Dicionário de Ciência da Religião

USARSKI, F.; TEIXEIRA, A.; PASSOS, J. D. (orgs.) Dicionário de Ciência da Religião. São Paulo: Paulus/Paulinas/Loyola, 2022, 920 p. – ISBN 9786555624847.

A Paulus Editora, em parceria com as editoras Paulinas e Loyola, apresenta ao público o “Dicionário de Ciência da Religião”, organizado pelos professores Frank Usarski,USARSKI, F.; TEIXEIRA, A.; PASSOS, J. D. (orgs.) Dicionário de Ciência da Religião. São Paulo: Paulus/Paulinas/Loyola, 2022 Alfredo Teixeira e João Décio Passos. A obra é considerada um marco epistemológico do estudo da Ciência da Religião.

O “Dicionário de Ciência da Religião” é resultado de cinco anos de trabalho que contou com a dedicação de 106 autores entre brasileiros e estrangeiros. A obra possui 920 páginas com 303 palavras e 207 verbetes, sendo o primeiro lançado na língua portuguesa.

A presente publicação traz um conjunto de verbetes que sintetizam, catalogam e instrumentalizam o estudo científico da religião. De acordo com os autores, não se trata de um dicionário das religiões, pelo contrário, é um estudo da ciência da religião que futuramente poderá ser melhorado e ampliado a cada descoberta.

Os verbetes presentes na obra foram elaborados por um grupo de estudiosos nacionais e internacionais que oferecem ao público as informações básicas sobre a história, estruturas conceituais e as aplicações acadêmicas de cada temática sistematizada. Este lançamento — considerado inédito no Brasil e Portugal —, é de grande relevância histórica na medida em que expõe um balanço geral das pesquisas e do estado da arte dos estudos da religião nos dois países.

De acordo com os autores, os tempos atuais exigem um maior conhecimento para um melhor diálogo com as diversas realidades religiosas da sociedade. Este volume é um marco no estudo científico da ciência da religião no Brasil, pois revela uma estreita ligação com a prática religiosa. Vale ressaltar que este dicionário contribui para um estudo mais aprofundado de características marcantes da religião do povo brasileiro.

Ainda segundo os organizadores, o “Dicionário de Ciência da Religião” deseja ser não somente uma ferramenta de trabalho para uma determinada área de conhecimento, mas, sobretudo, um marco epistemológico de um projeto que expressa, ao mesmo tempo, um ponto de chegada de certos domínios teóricos e metodológicos traduzíveis em conceitos distintos, maduros e úteis e um ponto de partida, no sentido de um balanço provisório que ali se apresenta, mas que pede sucessivas atualizações.

A publicação destina-se a estudantes de ciências da religião, estudantes de teologia, religiosos (as), agentes de pastorais e demais interessados no conhecimento sobre a Ciência da Religião. Em suma, o “Dicionário de Ciência da Religião” é uma contribuição histórica que irá favorecer os diversos trabalhos e apresentações sobre o tema, com base no pensamento científico de grandes estudiosos da área.

Os organizadores

João Décio Passos é graduado em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (1987), e Teologia pela Pontifícia Faculdade de teologia N.S. da Assunção (1991). É mestre em Ciências da Religião pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1995) e também em Teologia pelo Instituto São Paulo de Estudos Superiores (2009) além de doutor em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2001). Livre Docente em Teologia pela PUC-SP atua como professor associado da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e professor doutor do Instituto Teológico São Paulo.

Frank Usarski é doutor em Ciência da Religião pela Universidade de Hannover, Livre-Docente em Ciência da Religião pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Professor Assistente do Programa de Estudos Pós-graduados em Ciências da Religião na mesma Universidade.

Alfredo Teixeira é professor associado da Faculdade de Teologia. Doutor em Antropologia (especialização em Antropologia Política) pelo Instituto de Ciências do Trabalho e Empresa. Mestre em Teologia Sistemática e Licenciado em Teologia pela Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa.

