Movimento de defesa marca o Dia Mundial da Água no Brasil
Representantes de ONGs, de órgãos gestores dos recursos hídricos dos governos federal e estadual, além de grandes consumidores, assinam nesta quinta-feira –Dia Mundial da Água– um documento em defesa das águas brasileiras. A Carta de Princípios Cooperativos pela Água será o início da campanha batizada de “SOS H2O”.
O objetivo da ação é eliminar a poluição e os casos de doenças relacionadas à falta de saneamento, criar incentivos ao uso sustentável da água e adotar programas educacionais em torno do tema. A assinatura do documento ocorreu durante evento no Parque Tecnológico de Itaipu, em Foz do Iguaçu (PR).
Criado em 1992 pela ONU (Organização das Nações Unidas), o Dia Mundial da Água deste ano tem como tema a escassez. Segundo informações da ANA (Agência Nacional de Águas), pesquisas recentes apontam que, se mantidas as tendências atuais, mais de 45% da população mundial não poderá contar com a quantidade mínima de água para o consumo diário em 2050.
Ainda segundo a agência, em todo o planeta, cerca de 1,1 bilhão de pessoas não têm acesso à água potável. O Brasil, apesar de o país ter cerca de 12% da água doce do mundo, também enfrenta problemas em relação à disponibilidade do recurso.
O relatório GEO Brasil Recursos Hídricos aponta uma discrepância em relação à distribuição geográfica e populacional da água no país: sozinha, a região amazônica abriga 74% da disponibilidade de água, no entanto, é habitada por menos de 5% da população. Outro aspecto que colabora para a escassez em algumas regiões é a deficiência na coleta de esgoto –somente 54% domicílios brasileiros têm acesso ao serviço.
No entanto, mesmo diante de tais indicadores, o Brasil conseguiu aumentar a proporção de habitantes com acesso à água potável de 83% em 1990 para 90% em 2004.
O avanço permite que o Brasil se aproxime da meta de elevar o indicador para 91,5% , estabelecida pelos “Objetivos de Desenvolvimento do Milênio” –uma série de metas socioeconômicas que os países-membros da ONU (Organização das Nações Unidades) se comprometeram a atingir até 2015.
Uso da água
De acordo com a ANA, há uma tendência de uso abusivo da água, por motivos que vão desde problemas na irrigação até excessos no consumo doméstico.
Dados da agência mostram que 69% dos 840 mil litros de água consumidos no Brasil a cada segundo são destinados à agricultura; o uso urbano e o uso com animais são de 11%, cada um; o consumo industrial é de 7%, e o rural, de 2%.
Fonte: Folha Online – 22/03/2007
Oferta de água no Oriente Médio pode cair pela metade até 2050, diz Bird
O Banco Mundial (Bird) alertou que se os países do Oriente Médio quiserem evitar um agravamento na falta de água na região, terão de cooperar uns com os outros.
Esta é uma das recomendações de um relatório divulgado recentemente pelo órgão, que traça um futuro seco para o Oriente Médio se não forem implementadas mudanças na administração da água.
“A disponibilidade de água per capita vai cair pela metade até 2050, com sérias conseqüências aos já sobrecarregados lençóis subterrâneos e sistemas hidrográficos naturais”, alerta o documento.
A história recente do Oriente Médio não inspira grandes esperanças: o ex-primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, teria dito que a Guerra dos Seis Dias, em 1967, começou quando engenheiros sírios tentaram desviar parte do fluxo de água de Israel.
Após assinar o tratado de paz com o Estado israelense, em 1979, o presidente do Egito, Anwar Sadat, disse que seu país nunca mais lutaria em uma guerra, exceto para proteger suas fontes de água. O rei Hussein, da Jordânia, também já deu declarações neste sentido.
A questão da água está sempre presente nas negociações de paz entre israelenses e palestinos, já que os lençóis de água que abastecem Israel ficam na Cisjordânia e o rio Jordão corre por uma parte dos territórios ocupados.
Porém, na opinião da especialista em administração de recursos naturais, co-autora do estudo do Banco Mundial, Julia Bucknall, a falta de água atualmente “pode ser muito mais um veículo condutor para a paz do que para a guerra, como era antigamente”.
“No nível técnico, até israelenses e palestinos estão conversando o tempo todo. A partir do momento em que os países perceberam que o problema da falta de água pode se tornar insolúvel se não for resolvido logo, os governos começaram a cooperar muito mais uns com os outros.”
Oásis
O Oriente Médio é a região com menos disponibilidade de água por habitante –enquanto que 5% da população mundial vive na área, ela conta com apenas 1% da água fresca existente no planeta. Países como Egito, Argélia e Marrocos gastam entre 20% e 30% de seus orçamentos em suprimentos de água.
“Na medida em que as economias dos países da região e as estruturas populacionais mudarem nas próximas décadas, a demanda de água e os serviços de irrigação vão mudar, assim como a necessidade de tratar do problema da poluição industrial e urbana”, alertou Bucknall.
