A Pedra de Rosetta está online

Foi a Pedra de Rosetta (196 a.C.) que possibilitou decifrar os hieróglifos egípcios. Proeza conseguida por Jean-François Champollion (1790-1832).

A parte central do site é uma análise linguística integral do texto trilíngue sobre a Pedra de Rosetta. No entanto, ele também procura apresentar informações interessantes para um leitor não acadêmico.

The Rosetta Stone online

Diz o site:
This homepage is the outcome of a hands-on university seminar on the online presentation of the Rosetta Stone. It is a cooperation of the German Excellence Cluster Topoi and the Department of Archaeology of the Humboldt-Universität zu Berlin. For this project, the project leaders and the seminar participants combined their expertise in Egyptology, Ancient Greek Linguistics, General Linguistics, and Computer Sciences. A kernel part of the homepage is a full linguistic analysis of the trilingual text on the Rosetta Stone. However, it also seeks to present interesting information for a non-academic reader. The homepage is still under development.Pedra de Rosetta - 196 a.C.

On the Rosetta Stone, an Ancient Egyptian decree from 196 BCE was inscribed in three versions, in three language varieties and scripts:

  • Ptolemaic Neo-Middle Egyptian in hieroglyphic script (top section),
  • Demotic Egyptian in Demotic script (middle section),
  • Koine Greek language in Greek script (bottom section).

This type of artefact is called a trilingual. The Rosetta Stone played a crucial role in the famous decipherment of the hieroglyphic script by Jean-François Champollion (see the BBC documentary The Mystery of the Rosetta Stone).

A Pedra de Rosetta desempenhou um papel crucial na famosa decifração da escrita hieroglífica por Jean-François Champollion (veja o documentário da BBC, The Mystery of the Rosetta Stone).

Leia também, sobre a Pedra de Rosetta, aqui (em espanhol) e aqui (em português).

Livro de Finkelstein sobre o reino de Israel em português

O premiado livro de Israel Finkelstein sobre Israel norte, publicado em francês e inglês, acaba de ser traduzido para o português.

FINKELSTEIN, I. O reino esquecido: arqueologia e história de Israel Norte. São Paulo: Paulus, 2015, 232 p. – ISBN 9788534942393.

O reino esquecido: arqueologia e história de Israel Norte

Leia a apresentação da edição brasileira. Foi feita por José Ademar Kaefer, que já escreveu um livro sobre o mesmo tema.

O Vaticano II e a leitura da Bíblia

VASCONCELLOS, P. L. ; DA SILVA, R. R. O Vaticano II e a leitura da Bíblia. São Paulo: Paulus, 2015, 160 p. – ISBN 9788534942256.

VASCONCELLOS, P. L. ; DA SILVA, R. R. O Vaticano II e a leitura da Bíblia. São Paulo: Paulus, 2015


Diz a editora:
A leitura e o lugar da Bíblia na vida eclesial constituíram um dos temas mais candentes tratados no Concílio Vaticano II, algo que se re­fletiu no longo e tenso processo de redação daquele que alguns consideram o mais importante documento emanado dessa assembleia: a constituição dogmática Dei Verbum. Por um inovador entendimento do teor da revelação divina, ela veio reforçar o movimento de respeito ao texto bíblico e de superação de interpretações que tendiam a fazer da Escritura apenas a confirmação de teses anteriormente definidas, no campo da doutrina e da moral, bem como no das dinâmicas institucionais. Porém, esse vento novo sofreu as investidas de grupos defensores dos que se tomavam como autorizados guardiões da ortodoxia: houve quem nele visse os bafos do Anticristo… Na América Latina, e particularmente no Brasil, sofremos ações contrárias à concretização do entendimento da Igreja povo de Deus e ao compromisso histórico com as causas dos empobrecidos; a tentativa de desmantelamento da teologia da libertação e sua presença nas instituições teológicas; especificamente no tocante à leitura da Bíblia, assistimos ao fortalecimento de caminhos interpretativos na contramão das diretrizes conciliares, de cunho espiritualista, fundamentalista e moralista. No entanto, apesar das investidas e cerceamentos, o novo modo de ler a Bíblia, o estudo exegético e as experiências comunitárias, eclesiais e ecumênicas continuaram o seu curso e, ao longo desses cinquenta anos após o término do concílio, têm fertilizado muitas comunidades, desdobrando-se nas lutas sociais e ações pastorais; continuam crescendo como “flor sem defesa”.

