Sandro Magister comenta o “caso” Clodovis Boff

Com data de ontem, 14 de julho de 2008, o vaticanista Sandro Magister comenta em seu site Chiesa, a repercussão do já conhecido artigo de Clodovis Boff publicado pela REB sob o título Teologia da Libertação e volta ao fundamento. E destaca, sobretudo, a oposição sobre o tema da TdL, agora criada entre os dois irmãos, destacados teólogos brasileiros, Leonardo e Clodovis Boff.

O título do artigo de Sandro Magister é Clodovis e Leonardo Boff, fratelli separatiClodovis e Leonardo Boff, irmãos separados [lembro, de passagem, que Sandro Magister tem igualmente um interessante blog chamado Settimo Cielo, do qual falei em Para saber o que acontece em Roma].

Destaco dois trechos do artigo:
Il primo colpo è di alcuni mesi fa. Ed è un articolo pubblicato su una rivista teologica del Brasile da una celebrità della teologia latinoamericana: Clodovis Boff (nella foto). Ma è il secondo colpo che è rimbombato di più. Ed è l’aspra replica all’articolo di Clodovis Boff scritta dall’ancor più celebre suo fratello: Leonardo. Le vie dei due fratelli si sono separate e scontrate proprio su ciò che prima le teneva unite: la teologia della liberazione. Col suo saggio pubblicato lo scorso autunno sulla “Revista Eclesiástica Brasileira” (curata dai francescani del Brasile e diretta dal 1972 al 1986 proprio da suo fratello Leonardo), Clodovis Boff ha rotto con questa corrente teologica, o meglio, con “l’errore di principio” su cui a suo giudizio si fonda.

Al suo apparire, questo saggio di Clodovis Boff ebbe una forte eco soltanto in Brasile. Ma quando, lo scorso maggio, il fratello Leonardo diffuse la sua replica, la disputa rimbombò in tutto il mondo. A Roma, il quotidiano della conferenza episcopale italiana “Avvenire” ha dato la notizia dello scontro tra i due celebri fratelli in una breve nota, a fine giugno. Ma è stata soprattutto l’agenzia cattolica progressista “Adista” a dare rilievo alla cosa, in ripetuti servizi. In due altre pagine di chiesa trovi riprodotti per intero, nella lingua originale portoghese, sia il saggio di Clodovis Boff che la replica di Leonardo.

Acabei de ver a indicação em Notícias do Dia – IHU On-Line: 15/07/2008.

Leia o artigo completo.

Títulos publicados pela Adista sobre o assunto:
:: Clodovis Boff lascia la Teologia della Liberazione. “La sua posizione è musica per Roma”
Adista Notizie N. 49 – 28 Giugno 2008

:: Per i poveri, contro la limitatezza del metodo – Leonardo Boff
Adista Documenti N. 52 – 05 Luglio 2008

:: L’attacco di Clodovis Boff, “pentito” della Teologia della Liberazione. “Correzione fraterna” di Leonardo Boff
Adista Documenti N. 52 – 05 Luglio 2008

Teólogos em debate com Clodovis Boff sobre a TdL

Na REB n. 270, volume 68, de abril de 2008, nas p. 277-299, pode ser lido o artigo de Luiz Carlos Susin e Érico João Hammes, A Teologia da Libertação e a questão de seus fundamentos: em debate com Clodovis Boff.

Há uma nota de rodapé que diz: Colaboraram para este texto: Jung Mo Sung, Delir Brunelli, Márcio Fabri dos Anjos, Vera Bombonatto, Benedito Ferraro, Maria Clara Bingemer, Afonso Soares e Afonso Murad.

Diz a Síntese/Abstract do artigo, esta disponível online:
Este artigo debate com Clodovis Boff as suas afirmações de que a Teologia da Libertação acabou por inverter a relação entre Deus e o pobre, colocando o pobre no lugar de Cristo. Em réplica, aqui sustentamos que o pobre não é apenas uma decorrência cristológica, mas antes um “lugar teológico” privilegiado para compreender Cristo e Deus do ponto de vista da teologia cristã, inclusive seu teste de veracidade. O artigo debate também a metodologia de Clodovis, que segue uma lógica linear, de sabor escolástico, e não considera suficientemente a complexidade do círculo hermenêutico e a tradição bíblica que obriga a incorporar o paradoxo e o escândalo da quenose como categoria bíblica. Por fim, a categoria de quenose não pode se ater a uma memória textual, mas entra em círculo hermenêutico com a quenose atual dos pobres e de todos os que estão em situação de vulnerabilidade, aos quais é dado o Reino de Deus.

