fevereiro, ficou: 31, 29, 31, 29, 31, 29, 29, 31, 29, 29, 29, 28. O ano do calendário tinha agora uns dez dias a menos que o ano trópico. Para manter a sincronia com o ano trópico, foi criado um mês de 22 dias, Mercedonius, que era introduzido entre 23 e 24 de fevereiro, a cada dois anos. Mas assim, o ano do calendário ficou mais longo que o ano trópico.

Tendo perdido o controle do calendário, a intercalação de Mercedonius passou a depender da decisão de oficiais do governo que se prevaleciam disso para favorecer os amigos. Esta era a situação nos tempos de Júlio César (100-44 a.C.). Para assessorá-lo na reforma, mandou chamar o astrônomo alexandrino Sosígenes.

Na reforma em 45 a.C. (ano 708 da fundação de Roma), dez dias deveriam ser adicionados ao calendário. Janeiro, agosto e dezembro ganharam dois dias. Abril, junho, setembro e novembro ganharam um. Também ficou estabelecido que o novo ano começaria em 1o de janeiro, em vez de 1o de março. Assim, os meses de janeiro e fevereiro passaram a começar o ano. O número de dias dos meses, de janeiro a dezembro, ficou: 31, 28, 31, 30, 31, 30, 31, 31, 30, 31, 30, 31. O dia adicional do ano bissexto deveria ser inserido no mês de fevereiro que tinha 28 dias. Se fosse no fim desse mês, seria o dia 29, número ímpar. Mas sendo fevereiro um mês dos deuses subterrâneos do inferno, seu número de dias deveria continuar par. Então Júlio César fez o dia 24 de fevereiro se repetir duas vezes, sem contá-lo da segunda vez. O fato de esse ser o sexto dia antes das calendas de abril, deu origem ao nome bissexto.

Também ficou estabelecido que o equinócio da primavera (no hemisfério norte) cairia no dia 25 de março. Para promover o acerto, o ano da reforma teve 455 dias e foi chamado o “ano da confusão”. O calendário juliano é solar. Nele, o mês não mantém sincronia com as fases da Lua.

A semana é hoje adotada quase universalmente. Mas, por volta de 2500 a.C., o calendário lunar dos egípcios era dividido em décadas (dez dias). A origem do descanso semanal parece estar ligada aos babilônios que consideravam o número sete nefasto, de modo que nada devia ser feito no sétimo dia. Também eram sete os planetas na acepção primitiva, pois assim os antigos designavam os astros permanentes visíveis a olho nu, que se deslocam em relação às estrelas fixas. Teriam, portanto, dedicado cada dia da semana a um desses astros. Essa tradição foi assimilada pelo povo hebreu durante o cativeiro na Babilônia (587-538 a.C.). Trazida para o Ocidente, talvez no período alexandrino, a semana somente adquiriu status oficial no Concílio de Nicéia em 325.,

Os dias da semana eram originalmente designados pelos sete planetas, nesta ordem: Sol, Lua, Marte, Mercúrio, Júpiter, Vênus e Saturno. A língua portuguesa foi uma das que mais se afastou das designações primitivas, e as línguas anglo-saxônicas introduziram designações nórdicas. Por fim, o dia do Sol foi cristianizado e denominado domingo, Dia do Senhor (Dominica dies). O dia de Saturno foi chamado sábado, numa referência ao sabá judaico em que Deus descansou ao completar a criação (Gênesis, II, 1-3). Mas, diversamente dos judeus, sabatistas e adventistas do sétimo dia, os católicos descansam no domingo porque Cristo ressuscitou num domingo.

Calendário gregoriano

O Concílio de Nicéia também estabeleceu as regras para definir a data da festa móvel da Páscoa. Várias outras celebrações atreladas à Páscoa também são móveis, como o Carnaval, a 4a. Feira de Cinzas, o Domingo de Ramos, a Sexta-Feira Santa, o Domingo de Pentecostes e Corpus Christi. Já no ano do Concílio, estando em vigor o calendário juliano, o início da primavera não ocorria em 25 de março, como pretendera Júlio César, mas no dia 21. A diferença era, portanto, de quatro dias. A Páscoa deveria ser celebrada no primeiro domingo depois da lua cheia que ocorre após ou no dia 21 de março, quando supostamente começaria a primavera no hemisfério norte.