Leia Mais:
Alguns livros e artigos sobre o Vaticano II

Israel Finkelstein: uso três importantes chapéus

A revista semestral de Teologia, Espaços, do ITESP – Instituto São Paulo de Estudos Superiores -, de São Paulo, traz em seu número 23/1, de 2015, interessante entrevista de professores e estudantes brasileiros com o arqueólogo Israel Finkelstein. A Entrevista com Israel Finkelstein, realizada na manhã de nove de dezembro [de 2014], está nas páginas 57-66 da revista e é assinada por Antonio Carlos Frizzo, Professor de Teologia Bíblica no ITESP.

Li a entrevista com meus alunos do Primeiro Ano de Teologia do CEARP e conversamos sobre alguns de seus aspectos. Afinal, Finkelstein é um dos autores indicados e estudados no meu curso de História de Israel e virá ao Brasil agora em outubro de 2015.

Transcrevo alguns trechos.

“Esta entrevista é resultado de um planejado encontro. Em meados de 2013, professores e estudantes na esfera bíblica, ligados ao Centro Bíblico Verbo, resolveram realizar uma viagem de estudo por sítios arqueológicos em Israel. Os locais a serem visitados foram previamente estudados (…) No segundo dia de viagem, nosso grupo é calorosamente recebido pelo professor Finkelstein. Nesta entrevista busca-se percorrer a visão singular e inquietante desse arqueólogo que optou em se aproximar da Bíblia e de sua história”.

Israel Finkelstein - born March 29, 1949Logo no começo da entrevista diz Israel Finkelstein: “Sou um professor de arqueologia com especialização na época do bronze, ensino história bíblica e outras coisas. Atuo principalmente em três grandes projetos. Penso ser mais atraente afirmar que uso três importantes chapéus”.

Meu primeiro chapéu é a escavação. Tenho em Meguido meu importante projeto. A cada dois anos, saímos para a pesquisa de campo. Recentemente estivemos dois meses no local, com um grupo de 140 estudantes e mais uma equipe de apoio formada por 30 pessoas que colaboraram diretamente na infraestrutura. Não apenas escavamos como  também ensinamos os alunos. Iniciávamos os trabalhos bem cedo. Das 5h da manhã até as 13h as equipes estavam em campo. Na parte da tarde, ensinávamos, juntamente com todos da expedição, arqueologia e seus métodos, história de Meguido, datações, análises dos ossos, das porcelanas, os metais encontrados e outros temas relacionados ao universo da arqueologia. Este tipo de trabalho acontece a cada dois anos e começamos com este ritmo há 20 anos. Nele se envolve uma grande equipe formada por especialistas nas áreas da metalurgia, geologia, arqueologia, zoologia, biologia e botânica”.

E o custo de tudo isto? “O custo de uma expedição como as que realizamos, num período de sete semanas no campo, sem contar fotografias, materiais de restaurações, tudo isso fica na casa de US$350 mil, aproximadamente. Depois dessa primeira etapa, temos ainda todo o processo de catalogar e especificar os materiais recolhidos com uma grande equipe formada por estudantes e especialistas. Eis aí um dos meus chapéus”, diz Israel Finkelstein ao grupo.

E continua: “Um segundo chapéu, este sim, intensificado nos últimos cinco ou sete anos, é uma área de pesquisa que acontece com o apoio da União Europeia na esfera da Ciência da Vida e do Universo da geo-arqueologia. Olhando moléculas, detalhes moleculares que podem mudar o entendimento da história. Eis um projeto que me estimula muito. Percebo que estamos descobrindo elementos novos que podem nos ajudar a reconstruir o conhecimento da história humana. Este projeto já gerou mais de 60 artigos em diferentes revistas especializadas. Recentemente estudando algumas moléculas descobrimos partículas de canela datando do ano 1000 a.C., da época dos fenícios, e como canela é algo que não existe nesta região, somos convidados a pensar que o comércio entre os povos desta região com os povos da Índia era muito mais frequente do que podemos imaginar”.