Mês da Bíblia 2022, segundo o SAB

SAB Mês da Bíblia 2022: livro de Josué. São Paulo: Paulinas, 2022, 88 p. – ISBN 9786558081111.

O “Mês da Bíblia” é uma atividade da Igreja do Brasil, iniciada em 1971, e pretende ser um tempo privilegiado para aprofundar o estudo de um livro ou uma temáticaSAB, Mês da Bíblia 2022: livro de Josué. São Paulo: Paulinas, 2022 bíblica.

O tema do Mês da Bíblia de 2022 é o Livro de Josué e o lema é “O Senhor teu Deus está contigo por onde quer que andes” (Js 1,9).

O motivo principal para a escolha do Livro de Josué é a comemoração dos 200 anos da “Independência do Brasil” (1822). Desse modo, esperamos também refletir sobre a importância da terra na nossa história, alimentar a esperança e perceber em toda a trajetória do povo brasileiro a presença benevolente de Deus.

O Livro de Josué, no Antigo Testamento (AT), dá início aos livros denominados históricos, sendo o primeiro na sequência dos escritos bíblicos após os livros que compõem o Pentateuco. O tema central do Livro de Josué é a entrada do povo de Deus na Terra Prometida, após a longa travessia pelo deserto, em busca da libertação da escravidão do Egito (Ex-Dt) e do cumprimento das promessas feita aos patriarcas e matriarcas (Gn 12-50).

Este subsídio visa oferecer roteiros de círculos bíblicos para os grupos de reflexão e as diferentes pastorais, movimentos e comunidades, facilitando-lhes um encontro pessoal e comunitário com a Palavra de Deus por meio do Livro de Josué.

Este fascículo contém quatro encontros, uma celebração final e uma maratona bíblica. Cada encontro é precedido por um texto para aprofundar a temática escolhida.

Mês da Bíblia 2022, segundo Mesters e Orofino

MESTERS, C.; OROFINO, F. O livro de Josué: a terra é a herança de Deus para o povo morar e viver em paz. São Leopoldo: CEBI, 2022.MESTERS, C.; OROFINO, F. O livro de Josué: a terra é a herança de Deus para o povo morar e viver em paz. São Leopoldo: CEBI, 2022

O livro de Josué aponta para um ideal. A posse da terra e a certeza da bênção foram as promessas que Deus fez a Abraão, sempre presente na memória do povo (cf. Gn 12,1-3). Este ideal é que alimenta a luta pela terra, animando as famílias na caminhada em busca de moradia, condições de saúde, alimentação adequada, educação familiar, descanso e festa para todos e todas (cf. Js 24,2-3).

Mês da Bíblia 2022: entendendo o livro de Josué

CENTRO BÍBLICO VERBO Terra de Deus, Terra de Irmãos? Entendendo o livro de Josué. São Paulo: Paulus, 2022, 144 p. – ISBN 9786555625349.

TERRA DE DEUS, TERRA DE IRMÃOS apresenta quatro roteiros de encontros para celebrar o “mês da Bíblia”, que neste ano de 2022 se concentrará sobre o livro de Josué,CENTRO BÍBLICO VERBO Terra de Deus, Terra de Irmãos? Entendendo o livro de Josué. São Paulo: Paulus, 2022 primeiro dos assim chamados “livros históricos”.

O tema do livro é a posse da Terra Prometida e sua divisão entre as tribos de Israel. É bom lembrar que, em Canaã, já habitavam vários povos. A tarefa de guiar o povo é iniciada por Moisés e continuada por Josué.

O livro narra os acontecimentos da conquista da terra entre os anos de 1300 a 1000 a.C. Sua redação final, porém, se deu muitos séculos depois, após o exílio na Babilônia.

O primeiro encontro tem como tema: “Terra, dom de Deus”. O segundo: “Mulher, imagem e semelhança de Deus”. O terceiro: “Uma aliança com estrangeiros”. O quarto, por fim: “Renovação da aliança em Siquém”.