O ano do calendário juliano era mais longo que o ano trópico 365,25 – 365,2422… = 0,0078… dia. O erro acumulado era 0,78 dia por século ou um dia cada 128 anos. Hoje podemos saber que o erro acumulado até o Concílio de Nicéia não podia ultrapassar três dias. Portanto Sosígenes teria cometido um erro adicional de um dia já na implantação da reforma. Mas, sem saber da verdadeira duração do ano trópico, os membros do Concílio atribuíram todo o erro de quatro dias a Sosígenes, e decidiram adotar 21 de março para o início da primavera, como se daí para a frente o calendário mantivesse essa data indefinidamente. Ledo engano. Um novo descompasso de mais de três dias, a partir do Concílio, já foi notada em 730 pelo beneditino inglês, o Venerável Beda. Embora a imprecisão do calendário fosse óbvia e o descontentamento justificado, ainda não se conhecia bem a duração do ano trópico para se promover uma boa reforma.

Beda foi o introdutor da sigla A.D. (anno Domini), mas a era cristã foi adotada pela Igreja em 532 por sugestão do monge Dionísio, o Pixote, e pela sociedade secular, pela primeira vez, na época carolíngea (século 9). Era é o instante igual a zero (não existe ano zero) escolhido para iniciar a contagem do tempo, por exemplo, a suposta data da criação do mundo segundo os judeus (3761 a.C.), a fundação de Roma (753 a.C.), o início das Olimpíadas gregas (776 a.C.), a Hégira (fuga de Maomé de Meca para Medina em 622). A era cristã é o nascimento de Cristo cuja data verdadeira seria pelo menos quatro anos anterior à proposta por Dionísio: 25 de dezembro do ano 753 da fundação de Roma. Além disso, os cronologistas retardaram sete dias o início da era cristã, para que coincidisse com o início do ano 754 da fundação de Roma. No fim das contas ficou consagrado que a era cristã é o instante que separa o fim do ano 753 da fundação de Roma (ou 1 a.C.), do início do ano 1 d.C..

No século 15, já em pleno Renascimento, a discrepância entre o calendário e o início da primavera tinha triplicado e as queixas aumentaram. Então o papa Sisto IV chamou para Roma o astrônomo Johannes Miller, mais conhecido como Regiomontanus, pois era de Königsberg (Kaliningrado), para assessorá-lo. Mas Regiomontanus morreu em 1476 sem completar a reforma. Reivindicada no encerramento do Concílio de Trento em 1563, ela foi finalmente realizada pelo papa Gregório XIII, em 1582, com a assessoria do jesuíta e astrônomo alemão Christoph Clavius (1537-1612). Foram editadas as regras para o futuro e providenciadas as correções para os erros do passado. No ano da reforma, o equinócio caia no dia 11 de março, dez dias antes do dia prescrito pelo Concílio de Niceia. O papa decretou em 24 de fevereiro de 1582 pela bula pontifícia, Inter gravissimas, que o dia seguinte à quinta-feira, 4 de outubro, seria a sexta-feira, 15 de outubro de 1582. Assim, a partir de 1583, o equinócio da primavera voltou a cair no dia 21 de março. As regras a serem seguidas se baseavam numa representação aproximada da parte fracionária do ano trópico através da seguinte série de frações ordinárias: 365,2422… ~ 365 + 1/4 – 1/100 + 1/400 = 365,2425.

O termo + era o último da reforma juliana. O termo 1/100 com sinal negativo significa que a cada século um ano bissexto deve ser omitido, mas o termo 1/400 com sinal positivo indica que a exclusão anterior deve ser omitida a cada quatro séculos. Um excesso na aproximação de 0,0003 = 3/10000 significa que, em 10 milênios, o equinócio terá três dias de antecedência!

Diminuição da rotação da Terra

Eventuais variações do ano trópico são menos importantes que o aumento da duração do dia solar por causa da diminuição secular da rotação da Terra. Por isso, em 1900, o segundo de tempo, antes definido como 1/(24x60x60) = 1/86400 do dia solar médio, passou a ser definido como 1/31556925,9747 do ano trópico de 1900. Mas, com o advento dos relógios atômicos, a partir de 1967, o segundo passou a ser definido como a duração de 9192631770 períodos de oscilação da radiação correspondente à transição quântica entre dois níveis hiperfinos do estado fundamental do átomo do isótopo 133 do Césio.

