Dicionário de Ciência da Religião

USARSKI, F.; TEIXEIRA, A.; PASSOS, J. D. (orgs.) Dicionário de Ciência da Religião. São Paulo: Paulus/Paulinas/Loyola, 2022, 920 p. – ISBN 9786555624847.

A Paulus Editora, em parceria com as editoras Paulinas e Loyola, apresenta ao público o “Dicionário de Ciência da Religião”, organizado pelos professores Frank Usarski,USARSKI, F.; TEIXEIRA, A.; PASSOS, J. D. (orgs.) Dicionário de Ciência da Religião. São Paulo: Paulus/Paulinas/Loyola, 2022 Alfredo Teixeira e João Décio Passos. A obra é considerada um marco epistemológico do estudo da Ciência da Religião.

O “Dicionário de Ciência da Religião” é resultado de cinco anos de trabalho que contou com a dedicação de 106 autores entre brasileiros e estrangeiros. A obra possui 920 páginas com 303 palavras e 207 verbetes, sendo o primeiro lançado na língua portuguesa.

A presente publicação traz um conjunto de verbetes que sintetizam, catalogam e instrumentalizam o estudo científico da religião. De acordo com os autores, não se trata de um dicionário das religiões, pelo contrário, é um estudo da ciência da religião que futuramente poderá ser melhorado e ampliado a cada descoberta.

Os verbetes presentes na obra foram elaborados por um grupo de estudiosos nacionais e internacionais que oferecem ao público as informações básicas sobre a história, estruturas conceituais e as aplicações acadêmicas de cada temática sistematizada. Este lançamento — considerado inédito no Brasil e Portugal —, é de grande relevância histórica na medida em que expõe um balanço geral das pesquisas e do estado da arte dos estudos da religião nos dois países.

De acordo com os autores, os tempos atuais exigem um maior conhecimento para um melhor diálogo com as diversas realidades religiosas da sociedade. Este volume é um marco no estudo científico da ciência da religião no Brasil, pois revela uma estreita ligação com a prática religiosa. Vale ressaltar que este dicionário contribui para um estudo mais aprofundado de características marcantes da religião do povo brasileiro.

Ainda segundo os organizadores, o “Dicionário de Ciência da Religião” deseja ser não somente uma ferramenta de trabalho para uma determinada área de conhecimento, mas, sobretudo, um marco epistemológico de um projeto que expressa, ao mesmo tempo, um ponto de chegada de certos domínios teóricos e metodológicos traduzíveis em conceitos distintos, maduros e úteis e um ponto de partida, no sentido de um balanço provisório que ali se apresenta, mas que pede sucessivas atualizações.

A publicação destina-se a estudantes de ciências da religião, estudantes de teologia, religiosos (as), agentes de pastorais e demais interessados no conhecimento sobre a Ciência da Religião. Em suma, o “Dicionário de Ciência da Religião” é uma contribuição histórica que irá favorecer os diversos trabalhos e apresentações sobre o tema, com base no pensamento científico de grandes estudiosos da área.

Os organizadores

João Décio Passos é graduado em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (1987), e Teologia pela Pontifícia Faculdade de teologia N.S. da Assunção (1991). É mestre em Ciências da Religião pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1995) e também em Teologia pelo Instituto São Paulo de Estudos Superiores (2009) além de doutor em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2001). Livre Docente em Teologia pela PUC-SP atua como professor associado da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e professor doutor do Instituto Teológico São Paulo.

Frank Usarski é doutor em Ciência da Religião pela Universidade de Hannover, Livre-Docente em Ciência da Religião pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Professor Assistente do Programa de Estudos Pós-graduados em Ciências da Religião na mesma Universidade.

Alfredo Teixeira é professor associado da Faculdade de Teologia. Doutor em Antropologia (especialização em Antropologia Política) pelo Instituto de Ciências do Trabalho e Empresa. Mestre em Teologia Sistemática e Licenciado em Teologia pela Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa.

Mês da Bíblia 2022, segundo o SAB

SAB Mês da Bíblia 2022: livro de Josué. São Paulo: Paulinas, 2022, 88 p. – ISBN 9786558081111.

O “Mês da Bíblia” é uma atividade da Igreja do Brasil, iniciada em 1971, e pretende ser um tempo privilegiado para aprofundar o estudo de um livro ou uma temáticaSAB, Mês da Bíblia 2022: livro de Josué. São Paulo: Paulinas, 2022 bíblica.

O tema do Mês da Bíblia de 2022 é o Livro de Josué e o lema é “O Senhor teu Deus está contigo por onde quer que andes” (Js 1,9).

O motivo principal para a escolha do Livro de Josué é a comemoração dos 200 anos da “Independência do Brasil” (1822). Desse modo, esperamos também refletir sobre a importância da terra na nossa história, alimentar a esperança e perceber em toda a trajetória do povo brasileiro a presença benevolente de Deus.

O Livro de Josué, no Antigo Testamento (AT), dá início aos livros denominados históricos, sendo o primeiro na sequência dos escritos bíblicos após os livros que compõem o Pentateuco. O tema central do Livro de Josué é a entrada do povo de Deus na Terra Prometida, após a longa travessia pelo deserto, em busca da libertação da escravidão do Egito (Ex-Dt) e do cumprimento das promessas feita aos patriarcas e matriarcas (Gn 12-50).