This article engages in a debate with Clodovis Boff with regard to his statements that the Theology of Liberation, by replacing Christ with the poor, ended by inverting the relationship between God and the poor. In refutation of this, we affirm here that the poor are not just a christological consequence but more a privileged “theological place” to understand Christ and God from the point of view of christian theology, and even to test their veracity. The article also disputes Clodovis’ methodology which, in our view, follows a linear logic of a somewhat scholastic flavour, and does not take into sufficient consideration the complexity of the hermeneutic circle and the biblical tradition that forces us to incorporate the paradox and the scandal of the kenosis as a biblical category. Finally the category of kenosis cannot be limited to a textual memory; it enters into a hermeneutic circle with the present kenosis of the poor and of all those who are still in a situation of vulnerability and to whom the Kingdom of God is given.

Lembro que é interessante ler a entrevista publicada pela IHU On-Line, em 08/06/2008, Teologia da Libertação após Aparecida volta ao fundamento? Entrevistas com Luiz Carlos Susin e Érico Hammes, da qual falei em minha postagem A postura de Clodovis Boff causa enorme espanto.

O texto de Clodovis Boff sobre a TdL e a pastoral

Teologia da Libertação: um olhar pastoral – Por Roberto Malvezzi (Gogó)
Esses tempos um texto de Clodovis Boff suscitou um intenso debate sobre a Teologia da Libertação. Suas afirmações, entretanto, também abrangem o campo pastoral, inclusive das Pastorais Sociais. Extremamente contundentes, não deixam de provocar pessoas – que como eu – há décadas trilham os caminhos das Comunidades Eclesiais de Base e Pastorais Sociais. Imagino que devem ter impactado muitos outros que também fazem esse percurso. Quero comentar apenas alguns aspectos que me parecem mais chaves, utilizando suas frases de forma aproximada, não exatamente literal.

Publicado no site da CPT em 07/07/2008 – 16:11

Vim para combater o comunismo e virei ‘comunista’

Uma vida na América Latina a serviço da libertação. Entrevista especial com José Comblin

Na última semana, o IHU recebeu a visita do Pe. José Comblin. Ele palestrou sobre a originalidade histórica da Conferência de Medellín durante o evento De Medellín a Aparecida: marcos, trajetórias e perspectivas da Igreja Latino-Americana. A IHU On-Line aproveitou a sua vinda e conversou pessoalmente com ele sobre sua trajetória, sua vida e sobre alguns aspectos prática teológica, hoje. Muito franco, ele afirma que não haverá outra geração como a de Medellín. “Uma geração como aquela que fez Medellín só acontece uma vez na história. Quando diversos países se encontram com a mesma perspectiva, é milagroso! É muito difícil se imaginar que isso possa se reproduzir novamente”. Um pouco da sua história pode ser lida nesta entrevista. Um pouco apenas, visto que a história de quem dedicou praticamente uma vida toda à América Latina, como é seu caso, é bastante longa e profunda.

José Comblin é teólogo. Participou do primeiro grupo da Teologia da Libertação. Esteve na raiz das equipes de formação de seminaristas no campo em Pernambuco e na Paraíba (1969), do seminário rural de Talca, no Chile (1978) e, depois, na Paraíba, em Serra Redonda (1981). Estas iniciativas deram origem à chamada Teologia da enxada. Além disso, esteve na origem da criação dos Missionários do Campo (1981), das Missionárias do Meio Popular (1986), dos Missionários formados em Juazeiro da Bahia (1989), na Paraíba (1994) e em Tocantins (1997). É autor de inúmeros livros, dentre eles A ideologia da segurança nacional: o poder militar na América Latina (Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978). O IHU acaba de publicar o Cadernos Teologia Pública nº 36, intitulado Conferência Episcopal de Medellín: 40 anos depois, com a conferência que ele proferiu no evento.

Confira a entrevista.

IHU On-Line – Como o senhor veio para o Brasil?

José Comblin – Eu vim a pedido do Papa Pio XII, que tinha um temor tremendo do comunismo. Ele fez um apelo, na década de 1950, a todos os episcopados do mundo para mandar sacerdotes à América Latina com o intuito de salvar o continente do comunismo, porque estava convencido de que este ia invadir toda a América Latina. Aí, então, todas as dioceses foram avisadas pelos seus respectivos bispos de que o Papa tinha pedido isso. O meu bispo deu a entender que não gostava muito da idéia, mas, já que era um pedido do Papa, se houvesse algum candidato ele iria examinar. Aí me apresentei porque já estava cansado de ficar lá (na Bélgica) e procurava uma oportunidade para sair do país. Quase todos que saíram de lá para lutar contra o comunismo viraram comunistas (risos). Porque, chegando aqui, logo se viu que quem tinha preocupação social era visto como comunista. Então, foi isso. Havia muitos “comunistas” e por isso havia a impressão de que o país iria se transformar. Agora, comunista mesmo, do partido…

Trabalhei por quatro anos em Campinas e um dia estava trabalhando com os operários de lá e perguntei se havia comunismo no país e eles me responderam que sim. Então, eu disse que ainda não tinha visto e me falaram: “Sim, tem muitos comunistas em Campinas, mas a metade é da polícia que está infiltrada”. Era, de fato, um número insignificante diante do temor do Papa. Getúlio Vargas tinha acabado com o comunismo.