Estima-se que a duração do dia solar médio aumenta atualmente cerca de 0,0005 segundo por século, tendo como causa principal a diminuição da rotação da Terra. Esta é causada pela transferência da rotação da Terra, via marés, ao movimento orbital da Lua. Consequentemente, a Lua afasta-se da Terra cerca de quatro centímetros por ano. Mas o efeito cumulativo da diminuição da rotação da Terra cresce proporcionalmente, não ao tempo, mas ao seu quadrado. As confirmações mais convincentes vêm da análise de registros de eclipses totais do Sol ocorridos há vários milênios. Há um milênio, o erro acumulado era da ordem de uma hora, há dois milênios, da ordem de quatro horas, e assim por diante. Sedimentos modulados pelas marés, portanto pelo movimento da Lua há 900 milhões de anos, indicam que o dia então durava apenas 18 horas e o ano tinha 480 dias. Em 10 mil anos, o erro acumulado será de 100 horas, isto é, mais de quatro dias. Portanto, não vale a pena encetar uma reforma do calendário para introduzir a fração seguinte pois, a atual diminuição da rotação da Terra já dará conta disso até em excesso.

Fonte: Por Oscar Matsuura – Scientific American Brasil, São Paulo, p. 54 – 59, 01 dez. 2002.

Salvar a Teologia de seu cinismo

…Por eso, es necesario salvar a la teología de su cinismo. Porque, realmente, frente a los problemas del mundo de hoy, muchos escritos de teología se reducen a cinismo (Hugo Assmann).

Da teologia da libertação à educação para a esperança – De la teología de la liberación a la educación para la esperanza: título do texto do teólogo espanhol Juan José Tamayo sobre Hugo Assmann, publicado em El País e reproduzido por Notícias do IHU.

A seção de Notícias do IHU observa, ao introduzir o artigo:

A assim chamada grande imprensa brasileira não destacou, até o momento, a morte de Hugo Assmann. No entanto, o jornal espanhol El País, considerado um dos maiores jornais do mundo, hoje, 27-02-2008, publica um artigo de Juan José Tamayo. Tamayo é teólogo espanhol, doutor em teologia pela Universidade de Salamanca, é diretor da cátedra de Teologia e Ciências das Religiões “Ignácio Ellacuría” da Universidade Carlos III.

Destaco dois trechos do artigo, onde são citadas afirmações de Hugo Assmann:

É um dos primeiros teólogos da libertação que recorreu às ciências sociais como mediação do discurso teológico para que este não caísse no idealismo. A esta obra pertence um texto que serviu de guia aos teólogos e teólogas das diferentes tendências ideológicas: “Se a situação histórica… dos dois terços da humanidade, com seus 30 milhões de mortos de fome e desnutrição, não se converte no ponto de partida de qualquer teologia cristã hoje, a teologia não poderá concretizar historicamente os seus temas fundamentais. Suas perguntas não serão reais. Por isso é necessário salvar a teologia do seu cinismo. Porque, realmente, frente aos problemas do mundo de hoje, muitos escritos de teologia se reduzem a cinismo” [sublinhado meu].

E:

Suas melhores contribuições nos últimos anos se deram no campo da educação. Exemplo? O seguinte texto da sua autoria escrito em 2001: “Educar é lutar contra a exclusão. Educar significa salvar vidas. Por isso ser educador/a é, hoje, a mais importante tarefa social emancipatória… O atuar pedagógico é hoje o terreno mais desafiador da atuação social e política”. Convidar à leitura da obra de Hugo é a melhor homenagem que podemos lhe fazer [sublinhado meu].

Invitar a la lectura de la obra de Hugo es el mejor homenaje que podemos hacerle.

Pois é. Hoje perguntei a meus alunos se estavam sabendo da morte de Hugo Assmann. Não, não estavam. A grande imprensa, mais uma vez, ignora um importante personagem. E descobri ainda, com desgosto, que muitos jovens estudantes de teologia nunca leram Hugo Assmann! Mas, é como se diz por aí: também, quem mandou perguntar?