Outro fator que deve tornar a situação ainda mais difícil é o aquecimento global. Quando o beduíno Salim Ataig, de 23 anos, era garoto, muitas pessoas da região onde ele mora, no sudoeste da Península do Sinai, no Egito, costumavam ir até um imenso oásis na região de Wadi Kid para pegar água e levar para casa.
“Hoje o oásis não existe mais. Agora, as pessoas da cidade de Dahab têm de usar água do mar desalinizada para tomar banho e lavar a louça”, diz Ataig.
A opção para beber e cozinhar é comprar água coletada em oásis mais distantes, como o de Bir Ogda. Sessenta litros custam 16 libras egípcias (o equivalente a cerca de R$ 6) e costumam durar um ou dois dias para uma família de três ou quatro pessoas.
“Há cinco anos passou a chover muito menos aqui no Sinai. Antes disso, chovia todos os anos, mas agora não chove mais. Acho que se continuar assim vamos ter muitos problemas no futuro”, prevê Ataig.
A diminuição de água de chuva por causa das mudanças climáticas também é um dos problemas mencionados no relatório do Bird. Porém, seus autores são otimistas e dão várias alternativas para solucionar o problema.
Comércio exterior
“Um dos fatores animadores é que 85% da água são usados para agricultura. Eles vão ter de passar a usar a água deles para as coisas que gerem a maior quantidade de dinheiro e emprego”, afirmou Bucknall.
De acordo com ela, por ser mais fácil importar comida do que água, a região, que é abundante em sol, deve se concentrar em plantações de produtos como uvas, tomates, melões e morangos e importar produtos cujo plantio seja menos rentável.
A administração da água também tem de melhorar, segundo o relatório. “O mais importante é o poder público considerar a questão da água uma grande prioridade política”, disse a autora.
As mudanças propostas incluem planejamento para integrar quantidade e qualidade de água, reforma tarifária para o fornecimento de água –muitos países subsidiam serviços de má qualidade quando os consumidores prefeririam pagar por um serviço de melhor qualidade–, além do fortalecimento de agências de governo.
“Nós sabemos que as opções que nós estamos dando não são fáceis e que elas envolvem mudanças dolorosas, mas a outra opção é pior.”
Fonte: BBC Brasil – 22/03/2007
We’re finally at the end of the UN Decade for Water 2005-2015 – It is time to say good-bye
After 10 years, we’re finally at the end of the UN Water for Life Decade 2005-2015. Since 2005, we have been managing complexity on a global scale. Interactions have increased exponentially thanks to social media and the Internet; but we can’t help but regret the missed opportunities. There were many. And now we have a full stop.
Our goal during the Water for Life Decade was to promote efforts to fulfill international commitments in the water sphere by 2015. We’ve tried to raise the profile of water in the global agenda, and to focus the world’s attention on the groundbreaking, lifesaving, empowering work done by those implementing water programs and projects. We’ve tried to be a bridge, to further cooperation between governments and other stakeholders, between nations and diverse communities, between economic interests and the needs of ecosystems and the poor. And we’ve promoted efforts to ensure the participation of women in water and sanitation. We’ve done all this to contribute to achieving the water goals of the Millennium Declaration, the Johannesburg Plan of Implementation of the World Summit for Sustainable Development and Agenda 21.
For almost as long as we can remember, 2015 has been considered a critical year for the international water and sanitation agenda. Not least because we anticipated – and it has come to pass – that the General Assembly has agreed the Sustainable Development Goals in its 70th session.
In September 2015, the General Assembly finally agreed on a stand-alone water goal (number 6), “Ensure the availability and sustainable management of water and sanitation for all.” This reflects that water and sanitation has become a key priority for member states. UN and stakeholders, experts and the water community at large have contributed, engaging with politicians, policy makers, governments and water managers in water and sanitation programs and projects, in knowledge generation and management, in advice based on good practices and appropriate technologies.
The decade has been one of progress and many have contributed. The activities of the UN office to support the International Decade for Action “Water for Life” 2005-2015 of the knowledge hub, best practice programmme, communications, are being integrated in its work by the UN-Water technical advisory unit. We are especially proud of the activities of the civil society and of the UN-Water for Life Award winners. The Water for Life logo users and the partnerships which the decade has helped boost and create will respond to the challenge of the 2030 Sustainable Development Agenda of the need to be transformative and to bring about change. A call for Business “unusal”. The Canadian Water for Life Partnership, the Cultivating Water for life global partnership, the work of the Women for Water Partnership to cite a few with take the torch and continue with the spirit which has guided the Office´s actions.
Their work is necessary because 663 million people still drew water from an unimproved source in 2015, and for these people our statistics mean nothing. From 1990 to 2015, 2.1 billion people gained access to a latrine, flush toilet or other improved sanitation facilities, helping to comprise a total of 68% of the global population. Yet we missed the MDG target for sanitation by 9 percentage points. We have to keep working.