 

Dizem os autores de Terra de Deus, Terra de Irmãos? nas p. 11-13:

O livro de Josué apresenta uma narrativa da conquista de Canaã, a terra prometida, guiada por Josué, sucessor de Moisés (Js 1-12), e a repartição da terra entre as doze tribos (Js 13-22). A última parte do livro descreve a despedida de Josué e a renovação da aliança com Javé, Deus de Israel, em Siquém (Js 23-24).

No livro, a principal ideia é a de que Javé combate as guerras de Israel, seu povo eleito, e lhe dá as vitórias, mandando expulsar e exterminar as populações locais, punindo-as pela idolatria (o culto a outras divindades) e garantindo a terra para Israel, enquanto ele permanecer fiel à aliança com seu Deus.

Os acontecimentos narrados da formação de Israel em Canaã situam-se entre os anos 1300 e 1000 a.C. Porém, o problema surge quando alguém lê o livro de Josué com olhar crítico. Os fatos descritos no livro não se sustentam diante dos estudos da literatura, da história (fato realmente acontecido), da arqueologia etc. Eis alguns exemplos:

a) As narrativas de guerras de conquista (Js 5-12), como a da cidade de Jericó (Js 6) e a da cidade de Hai (Js 8), não coincidem com o fato histórico: Jericó, por volta do ano 1300 a.C., não tinha muralhas nem estava habitada. Hai, que fora destruída em meados de 2400 a.C., não estava habitada na época em que se supõe que os israelitas entraram na terra de Canaã.

b) Israel nasceu na terra de Canaã. Hoje, os estudos literários e arqueológicos não sustentam a hipótese proposta pela leitura fundamentalista da Bíblia de que Israel vem de fora e conquista uma parte substancial de Canaã pela força militar.

c) A maioria dos israelitas primitivos eram pessoas da cultura e da religião cananeia.

d) Os israelitas primitivos cultuavam várias divindades: El, Elohim, Asherá, Baal, Javé, entre outras.

e) A ideia da aliança com Javé, Deus do Estado (8,32-35; 24,14-28), começou a ser elaborada pelo movimento deuteronomista da corte davídica do rei Ezequias, por volta do ano 700 a.C.

f) A existência de um sistema de tributos para Judá é atestada somente a partir do século VII a.C. (15,21-44.48-62; 18,21-28; 19,2-8.41-46).

g) Algumas listas dos territórios tribais (Js 13-19) podem refletir os distritos de Judá por volta de 620 a.C., no reinado de Josias. Porém, a forma presente das listas provém do período babilônico ou persa (cf. Ez 48).

h) A ideia de 12 tribos (Js 13-19) é uma construção teológica que começou a ser elaborada no tempo de Josias e consolidada por volta do ano 400 a.C.

i) Israel tornou-se monoteísta somente com a teocracia judaíta, por volta dos anos 400 a.C.

j) Uma leitura objetiva do livro de Josué suscita várias perguntas: como justificar a invasão violenta de territórios de outras nações, a conquista pela força e a matança de populações? Com que direito os israelitas se apoderam dos territórios pacificamente habitados e cultivados pelos cananeus? Ainda por cima, toda a violência é atribuída a Deus Javé, que manda expulsar e matar as populações, porque elas devem ser condenadas por seus pecados de idolatria.

Tudo isso comprova a opinião da maioria dos estudiosos: o livro de Josué pertence à “historiografia deuteronomista” (Js, Jz, 1 e 2Sm, 1 e 2Rs), cuja primeira redação foi feita pelos escribas do rei Josias (640-609 a.C.), a escola de escribas denominada “deuteronomista”, que, no reinado de Ezequias, fez a primeira redação do livro do Deuteronômio (Dt 12-26).

Depois, o livro foi relido e redigido no exílio e no pós-exílio, por escribas deuteronomistas ligados ao grupo nobre da primeira deportação (597 a.C.), representado pelo profeta Ezequiel, e ao grupo da golá (deportados nobres que voltaram), que consolidou o governo teocrata de acordo com os interesses do império persa (Esd 7,25-26).

