The Oriental Institute Open Access Publications

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Including Both Digital Manifestations of Print Publications and Born Digital Publications

Starting in 2004, the Oriental Institute [of the University of Chicago] committed to digitizing all of its publications and making them available online, without charge. The minimum for each volume, old and new, current and forthcoming, will be a Portable Document Format (PDF) version following current resolution standards. New publications appear online at or near the time they appear in print. Older publications will be processed as time and funding permits. Several hundred volumes are now online.

Fonte: AWOL – 18.03.2016

Biomas brasileiros e defesa da vida

:. “Admirar os biomas é contemplar a obra do criador”, afirma cardeal Sergio da Rocha

Como bem sabemos, a importância da Campanha da Fraternidade tem crescido a cada ano, repercutindo não apenas no interior das comunidades católicas, mas também nos diversos ambientes da sociedade, especialmente pela sua natureza e pela iminência dos assuntos abordados”. Foi com estas palavras que o arcebispo de Brasília e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), cardeal Sergio da Rocha, abriu oficialmente a Campanha da Fraternidade 2017.

A cerimônia ocorreu na sede da entidade, nesta quarta-feira, 1º de março, em Brasília (DF). Com o tema “Fraternidade: biomas brasileiros e a defesa da vida”, este ano, a Campanha busca alertar para o cuidado e o cultivo dos biomas brasileiros: Cerrado, Mata Atlântica, Caatinga, Pampa, Pantanal e Amazônia. Além disso, enfatiza o respeito à vida e a cultura dos povos que neles habitam. O lema escolhido para iluminar as reflexões é “Cultivar e guardar a criação (Gn 2, 15)”.

Para dom Sergio, a temática é de extrema urgência. “Cada Campanha da Fraternidade quer nos ajudar a vivenciar a fraternidade em um campo específico da vida ou da realidade social brasileira que tem necessitado de maior atenção e empenho, e este ano o tema escolhido é de grande notoriedade”, enfatizou. Ainda de acordo com ele, é preciso que as pessoas conheçam os biomas a fundo para poderem “contemplar a beleza e a diversidade que estão estampados no próprio cartaz da Campanha da Fraternidade”.

Na mesa de abertura, dom Sergio disse ainda que não bastava apenas conhecer os biomas e que era preciso também refletir sobre a presença e sobre a ação humana nesses ambientes. Ele também ressaltou a valorização dos povos originários, que de acordo com ele são “verdadeiros guardiões dos biomas”. “Nós precisamos valorizar, defender a vida e a cultura desses povos, mas também somos motivados a refletir sobre as causas dos problemas que afetam os biomas como, por exemplo, o desmatamento, a poluição da natureza e das nascentes. Necessitamos também refletir sobre a ação de cada um de nós e nossas posturas nos biomas onde estamos inseridos”, disse.

Por último, o bispo destacou que pode haver um certo estranhamento por parte das pessoas em relação à Igreja ter escolhido este assunto para a Campanha, mas segundo ele, ninguém pode assistir passivamente à destruição de um bioma ou de sua própria casa, da Casa Comum. “O assunto de fato não pode ser descuidado, não pode ser deixado para depois, ele necessita da atenção e dos esforços de todos. O tema tem sim muito a ver com a fé em Cristo, com a fé no criador, com a palavra de Deus, e admirar os biomas é contemplar a obra do criador”, finalizou.

O presidente da Frente Parlamentar Ambientalista, deputado federal Alessandro Molon, compôs a mesa da cerimônia e, em sua fala, agradeceu pela escolha do tema por parte da Igreja no Brasil, considerando a iniciativa um serviço de extrema importância para o país e para a proteção do meio ambiente… (continua)

Fonte: CNBB

Campanha da Fraternidade 2017: biomas brasileiros e a defesa da vida

:. Degradação da natureza e agravamento da pobreza são frutos do sistema de produção, de consumo e de especulação que impera. Entrevista especial com Ivo Poletto – IHU On-Line: 03.03.2017
Biomas brasileiros e a defesa da vida é o tema da Campanha da Fraternidade (CF) deste ano. Não é a primeira vez que a dimensão socioambiental da vida é abordada, lembra o filósofo e cientista social Ivo Poletto. Em 2007, a temática foi Fraternidade e Amazônia; em 2011, a temática enfrentou as mudanças climáticas provocadas pelo aquecimento global.