Este subsídio visa oferecer roteiros de círculos bíblicos para os grupos de reflexão e as diferentes pastorais, movimentos e comunidades, facilitando-lhes um encontro pessoal e comunitário com a Palavra de Deus por meio do Livro de Josué.

Este fascículo contém quatro encontros, uma celebração final e uma maratona bíblica. Cada encontro é precedido por um texto para aprofundar a temática escolhida.

Mês da Bíblia 2022, segundo Mesters e Orofino

MESTERS, C.; OROFINO, F. O livro de Josué: a terra é a herança de Deus para o povo morar e viver em paz. São Leopoldo: CEBI, 2022.MESTERS, C.; OROFINO, F. O livro de Josué: a terra é a herança de Deus para o povo morar e viver em paz. São Leopoldo: CEBI, 2022

O livro de Josué aponta para um ideal. A posse da terra e a certeza da bênção foram as promessas que Deus fez a Abraão, sempre presente na memória do povo (cf. Gn 12,1-3). Este ideal é que alimenta a luta pela terra, animando as famílias na caminhada em busca de moradia, condições de saúde, alimentação adequada, educação familiar, descanso e festa para todos e todas (cf. Js 24,2-3).

Mês da Bíblia 2022: entendendo o livro de Josué

CENTRO BÍBLICO VERBO Terra de Deus, Terra de Irmãos? Entendendo o livro de Josué. São Paulo: Paulus, 2022, 144 p. – ISBN 9786555625349.

TERRA DE DEUS, TERRA DE IRMÃOS apresenta quatro roteiros de encontros para celebrar o “mês da Bíblia”, que neste ano de 2022 se concentrará sobre o livro de Josué,CENTRO BÍBLICO VERBO Terra de Deus, Terra de Irmãos? Entendendo o livro de Josué. São Paulo: Paulus, 2022 primeiro dos assim chamados “livros históricos”.

O tema do livro é a posse da Terra Prometida e sua divisão entre as tribos de Israel. É bom lembrar que, em Canaã, já habitavam vários povos. A tarefa de guiar o povo é iniciada por Moisés e continuada por Josué.

O livro narra os acontecimentos da conquista da terra entre os anos de 1300 a 1000 a.C. Sua redação final, porém, se deu muitos séculos depois, após o exílio na Babilônia.

O primeiro encontro tem como tema: “Terra, dom de Deus”. O segundo: “Mulher, imagem e semelhança de Deus”. O terceiro: “Uma aliança com estrangeiros”. O quarto, por fim: “Renovação da aliança em Siquém”.

 

Dizem os autores de Terra de Deus, Terra de Irmãos? nas p. 11-13:

O livro de Josué apresenta uma narrativa da conquista de Canaã, a terra prometida, guiada por Josué, sucessor de Moisés (Js 1-12), e a repartição da terra entre as doze tribos (Js 13-22). A última parte do livro descreve a despedida de Josué e a renovação da aliança com Javé, Deus de Israel, em Siquém (Js 23-24).

No livro, a principal ideia é a de que Javé combate as guerras de Israel, seu povo eleito, e lhe dá as vitórias, mandando expulsar e exterminar as populações locais, punindo-as pela idolatria (o culto a outras divindades) e garantindo a terra para Israel, enquanto ele permanecer fiel à aliança com seu Deus.

Os acontecimentos narrados da formação de Israel em Canaã situam-se entre os anos 1300 e 1000 a.C. Porém, o problema surge quando alguém lê o livro de Josué com olhar crítico. Os fatos descritos no livro não se sustentam diante dos estudos da literatura, da história (fato realmente acontecido), da arqueologia etc. Eis alguns exemplos:

a) As narrativas de guerras de conquista (Js 5-12), como a da cidade de Jericó (Js 6) e a da cidade de Hai (Js 8), não coincidem com o fato histórico: Jericó, por volta do ano 1300 a.C., não tinha muralhas nem estava habitada. Hai, que fora destruída em meados de 2400 a.C., não estava habitada na época em que se supõe que os israelitas entraram na terra de Canaã.

b) Israel nasceu na terra de Canaã. Hoje, os estudos literários e arqueológicos não sustentam a hipótese proposta pela leitura fundamentalista da Bíblia de que Israel vem de fora e conquista uma parte substancial de Canaã pela força militar.

c) A maioria dos israelitas primitivos eram pessoas da cultura e da religião cananeia.

d) Os israelitas primitivos cultuavam várias divindades: El, Elohim, Asherá, Baal, Javé, entre outras.

e) A ideia da aliança com Javé, Deus do Estado (8,32-35; 24,14-28), começou a ser elaborada pelo movimento deuteronomista da corte davídica do rei Ezequias, por volta do ano 700 a.C.

f) A existência de um sistema de tributos para Judá é atestada somente a partir do século VII a.C. (15,21-44.48-62; 18,21-28; 19,2-8.41-46).

g) Algumas listas dos territórios tribais (Js 13-19) podem refletir os distritos de Judá por volta de 620 a.C., no reinado de Josias. Porém, a forma presente das listas provém do período babilônico ou persa (cf. Ez 48).

h) A ideia de 12 tribos (Js 13-19) é uma construção teológica que começou a ser elaborada no tempo de Josias e consolidada por volta do ano 400 a.C.

i) Israel tornou-se monoteísta somente com a teocracia judaíta, por volta dos anos 400 a.C.

j) Uma leitura objetiva do livro de Josué suscita várias perguntas: como justificar a invasão violenta de territórios de outras nações, a conquista pela força e a matança de populações? Com que direito os israelitas se apoderam dos territórios pacificamente habitados e cultivados pelos cananeus? Ainda por cima, toda a violência é atribuída a Deus Javé, que manda expulsar e matar as populações, porque elas devem ser condenadas por seus pecados de idolatria.