Antes de vir, sabia que precisava vir para a América Latina e que era necessário escolher entre a língua espanhola e o português. Escolhi o português, mas é claro que eu não sabia nada do Brasil. Ninguém, aliás, conhecia o país. Então, com dois colegas, respondemos ao pedido do arcebispo de Campinas. Ele queria três sacerdotes que fossem doutores, mas nunca explicou o motivo e para quê. Ficamos lá quatro anos e ele nunca disse o que queria. Depois de quatro anos, eu falei: “Eu tenho a impressão de estar sobrando; o senhor permite que a gente vá buscar outros desafios?”. E ele nos respondeu: “Ah! Pois não, pois não”. Eu só soube a explicação 30 anos depois. O bispo não estava satisfeito com o reitor da Universidade Católica. O reitor administrava a universidade como um negócio e não tinha lá nenhuma pessoa para substituí-lo e aí foi pedir lá fora. O reitor logo entendeu e criou todo um movimento de resistência e queria defender sua posição. Então, o bispo viu que o reitor tinha uma força social muito grande e, depois de quatro anos, ele nos liberou e cada um foi procurar outro trabalho.

IHU On-Line – E, hoje, olhando para trás, como o senhor analisa a sua vida na América Latina?

José Comblin – Isso foi a salvação, porque eu, há 60 anos, estava muito consciente do movimento de descristianização da Europa, que hoje já está quase completo. Os sinais já eram claros naquele tempo. A Igreja estava no governo da maioria dos países, havia uma democracia cristã, escolas poderosas, organizações, sindicatos… Mas faltava fé! Como passar a vida toda assistindo uma decadência? Primeiro, eu procurei ir para a África, mas não não foi possível e, em seguida, veio Pio XXI com essa campanha e aproveitei. Foi muito interessante. Toda etapa entre 1960 e 1985 foi uma aventura muito grande, uma época muito interessante.

IHU On-Line – E como foi seu retorno para o Brasil depois do exílio?

José Comblin – Houve dois retornos. Em 1962, eu recebi um convite da Faculdade de Teologia da Universidade do Chile. Como não tinha nada definido no Brasil, aceitei o convite deles e assinei um contrato de três anos. Nas férias, eu vinha passear pelo Brasil e aí Dom Hélder me convidou. Ele já estava no Recife. Ali fiquei sete anos. Em 1972, aconteceu a expulsão do Brasil e voltei para o Chile que estava sob o governo de Allende. Pensei que naquele país poderiam acontecer coisas interessantes. Só que um ano depois aconteceu o golpe. Fiquei lá até 1980 e fui expulso do Chile também. Nessa época, as portas do Brasil voltaram a se abrir para mim e com isso voltei. Dom Hélder já estava no final do seu mandato e procuramos Dom José Maria Pires, arcebispo da Paraíba, que tinha a mesma inspiração, mas era bem mais jovem. Dom José Maria Pires nos acolheu e acolheu todos os projetos que a gente tinha.

IHU On-Line – Pode nos contar um pouco sobre o seu trabalho teórico antes de vir para o Brasil?

José Comblin – Antes de vir para o Brasil, não fiz muita coisa de Teologia. Depois dos estudos, fui enviado a uma paróquia onde fiquei oito anos. Fiz alguns cursinhos sem significado importante, algumas assistências… Nada de importante.

IHU On-Line – Como o senhor analisa hoje a presença da Igreja em sua vida e a sua presença na evolução da Igreja Católica?

José Comblin – Parte dessa resposta você precisa perguntar aos outros o que eles acham. Para mim, foi muito interessante. Eu aproveitei muito. Eu pude conviver com Dom Hélder por muitos anos, assim como com Dom Leônidas Proaño, no Equador, com Manuel Larraín, no Chile… Com todos os grandes da Igreja latino-americana. Conheci os grandes bispos de Medellín pessoalmente, colaborando muito, porque andei muito pela América Latina. Depois veio um novo pontificado e aí a coisa mudou. Mas, como eu digo sempre, uma geração como aquela que fez Medellín só acontece uma vez na história. Quando diversos países se encontram com a mesma perspectiva, é milagroso! É muito difícil se imaginar que isso possa se reproduzir novamente. Daqui a mil anos, talvez. Foi uma situação privilegiada para mim.

IHU On-Line – Como o senhor avalia a evolução da Igreja e das religiões?