Em entrevista concedida por e-mail à IHU On-Line, Poletto lembra que na primeira Campanha não foi fácil mobilizar as pessoas em favor da Amazônia, pois era vista como uma realidade distante. “Foi neste ano, com certeza, que nasceu a reivindicação em favor de uma CF que encarasse a realidade de todos os biomas do país”, avalia.

Poletto considera que a escolha do tema de 2017 se relaciona “com o avanço da consciência de muitos cristãos/ãs e, de modo especial, os animados pelas pastorais sociais, pela Cáritas e pelo Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Social”. Isso decorre do fato de que “todos os biomas estão sendo afetados por ações humanas e precisam, por isso, de uma atenção cuidadosa e de práticas que ajudem a Terra a recuperar as suas características originais”. Há outro motivo, que é “o insistente convite do papa Francisco a todas as pessoas – de modo especial na sua encíclica Laudato Si’ – sobre o cuidado da casa comum – para que se deem conta de como a vida está ameaçada no planeta Terra e de como é urgente a mudança estrutural do sistema econômico dominante e do estilo de vida dos que estão envolvidos no produtivismo e no consumismo”.

O tema não é fácil de tratar, reconhece Poletto. “Na maior parte das vezes, a visão eclesial esteve centrada no ser humano, no seu direito a um ambiente saudável. Tem sido difícil superar o antropocentrismo, justificado até mesmo por leituras do Gênesis, em que a narrativa da Criação afirmaria o ser humano como centro, como destinatário de tudo que Deus fez”, afirma. “Não é correto dizer que a humanidade enfrenta duas crises, a social e a ambiental. Só há uma crise, de caráter socioambiental. Tanto a degradação da natureza quanto o agravamento da pobreza são frutos do sistema de produção, de consumo e de especulação que domina a terra e as pessoas.”

Ivo Poletto é filósofo e cientista social. Trabalha atualmente como assessor educacional no Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Social, que articula movimentos, entidades e pastorais sociais em torno da defesa dos direitos sociais da população afetada pelas mudanças climáticas provocadas pelo aquecimento global. Entre 1975 e 1992, foi o 1º secretário executivo da Comissão Pastoral da Terra; de 1993 a 2002, foi assessor da Cáritas Brasileira; em 2003 e 2004, foi membro da Equipe de Mobilização Social do Programa Fome Zero, do governo federal – sobre esse período, escreveu o livro Brasil: oportunidades perdidas – Meus dois anos no Governo Lula (Editora Garamond, 2005). Confira a entrevista.

:. Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida – IHU On-Line: 24.02.2017
“A Campanha da Fraternidade 2017 nos ajuda a entender mais profundamente o sentido da Quaresma, que é um tempo forte de mudança de vida e de preparação para a Páscoa: passagem para a Vida Nova em Cristo, vida de amor verdadeiro, baseado na gratuidade e na busca de radicalidade. Sem esse amor verdadeiro não há Fraternidade (ou Irmandade)”, escreve Marcos Sassatelli, frade dominicano, doutor em Filosofia (USP) e em Teologia Moral (Assunção – SP) e professor aposentado de Filosofia (UFG)

:. Campanha pelos biomas brasileiros – IHU On-Line: 10.02.2017
“O Brasil em sua vasta dimensão territorial possui seis biomas: a Amazônia, a Caatinga, o Cerrado, a Mata Atlântica, o Pantanal e o Pampa. Cada determinação se caracteriza, pois, pela dinâmica de semelhança que forma o ecossistema, isto é, pela similaridade de vegetação, de clima e formação histórica”, escreve Felipe Augusto Ferreira Feijão, estudante de Filosofia Faculdade Católica de Fortaleza (FCF).