Tudo isso comprova a opinião da maioria dos estudiosos: o livro de Josué pertence à “historiografia deuteronomista” (Js, Jz, 1 e 2Sm, 1 e 2Rs), cuja primeira redação foi feita pelos escribas do rei Josias (640-609 a.C.), a escola de escribas denominada “deuteronomista”, que, no reinado de Ezequias, fez a primeira redação do livro do Deuteronômio (Dt 12-26).

Depois, o livro foi relido e redigido no exílio e no pós-exílio, por escribas deuteronomistas ligados ao grupo nobre da primeira deportação (597 a.C.), representado pelo profeta Ezequiel, e ao grupo da golá (deportados nobres que voltaram), que consolidou o governo teocrata de acordo com os interesses do império persa (Esd 7,25-26).

A principal intenção dos redatores era consagrar Javé como o único e poderoso Deus de Israel contra “outros deuses” (idolatria) e garantir a posse (ocupação) da terra e a legitimidade do poder para o povo eleito de Javé, Deus oficial dos teocratas.

O livro Terra de Deus, Terra de Irmãos? foi escrito por Shigeyuki Nakanose e Maria Antônia Marques.

Mês da Bíblia 2022: Josué

Em 2022 o livro bíblico escolhido para aprofundamento no Mês da Bíblia é o de Josué

Todo os anos, por ocasião do Mês da Bíblia, a Comissão para a Animação Bíblico-Catequética propõe um texto de estudo para oportunizar “a mais ampla educação bíblica possível”. Em 2022, o livro escolhido é o de Josué e o lema bíblico inspirador é “O Senhor, teu Deus, estará contigo por onde quer que vás” (JS 1,9).CNBB, Mês da Bíblia 2022: livro de Josué - Texto-Base

“Foi preciso selecionar aqueles capítulos com mais densidade e afinidade temática para animar a fé dos homens e mulheres que hoje contam com a Palavra da Escritura para crer que Deus sempre esteve próximo dos seus eleitos”, afirma o presidente da Comissão para a Animação Bíblico-Catequética, dom José Antônio Peruzzo.

“Faço votos de que o estudo do texto-base leve o leitor ao Livro de Josué e perceba que Deus nunca deixa sem respostas as pessoas e comunidades que a Ele se confundem”, finaliza o bispo.

Dividido em duas partes, o texto-base traz uma visão panorâmica do Livro de Josué e, na sequência, uma reflexão sobre quatro textos específicos, no Livro de Josué. Sua proposta é, segundo o autor, padre Antônio Carlos Frizzo, aproximar a todos da jornada de Josué pela posse da terra prometida.

O texto-base bem como os encontros bíblicos para o Mês da Bíblia já estão disponíveis para venda no site da editora da CNBB, a Edições CNBB. Os subsídios pretendem indicar roteiros celebrativos que conduzirão pelos passos do povo de Israel, rumo à Terra Prometida.

“Também nós somos chamados ao estudo do Livro de Josué, que nos leva a perceber que Deus nunca deixa sem resposta as pessoas e comunidades que a Ele se confiam”, afirma um trecho do texto-base.

 

O Livro de Josué

O esforço empreendido pelas tribos israelitas na conquista e ocupação das terras é tema principal no Livro de Josué. O personagem principal de todo o livro é Josué, termo em hebraico que significa “O Senhor salva”.

O Senhor é uma divindade que segundo o texto-base, nos tempos de Josué, aparece entre tantas outras divindades, presentes nos cultos das religiões politeístas dos povos vizinhos. Todo o sucesso dos grupos liderados por Josué na conquista e posse da terra está condicionado a realizar a Palavra do seu Deus, sem submeter-se também aos cultos estrangeiros.

“Não temos dúvida que esse livro soa como uma catequese para impulsionar o povo na conquista da terra. O Livro de Josué é um autêntico testemunho de que Deus realiza a promessa feita ao seu povo Israel. Da escravidão para a posse da Terra Prometida”, afirma um trecho do texto-base.

 

Seminário Bíblico para Animadores do Mês da Bíblia

Entre os dias 09 e 13 de maio de 2022, a Comissão para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB realizou o Seminário Bíblico para Animadores do Mês da Bíblia 2022. Os encontros aconteceram diariamente, às 19h30, com transmissão online pelo YouTube.

A programação contou com a participação de professores que se dedicam ao estudo da Bíblia a partir da Teologia e da Literatura, são eles: Prof. Dr. Frei Ildo Perondi, Prof.ª Dra. Ir. Márcia Eloi Rodrigues, Prof. Dr. Matthias Grenzer, Prof. Dr. Claudio Vianney Malzoni e Prof. Dr. Altamir Celio de Andrade.

Houve também uma conferência especial com o autor do texto-base para o Mês da Bíblia deste ano, Prof. Dr. Antonio Carlos Frizzo, na sexta-feira, dia 13 .

Confira a programação e temas (AQUI) e os vídeos (AQUI).

Fonte: Larissa – Animação Bíblico-Catequética: 16/05/2022

Canaã no segundo milênio a.C.