E o Iraque, gente?

Será que a gente já se esqueceu que o desastre cultural que tomou conta da antiga Mesopotâmia desde 2003 continua? Que sítios arqueológicos continuam a ser destruídos (também) pelas tropas invasoras?

Apelos “for clearing the sites of all troops” continuam a ser lançados…

Enquanto isso, dá até nojo ver que tem gente jurando, mais uma vez, que “descobriu” a Arca da Aliança…

Jung Mo Sung fala sobre Hugo Assmann

Hugo Assmann: teologia com paixão e coragem

Jung Mo Sung

Faleceu no dia 22/02/08 Hugo Assmann, um dos principais teólogos da libertação. Na verdade, ele foi mais do que teólogo, foi um pensador que se guiou pelo seu compromisso pessoal –existencial e espiritual– com pessoas oprimidas e excluídas das condições dignas de vida e se utilizou e dialogou com as mais diversas áreas de saber para desenvolver idéias sempre profundas, críticas e provocantes.

A sua produção teológica é de difícil classificação se seguirmos as divisões clássicas da teologia. Os seus principais textos teológicos não têm como principal objeto de análise as questões dogmáticas sobre Deus ou Igreja. Não porque ele pensasse que esses temas fossem menos importantes, mas porque ele acreditava que as principais questões teológicas no mundo contemporâneo se encontram fora do campo especificamente religioso ou teológico. Ele fez das práticas de libertação o seu objeto principal de reflexão –como ele e tantos outros teólogos da libertação se propuseram no início da Teologia da Libertação – e assumiu como os seus temas de reflexão os desafios que surgiam dessas práticas.

Ele foi um dos primeiros e principais teólogos da libertação que percebeu que os capitalistas e os seus ideólogos tinham uma grande capacidade de manipular a dimensão simbólica do ser humano e os mitos mais profundos da sociedade. Utilizando-se dos seus estudos do marxismo crítico em Frankfurt, em especial com Adorno, e dos diálogos com colegas teólogos/as e militantes cristãos, já no início da década de 1970 ele começou a centrar suas reflexões teológicas na crítica da dimensão religioso-teológica do capitalismo.

Após vários exílios, em San José, Costa Rica, ele fundou o Departamento Ecuménico de Investigaciones (DEI), onde, juntamente com o seu amigo Franz Hinkelammert, desenvolveu uma sólida linha de pesquisa sobre a relação teologia e economia. Um dos principais resultados de linha de pesquisa é o livro A idolatria do mercado (em co-autoria com F. Hinkelammert, 1989, Vozes), um livro fundamental que merece ser mais estudado e aprofundado.

Nesse livro, Assmann desenvolveu uma crítica poderosa aos pressupostos teológicos do sistema de mercado capitalista e das teorias econômicas liberais e neoliberais. Ele desmascarou o que ele chamou de “sequestro do mandamento do amor” e revelou o processo econômico e teórico que culmina, no capitalismo, com a absolutização do mercado que acaba por exigir e justificar sacrifícios de vidas humanas. Ele chamou esse processo de “idolatria do mercado”. O objeto da sua crítica não era o mercado como tal –que ele reconhecia como algo necessário na vida econômica de uma sociedade ampla e complexa–, mas a sua absolutização.

Criticar todas as formas de idolatria para que nós pudéssemos nos abrir para o mistério do amor de Deus foi uma das tarefas que Assmann sempre levou muito a sério. Todas as formas de certeza sobre Deus e os seus desígnios e “projetos” – sejam da direita ou da esquerda – era para ele uma forma de idolatria. E como todos os tipos de idolatria sempre exigem sacrifícios dos mais pobres e fracos, Assmann sempre teve coragem de criticar também a tentação de idolatria nas esquerdas em geral e também na cristã.