:. Cerrado. O pai das águas do Brasil e a cumeeira da América do Sul – Revista IHU On-Line n. 382 – 28.11.2011
Considerado o celeiro do mundo e o berço das águas do Brasil, o Cerrado brasileiro desfruta de uma biodiversidade ainda pouco conhecida por muitos brasileiros e brasileiras. A IHU On-Line desta semana dá continuidade à série referente aos diferentes biomas brasileiros. A revista já abordou os biomas Floresta Amazônica, o Pampa, o Pantanal e a Floresta de Araucária. Buscando conhecer um pouco mais a cumeeira da América do Sul e o pai das águas do Brasil, vários pesquisadores e pesquisadoras contribuem nesta edição.

Os biomas brasileiros e a teia da vida – Evento IHU: 15 de março a 14 de junho de 2017. Clique aqui

Lista de livros gratuitos do Projeto ICI da SBL

Quem ainda não conhece o Projeto ICI da SBL, leia meu post de 12 de novembro de 2010: Download de livros de Bíblia no Projeto ICI da SBL.

Onde também está o link para o download dos livros.

Aqui só quero anotar que há, hoje, na página do Projeto ICI quase 600 livros gratuitos, em pdf, disponíveis para download.

E são obras de publicação recente e temas relevantes para os estudos bíblicos.

Confira.

Declaração do Primeiro Encontro Ibero-americano de Teologia

Urge, pois, uma teologia profética, que dessacralize os falsos deuses

Declaração do Primeiro Encontro Ibero-Americano de Teologia

Durante vários dias, teólogas e teólogos católicos de Ibero-América nos reunimos em Boston, Estados Unidos da América, com espírito ecumênico, inter-religioso, intercultural, integrador e solidário. A vocação eclesial nos leva a pensar, pesquisar, aprender, ensinar e a comunicar a riqueza da fé cristã, na Igreja e na sociedade. Partilhamos a vida, a oração, a Eucaristia, a reflexão e o diálogo, para fazer um discernimento, em comum, dos novos sinais dos tempos de nossa época global. Agora, queremos partilhar alguns frutos do nosso trabalho, com a comunidade eclesial e o público em geral.

Reconhecemos, com júbilo e alegria, que vivemos um momento favorável no desenvolvimento da teologia e na vida da Igreja, em geral. Cremos que vivemos um kairós eclesial a partir dos processos iniciados pelo Bispo de Roma, Francisco, primeiro pontífice proveniente da América Latina. Seus impulsos de renovação evangélica, expressos na necessidade de uma reforma, tanto das mentalidades como das estruturas da instituição eclesial em perspectiva sinodal, nos animam a nos perguntar por onde passa Deus em nossa história e que realidades se opõem a Ele. Nosso discernimento nos permitiu descobrir traços e sinais de uma história comum, a partir dos quais queremos olhar os desafios presentes e futuros desta época global em que vivemos. Assim, enfatizamos a importância de ver, a partir da Palavra de Deus proclamada na Igreja, a situação sociopolítica e econômica de nossos países, como um lugar teológico fundamental, na qual a Igreja está chamada a inserir-se para acompanhar, como Povo Deus, os povos deste mundo.

Por isso, queremos discernir nossa presença como pessoas de fé, a partir da questão social desta época, caracterizada, no campo socioeconômico, pela existência de relações e sistemas de exclusão e iniquidade; no campo sociocultural, pela necessidade de ir do pluricultural ao intercultural; e, no âmbito sociopolítico, pela urgência de consolidar o sistema democrático republicano e as formas emergentes da sociedade civil, que proponham um olhar mais humano deste mundo. Neste contexto, reafirmamos nossa opção pelos pobres e excluídos.