José Comblin – Depois da aventura do Concílio, chegou João Paulo II, o Papa polonês. Sabendo que era polonês, já se podia prever tudo o que iria acontecer depois. Polonês é autoritário. Na Polônia, nunca houve experiência democrática: o chefe é o chefe, simplesmente. Ele era assim. Era muito gentil e amável, mas autoritário. Os novos bispos nomeados pelo Papa eram piores do que os que estavam antes. Isso ainda continua. Alguns se salvam, claro. A impressão que se tem é que primeiro se escolhe aqueles que têm obediência à Santa Sé. Essa é a primeira condição. A segunda é não ter pensamento nem iniciativa, para não se comprometer. Criou-se uma ideologia e um tipo de religião para poucos. Muita gente escapa, mas globalmente é a hierarquia que fala. Às vezes, alguém levanta a palavra, como Dom Luiz Cappio. A primeira vez que ele fez o jejum veio uma carta de Roma obrigando-o a deixar dele, isso porque o Lula mandou um embaixador à Roma, porque ele não conseguiu fazer com que Dom Luiz cessasse o jejum. Durante o segundo jejum, Roma foi mais prudente, mas ele me contou que recebeu uma carta que recomendava a desistência. Ele me disse que como era uma recomendação, e não ordem, não tinha por que aceitar a recomendação, até que houve o incidente do desmaio e ele finalmente deixou do jejum.

IHU On-Line – Como o senhor analisa o trabalho teológico atual?

José Comblin – Faltou outra geração da Teologia. Agora todos têm mais de 70 anos e depois disso um ou outro se destacou. Coincide com o fato de que todos os seminaristas que estudam fora vão para Roma. Precisamos de uma nova geração que não queira estudar em Roma, mas até agora isso ainda não aconteceu. No Terceiro Mundo, apareceram, depois da crise sacerdotal posterior ao Concílio, seminaristas com um nível intelectual muito fraco. Na medida em que o nível intelectual é fraco, eles são mais autoritários e se agarram no direito canônico. Mas, hoje, os evangelizadores são os movimentos, pois João Paulo II sempre desconfiou dos religiosos. No entanto, esses movimentos são burgueses. De qualquer modo, o mundo sempre muda…

No entanto, se hoje a Igreja não se move é porque a sociedade não se move. O que acontece na América Latina são sinais positivos, porque a influência que os Estados Unidos têm sobre ela não conseguiu derrubar Chávez e Correa. Vamos ver o que acontece na Bolívia! Agora, depende do Lula, porque se grandes países aceitam a divisão da Bolívia isso se dará tranquilamente, mas, se o Brasil e Argentina se opõem, o projeto de divisão não andará. De qualquer maneira, só a eleição de um índio mostra que a sociedade latino-americana também está mudando.

Fonte: IHU 18 junho 2008

Hans Küng: liberdade e verdade

‘De acordo com Ratzinger: confiança e razão’. Entrevista com Hans Küng

Completou há pouco oitenta anos, mas o seu olhar é sempre aquele do forte rapaz suíço. Filho de um sapateiro de Sursee, no cantão de Lucerna, ordenado sacerdote em 1954, docente de teologia durante trinta e seis anos em Túbingen, agora está aposentado, mas de fato não se retirou. Continua a dar conferências, para difundir aquela que define como uma nova ética mundial, e continua escrevendo. Minha batalha pela liberdade (edições Diabasis) é a última obra: os seus primeiros quarenta anos de vida são contados com o costumeiro toque audacioso e condimentados com juízos jamais comprometedores, porque tudo se pode dizer do professor de Tübingen, mas não que lhe falte coragem.

Contestador histórico do centralismo curial romano, testemunha do Vaticano II, demolidor do dogma da infalibilidade papal, é precisamente ele que em 1967 chama à cátedra de teologia dogmática seu colega e amigo Joseph Ratzinger.

A Aventura de Ratzinger na antiga cidade universitária dura três anos, depois o futuro papa, chocado com as contestações estudantis de 68, muda sua trajetória. Em 1979, Küng, por causa de suas posições, vê ser revogada pelo Vaticano sua missio canônica para o ensino. Continua a ensinar, graças à separação de seu instituto da faculdade católica, mas o fosso que o separa de Roma é sempre mais amplo. Nos anos do pontífice Wojtyla tenta inutilmente um contato com o papa. Em 2005, no entanto, Bento XVI o recebe em Castelgandolfo. A reportagem e a entrevista com Hans Küng é de Aldo Maria Valli e publicada pela revista “Europa”, 10-06-2008.

A entrevista

Professor, no início de sua autobiografia o senhor diz estar contente que sua vida tenha se desenrolado como se desenrolou. Nenhum arrependimento? Jamais cometeu erros?
Certamente fiz alguns. Não sou infalível. O maior foi em 1979, quando me iludi que a cúria romana observaria pelo menos as próprias leis. Não foi assim, mas aceitemos a derrota.

Você diz que sua vida tem sido uma batalha pela liberdade, também dentro da Igreja. Uma batalha vencida ou perdida?
Creio que em geral tenha sido vencida. Porém, se falamos do contraste entre minha concepção da Igreja e a de Roma, direi que o resultado ainda é incerto.

Agrada-lhe muito nadar e certa vez também comparou a fé com um jogar-se na água. Não se pode fazê-lo em teoria, é preciso experimentar…
Sim, o nadar parece-me uma boa metáfora da fé. A fé e uma questão de confiança e, quando te jogas, te dás conta que a água te sustenta. Mas, estou de acordo com Bento XVI, quando diz que é necessária uma confiança razoável. É preciso observar também as leis físicas: se não te moves, vais a fundo. Requer-se a confiança e também se requer a razão.