Em uma longa conversa por telefone, uns 15 anos atrás, ele me disse quase como um desabafo: “Jung, não podemos perder a parresia!” Não perder a coragem de dizer a verdade é um desafio e tanto, especialmente quando a brutalidade das opressões e das injustiças levam muitos a pensarem que as críticas devem ser dirigidas somente contra os dominadores. Mas ele sabia que há posições práticas e teóricas das esquerdas e da TL, que alimentam nas lideranças e nos “pseudo-profetas” uma auto-imagem de “radicais”, mas também aumentam o ainda mais o peso nos ombros dos mais “pequenos” e/ou levam a equívocos estratégicos. Por isso, fiel à sua vocação de intelectual comprometido com causas populares, ele também criticava pensamentos e propostas de pessoas que ele considerava companheiros de luta.

Essa coragem e a forma apaixonada com que ele escrevia e falava expliquem, talvez, porque ele, que foi sem dúvida um dos teólogos e analistas sociais mais competentes na crítica do capitalismo, tenha sido tão pouco convidado para as grandes e muitas atividades na área de “pastoral social” promovidas pela Igreja Católica. Em mais de 20 anos de relacionamento (primeiro eu fui seu aluno, depois um discípulo-amigo), ele nunca se queixou abertamente dessa situação de certa marginalização nas instâncias institucionais do “cristianismo de libertação” (ele não usava essa expressão, mas penso que ele concordaria comigo que ela expressa melhor a amplitude do que ocorreu no cristianismo da A.L. desde 1960, mais do que a “teologia da libertação” ou “igreja dos pobres”), mas não era difícil perceber nele um incômodo inevitável com essa situação.

Uma questão que pode nos ajudar a entender a diferença ou a característica de Hugo Assmann na abordagem das questões teológico-sociais aparece em uma tese de Vico, que eu estudei com Hugo no mestrado. Vico critica a filosofia (e nós acrescentamos na discussão a teologia) por considerar somente o homem como ele deve ser, enquanto que os modernos que surgiam consideravam o homem como ele é e tentam aproveitá-lo na sociedade. Para Assmann, muitos dos equívocos das práticas pastorais, sociais e políticas das esquerdas têm como uma das causas o equívoco antropológico de se basear no “ser humano que deve ser” e não no ser que é e que pode ser. Pensamos e agimos mais a partir do que deveria ser (“o homem/mulher novo/a; o Reino de Deus, etc…), sem preocuparmos suficientemente com o ser humano e a vida em sociedade como realmente “é”, e como “pode ser” dentro dos limites da condição humana e da história. Entre o que é e o que deve ser ou desejamos que seja, há o campo do que pode ou não pode ser.

A busca por compreender melhor o ser humano como ele é e o que torna possível a existência e o funcionamento de sociedades tão amplas e complexas como as nossas levou Hugo a estudar os mais diversos campos de conhecimento, como economia, neurociências, sistemas complexos, mecanismos auto-reguladores e auto-organizadores na biologia e na economia/sociologia, biologia da cognição, etc. Tudo para compreender o que leva as pessoas, grupos, igrejas, instituições, sociedade a serem tão insensíveis ao sofrimento de tantas pessoas e à realidade da exclusão social; para contribuir na superação dessa situação para uma onde todas as pessoas pudessem viver uma vida digna e prazerosa; para desmascarar os mecanismos idolátricos que estão presentes nas nossas sociedades e nas nossas vidas pessoais.

Nos últimos anos, convivendo com sequelas de um acidente vascular cerebral e outros problemas de saúde, ele estava meditando muito sobre a noção de “Deus interior”. A ideia-guia das suas meditações era uma frase de Santo Agostinho: “Deus me é mais profundo a mim do que eu a mim mesmo”. Ele preferia a tradução “Deus me é mais íntimo a mim…”. Nas últimas conversas que tivemos, ele sempre voltava a essa ideia e estava começando explorar a noção de “Deus andarilho”, uma “espiritualidade nômade”, um Deus que não se deixa aprisionar por templos, igrejas, instituições ou teologias, mas que caminha no meio da humanidade. Como ele estava internado em uma casa de saúde e sem acesso a Internet, ele me estimulava a fazer essas pesquisas e compartilhar com ele. As suas últimas reflexões teológicas –que ficaram registradas em algumas notas escritas com dificuldade em seu caderno– seguem a mesma linha teológica de toda a sua vida: a busca do Deus que está além de todas as nossas certezas e tentações idolátricas e das práticas “libertárias” educacionais e sociais que sejam expressão dessa busca.