Continua…

Em espanhol: Declaración de Boston del I Encuentro Iberoamericano de Teología

Leia Mais:
Primeiro encontro ibero-americano de Teologia
Gustavo Gutiérrez: “O compromisso com o pobre não pode evitar a denúncia das causas da pobreza”

Carlo Martini entre Palavra e Profecia

Martini, entre Palavra e profecia. Um fio dourado o une a Francisco. Entrevista com Marco Garzonio – IHU On-Line: 17.02.2017

Carlo Maria Martini em 1963 quando começou a lecionar no Bíblico

“A recuperação da herança espiritual do cardeal Martini deve ter uma chave pessoal, deve tocar a nossa consciência para depois sermos, com maior convicção, testemunhas do Evangelho. E, certamente, nunca devemos fazer dele um ‘santinho’: seria trair a sua memória.” Marco Garzonio, jornalista do Corriere della Sera, presidente da Fundação Ambrosianeum, certamente é uma das pessoas que foram mais próximas e que mais estudaram a figura do biblista, arcebispo de Milão de 1979 a 2002.

A reportagem é de Gianni Borsa, publicada por Servizio Informazione Religiosa (SIR), 15-02-2017. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

No dia 31 de agosto de 2012, Martini falecia no Aloisianum de Gallarate (Varese): Garzonio estava à beira do leito do bispo. E, a partir do quarto do terceiro andar daquela residência dos jesuítas, começa o filme de Ermanno Olmi, intitulado Vedete, sono uno di voi [Vejam, sou um de vocês], cujo roteiro foi escrito a quatro mãos pelo diretor e pelo jornalista.

Trata-se de uma das inúmeras iniciativas que se desenvolvem nestes dias em Milão por ocasião do 90º aniversário de nascimento de Martini, que ocorreu no dia 15 de fevereiro de 1927: o programa está disponível aqui.

Eis a entrevista.

Garzonio, comecemos a partir dessa recuperação da memória. Qual é o significado?

Eu considero que se trata de uma importante iniciativa de caráter histórico, mas deve ser entendida ainda mais como uma oportunidade para verificar a continuidade da semente evangélica que vem do cardeal, o frescor e a atualidade de uma mensagem que dura no tempo e que ainda nos interroga. Nos seus anos em Milão, lemos também, nas entrelinhas, uma fase da história da cidade e da diocese, tão significativamente marcada pelo magistério de Martini.

Você fala de um vínculo que encontra inúmeras e significativas correspondências entre dois jesuítas, Martini e Bergoglio. Poderia nos indicar alguns “pontos de contato”?

São realmente muitos! Poderíamos partir da ideia martiniana sobre o governo da Igreja através de uma “dimensão colegial”. Trata-se de um antigo desejo seu, que reencontramos na “sinodalidade” à qual o Papa Francisco se refere hoje. Salientaria, depois, a constante referência do cardeal aos temas ligados à família, às relações afetivas: Martini insistia na necessidade de se colocar à escuta das famílias para responder às suas necessidades. Pois bem, Francisco dedicou dois sínodos a esse tema. E depois os jovens, sempre presentes no pensamento do arcebispo, a partir da “Escola da Palavra”. E agora a Igreja é chamada a um novo Sínodo precisamente sobre os jovens.

Outras sensibilidades em comum? Outros pontos de contato?

A centralidade da Bíblia, obviamente: o farol que guiava a vida e cada ação e discurso do cardeal. Se hoje formos rever as homilias de Santa Marta do Papa Francisco, encontramos precisamente autênticas lectio divinas. Mas, para continuar com os exemplos, poderíamos citar a dimensão ecumênica, o papel da mulher na Igreja, a constante referência ao “sonho” (“Sonho com uma Igreja…”), a atenção aos últimos (“fazer-se próximo”, os pobres, os encarcerados, os migrantes).

Martini “sonhava” uma Igreja “alegre e leve”. Uma visão que alguns definiram como profética. O que você acha?