“Outro exemplo: eu pessoalmente acredito que o futuro da pesquisa está baseado na análise da população e no estudo do clima. Por exemplo, um trabalho realizado na região do Mar Morto, em análises do pólen e do carvão encontrados naquela região. As análises dos materiais acenaram que, entre os anos de 1250 e 1100 a.C., a região passou por uma forte crise climática (…) Por favor, não pensem que estou só ou que eu seja o líder nessa área de estudo. Formamos uma grande equipe com a participação de dois botânicos – um da Alemanha e outro de Israel; dois geólogos, e, na esfera da arqueologia molecular, contamos com a participação de um grupo de químicos”.

E Finkelstein vai para o terceiro chapéu: “Meu terceiro chapéu, e penso que isso vos interessa, é a história bíblica. Meu interesse pela Bíblia veio por meio dos meus estudos na esfera da arqueologia. Sobretudo, na ânsia de reconstruir a história bíblica. A arqueologia me levou para o universo bíblico. Estou indo cada vez mais fundo neste universo. Em parceria com outros pesquisadores temos já publicados alguns trabalhos na Suíça, Alemanha e França. Os estudos bíblicos são muitos significativos na Alemanha, onde me identifico”.

Perguntado sobre reações fundamentalistas na interpretação dos textos bíblicos, Israel Finkelstein explica: “É oportuno afirmar que eu não sou contra esta ou aquela corrente hermenêutica. O que sei é que não sou um ingênuo, um fundamentalista. Faço a minha pesquisa com os rigores impostos pelos métodos exegéticos. Busco compreender os rigores dos métodos que não são novos no universo da leitura e estudo bíblico. Estou numa linha pautada por Baruch Espinosa* que estabeleceu as bases do método filosófico e teológico e que séculos mais tarde possibilitou o método histórico-crítico que conhecemos hoje. Claro que, por ser israelita e judeu, a Bíblia tem um significado, um valor quase que carnal para meu universo cultural. O texto é muito importante para mim. Não estou indo somente para o lado do criticismo. Não me deixo influenciar por nenhum aspecto político. Me situo do ponto de vista da pesquisa e isso me é muito caro. Algo gratificante. Os textos bíblicos fazem parte do meu DNA. Estou convencido de que ler as páginas bíblicas de modo ingênuo, descontextualizado é reproduzir o desrespeito para com seus autores (…) que foram verdadeiros gênios da humanidade”.

Perguntado sobre como vê a relação Bíblia-Arqueologia, diz Finkelstein: “O texto bíblico é uma redação tardia. Ele foi escrito séculos depois de um determinado fato (…) Já a arqueologia, que também é uma ciência, conta os fatos em tempo real (…) Todas as vezes que tenho à minha frente um determinado texto bíblico eu me pergunto: ‘O que está acontecendo aqui? Por que estou vindo com uma ferramenta muito poderosa que é a arqueologia?’ Por meio dos fragmentos arqueológicos podemos reconstruir um determinado momento histórico. Tal contexto histórico pode ser comprovado em todo o seu rigor e eu não preciso justificá-lo com os textos bíblicos. Aqui está um ponto fundamental nesta relação Bíblia e Arqueologia. A arqueologia se impõe por si mesma”.

E explicita ainda: “Estou convencido de que os dois ambientes – Bíblia e Arqueologia – devem continuar mantendo um estreito diálogo. Outro ponto que destaco está em saber que existem duas formas de se olhar a história de um texto bíblico: um é o aspecto conservador ou fundamentalista; outro é o ponto de vista minimalista. Eu não me alinho a nenhuma dessas duas correntes. Opto por uma linha teórica, na qual não estou sozinho, que se encontra entre estas duas tendências hermenêuticas”.