Mais de quarenta anos após, o que representou verdadeiramente o Concílio Vaticano II para a Igreja católica?
O fim da Idade Média e o início de uma nova era. Agora, em Roma, alguns tentam retornar à Idade Média, mas não penso que será possível. O Concílio conseguiu introduzir e integrar na catolicidade o paradigma da reforma protestante e o paradigma iluminista da modernidade. O caminho ficou pela metade, mas não se volta atrás.

Por quê o caminho ficou pela metade?
O Vaticano II foi um grande compromisso entre a maioria progressista do episcopado mundial e dos teólogos e o núcleo duro da cúria romana, que havia concentrado em suas mãos todo o poder de gestão. Muitos documentos conciliares se ressentem deste compromisso e esta é também a razão de tantas dificuldades encontradas na aplicação do Concílio, porque muitos problemas foram somente acenados, mas não resolvidos.

Em seu ponto de vista, qual é o documento conciliar que melhor representa o espírito do Vaticano II?
A Gaudium et Spes, a constituição pastoral sobre a Igreja no mundo, aprovada em 1965. Ali se vê o esforço de encontrar verdadeiramente um caminho para a Igreja de hoje. Importante foi também o decreto sobre o ecumenismo, Unitatis redintegratio. Na constituição dogmática Lumen gentium vemos, ao invés, o compromisso atuando: há um evidente contraste entre as partes sobre o povo de Deus e aquelas sobre a hierarquia eclesiástica e a infalibilidade papal.

O que lhe fez sofrer mais durante o Concílio, no qual você participou como teólogo, junto, entre outros, com Joseph Ratzinger?
Me fez sofrer o constante contraste entre a maioria progressista e a cúria romana e depois o resultado da Lumen gentium. Pensei: esta, para a Igreja, será uma tragédia.

O que, ao invés, lhe deu alegria?
A grande esperança daqueles anos, que já advertimos no discurso de abertura de João XXIII, aos 11 de outubro de 1962. Naquele dia pareceu-me realmente possível o retorno à unidade dos cristãos, passando através de uma reforma da Igreja.

Por diversas vezes você expressou juízos severos no confronto com João Paulo II. Não pensa que foi demasiado duro?
Na realidade clareei também os aspectos positivos. Porém, em confronto, por exemplo, com os protestantes, houve somente palavras e nada foi feito para o reconhecimento dos ministros e para a celebração eucarística em comum. Imputo, depois, ao papa Wojtyla de ele não ter feito nada para a reforma da cúria e do papado e de praticamente haver reintroduzido a inquisição.

Você fala de inquisição, mas, no ex – Santo Ofício esteve por trinta anos o seu amigo Ratzinger. Portanto deve decidir: amigo ou inquisidor?
Joseph Ratzinger foi um caro colega meu, mas após 68 os nossos caminhos se separaram. Ele começou a subir pela escala hierárquica e chegou até a congregação para a doutrina da fé, que mudou de nome, mas é sempre inquisição. Teólogos e filósofos não alinhados não são mais condenados á fogueira, como nos tempos de Giordano Bruno, mas as pessoas podem ser “queimadas“ psicologicamente.

O que resta hoje do Concílio?
Muito. Principalmente a liturgia em língua vernácula, mesmo que alguns queiram agora voltar ao latim. Eu não tenho nada contra o latim, mas penso que afaste os fiéis. Depois, temos outras coisas importantes: a afirmação da liberdade religiosa, o novo comportamento com os protestantes e os judeus, a condenação do anti-semitismo, a valorização do Islã e das outras religiões. Porém aqueles compromissos de que falamos impediram um desenvolvimento mais decidido e corajoso.

E, ao invés, que aspecto do Concílio foi perdido?
Foi perdida a alegria de sermos católicos e a grande liberdade de expressão que havia naqueles anos.

Como vê a Igreja católica de hoje?
Uma fachada esplêndida, mantida de pé por tantos eventos, por trás da qual o edifício está, no entanto, desabando. Igrejas vazias, paróquias sem pastores, jovens sempre mais distantes.

Você é pela abolição do celibato dos padres e pelo sacerdócio feminino. Mas, no mundo protestante estas soluções não trouxeram grandes vantagens.
Jamais eu disse que a abolição do celibato seria uma solução para todos os problemas. Penso que seria um símbolo contra o clericalismo, aliviaria o drama da falta de pastores e tornaria possível ordenar tantos teólogos que têm ótima formação, mas agora permanecem às margens. Quanto às mulheres, vejo que nas paróquias com frequência são precisamente elas que mantêm em pé as estruturas, e então, por que não reconhecê-lo? Os protestantes têm problemas diversos dos nossos. A verdadeira questão é como fazer de modo que católicos e protestantes, juntos, se conformem ao Evangelho.