Uma comunidade fundada sobre a Palavra, próxima dos últimos, “alegre e leve”, mas também fermento na sociedade, pequena semente de mostarda que acolhe os desafios postos pelo mundo e se empenha em anunciar a mensagem de Jesus nas dobras da história. Sim, a visão de Martini é profética porque faz prospecções, ilumina a Igreja de hoje e imagina a do futuro. Pensemos mais uma vez na “Igreja em saída” de Bergoglio.

Em Carlo Maria Martini, repete-se a referência à cultura, ao conhecimento. Em que sentido?

Para o arcebispo e biblista, não se tratava apenas de um conhecimento intelectual ou de uma compreensão humana da realidade. Havia e há mais. Ele partia do texto bíblico para compreender a humanidade e o mundo, de modo a levar-lhes a luz da fé.

E o “fazer-se próximo”?

O Congresso sobre a Caridade, de 1986, acima de tudo, representou, na minha opinião, a “conversão” de Martini à cidade e vice-versa. A passagem de “cientista da Escritura” a pastor de grande coração. Tudo isso acontecia – não se deve esquecer – no contexto da “Milão de beber”, totalmente negócios e política. A diocese liderada por Martini sinalizava, ao contrário, uma desintegração do tecido social, a presença generalizada da pobreza e chamava à responsabilidade da solidariedade. Uma responsabilidade individual e comunitária que se fundamenta em uma inquietação de fundo, que chama a atenção aos irmãos e ao seu serviço.

Martini é considerado um bom comunicador. É verdade?

Ele era um ótimo comunicador. Descobrimos isso relendo as duas cartas pastorais sobre o assunto, “Efatá” e “A orla do manto”. Revendo o seu estilo nas relações interpessoais e na pregação. Assim como na sua ideia particular de “opinião pública” na Igreja, sempre invocada: uma Igreja que discute em seu interior, que tem algo a dizer ao mundo, depois, pode e deve comunicar. No entanto, eu diria que Martini era um ótimo comunicador porque era uma pessoa e um cristão autêntico.

Carlo Maria Martini (1927-2012)

 

Martini, tra Parola e profezia. Garzonio: il “filo rosso” con Bergoglio – Gianni Borsa: Servizio Informazione Religiosa (SIR) – 15 febbraio 2017

Milano dedica all’arcivescovo-biblista numerose iniziative in occasione del 90° della nascita. Il presidente della Fondazione Ambrosianeum, molto vicino al cardinale, ne ripercorre il magistero, sottolineando le “corrispondenze” con papa Francesco

“Il recupero dell’eredità spirituale del cardinale Martini deve avere una chiave personale, deve toccare la nostra coscienza per poi essere, con maggior convinzione, testimoni del Vangelo. E, di certo, non dobbiamo mai farne un ‘santino’: sarebbe tradirne la memoria”. Marco Garzonio, giornalista del “Corriere della Sera”, presidente della Fondazione Ambrosianeum, è certamente una delle persone che sono state più vicine e che più ha studiato la figura del biblista, arcivescovo di Milano dal 1979 al 2002. Il 31 agosto 2012 Martini si spegneva all’Aloisianum di Gallarate (Varese): Garzonio era al capezzale del vescovo. E dalla stanza al terzo piano di quella residenza dei Gesuiti prende avvio il film di Ermanno Olmi, intitolato “Vedete, sono uno di voi”, la cui sceneggiatura è scritta a quattro mani dal regista e dal giornalista. Si tratta di una delle numerose iniziative che si svolgono in questi giorni nel capoluogo lombardo in occasione dei 90 anni dalla nascita di Martini, avvenuta il 15 febbraio 1927.

Garzonio, partiamo da questo recupero della memoria. Quale il significato?

Ritengo si tratti di un’importante iniziativa di carattere storico, ma va intesa ancor più come occasione per verificare la continuità della semina evangelica che viene dal cardinale, la freschezza e attualità di un messaggio che dura nel tempo e che ancora oggi ci interroga. Nei suoi anni a Milano leggiamo anche, in filigrana, una fase della storia cittadina e diocesana, così significativamente segnata dal magistero martiniano.