GRABBE, L. L. The Dawn of Israel: History of the Land of Canaan in the Second Millennium BCE. London: T&T Clark, 2022, 320 p. – ISBN 9780567663214.

Neste volume que acompanha seu best-seller Ancient Israel: What Do We Know and How Do We Know It? Lester L. Grabbe discute a situação histórica dos principais povos eGRABBE, L. L. The Dawn of Israel: History of the Land of Canaan in the Second Millennium BCE. London: T&T Clark, 2022 impérios do Antigo Oriente Médio no segundo milênio a.C.: Babilônia, Assíria, Urartu, hititas, amorreus, egípcios.

Grabbe olha especialmente para a Palestina/Canaã na segunda metade do segundo milênio: final da Idade do Bronze e início da Idade do Ferro, o Novo Reino Egípcio, as cartas de Tell el-Amarna, os Povos do Mar, a questão do ‘êxodo’, os primeiros assentamentos na região montanhosa da Palestina e a primeira menção de Israel na estela de Merneptah.

O autor faz uso de recursos provenientes da arqueologia, das ciências sociais, das inscrições e do material iconográfico da região.

Quem é Lester L. Grabbe?

 

In this companion volume to his bestselling Ancient Israel: What Do We Know and How Do We Know It? Lester L. Grabbe provides the background history of the main ancient Near Eastern peoples and empires: Babylonia, Assyria, Urartu, Hittites, Amorites, Egyptians.

Grabbe’s focus is on Palestine/Canaan and covers the early second millennium, including the Middle Bronze Age and the Second Intermediate Period and Hyksos rule of Egypt. Grabbe also addresses the question of a ‘patriarchal period’.

The main focus of the book is on the second half of the second millennium: Late Bronze and early Iron Age, the Egyptian New Kingdom, the Amarna letters, the Sea Peoples, the question of ‘the exodus’, the early settlements in the hill country of Palestine, and the first mention of Israel in the Merenptah inscription. Archaeology and the contribution of the social sciences both feature heavily, as does inscriptional and iconographic material. As such this volume provides a fascinating portrayal of ancient Israel and this definitive work by one of the world’s leading biblical historians will be of interest to all students and scholars of biblical history.

 

Table of Contents

Abbreviations
Preface
Part I: Introduction
Chapter 1: Introduction
Chapter 2: The Third Millennium Context
Part II: Middle Bronze Age (c. 2000-1600 BCE)
Chapter 3: Ancient Near Eastern Context
Chapter 4: Syria and Palestine
Part III: Late Bronze Age (c. 1600-1200 BCE)
Chapter 5: Ancient Near Eastern Context, Including Syria
Chapter 6: Palestine/Canaan
Part IV: Early Iron Age (c. 1200-900 BCE)
Chapter 7: Ancient Near Eastern Context, Including Syria and Transjordan (1200-900 BCE)
Chapter 8: Palestine (1200-900 BCE)
Part V: Conclusions
Chapter 9: The Origins of Israel – A Holistic Approach
Bibliography
Index

SOTER 2022: Religiões e projetos de Brasil nos 200 anos de Independência

A SOTER – Sociedade de Teologia e Ciências da Religião – comunica que seu 34º Congresso Anual terá como tema Religiões e projetos de Brasil nos 200 anos de Independência e será realizado no campus Coração Eucarístico da PUC-Minas, em Belo Horizonte, de 11 a 15 de julho de 2022.

O dia 11 será destinado a reuniões e preparação, com a abertura do evento marcada para o dia 12 de julho.

O Congresso de 2022 será realizado de forma híbrida. Neste formato teremos atividades 100% presenciais, 100% virtuais e simultâneas (presenciais e virtuais ao mesmo tempo). Neste formato, a preparação e realização do congresso estão sendo pensadas de maneira a atender todas as exigências sanitárias e orientações da universidade para este momento.

A dinâmica do congresso: as conferências e painéis terão formato híbrido (presencial e online), GTs e FTs serão 100% on-line. Outras atividades poderão ser 100% presenciais.

Classe social, uma ferramenta útil para a análise dos textos bíblicos

Nossa análise de um texto bíblico nunca estará completa até que façamos perguntas sobre classe social, cujas respostas serão mais ou menos consistentes ou convincentes caso a caso, como acontece com qualquer método de leitura da Bíblia.

1. Uma constatação

Lendo os textos bíblicos, chama a nossa atenção a brutal concentração de riqueza e poder nas mãos de determinados grupos do antigo Israel.Journal of Biblical Literature, vol. 112, no. 1, 1993

Até que a presença de ricos e poderosos dentro da Bíblia – ao lado de seus homólogos pobres e fracos – é amplamente percebida e comentada pelos especialistas.

Entretanto, a dinâmica formativa e os efeitos de longo alcance de tão brutais concentrações de riqueza e poder raramente foram conceituados de uma forma empírica e sistemática o suficiente para produzir insights exegéticos e hermenêuticos sólidos.

2. As causas

Essa lacuna teórica na análise e explicação da riqueza e do poder na Bíblia decorre de três fatores que se reforçam mutuamente:

O primeiro é a tradicional hegemonia das categorias religiosas e teológicas nos estudos bíblicos, que teimosamente resiste à sociologia como uma ameaça à integridade religiosa e à autoridade das Escrituras.

O segundo é a controvérsia dentro das próprias ciências sociais sobre se riqueza e poder devem ser entendidos principalmente em linhas estruturais-funcionais ou na linha do conflito.