Poderia dar-nos um adjetivo para cada papa que conheceu, de João XXIII em diante?
João XXIII foi o maior papa do século vinte. Paulo VI me era simpático, mas julgo-o ambivalente. João Paulo I, se tivesse sobrevivido, teria permanecido na linha de Roncalli. João Paulo II foi o representante de um catolicismo polaco próximo a Pio XII e afastado do espírito conciliar. Quanto a Bento XVI, prefiro não encontrar por enquanto um adjetivo, porque há tempo para isso. O fato que me tenha recebido em Castelgandolfo demonstra que ele é capaz de passos corajosos.

Houve um abraço entre você e o papa Bento quando se encontraram?
Houve uma saudação muito cordial, seguida por quatro horas de diálogo amigável e aberto. Falamos de ciência e fé, do diálogo inter-religioso e do meu empenho por uma ética mundial compartilhada.

Uma última pergunta. Como julga as encíclicas do papa Bento?
É belo que tenha dedicado sua primeira encíclica ao amor. Porém, infelizmente foram só palavras. Como se pode falar de amor e não ver o drama dos divorciados mantidos longe da eucaristia, das mulheres que não podem tomar a pílula, dos sacerdotes que mantêm relações com uma mulher, dos matrimônios mistos? A verdadeira caridade se exprime com os fatos.

Fonte: IHU On-line: 13/06/2008.

Ecumenical Theological Education

La educación teológica ecuménica es de importancia estratégica, afirma la WOCATI

La educación teológica ecuménica es de importancia estratégica para el cristianismo en el siglo 21. Este ha sido el mensaje del IV Congreso de la Conferencia Mundial de Asociaciones de Instituciones Teológicas, (WOCATI, por su sigla en inglés), celebrado en Neapolis, Tesalónica y Volos (Grecia), del 31 de mayo al 7 de junio de 2008. El Congreso afirmó que las iglesias, los organismos donantes y las universidades deben prestar mayor atención a la promoción y financiación de la educación teológica ecuménica, incluyendo programas de intercambio de profesores y alumnos de las diferentes regiones e iglesias. La educación teológica es decisiva para el fortalecimiento de la identidad de las iglesias, así como para su apertura al diálogo ecuménico e interreligioso, subrayó el Congreso. “Existe una necesidad inmensa de incrementar los esfuerzos para promover la educación teológica ecuménica teniendo en cuenta los enormes desafíos que plantean las iglesias en rápido crecimiento, las graves desigualdades en el acceso a la educación teológica superior y las tendencias cada vez mayores al fundamentalismo y a la fragmentación de las religiones”, dijo el Dr. Dietrich Werner, coordinador del programa de educación teológica del Consejo Mundial de Iglesias (CMI).

“Dado que las iglesias necesitan teólogos, pastores y líderes eclesiales bien formados, hacen falta también nuevas formas de solidaridad internacional y de compartir esfuerzos para mejorar las facultades, las bibliotecas y los programas de estudios, así como los niveles de calidad de la educación teológica”, añadió.

El Prof. Petros Vassiliadis, presidente de WOCATI, destacó la función única de la Conferencia Mundial como foro mundial para el diálogo abierto, que promueve el logro del doble objetivo de la contextualización y la catolicidad en la educación teológica.

En un mensaje final, el Congreso hizo varias recomendaciones específicas a las iglesias, a las asociaciones de facultades de teología y al CMI. Cabe señalar entre ellas la necesidad de hacer más hincapié en el diálogo regional y la educación teológica en las regiones en desarrollo. Se recomendó también una cooperación más estrecha entre los programas de educación teológica del CMI y la WOCATI.

En este Congreso de 6 días, cuyo tema fue “Educación Teológica: Un replanteamiento radical”, se reunieron unos 60 expertos eminentes en educación teológica de 35 países de los hemisferios norte y sur. Se examinaron 25 estudios de casos e informes regionales sobre novedades fundamentales en la educación teológica, que se pondrán a disposición en los sitios web de la WOCATI y del CMI. WOCATI es una organización marco mundial que reúne a unas 25 asociaciones regionales de facultades de teología.

Organizado por WOCATI y el CMI, el Congreso estuvo patrocinado por la Asociación de Iglesias y Misiones Protestantes en Alemania, la Diócesis Ortodoxa Griega de Neapolis y Stavroupolis, el Departamento de Teología de la Universidad Aristóteles de Tesalónica y la Academia Volos de la Diócesis de Demetrias.

Fonte: ALC – Agencia Latinoamericana y Caribeña de Comunicación: 14/06/2008.


Ecumenical theological education strategic, international congress says

Ecumenical theological education is of strategic importance for Christianity in the 21st century. This was the message coming from the IV Congress of the World Conference of Associations of Theological Institutions (WOCATI) held in Neapolis, Thessaloniki and Volos (Greece) from 31 May to 7 June 2008. The congress affirmed that churches, donor agencies and universities should pay more attention to promoting and funding ecumenical theological education, including exchange programmes of teachers and students between different regions and churches. Ecumenical theological education is crucial for strengthening the identity of churches, as well as their openness to ecumenical and interfaith dialogue, the congress emphasized.