Eu o vi pela última vez um dia antes da sua remoção para hospital e UTI, onde faleceria cinco dias depois. Ele me reconheceu, mas estava já muito enfraquecido com início de pneumonia e de falência renal. Os seus olhos estavam mirando longe.

Ele viveu a vida de uma forma apaixonada, com emoções fortes em todos os sentidos. Para quem não o conheceu pessoalmente, é difícil compreender quem foi Hugo Assmann. Mas os seus textos estão aí para nos mostrar a sua grande contribuição para a Teologia da Libertação e também na área de educação (onde ele também atuou a partir da década de 1980). Para finalizar esta pequena homenagem ao meu mestre-amigo, eu quero citar um texto dele, escrito em 1973, que dá uma amostra do seu compromisso, da paixão com que ele fez a teologia e da atualidade do seu pensamento:

“Se a situação histórica de dependência e dominação de dois terços da humanidade, com seus 30 milhões anuais de mortos de fome e desnutrição, não se converte no ponto de partida de qualquer teologia cristã hoje, mesmo nos países ricos e dominadores, a teologia não poderá situar e concretizar historicamente seus temas fundamentais. Suas perguntas não serão perguntais reais. Passarão ao lado do homem real. Por isso, como observava um participante do encontro de Buenos Aires, `é necessário salvar a teologia do seu cinismo`. Porque realmente frente aos problemas do mundo de hoje muitos escritos de teologia se reduzem a um cinismo.” (Teologia desde la práxis de liberación, p.40)

Fonte: IHU – 25.02.2008

Resenhas na RBL: 19.02.2008

As seguintes resenhas foram recentemente publicadas pela Review of Biblical Literature:

David E. Aune, ed.
Rereading Paul Together: Protestant and Catholic Perspectives on Justification
Reviewed by James D. G. Dunn
Reviewed by Philip F. Esler

John Goldingay
Psalms, Volume 1: Psalms 1-41
Reviewed by Philippus J. Botha

John Goldingay and David Payne
Isaiah 40-55: A Critical and Exegetical Commentary (2 vols.)
Reviewed by Lena-Sofia Tiemeyer

Sabrina Inowlocki
Eusebius and the Jewish Authors: His Citation Technique in an Apologetic Context
Reviewed by Elizabeth C. Penland

Giorgio Jossa
Jews or Christians? The Followers of Jesus in Search of Their Own Identity
Reviewed by Michael F. Bird

John S. Kloppenborg
The Tenants in the Vineyard: Ideology, Economics, and Agrarian Conflict in Jewish Palestine
Reviewed by Richard L. Rohrbaugh

J. Ed Komoszewski and Robert M. Bowman Jr.
Putting Jesus in His Place: The Case for the Deity of Christ
Reviewed by D. A. Carson

Victor H. Matthews
101 Questions and Answers on the Prophets of Israel
Reviewed by Hemchand Gossai

Andrei A. Orlov
From Apocalypticism to Merkabah Mysticism: Studies in Slavonic Pseudepigrapha
Reviewed by Grant Macaskill

Maria-Luisa Rigato
Giovanni: L’enigma il Presbitero il culto il tempio la cristologia
Reviewed by Ilaria Ramelli

Bruce K. Waltke
A Commentary on Micah
Reviewed by Tiberius Rata

Morreu Hugo Assmann

Hugo Assmann, um dos mais importantes teólogos brasileiros das últimas décadas, morreu na sexta-feira, dia 22 passado, aos 74 anos, em São Paulo, onde estava hospitalizado.

Li suas obras sobre Teologia e Economia nas décadas de 80 e 90, principalmente. Nestes anos, o conheci e ouvi muitas vezes nos Congressos da SOTER.

Uma grande perda para a Teologia da Libertação e para todos nós. Ele era um gaúcho notável.

 

Vítima de parada cardíaca, faleceu na madrugada da sexta-feira, 22, o teólogo e educador Hugo Assmann, 75 anos, um dos precursores da Teologia da Libertação no Brasil e na América Latina. Ele estava internado no Hospital Santa Paula, nesta capital, e seu corpo foi cremado no Crematório da Vila Alpina, na mesma cidade.