O terceiro é a incorporação dos estudos bíblicos em uma visão de mundo capitalista que mascara ou nega a existência de divisões estruturais significativas na sociedade.

3. O resultado

Juntos, esses fatores desencorajam e inibem os esforços para entender a riqueza e o poder na Bíblia como fenômenos historicamente gerados e reproduzidos.

Extremos de riqueza e poder tendem a aparecer nos estudos bíblicos – como na opinião popular sobre a sociedade contemporânea – como se fossem “fatos da natureza”, não exigindo maiores explicações.

As estratégias costumeiras tendem a ver as desigualdades de riqueza e poder como resultado de diferenças pessoais idiossincráticas aleatórias de habilidade ou empenho, por um lado, ou da ganância desordenada e corrupção moral de indivíduos particulares, por outro.

4. Uma proposta

A ferramenta analítica chave que poderia nos fazer ir além deste positivismo e deste superficial moralismo sobre riqueza e poder nas sociedades da época bíblica é o conceito de classe social.

Fonte: GOTTWALD, N. K. Social Class as an Analytic and Hermeneutical Category in Biblical Studies. Journal of Biblical Literature, vol. 112, no. 1, 1993, p. 3-4.

O artigo de Norman K. Gottwald, “Classe social como categoria analítica e hermenêutica nos estudos bíblicos”, foi publicado no Journal of Biblical Literature, vol. 112, no. 1, 1993, p. 3-22, e tem o seguinte esquema:

1. O que é classe social?

2. Classe social nas sociedades bíblicas
. Uma tipologia sincrônica de classe social
. Desenvolvimentos diacrônicos de classe social

3. Classe social nos textos bíblicos
. Classe social em narrativas da Bíblia Hebraica
. Classe social em textos proféticos da Bíblia Hebraica
. Classe social nas parábolas de Jesus

4. Classe social como fatalidade e dádiva

Este texto está disponível para download em pdf aqui.

Norman K. Gottwald (1926-2022)It has long been recognized that differentials in wealth and power figure prominently in biblical texts and traditions. Although the presence of the rich and the powerful within the Bible – shadowed by their poor and powerless counterparts-is widely noted and commented on, the formative dynamics and far-reaching effects of grossly unequal concentrations of wealth and power have seldom been conceptualized in a fashion empirical and systematic enough to yield sustained exegetical and hermeneutical insights.

This theoretical lag in analyzing and explaining wealth and power in the Bible follows from three sources which reinforce one another. The first is the traditional hegemony of religious and theological categories in biblical studies, which stubbornly resists sociology as a threat to the religious integrity and authority of scripture. The second source is the controversy within the social sciences themselves over whether wealth and power should be understood principally along structural-functional or conflictual lines. The third source is the embedment of biblical studies in a pervasive capitalist ethos that blunts or denies the existence of significant structural divisions in society. Together these factors discourage and inhibit efforts to understand wealth and power in the Bible as historically generated and reproduced phenomena. Extremes of wealth and power tend to make their appearance in biblical studies-as in popular opinion about contemporary society- as if they are given “facts of nature,” requiring no further explanation. The customary strategies are to view inequalities in wealth and power as the result either of random idiosyncratic personal differences of ability or industry, on the one hand, or the inordinate greed and moral corruption of particular individuals, on the other. The key analytic tool that could cut through our shallow positivism and moralism about wealth and power in biblical societies is the concept of social class.

Uma leitura crítica da reforma de Josias

Shigeyuki Nakanose, do Centro Bíblico Verbo, São Paulo, defendeu sua tese de doutorado em Teologia no New York Theological Seminary, Nova York, em 1991. O tema foi a Páscoa de Josias, e ele foi orientado por Norman K. Gottwald.

O livro publicado tem por título Josiah’s Passover: Sociology and Liberanting Bible. Eugene, OR: Wipf & Stock, 2004 [edição anterior: Maryknoll: Orbis Books, 1993], 212NAKANOSE, S. Uma história para contar: a Páscoa de Josias: metodologia do Antigo Testamento a partir de 2Rs 22,1-23,30. São Paulo: Paulinas, 2000. p. – ISBN 978592445707. Nele o autor mostra como a leitura sociológica da Bíblia (somada às leituras histórico-crítica e popular) revela com mais clareza a realidade por trás do texto bíblico e nos ajuda a compreendê-lo e aplicá-lo com mais proveito.

Em uma adaptação de sua tese, o autor publicou, em português, Uma história para contar: a Páscoa de Josias: metodologia do Antigo Testamento a partir de 2Rs 22,1-23,30. São Paulo: Paulinas, 2000, 344 p.

Neste livro, na página 131, ele diz:

Muitas pessoas que trabalham com a Bíblia são descuidadas em reconstruir a realidade social do texto bíblico, concentrando-se apenas nas ideias religiosas e ideológicas. Esta falha para compreender a formação social pode comprometer a contribuição do trabalho bíblico como uma das forças transformadoras da sociedade. Na falta de uma análise estrutural da sociedade que está por trás do texto, o texto bíblico não tem elementos suficientes para apresentar as pessoas sofridas e marginalizadas numa perspectiva crítica da sua própria sociedade e dentro de uma compreensão mais clara de exigências concretas de justiça social.

Já sobre a reforma de Josias, ele afirma na página 129: A reforma político-religiosa de Josias talvez seja uma das ações mais brutais registradas no Antigo Testamento, empreendidas em nome de Javé.