Lei parla di una “consegna” che trova numerose e significative corrispondenze tra i due gesuiti, Martini e Bergoglio. Ci può indicare qualche “punto di contatto”?

Sono davvero tanti! Potremmo partire dall’idea martiniana sul governo della Chiesa attraverso una “dimensione collegiale”. Si tratta di un suo antico desiderio che ritroviamo nella “sinodalità” cui ci richiama oggi papa Francesco. Segnalerei poi il costante richiamo del cardinale ai temi legati alla famiglia, alle relazioni affettive: Martini insisteva sulla necessità di porsi in ascolto delle famiglie per rispondere ai loro bisogni. Ebbene, Francesco ha dedicato due Sinodi a questo tema. E poi i giovani, sempre presenti nel pensiero dell’arcivescovo, dalla “Scuola della Parola” in avanti. E ora la Chiesa è chiamata a un nuovo Sinodo proprio sui giovani.

Altre sensibilità comuni? Ulteriori punti di contatto?

La centralità della Bibbia, ovviamente: il faro che guidava la vita e ogni azione e discorso del cardinale; se andiamo oggi a rivedere le omelie di Santa Marta di papa Francesco troviamo appunto delle autentiche lectio divine. Ma, per continuare con gli esempi, potremmo citare la dimensione ecumenica, il ruolo della donna nella Chiesa, il costante richiamo al “sogno” (“sogno una Chiesa…”), l’attenzione agli ultimi (“farsi prossimo”, i poveri, i carcerati, i migranti).

Martini “sognava” una Chiesa “lieta e leggera”. Una visione che qualcuno ha definito profetica. Cosa ne pensa?

Una comunità fondata sulla Parola, vicina agli ultimi, “lieta e leggera”, ma anche lievito nella società, piccolo granello di senape che accoglie le sfide poste dal mondo e s’impegna ad annunciare il messaggio di Gesù nelle pieghe della storia. Sì, quella di Martini è una visione profetica perché prospettica, che illumina la Chiesa dell’oggi e immagina quella del futuro. Pensiamo, ancora una volta, alla “Chiesa in uscita” di Bergoglio.

In Carlo Maria Martini ricorre il richiamo alla cultura, alla conoscenza. In che senso?

Per l’arcivescovo e biblista non si trattava solo di una conoscenza intellettuale o di una comprensione umana della realtà. C’era, e c’è, di più. Egli partiva dal testo biblico per comprendere l’umanità e il mondo, così da portarvi la luce della fede.

E il “farsi prossimo”?

Il convegno sulla carità, del 1986, ha anzitutto rappresentato, a mio avviso, la “conversione” di Martini alla città, e viceversa. Il passaggio da “scienziato della Scrittura” a pastore dal cuore grande. Tutto ciò avveniva – non va dimenticato – nel contesto della “Milano da bere”, tutta affari e politica. La diocesi guidata da Martini segnalava invece uno sgretolamento del tessuto sociale, la presenza diffusa della povertà e richiamava alla responsabilità della solidarietà. Una responsabilità, individuale e comunitaria, che si fonda su una inquietudine di fondo, la quale porta all’attenzione ai fratelli e al loro servizio.

Martini è ritenuto un buon comunicatore: è vero?

Era un ottimo comunicatore. Lo scopriamo rileggendo le due lettere pastorali sull’argomento, “Effatà” e “Il lembo del mantello”. Rivedendone lo stile nelle relazioni interpersonali e nella predicazione. Così pure nella sua particolare idea di “opinione pubblica” nella Chiesa, sempre invocata: una Chiesa che discute al suo interno, che ha qualcosa da dire al mondo, poi può e deve comunicare. Comunque direi che Martini era un ottimo comunicatore perché era una persona e un cristiano autentico.