Finkelstein ainda conversou com o grupo de brasileiros sobre vários temas: sobre como suas publicações são recebidas em Israel, a estela de Merneptah, o reino de Davi e Salomão, a época de Josias, o reino de Israel do norte…

E, para terminar, um conselho para um jovem que deseja estudar arqueologia.

Diz Finkelstein: “A carreira é difícil por não haver muito espaço de trabalho e por haver muitas pessoas talentosas desejosas por ocupar o mesmo espaço (…) Eu estou feliz por encontrar, cada vez mais, pessoas desejosas de estudar arqueologia. Mas o caminho profissional não é fácil. É bom levar em conta que é preciso, em média, quinze anos de estudo para preencher suas inquietações acadêmicas e conseguir algum resultado profissional”.

* Sobre Baruch Espinosa, leia: Espinosa, um dos pais da moderna crítica bíblica

Francisco em Cuba, ONU e USA: leituras

Pode-se situar com sensatez o Papa Francisco em alguma “caixinha” político-ideológica? Para muitos analistas, este Papa está se transformando em uma figura indecifrável em termos políticos e ideológicos clássicos. Ele é de direita? De esquerda? Liberal? Marxista? Dependendo do lugar em que se situa o autor da análise, cada um, mais de um ou todos estes qualificativos valem para Francisco (Washington Uranga).

As pessoas estão respondendo ao papa porque elas veem um homem coerente com o que diz. Ele pratica o que prega. Ele é verdadeiro. Autêntico. Ele não está tentando vender a si mesmo, como fazem a maioria dos políticos e celebridades; ele está promovendo Jesus e o Evangelho (…) Ele prega o Evangelho, não o catecismo (Thomas Reese).

Francisco em Cuba, ONU e USA em 2015

:: O efeito Francisco – Washington Uranga –  Página/12 – 27/09/2015 – Em Notícias: IHU On-Line – 28/09/2015
“A verdade é que o Papa Jorge Bergoglio transformou-se em uma figura política de relevância internacional que participa ativamente da agenda política, introduz temas na mesma e fixa posições a partir de uma perspectiva católica, cristã, mas também humanista e inter-religiosa. Para isso, coloca o acento na defesa do homem e da vida, e muito especialmente no cuidado dos pobres, dos excluídos, dos deslocados de qualquer tipo. O ponto que conecta todas as preocupações é formado pelo cuidado das pessoas e seus direitos. E seu slogan político são os três T: teto, terra e trabalho.”

:: Papa na ONU: “Chega de abusos contra os pobres: trabalho, casa e terra são um direito de todos”  – Andrea Tornielli – La Stampa, 26/09/2015 – Em Notícias: IHU On-Line – 28/09/2015
Defender “com força” os direitos dos excluídos, junto com os do ambiente. Desmantelar as armas que nos tornam “Nações Unidas pelo medo”. Evitar os conflitos através da negociação. Reformar a ONU, ampliando as presenças no Conselho de Segurança.

:: Francisco no Congresso dos Estados Unidos. Chaves de leitura – Washington Uranga –  Página/12 – 25/09/2015 – Em Notícias: IHU On-Line – 28/09/2015
Para falar aos congressistas – e dali para o mundo –, não deixou de lado sua condição de chefe da Igreja Católica, mas, com plena consciência do ambiente, utilizou uma linguagem universal, destinada aos católicos e aos que não são e se pôs em uma perspectiva inter-religiosa frente a um auditório que também é composto assim (…) Nenhum dos temas importantes ficou fora do discurso. Em seu discurso, sempre utilizou uma linguagem cuidadosa, mas não isenta de energia. E seguindo um estilo próprio de suas intervenções públicas, decidiu se dirigir, através de seus representantes, ao “povo” dos Estados Unidos, em especial aos trabalhadores, aos avós e aos jovens. Para sua estratégia discursiva, escolheu, como modo de aproximação e identificação, utilizar quatro figuras emblemáticas da história norte-americana: “Abraham Lincoln, a liberdade; Martin Luther King, uma liberdade que se vive na pluralidade e na não exclusão; Dorothy Day, a justiça social e os direitos das pessoas; e Thomas Merton, a capacidade de diálogo e a abertura a Deus”. E os apresentou como “quatro representantes do povo norte-americano” (…) Chamou ao compromisso, a partir de uma perspectiva inter-religiosa, na defesa da paz e a favor da justiça: a cooperação entre as religiões “é um potente instrumento na luta para erradicar as novas formas mundiais de escravidão, que são fruto de grandes injustiças que só podem ser superadas com novas políticas e consensos sociais”, quando “o mundo é cada vez mais um lugar de conflitos violentos, de ódio nocivo, de sangrenta atrocidade, cometida inclusive em nome de Deus e da religião”. E enfatizou em sua pregação: esperança, reconciliação, paz e justiça.