Para contextuar esta afirmação, que pode parecer surpreendente para muitos [leia mais sobre a reforma de Josias aqui], é claro que se recomenda a leitura do livro. Que deve ser encontrado nas bibliotecas de Teologia, já que parece estar esgotado nas livrarias.

E ele provoca mais ainda nas páginas 227-228:

Não é de se surpreender que hermenêuticas fundamentalistas e idealistas modernas apresentem a reforma de Josias como um movimento religioso sob uma piedosa e exclusiva lealdade a Javé. Na falta de uma análise sociológica, é impossível para exegetas bíblicos alcançar uma compreensão das forças sociais reais operantes na sociedade josiânica. Esta falha hermenêutica aparece especialmente na interpretação da Páscoa de Josias.

Pois é. Nesta mesma linha de raciocínio, transcrevo abaixo a análise da reforma de Josias feita por Norman K. Gottwald em seu artigo Social Class as an Analytic and Hermeneutical Category in Biblical Studies. Journal of Biblical Literature, vol. 112, no. 1, 1993, p. 3-22. Este texto foi apresentado como fala do presidente no Congresso da Society of Biblical Literature (SBL) de 1992 e está disponível para download em pdf aqui.

Nas páginas 12-14 ele diz:

Journal of Biblical Literature, vol. 112, no. 1, 1993A reforma de Josias, descrita amplamente em termos religiosos em 2 Reis 22-23, escapou de uma cuidadosa análise de classe em favor de preocupações mais literárias e teológicas, como a relação da reforma com o código deuteronômico e os objetivos religiosos ostensivos dos reformadores. Muitas vezes a discussão prossegue como se o código de leis em si fosse a causa da reforma e seus formuladores os únicos proponentes da reforma. Acima de tudo, as dimensões religiosas da reforma são abstraídas de sua matriz de classes sociais. Ao realizar uma leitura de classe social da situação por trás de 2 Reis 22-23, não temos dois pontos de vista nitidamente contraditórios como em 1 Reis 4-12 [Nota: texto anteriormente analisado pelo autor], então temos que reunir mais fontes textuais para obter uma leitura mais ampla do conjunção de circunstâncias históricas sociais naquele momento crucial.

Judá tinha sido um reino vassalo menor da Assíria por setenta e cinco anos, reduzido em tamanho, com seus membros da classe dominante – tanto os dentro quanto os de fora do governo – pressionados a arrancar tudo o que pudessem da base econômica camponesa para sobreviver e prosperar marginalmente. Simultaneamente, essa classe dominante foi levada a adotar a cultura da elite assíria para solidificar sua precária posição política, alienando ainda mais seus membros daqueles que eles exploravam.

A rápida dissolução do domínio imperial assírio na Síria-Palestina no início do reinado de Josias alterou completamente o equilíbrio de poder de classe na Palestina. Os governantes políticos em Jerusalém viram que agora poderia ser possível não apenas solidificar seu domínio sobre Judá, mas expandir seu domínio sobre o território e a população do antigo reino setentrional de Israel, que não funcionava mais como província assíria. Essa expansão abriria novos recursos econômicos para a coroa e para as elites latifundiárias e mercantis de Judá.

Dados os objetivos e os recursos, o que seria necessário para concretizar este projeto ambicioso?

Certamente exigiria esforços militares e burocráticos combinados em uma área muito grande e em face de uma população hostil para processar esse programa. Mas, para alistar, treinar e motivar as tropas necessárias e funcionários menores, era indispensável aumentar as receitas e conseguir uma população judaíta leal e comprometida. A base firme dos proponentes da reforma consistia no rei e seus oficiais da corte, comandantes do exército, sacerdotes e profetas ligados a Jerusalém, e proprietários de terras e mercadores de Judá, que tinham interesse em ver maior riqueza e poder fluir para Jerusalém. Mas poderia a população carregada de tributos de Judá ser alistada de forma confiável na causa?

Como não havia maneira de Josias proceder que não exigisse mais receitas de seus súditos, sua primeira abordagem foi reunir os judaítas com um duplo apelo ao fervor patriótico e à pureza religiosa. A ideologia religiosa nacionalista dos deuteronomistas foi difundida na esperança de construir uma forte “frente popular” na causa do Deus de Israel contra estrangeiros assírios e israelitas apóstatas, tanto no norte quanto no sul.

Em suma, Josias e seu regime aspiravam a restaurar as conquistas territoriais e incorporar as lealdades religiosas de Josué e Davi. O movimento ousado da reforma para proibir todo culto a Iahweh fora de Jerusalém serviu tanto para aumentar a autoridade da capital quanto para financiar a conquista do norte com os dízimos e ofertas que fluíam para a cidade e com o aumento das receitas comerciais derivadas das peregrinações festivas obrigatórias. O desvio de fundos e atividades religiosas para Jerusalém também desvalorizou a cultura e a religião locais, e o efeito da legislação deuteronômica na vida familiar minou ainda mais a autonomia e a integridade das famílias que ainda sobreviviam em muitas áreas rurais. Especialmente radical foi o desenraizamento da observância da Páscoa de seu ambiente familiar de longa data e sua mudança restritiva para Jerusalém. Em troca de um aumento nos tributos, serviço no exército e evisceração da cultura religiosa local, as reformas ofereceram algum alívio da dívida e deram mais assistência do governo aos necessitados.