Leia Mais:
Diálogos Noturnos, de Carlo Martini, em português
O testamento de Martini
A travessia de Carlo Martini, biblista
Fondazione Carlo Maria Martini

Francisco e Trump

Com Trump, Papa Francisco tem um problema na América – IHU On-Line: 18.02.2017

Nos últimos meses, o ataque contra o papa retomou vigor. Liderado por parte do clero dos Estados Unidos. Assim, a eleição do novo presidente está redesenhando as relações de poder na Igreja.

Bem antes de se tornar o primeiro conselheiro e estrategista-chefe de Donald Trump, Steve Bannon havia exposto a sua visão de mundo – o “sangrento conflito” necessário para preservar o Ocidente judaico-cristão, uma islamofobia que se descolore na supremacia branca, a denúncia do “capitalismo clientelista” de Washington e das finanças globais, um misto de desconfiança e admiração pela “cleptocracia” putiniana, a emergência de um tea party global, a sintonia com Marine Le Pen, Nigel, Farage e os movimentos de direita europeus – em uma videoconferência com o Vaticano.

O ano era 2014, e o então diretor do Breitbart News interveio via Skype em um congresso do Dignitatis Humanae Institute, think tank conservador cujo comitê consultivo é presidido pelo cardeal estadunidense Raymond Leo Burke, chefe da oposição curial ao Papa Francisco.

A reportagem é de Jacopo Scaramuzzi, publicada na revista Pagina 99, 11-02-2017.

Ora con Trump papa Francesco ha un problema in America – Jacopo Scaramuzzi – Pagina 99 – 13 febbraio 2017

La fronda contro il Papa ha ripreso vigore. Capeggiata da parte del clero Usa. Così l’elezione di Trump ridisegnan i rapporti di potere nella Chiesa

Ben prima di diventare il primo consigliere e stratega in capo di Donald Trump, Steve Bannon aveva esposto la sua visione del mondo – il «sanguinoso conflitto» necessario per preservare l’Occidente giudaico-cristiano, un’islamofobia che trascolora nel suprematismo bianco, la denuncia del «capitalismo clientelare» di Washington e della finanza globale, un misto di diffidenza e ammirazione per la «cleptocrazia» putiniana, l’emergere di un tea party globale, la sintonia con Marine Le Pen, Nigel Farage e i movimenti di destra europei – in video-collegamento con il Vaticano. Correva l’anno 2014 e l’allora direttore di Breitbart News intervenne via skype a un convegno dell’istituto Dignitatis Humanae, think tank conservatore il cui comitato consultivo è presieduto dal cardinale statunitense Raymond Leo Burke, capofila dell’opposizione curiale a Papa Francesco.

Jorge Mario Bergoglio e Donald Trump sono agli antipodi. Sono due politici scaltri, sanno che si dovranno parlare, forse già quando il presidente Usa verrà in Italia a maggio per il G7 di Taormina, sono consapevoli che potranno trovare terreni di incontro, come la porta che entrambi tengono aperta alla Russia e la speranza di un appeasement in Medio Oriente. Dalla personalità che Trump sceglierà come ambasciatore presso la Santa Sede (girano i nomi del falco Newt Gingrich, del rivale alle primarie repubblicane Ben Carson, di Benjamin Harnwell, «il tizio più sveglio che c’è a Roma», copyright Steve Bannon) si capirà come Trump vuole impostare i rapporti col Palazzo apostolico. Le distanze, di certo, sono enormi, se non incolmabili. E se Giovanni XXIII e Paolo VI, negli anni Sessanta, avevano un problema con l’Unione Sovietica che affrontarono con la Ostpolitik, ora, come ha scritto lo storico Massimo Faggioli, il primo Papa latinoamericano della storia ha un problema di Westpolitik.