:: Íntegra do discurso do Papa Francisco ao Congresso Americano – Notícias: IHU On-Line – 25/09/2015
Na quinta-feira, 24 de setembro, o Papa Francisco proferiu seu discurso ao Congresso Americano, em Washington (…) “Sinto-me muito grato pelo convite para falar a esta Assembleia Plenária do Congresso «na terra dos livres e casa dos valorosos». Apraz-me pensar que o motivo para isso tenha sido o facto de também eu ser um filho deste grande continente, do qual muito recebemos todos nós e relativamente ao qual partilhamos uma responsabilidade comum. Cada filho ou filha duma determinada nação tem uma missão, uma responsabilidade pessoal e social. A vossa responsabilidade própria de membros do Congresso é fazer com que este país, através da vossa atividade legislativa, cresça como nação. Vós sois o rosto deste povo, os seus representantes. Sois chamados a salvaguardar e garantir a dignidade dos vossos concidadãos na busca incansável e exigente do bem comum, que é o fim de toda a política. Uma sociedade política dura no tempo quando, como uma vocação, se esforça por satisfazer as carências comuns, estimulando o crescimento de todos os seus membros, especialmente aqueles que estão em situação de maior vulnerabilidade ou risco. A atividade legislativa baseia-se sempre no cuidado das pessoas. Para isso fostes convidados, chamados e convocados por aqueles que vos elegeram”.

:: Alguns pensamentos sobre o discurso do papa ao Congresso dos EUA  –  John L. Allen Jr. – Crux – 24/09/2015 – Em Notícias: IHU On-Line – 25/09/2015
Segundo uma estimativa, houve cerca de 1,8 bilhão de cidadãos norte-americanos desde a fundação da República, em 1776. Escolher apenas quatro grandes de todos os tempos, assim, é bastante audacioso, mas isso não impediu que o Papa Francisco o fizesse nesta quinta-feira no seu discurso profundamente antecipado ao Congresso dos EUA. No discurso, Francisco levantou quatro norte-americanos a uma menção especial. Eles incluíram dois não católicos, Abraham Lincoln e Martin Luther King Jr., e dois católicos, Dorothy Day e Thomas Merton. Em cada caso, o pontífice notou que 2015 marca um aniversário – 150 anos desde o assassinato de Lincoln, por exemplo, e 100 anos desde o nascimento de Merton. Vamos chamá-los de o “Quarteto Fantástico” do papa. Nesse espírito, aqui estão quatro considerações rápidas sobre quem são esses quatro norte-americanos que Francisco escolheu. Vamos nos concentrar principalmente em Day e em Merton, já que Lincoln e M. L. K. são seleções razoavelmente naturais sobre os quais qualquer não americano provavelmente está consciente.

:: Francisco, “pontifex” entre Roma e América, e dentro da Igreja dos EUA –  Massimo Faggioli – TheHuffingtonPost.it – 24/09/2015 – Em Notícias: IHU On-Line – 25/09/2015
O Vaticano é o “soft power” por excelência no mundo global, e, para o papa, construir pontes sempre fez parte do seu carisma político. O que é novo é a tarefa de levar novamente a uma possível unidade as muitas e diversas almas de uma Igreja grande e vital, mas também dilacerada na busca da afirmação das suas diversas identidades. A Igreja norte-americana é um teste importante para o papado, não só em vista do Sínodo dos Bispos, que se abre em duas semanas em Roma, mas também do futuro próximo do catolicismo global.