Então, como as políticas de “pão e circo” de Josias se saíram com a grande maioria da população obrigada a pagar tributos?

Não muito bem. Para começar, a maior parte da população do antigo reino do norte estava há muito tempo alienada da dinastia davídica em Jerusalém. Eles se ressentiam profundamente dos pagamentos compulsórios e das longas peregrinações a Jerusalém e ficaram horrorizados com a violência brutal que Josias impôs a seus centros de culto.

Em Judá, a recepção das reformas foi, sem dúvida, mais mista fora dos círculos da elite. Alguns tinham a esperança de reviver os dias gloriosos da época davídica. Alguns foram atraídos pela promessa de alívio da dívida. Os camponeses que vivem perto o suficiente de Jerusalém para fazer uma peregrinação fácil podem ficar satisfeitos com a conveniência, mas a supressão violenta de locais de culto judaítas fora de Jerusalém estava alienando muitos. Os sacerdotes rurais, respeitados em suas comunidades, foram destituídos e humilhados. O aumento das receitas para Jerusalém era irritante para alguns e oneroso para muitos. As medidas que atingiram as lealdades locais e ameaçaram a cultura e a religião domésticas geraram ressentimento. Consequentemente, é razoável concluir que a grande maioria do campesinato judaíta caiu em um espectro que vai da indiferença à hostilidade aberta em relação às reformas.

Por outro lado, é provável que os maiores apoiadores das reformas entre as subclasses exploradas fossem diaristas descendentes de refugiados do reino do norte em 722 a.C. ou que saíam de terras em Judá que haviam perdido por endividamento. Esse grupo sem raízes, muitas vezes desempregado, lucraria com o aumento do trabalho nos preparativos militares, na construção pública e nos empregos ocasionados pelo comércio de peregrinação. Vivendo dentro e ao redor de Jerusalém, eles também ganhavam mais com a assistência governamental do que os camponeses espalhados pelo território.

O que ocorreu, então, foi uma reconstituição draconiana do governo e do culto de cima para baixo, extraindo drasticamente o excedente e perturbando severamente a cultura em todas as principais áreas da vida comum. Os reformadores negociaram uma troca entre um governo e um culto centralizado mais poderosos, por um lado, e melhores condições de vida para a população em geral, por outro lado.

Em suma, a campanha em favor de uma reforma provavelmente não conquistou uma base de apoio muito considerável, enraizada como estava na classe dominante em Jerusalém, sofrendo uma resistência quase unânime no norte e sendo precariamente apoiada por apenas uma minoria da classe explorada judaíta.

Esta política só poderia ter sucesso pela força imediata das armas, com a esperança de garantir condições para um renascimento e expansão de longo prazo da base econômica, incorporando os territórios mais férteis do norte em uma economia política orquestrada a partir de Judá.

Esperava-se que o fervor religioso nacionalista, simbolicamente e institucionalmente ancorado no Templo de Jerusalém, fornecesse o poder de sustentação ideológicaNorman K. Gottwald (1926-2022) necessária para esse empreendimento monumental.

Como se viu, o ambicioso projeto de reforma foi interrompido em menos de vinte anos. A liberdade da intervenção estrangeira não durou muito. Inicialmente o Egito, e depois a Babilônia, estendeu o controle imperial sobre Judá.

Lamentavelmente, sabemos muito pouco sobre quão extensiva ou intensivamente as reformas foram realmente realizadas, especialmente as medidas econômicas, sociais e jurídicas do Deuteronômio que não são mencionadas em 2 Reis 22-23.

A julgar por Jeremias e Ezequiel, que escreveram alguns anos após a morte de Josias, o prestígio do culto de Jerusalém foi aumentado, mas com uma santidade quase supersticiosa e sem muitas das purificações religiosas que o Deuteronômio havia ordenado. A injustiça social e a corrupção judicial são fortemente pontuadas por esses profetas, enquanto a única evidência que possuímos de que as reformas sociais realmente foram instituídas é um oráculo de Jeremias que elogia Josias por ter “julgado a causa dos pobres e necessitados” (Jr 22,13-19), o que pode, na verdade, ser uma referência aos trabalhadores assalariados das obras régias que substituíram a corveia, e que eram o único grupo da população empobrecida que lucrava com as reformas.

Observação: as 5 notas de rodapé deste texto, de 16 a 20, foram omitidas. Duas delas citam a tese de Shigeyuki Nakanose, que estava para ser publicada.

 

Josiah’s reformation, described largely in religious terms in 2 Kings 22-23, has escaped careful class analysis in favor of more literary and theological concerns, such as the relation of the reform to the Deuteronomic law code and the overt religious aims of the reformers. Often the discussion proceeds as though the law code in and of itself was the cause of the reform and its formulators the sole proponents of reform. Above all, the religious dimensions of the reform are abstracted from its social class matrix. In undertaking a social class reading of the situation behind 2 Kings 22-23, we do not have two sharply contradictory points of view as in 1 Kings 4-12, so we have to bring together more textual sources to get a larger reading of the conjunction of social historical circumstances at that watershed moment.