A Igreja deixou de ser missionaria?

A Igreja deixou de ser missionária. Por quê? A pergunta de José Comblin

A Conferência de Aparecida proclamou o retorno a Medellín e Puebla. Que significa essa proclamação? Será algo mais do que uma pura cortesia? Acho que sim. Há um começo de consciência de estancamento depois do longo pontificado de João Paulo II. Reina a disciplina, reina a ortodoxia. Mas a Igreja católica perde muitos membros e as Igrejas evangélicas progridem de modo acelerado. A igreja das dioceses e das paróquias não penetra na sociedade e na cultura salvo poucas exceções. A força material da Igreja é grande: universidades e faculdades, TV católica, publicações. Mas esse aparelho impressionante não parece convencer muito as novas gerações. Dos milhões de estudantes que frequentam faculdades católicas, quantos descobrem a Cristo nessa faculdade?” O comentário e os questionamentos são de José Comblin, teólogo, que abriu, na última sexta-feira, 13-06-2008, o ciclo De Medellín a Aparecida: marcos, trajetórias e perspectivas da Igreja Latino-Americana, promovido pelo Instituto Humanitas Unisinos – IHU. José Comblin continua…

A postura de Clodovis Boff causa enorme espanto

Teologia da Libertação após Aparecida volta ao fundamento? Entrevistas com Luiz Carlos Susin e Érico Hammes

Luiz Carlos Susin e Érico Hammes refletem sobre a Teologia da Libertação e sobre a Vª Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano, realizado no ano passado em Aparecida, a partir do polêmico e recente artigo de Clodovis Boff.

No ano passado, o teólogo Clodovis Boff escreveu o artigo “Teologia da Libertação e volta ao fundamento”, que foi publicado pela Revista Eclesiástica Brasileira – REB, número 268, de 2007. O texto tem, desde então, suscitado polêmica dentro da Igreja.

Segundo Clodovis Boff, faltou à Teologia da Libertação, a “realmente existente, a que tem atrás de si quarenta anos de caminhada e cuja evolução já deixa ver traços exigindo crítica e retificação”, consistência epistemológica.

Mais: segundo o teólogo, “por falta de uma epistemologia rigorosa e clara, a Teologia da Libertação labora em ambiguidades; laborando em ambiguidades, cai no erro de princípio. E do erro de princípio só podem provir efeitos funestos”.

O sítio do IHU publicou o artigo Pelos pobres contra a estreiteza do método de Leonardo Boff, questionando o artigo de Clodovis Boff. A IHU On-Line discute o referido artigo, entrevistando Luiz Carlos Susin, por email e Érico Hammes, por telefone.

Luiz Carlos Susin e Érico Hammes são doutores em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana.

Leia a entrevista em Notícias do Dia – IHU On-Line: 08/06/2008.

Para entender a polêmica, leia antes meu post de 27 de maio de 2008 Leonardo Boff critica recuo de Clodovis Boff.

Mas quero dizer que no dia 28/11/2007, em e-mail a um colega teólogo, escrevi: “Estou abismado com o que acabei de ler no artigo dele [Clodovis] na última REB, a de outubro (Teologia da Libertação e volta ao fundamento). Só se não entendi nada, e ando vendo coisas, mas…”. E esse colega me disse, na resposta enviada no dia 02/12/2007, entre outras coisas: “A minha sensação foi a mesma que a sua. Mas a verdade é que ele já estava mudando há algum tempo…”

Simpósio sobre Eucaristia no CEARP

Simpósio Teológico e Congresso Eucarístico marcam comemorações do Centenário da Arquidiocese de Ribeirão Preto

Um Simpósio Teológico sobre a Eucaristia está marcando, nestes dias, 2 a 4 de junho de 2008, a comemoração dos cem anos da criação da Diocese de Ribeirão Preto, SP, e os 50 de sua elevação a Arquidiocese. Realizado no Centro de Estudos da Arquidiocese de Ribeirão Preto – CEARP – em Brodowski, SP, o simpósio tem como tema “A manifestação da beleza e a celebração do mistério”.

No primeiro dia, a professora de arte, Dra. Cristina Langer, apresentou o tema “A casa onde Deus brilha”. Hoje, dia 3, o assessor da Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia, Pe. Gustavo Haas, discorre sobre “Os ministérios na arte de celebrar”. Amanhã, dia 4, o Pe. Antônio Francisco Lelo, salesiano, fala sobre “A Iniciação Cristã no discipulado de Jesus Cristo”.

Terminado o simpósio, tem início o II Congresso Eucarístico de Ribeirão Preto, de 5 a 7 de junho, com o tema “Igreja, Eucaristia e Missão” e o lema “Em vossa presença para vos servir”.