:: Francisco reacende a fé em Cuba –  Frei Betto – El País – 23/09/2015 – Em Notícias: IHU On-Line – 24/09/2015
Raúl Castro, ao receber o Papa, sabia tratar-se de um “companheiro”. Francisco fizera duras críticas ao capitalismo, qualificado por ele de “ditadura sutil”, em seus encontros mundiais com líderes de movimentos populares. Sua primeira encíclica, “Louvado seja – o cuidado de nossa casa comum”, é o mais contundente documento até hoje emitido sobre o tema socioambiental. O Papa associa devastação da natureza ao crescimento da miséria e da pobreza, e aponta a ambição de lucro e a economia de livre mercado como responsáveis por isso. Raúl estava seguro de que Francisco não causaria surpresas. O presidente de Cuba se equivocou. O Papa surpreendeu por sua empatia com o povo cubano, cristãos e ateus. Dispensou o Mercedes blindado reservado a seus deslocamentos e, pressionado a receber os guerrilheiros das FARC que, sob mediação cubana, negociam em Havana um acordo de paz com o Governo colombiano, optou por incluir em sua homilia, na missa na Praça da Revolução, seu apelo pelo bom êxito das negociações.

:: O que o Papa deixa em Cuba e o que busca nos EUA – José Manuel Vidal – Religión Digital – 22/09/2015 – Em Notícias: IHU On-Line – 23/09/2015
Em Cuba, esperavam um herói e um amigo, quase um pai da pátria. Nos EUA chega, ao menos no imaginário dos neocons, o Papa vilão, que põe em questão o capitalismo selvagem, que contamina a casa comum até fazê-la irrespirável. Do calor tropical cubano à frieza anglo-saxã (…) Em Cuba bastou a força do coração. Nos EUA terá que usar toda a sua capacidade de sedução.

:: Papa em Cuba, Opus Dei na retranca – Alberto Dines – Observatório da Imprensa – 22/09/2015 – Em Notícias: IHU On-Line – 23/09/2015
Francisco não é o primeiro pontífice a pisar em território cubano, é o terceiro. Mas é o primeiro desde 1959 a avistar em Havana a bandeira norte-americana tremulando ao lado da cubana. Façanha pela qual é um dos principais responsáveis, junto com o presidente Barack Obama. A grande imprensa brasileira sempre se assumiu como católica, apostólica, romana. Com a cobertura da viagem do papa à Ilha percebe-se que, além disso, nossos jornalões exibem-se majoritariamente, sem pudor, como sectários e reacionários. Dos três diários de referência nacional, dois deles seguem a linha inflexível da Opus Dei – “Globo” e “Estadão”. Sem forçar uma autonomia, a “Folha” procura demarcar-se sutilmente da discretíssima prelazia conservadora global, embora mantenha fortes vínculos com o seu expoente no Brasil, Yves Gandra Martins. O esquema foi reproduzido com total transparência no último fim de semana. Os jornalões obedeceram aos mesmos critérios e preconceitos, como se editados pela mesma pessoa ou conectados por telepatia.

:: Será que vamos escutar o Papa Francisco? –  Thomas Reese – National Catholic Reporter – 17/09/2015 – Em Notícias: IHU On-Line – 24/09/2015
Nas últimas semanas, tenho falado a inúmeras redes de televisão a respeito da visita do Papa Francisco aos Estados Unidos (…) Na maioria das vezes, as perguntas dos repórteres se enquadram em duas categorias: O que ele irá dizer e fazer? E será que isto fará alguma diferença? Em outro artigo, eu escrevi sobre o que penso que o papa dirá nestes dias. Aqui quero falar sobre o efeito que a visita do papa pode desencadear. Em certo sentido, o efeito que a visita do papa pode ter resume-se a se nós iremos, ou não, escutá-lo. Há uma série de obstáculos no caminho de nossa audição atenta ao que ele, o papa, vai dizer.