Judah had been a shrunken vassal kingdom of Assyria for seventy-five years, reduced in size, with its ruling class members-both those in and out of government – pushed to wring all they could out of the peasant economic base in order to survive and prosper marginally. Simultaneously, this ruling class was drawn into adopting Assyrian high culture to solidify its precarious political position, further alienating its members from those they exploited. The rapid dissolution of the Assyrian imperial rule in Syria-Palestine early in the reign of Josiah completely altered the class balance of power in Palestine. The political rulers in Jerusalem saw that it might now be possible not only to solidify their hold on Judah but to expand their dominion over the territory and populace of the former northern kingdom of Israel, which no longer functioned as Assyrian provinces. This expansion would open up new economic resources for the crown and for the landholding and merchant elites of Judah.

Given the goals and the resources, what would it take to bring off this ambitious project? It would certainly necessitate concerted military and bureaucratic efforts over a very large area and in the face of a hostile populace to prosecute this program. But in order to enlist, train, and motivate the necessary troops and lesser officials, expanded revenues and a loyal and committed Judahite populace were indispensable. The firm base of the reformation proponents consisted of the king and his court officials, army commanders, priests and prophets attached to Jerusalem, and landowners and merchants of Judah, who had a stake in seeing greater wealth and power flow to Jerusalem.’ But could the tribute-laden populace of Judah be reliably enlisted in the cause?

Since there was no way for Josiah to proceed that did not require more revenues from his subjects, his first approach was to rally Judahites with a twin appeal to patriotic fervor and religious purity. The nationalist religious ideology of the Deuteronomists was broadcast in the hopes of building a strong “popular front” in the cause of Israel’s God against Assyrian foreigners and apostate Israelites, north and south. In short, Josiah and his regime aspired to restore the territorial conquests and embody the religious loyalties of Joshua and David. The reform’s bold move to outlaw all Yahwistic worship outside of Jerusalem served both to enhance the authority of the capital and to finance the conquest of the north from the tithes and offerings flowing into the city and from increased trading revenues derived from the obligatory festival pilgrimages. The diversion of funds and religious activities to Jerusalem also devalued local culture and religion, and the effect of Deuteronomic legislation on family life further undercut the autonomy and integrity of the households that still survived in many rural areas. Especially radical was the uprooting of the Passover observance from its longstanding household milieu and its restrictive relocation to Jerusalem. In return for an increase in tribute, service in the army, and the eviscerating of local religious culture, the reforms offered some debt relief and public charity to the needy.

So how did Josiah’s “bread and circuses” policies fare with the great majority of the tribute-obligated populace? Not very well. To begin with, most of the populace of the former northern kingdom had long been alienated from the Davidic dynasty in Jerusalem. They deeply resented the compulsory payments and long pilgrimages to Jerusalem and were appalled at the brutal violence that Josiah visited on their cult centers. In Judah, reception of the reforms was doubtless more mixed outside elite circles. Some resonated with the hope of reviving the glorious days of the Davidic empire. Some were attracted to the promise of debt relief. Peasants living close enough to Jerusalem to make easy pilgrimage might be pleased at the convenience, but the violent suppression of Judahite cult sites outside Jerusalem was alienating to many. The rural priests, respected in their communities, were defrocked and angered. The increased revenues to Jerusalem were irritating for some and onerous for many. The measures that struck at local loyalties and threatened household culture and religion were resented. Consequently, it is reasonable to conclude that a large majority of the Judahite peasantry fell along a spectrum ranging from indifference to open hostility toward the reforms. By contrast, it is likely that the biggest supporters of the reforms among the exploited sub-classes were day laborers who were descended from refugees of the northern kingdom in 722 BCE or who came off farms in Judah that they had lost to indebtedness. This rootless group, often unemployed, would profit from increased work in military preparations, in public construction, and in service jobs occasioned by the pilgrimage trade. Living in and around Jerusalem, they also stood to gain more from public charity than peasants scattered in the countryside.

Shigeyuki NakanoseHere then was a draconian reconstitution of government and cult from above, drastically extracting surplus and severely disrupting culture in all major areas of the common life. Stripped to its central point, the reformers offered a trade-off between a more powerful centralized government and cult, on the one hand, and improved living conditions for the general populace, on the other. All in all, the strident reform effort probably did not win over a very sizable base of support, rooted as it was in the dominant class in Jerusalem, resisted almost unanimously in the north, and precariously supported by only a minority of the Judahite exploited class. It could only succeed by immediate force of arms, with the hope of securing conditions for a longer-term revival and expansion of the economic base by incorporating the more fertile northern territories into a political economy orchestrated from Judah. It was hoped that nationalist religious fervor, symbolically and institutionally anchored to the Jerusalem Temple, would provide the ideological sustaining power needed for this monumental endeavor.

As it turned out, the ambitious reform project was cut short in less than twenty years. The freedom from foreign intervention did not last long. Initially Egypt, and then Neo-Babylonia, extended imperial control over Judah. Regrettably, we know very little about how extensively or intensively the reforms were actually carried out, especially the economic, social, and juridical measures in Deuteronomy that are not mentioned in 2 Kings 22-23. Judging from Jeremiah and Ezekiel, who wrote some years after Josiah’s death, the prestige of the Jerusalem cult was enhanced, but with a virtual superstitious sanctity and without many of the religious purifications that Deuteronomy had mandated. Social injustice and judicial corruption are heavily scored by these prophets, while the sole evidence we possess of social reforms actually having been instituted is one oracle of Jeremiah that praises Josiah for having “judged the cause of the poor and needy” (Jer 22:13-17), which may actually be a reference to wage laborers on royal construction projects who replaced corv6e, and who were the one group of the depressed populace that profited from the reforms.