Leia Mais:
Acadêmicos contra Trump
Diante de Donald, o imperador, o Papa Francisco está mais sozinho. Artigo de Massimo Faggioli
Prossegue a guerra suja dos ultraconservadores contra o Papa com um vídeo de uma música satírica

A formação do cânon bíblico

MCDONALD, L. M. The Formation of the Biblical Canon: 2 volumes. London: Bloomsbury T&T Clark, 2017, … p. – ISBN 9780567669339.

MCDONALD, L. M. The Formation of the Biblical Canon: 2 volumes. London: Bloomsbury T&T Clark, 2017

Lee Martin McDonald provides a magisterial overview of the development of the biblical canon — the emergence of the list of individual texts that constitutes the Christian bible. In these two volumes — in sum more than double the length of his previous works on this subject — McDonald presents his most in-depth overview to date. McDonald shows students and researchers how the list of texts that constitute ‘the bible’ was once far more fluid than it is today and guides readers through the minefield of different texts, different versions, and the different lists of texts considered ‘canonical’ that abounded in antiquity. Questions of the origin and transmission of texts are introduced as well as consideration of innovations in the presentation of texts, collections of documents, archaeological finds and Church councils.

In the first volume McDonald reexamines issues of canon formation once considered settled, and sets the range of texts that make up the Hebrew Bible (or Old Testament) in their broader context. Each individual text is discussed, as are the cultural, political and historical situations surrounding them. The second volume considers the New Testament, and the range of so-called ‘apocryphal’ gospels that were written in early centuries, and used by many Christian groups before the canon was closed. Comprehensive appendices showing various canon lists for both Old and New Testaments and for the bible as as a whole are also included.

Lee Martin McDonald is President Emeritus and Professor of New Testament at Acadia Divinity College, Acadia University, Canada. He is also President of the Institute for Biblical Research.

A religião persa na época aquemênida

HENKELMAN, W. F.; REDARD, C. (eds.) Persian Religion in the Achaemenid Period / La Religion Perse A L’Epoque Achemenide. Wiesbaden: Harrassowitz, 2017, 576 p. – ISBN 9783447106474.

HENKELMAN, W. F.; REDARD, C. (eds.) Persian Religion in the Achaemenid Period / La Religion Perse A L'Epoque Achemenide. Wiesbaden: Harrassowitz, 2017, 576 p.

Including twelve English, French, and German papers originally presented at a colloquium convened by Jean Kellens at the College de France (2013), this volume addresses a range of issues relating to Persian religion at the time of the Achaemenid Empire (550-330 BCE). Moving away from the reductive question whether the Achaemenid kings were Zoroastrians or not, the contributors have tried to focus either on newly identified or recently published sources (Central Asian archaeological finds, Elamite texts and seal impressions from the Persepolis Fortification Archive, Aramaic texts from Bactria, the Persepolis Bronze Plaque), or on current (and ongoing) debates such as the question of the spread of the so-called long liturgy to western Iran. In doing, different perspectives are chosen: whereas some have stressed the Iranian or Indo-Iranian tradition, others have pointed out the importance of the Elamite and Assyro-Babylonian contexts. At the same time, the volume shows a broad agreement in its insistence on the essential position of primary sources, problematic as they may be, and on the important role the Achaemenid rulers and the imperial project played in the evolution of Iranian religion.

Thomas Thompson: sobre mitos e seus contextos

On Myths and Their Contexts: An Issue of Contemporary Theology? A Response to Jeffrey Morrow

By Thomas L. Thompson – Professor emeritus, University of Copenhagen

The Bible and Interpretation: January 2017

This essay is written in direct response to Jeffrey Morrow’s article and should be read with Morrow’s paper in hand (…) In his recent contribution to this forum, entitled “On Biblical Scholarship and Bias,” Morrow begins his discussion with reference to a lecture of Joseph Ratzinger from 1988, dealing with the contemporary crisis he understood modern biblical scholarship to be facing at the time. Specifically, Ratzinger’s interest was in “unconscious philosophical presuppositions”, which, in a papal address of 2010, he described more simply as a “bias” of current biblical scholarship.