Resenhas na RBL – 09.09.2015

As seguintes resenhas foram recentemente publicadas pela Review of Biblical Literature:

James H. Charlesworth, ed.
The Tomb of Jesus and His Family? Exploring Ancient Jewish Tombs Near Jerusalem’s Walls
Reviewed by Jodi Magness

John J. Collins
A Short Introduction to the Hebrew Bible
Reviewed by Corinne Blackmer
Reviewed by David M. Carr

Eric Eve
Behind the Gospels: Understanding the Oral Tradition
Reviewed by Werner H. Kelber

Charles W. Hedrick
The Wisdom of Jesus: Between the Sages of Israel and the Apostles of the Church
Reviewed by David Gowler

Douglas S. Huffman
The Handy Guide to New Testament Greek: Grammar, Syntax, and Diagramming
Reviewed by Justin Langford

Francisco Lozada Jr. and Fernando F. Segovia, eds.
Latino/a Biblical Hermeneutics: Problematics, Objectives, Strategies
Reviewed by Tat-siong Benny Liew

Ronald D. Peters
The Greek Article: A Functional Grammar of ὁ-items in the Greek New Testament with Special Emphasis on the Greek Article
Reviewed by Daniel Wallace

Rivka Ulmer and Moshe Ulmer
Righteous Giving to the Poor: Tzedakah (“Charity”) in Classic Rabbinic Judaism
Reviewed by Gregg E. Gardner

Yael Wilfand
Poverty, Charity and the Image of the Poor in Rabbinic Texts from the Land of Israel
Reviewed by Joshua Schwartz

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Resenhas na RBL – 28.08.2015

As seguintes resenhas foram recentemente publicadas pela Review of Biblical Literature:

Adesola Joan Akala
The Son-Father Relationship and Christological Symbolism in the Gospel of John
Reviewed by Sherri Brown

Eve-Marie Becker and Anders Runesson, eds.
Mark and Matthew II: Comparative Readings: Reception History, Cultural Hermeneutics, and Theology
Reviewed by Craig A. Evans

Eberhard Bons, Ralph Brucker, and Jan Joosten, eds.
The Reception of Septuagint Words in Jewish-Hellenistic and Christian Literature
Reviewed by Randall X. Gauthier

Paul J. Brown
Bodily Resurrection and Ethics in 1 Cor 15: Connecting Faith and Morality in the Context of Greco-Roman Mythology
Reviewed by Matthew R. Malcolm

Teresa J. Calpino
Women, Work and Leadership in Acts
Reviewed by Deborah Thompson Prince

James H. Charlesworth, ed.
Jesus and Temple: Textual and Archaeological Explorations
Reviewed by S. Aaron Son

E. Anne Clements
Mothers on the Margin? The Significance of the Women in Matthew’s Genealogy
Reviewed by Erin K. Vearncombe

Lynn H. Cohick
Ephesians: A New Covenant Commentary
Reviewed by Brian C. Small

F. Stanley Jones, ed.
The Rediscovery of Jewish Christianity: From Toland to Baur
Reviewed by Edwin Broadhead

Jennifer L. Koosed, ed.
The Bible and Posthumanism
Reviewed by Norman Habel
Reviewed by Trevor W. Thompson

Jan Krans, Bert Jan Lietaert Peerbolte, Peter-Ben Smit, and Arie Zwiep, eds.
Paul, John, and Apocalyptic Eschatology: Studies in Honour of Martinus C. de Boer
Reviewed by S. Michael Ahn

Carol Meyers
Rediscovering Eve: Ancient Israelite Women in Context
Reviewed by Linda S. Schearing

Merrill Morse
Isaiah Speaks: A Voice from the Past for the Present
eviewed by Hélène Dallaire