“Com o Congresso, que contará com a presença do Núncio Apostólico no Brasil, Dom Lorenzo Baldisseri, encerra-se o Ano Jubilar na Igreja Particular de Ribeirão Preto – centenário da criação da diocese e cinquentenário de sua elevação a arquidiocese”, explica o arcebispo de Ribeirão Preto, Dom Joviano de Lima Júnior.

Leonardo Boff critica recuo de Clodovis Boff

Pelos pobres contra a estreiteza do método. Um artigo de Leonardo Boff

“Dizendo diretamente: o texto de Clodovis causa perplexidade e perturbação. A coisa não pode ser assim como ele a expõe e critica. Seguramente a maioria dos teólogos da libertação que conheço não se sentiriam ai representados. Ademais, o autor assume uma postura magisterial que caberia melhor às autoridades doutrinárias que a um teólogo, frater inter fratres”.

O comentário é de Leonardo Boff, teólogo, referindo-se ao artigo de Clodovis Boff, também teólogo, publicado na Revista Eclesiástica Brasileira vol. 67, n. 268, de setembro de 2007 [Teologia da Libertação e volta ao fundamento]. Uma síntese foi publicada nas Notícias do Dia, 04-05-2008 [Documento de Aparecida faz a Teologia da Libertação ‘voltar ao fundamento’, afirma Clodovis Boff]. Recebemos e publicamos o artigo de Leonardo Boff, na íntegra.

 

Destaco cinco trechos no artigo de Leonardo Boff:

“Nos últimos tempos se notou um certo recuo em sua atividade e reflexão, por razões que só a ele cabe dar. O texto que analisaremos (…) dedicado a análises da V Conferência do Episcopado Latino-americano e Caribenho, em Aparecida, revela traços claros deste recuo”.

“A minha suspeita é de que as criticas suscitadas por Clodovis Boff à Teologia da Libertação forneçam às autoridades eclesiásticas locais e romanas as armas para condená-la novamente e, quem sabe, bani-la definitivamente do espaço eclesial. Como as criticas devastadoras provém de dentro, de um de seus mais reconhecidos formuladores, elas podem prestar-se a tal intento infeliz. A impressão que sua argumentação provoca é de alguém que se despediu e já emigrou da Teologia da Libertação, daquela ‘realmente existente’ que, na verdade, é a única que existe e se pratica nas Igrejas. Esta teologia é atacada em seu núcleo definidor porque cometeu, segundo ele, um ‘erro de princípio, grave para não dizer fatal…falha ‘mortal’ que, levada a termo, termina pela morte da Teologia da Libertação’ (REB 1004 e 1006). Esse erro fatal – pasmem – é de ela ter colocado o pobre como ‘primeiro princípio operativo da teologia’, ou de ter substituído Deus ou Cristo pelo pobre (REB 1004). Afirma ainda que ‘do erro de princípio só podem provir efeitos funestos’. Acena para a contaminação em curso de toda ‘pastoral da libertação’ nomeadamente ‘as pastorais sociais’. Por causa deste erro fatal, se instrumentalizou a fé, fé-la cair no utilitarismo e no funcionalismo, ocasionou seu enredamento com a modernidade antropologizante e secularista, pondo em risco a identidade cristã ‘no plano teológico, eclesial e da própria fé’ (REB 1007). Tais acusações são de grande monta e nos lembram os textos acusatórios de figadais inimigos da Teologia da Libertação dos anos 80 do século XX. E pour cause!”

“Podemos imaginar que os que condenaram a Jon Sobrino (Clodovis aprova a Notificação romana), a Gustavo Gutiérrez, a Ivone Gebara, a Marcelo Barros, a José Maria Vigil, a Juan José Tamayo, a Castillo, a Dupuis e a Küng entre outros, se acercarão de Clodovis e lhe dirão satisfeitos e com o peito inflado de fervor doutrinário: ‘Bravo, irmão. Enfim alguém que teve a coragem de desmascarar os equívocos e os graves e fatais erros da Teologia da Libertação'”.

“Por isso, julgo que esta posição de Clodovis tem que ser refutada com argumentos bem fundados, por ser equivocada, teologicamente errônea e pastoralmente danosa. Não apenas por interesses da pastoral e de política eclesiástica mas por razões internas da teologia. Na minha avaliação, suas insuficiências teóricas e teológicas são tantas que invalidam o peso de seus argumentos”.

“Há três ausências que tiram sustentabilidade à sua reflexão: a ausência de uma adequada teologia da encarnação; a ausência do sentido singular de pobre dado pela Teologia da Libertação; e a ausência de uma teologia do Espírito Santo…”

Leia o texto completo.

Lembro que Leonardo Boff e Clodovis Boff são irmãos e estão entre os mais extraordinários teólogos brasileiros da atualidade.

Leia Mais:
Bibliografia de Leonardo Boff
Bibliografia de Clodovis Boff