Natural de Venâncio Aires, cidade gaúcha localizada a 120 quilômetros de Porto Alegre, Assmann publicou 41 livros, boa parte na área da Educação, como “Reencantar a educação: rumo à sociedade aprendente”, “Paradigmas educacionais e corporeidade” e “Metáforas para reencantar a Educação”.

Na avaliação do teólogo Jung Mo Sung, coordenador do curso de Pós Graduação em Ciências da Religião da Universidade Metodista de São Paulo, Assmann foi um dos primeiros e principais teólogos da libertação “que percebeu que os capitalistas e os seus ideólogos tinham uma grande capacidade de manipular a dimensão simbólica do ser humano e os mitos mais profundos da sociedade”. Junto com o colega Franz Hinkelammert, que conheceu na Costa Rica, Assmann escreveu o livro “A idolatria do mercado”.

“Na verdade, ele foi mais do que teólogo, foi um pensador que se guiou pelo seu compromisso pessoal – existencial e espiritual – com pessoas oprimidas e excluídas das condições dignas de vida e se utilizou e dialogou com as mais diversas áreas do saber para desenvolver idéias sempre profundas, crítica e provocantes”, relatou seu aluno, discípulo e amigo, com quem conviveu por mais de 20 anos, Jung Mo Sung.

O teólogo católico viveu exilado, durante anos da ditadura militar brasileira, no Uruguai, no Chile e na Costa Rica, onde fundou o Departamento Ecumênico de Investigação (DEI). Ao regressar dos exílios, em 1981, foi admitido como professor na Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep), na qual trabalhou durante 24 anos, até 2005. Ele orientou 41 dissertações de mestrado e dez teses de doutorado na área da Educação, com ênfase em Filosofia da Educação.

Lia, escrevia e falava fluentemente alemão, espanhol, francês, italiano e português, além de dominar as línguas latina e grega. Graduou-se em Filosofia pelo Seminário de São Leopoldo, e em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana, de Roma, na qual também buscou o doutorado. Cursou, ainda, Sociologia, na Universität Johann-Wolfgang Goethe, em Frankfurt am Main, Alemanha.

“Ele viveu a vida de uma forma apaixonada, com emoções fortes em todos os sentidos”, destacou Mo Sung no artigo que escreveu em homenagem ao mestre e amigo. Um texto elaborado em 1973, para o livro “Teologia desde la práxis de liberación”, Assmann mostra o seu compromisso, que permanece atual, na avaliação de Mo Sung. Escreveu Assmann:

– Se a situação histórica de dependência e dominação de dois terços da humanidade, com seus 30 milhões anuais de mortos de fome e desnutrição, não se converte no ponto de partida de qualquer teologia cristã hoje, mesmo nos países ricos e dominadores, a teologia não poderá situar e concretizar historicamente seus temas fundamentais. Suas perguntas não serão perguntas reais. Passarão ao lado do homem real.

Fonte: ALC

Fazendo backup de seu blog

:: Agora – desde 2009, na verdade – existe um recurso próprio do Blogger para fazer o backup dos posts e comentários em formato XML e para recuperá-los em caso de perda acidental do conteúdo do blog. Clique aqui e aqui para saber como e use-o regularmente. Mas é simples: clique em Configurações > Exportar blog > Fazer Download do Blog. Para recuperar o blog o recurso é o Importar blog (e se der mensagem de erro ao fazer o upload de seu blog, tente novamente).

:: Do Modelo (Template) faz-se um backup separado, também em formato XML, clicando em Layout > Editar HTML > Baixar Modelo Completo, pois o processo anterior não salva o Modelo, só os posts e comentários. Ou copie e cole, deixando marcado o Expandir modelos de widgets, todo o conteúdo do Modelo em um editor de textos, como o Bloco de Notas, o EditPad Lite…

Há vários recursos para backups regulares de um blog. Como os muitos já citados pelos colegas, após o caso de Jim West.

Eu gosto de usar o HTTrack Website Copier.