Carl P. E. Springer
Sedulius, The Paschal Song and Hymns
Reviewed by Jade Weimer

David I. Starling
UnCorinthian Leadership: Thematic Reflections on 1 Corinthians
Reviewed by J. Brian Tucker

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Resenhas na RBL – 20.08.2015

As seguintes resenhas foram recentemente publicadas pela Review of Biblical Literature:

Katherine Bain
Women’s Socioeconomic Status and Religious Leadership in Asia Minor: In the First Two Centuries C.E.
Reviewed by Shelly Matthews

René Bloch
Jüdische Drehbühnen: Biblische Variationen im antiken Judentum
Reviewed by Michael S. Moore

George Brooke
Reading the Dead Sea Scrolls: Essays in Method
Reviewed by Carol A. Newsom

Walter Brueggemann and William H. Bellenger
Psalms
Reviewed by Gert T. M. Prinsloo
Reviewed by Beat Weber

Corrine L. Carvalho, ed.
Pastoral Essays in Honor of Lawrence Boadt, CSP: Reading the Old Testament
Reviewed by Deena Grant

Carl S. Ehrlich, Anders Runesson, and Eileen Schuller, eds.
Purity, Holiness, and Identity in Judaism and Christianity: Essays in Memory of Susan Haber
Reviewed by John C. Poirier

Laszlo Gallusz
The Throne Motif in the Book of Revelation
Reviewed by Andrew R. Guffey

Yung Suk Kim
Biblical Interpretation: Theory, Process, and Criteria
Reviewed by Valeriy A. Alikin

Jonathan S. Linebaugh
God, Grace, and Righteousness in Wisdom of Solomon and Paul’s Letter to the Romans: Texts in Conversation
Reviewed by Daniele Pevarello

Timothy Luckritz Marquis
Transient Apostle: Paul, Travel, and the Rhetoric of Empire
Reviewed by Brian C. Small

Isaac K. Mbabazi
The Significance of Interpersonal Forgiveness in the Gospel of Matthew
Reviewed by Dion Forster

Emanuel Pfoh and Keith W. Whitelam, eds.
The Politics of Israel’s Past: The Bible, Archaeology and Nation-Building
Reviewed by Mark Leuchter

Jörg Rüpke and Greg Woolf, eds.
Religious Dimensions of the Self in the Second Century CE
Reviewed by Clayton N. Jefford

Alistair C. Stewart
The Original Bishops: Office and Order in the First Christian Communities
Reviewed by Judith M. Lieu

J. Brian Tucker and Coleman A. Baker, eds.
T&T Clark Handbook to Social Identity in the New Testament
Reviewed by Jacobus (Kobus) Kok

W. Dennis Tucker Jr.
Constructing and Deconstructing Power in Psalms 107–150
Reviewed by Erhard S. Gerstenberger

Pauline A. Viviano
Jeremiah, Baruch
Reviewed by Matthias Henze

Catrin H. Williams and Christopher Rowland, eds.
John’s Gospel and Intimations of Apocalyptic
Reviewed by Laura C. S. Holmes

Carol B. Wilson
For I Was Hungry and You Gave Me Food: Pragmatics of Food Access in the Gospel of Matthew
Reviewed by Craig S. Keener

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Semana Filosófica no CEARP em 2015

Nos dias 13 e 14 de outubro de 2015 será realizada a V Semana Filosófica do CEARP, em Brodowski, com os seguintes conferencistas:

:: Dia 13: Prof. Ms. Luiz Rufino Santos Jr. – Professor de Estética no curso de Pós-Graduação em História da Arte da FAAP e do Centro Universitário Barão de Mauá

A barbárie da intolerância

:: Dia 14: Profa. Dra. Marlene de Cassia Trivellato Ferreira  – Professora Titular do Centro Universitário Barão de Mauá

Tolerância: a arte de viver

Horário: 08h30-11h30

Inscrições:
. E-mail: cearp.rp@gmail.com
. Tel.: (16) 3664-1290

Emissão de Certificado de Participação

. Endereço: Av. Papa João XXIII, 300 – Brodowski – SP