Veja a descrição, em inglês e francês, no site:

HTTrack é um browser offline gratuito (GPL) e fácil de usar. Com ele é possível fazer o download de um site da Internet para um diretório local do computador, mantendo a estrutura original do site. O programa pode atualizar um site anteriormente copiado e pode retomar downloads interrompidos. Excelente, por exemplo, para fazer uma cópia de seu blog no computador. WinHTTrack é compatível com Windows 9x/NT/2000/XP e WebHTTrack é compatível com Linux/Unix/BSD. A versão 3.42 é de 16/11/2007 [Obs.: 01/04/2010: versão 3.43-9C]. Leia as FAQs.

HTTrack is a free (GPL) and easy-to-use offline browser utility. It allows you to download a World Wide Web site from the Internet to a local directory, building recursively all directories, getting HTML, images, and other files from the server to your computer. HTTrack arranges the original site’s relative link-structure. Simply open a page of the “mirrored” website in your browser, and you can browse the site from link to link, as if you were viewing it online. HTTrack can also update an existing mirrored site, and resume interrupted downloads. HTTrack is fully configurable, and has an integrated help system. WinHTTrack is the Windows 9x/NT/2000/XP release of HTTrack, and WebHTTrack the Linux/Unix/BSD release. Version 3.42: 11/16/2007 [04/01/2010: Version 3.43-9C]. Read the FAQs.

HTTrack est un aspirateur de sites web facile d’utilisation et libre (GPL, free software). Il vous permet de télécharger un site web d’Internet vers votre disque dur, en construisant récursivement tous les répertoires, récupérant html, images et fichiers du serveur vers votre ordinateur. HTTrack réorganise la structure des liens en relatif. Ouvrez simplement une page du site “aspiré” dans votre navigateur, et vous pourrez browser librement à l’intérieur, comme si vous étiez connecté. HTTrack peut aussi mettre à jour (update) un site existant, ou continuer un download interrompu. Le robot est entièrement configurable, avec un système d’aide intégré. WinHTTrack est la version Windows 9x/NT/2K/XP de HTTrack, et WebHTTrack la version pour Linux/Unix/BSD. Version 3.42: 16/11/2007. Lisez les FAQs.

Para quem usa WordPress, o uso de plugins para fazer backup é uma boa opção. Leia, por exemplo: 7 Best WordPress Backup Plugins Compared (Pros and Cons) – wpbeginner: Last updated on February 14th, 2019

Blog de Jim West foi completamente apagado

Jim West, o mais popular e o mais polêmico biblioblogueiro, teve seu blog hackeado e completamente apagado. Episódio que todos nós lamentamos. Além de covarde, este é um ato criminoso.

Soube agora do trágico feito. Estou lendo a reação dos biblioblogers, e todos se sentem igualmente atingidos por esta insanidade. A perda, Jim, não é apenas sua, é de todos nós. A minha palavra para você é de solidariedade e de encorajamento: busque seus backups, retome seus posts, ponha tudo para funcionar novamente.

Esta será sua melhor resposta.

Nas Tendências (Trends) do meu Blogroll do Google Reader, Jim aparece em primeiro lugar, com a média de 7,4 posts/dia.

Leia Mais:
Around the Blogosphere – Exploring Our Matrix
Deleted Blog – Northstate Science
Honoring Dr Jim West – Sibylline Leaves
In memoriam – Idle musings of a bookseller
Jim West’s Blog is erased! – Tel es-Safi/Gath Excavations
What Kind of Craven Slimeball Deletes Another Person’s Blog? – Dr. Platypus

Mas parece que Jim está decidido a “jogar a toalha”… Uma pena!

Por que alguém tão combativo desiste assim?

Mas é o que ele diz. Veja em suas próprias palavras:
From Jim West – Chrisendom

Recursos para o estudo do Islamismo

No Tyndale Tech de hoje, David Instone-Brewer – Tyndale House, Cambridge, Reino Unido – oferece recursos para uma aproximação honesta do Islã: Qur’an, Arabic and Islamic theology.

E ele diz: The following links aim for mutual understanding without weakness or compromise from either side. They represent a robust attempt to study the Bible and Islam whilst seeking to spread enlightenment rather than offence.

Os recursos estão divididos em 4 áreas:
1) Arabic language – Língua árabe
2) Qur’an & Hadith – Alcorão e Hadith
3) Islamic Beliefs and Practice – Crenças e Práticas Islâmicas
4) Apologetics between Muslims and Christians – Apologética entre Muçulmanos e Cristãos.