A principal intenção dos redatores era consagrar Javé como o único e poderoso Deus de Israel contra “outros deuses” (idolatria) e garantir a posse (ocupação) da terra e a legitimidade do poder para o povo eleito de Javé, Deus oficial dos teocratas.

O livro Terra de Deus, Terra de Irmãos? foi escrito por Shigeyuki Nakanose e Maria Antônia Marques.

Mês da Bíblia 2022: Josué

Em 2022 o livro bíblico escolhido para aprofundamento no Mês da Bíblia é o de Josué

Todo os anos, por ocasião do Mês da Bíblia, a Comissão para a Animação Bíblico-Catequética propõe um texto de estudo para oportunizar “a mais ampla educação bíblica possível”. Em 2022, o livro escolhido é o de Josué e o lema bíblico inspirador é “O Senhor, teu Deus, estará contigo por onde quer que vás” (JS 1,9).CNBB, Mês da Bíblia 2022: livro de Josué - Texto-Base

“Foi preciso selecionar aqueles capítulos com mais densidade e afinidade temática para animar a fé dos homens e mulheres que hoje contam com a Palavra da Escritura para crer que Deus sempre esteve próximo dos seus eleitos”, afirma o presidente da Comissão para a Animação Bíblico-Catequética, dom José Antônio Peruzzo.

“Faço votos de que o estudo do texto-base leve o leitor ao Livro de Josué e perceba que Deus nunca deixa sem respostas as pessoas e comunidades que a Ele se confundem”, finaliza o bispo.

Dividido em duas partes, o texto-base traz uma visão panorâmica do Livro de Josué e, na sequência, uma reflexão sobre quatro textos específicos, no Livro de Josué. Sua proposta é, segundo o autor, padre Antônio Carlos Frizzo, aproximar a todos da jornada de Josué pela posse da terra prometida.

O texto-base bem como os encontros bíblicos para o Mês da Bíblia já estão disponíveis para venda no site da editora da CNBB, a Edições CNBB. Os subsídios pretendem indicar roteiros celebrativos que conduzirão pelos passos do povo de Israel, rumo à Terra Prometida.

“Também nós somos chamados ao estudo do Livro de Josué, que nos leva a perceber que Deus nunca deixa sem resposta as pessoas e comunidades que a Ele se confiam”, afirma um trecho do texto-base.

 

O Livro de Josué

O esforço empreendido pelas tribos israelitas na conquista e ocupação das terras é tema principal no Livro de Josué. O personagem principal de todo o livro é Josué, termo em hebraico que significa “O Senhor salva”.

O Senhor é uma divindade que segundo o texto-base, nos tempos de Josué, aparece entre tantas outras divindades, presentes nos cultos das religiões politeístas dos povos vizinhos. Todo o sucesso dos grupos liderados por Josué na conquista e posse da terra está condicionado a realizar a Palavra do seu Deus, sem submeter-se também aos cultos estrangeiros.

“Não temos dúvida que esse livro soa como uma catequese para impulsionar o povo na conquista da terra. O Livro de Josué é um autêntico testemunho de que Deus realiza a promessa feita ao seu povo Israel. Da escravidão para a posse da Terra Prometida”, afirma um trecho do texto-base.

 

Seminário Bíblico para Animadores do Mês da Bíblia

Entre os dias 09 e 13 de maio de 2022, a Comissão para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB realizou o Seminário Bíblico para Animadores do Mês da Bíblia 2022. Os encontros aconteceram diariamente, às 19h30, com transmissão online pelo YouTube.

A programação contou com a participação de professores que se dedicam ao estudo da Bíblia a partir da Teologia e da Literatura, são eles: Prof. Dr. Frei Ildo Perondi, Prof.ª Dra. Ir. Márcia Eloi Rodrigues, Prof. Dr. Matthias Grenzer, Prof. Dr. Claudio Vianney Malzoni e Prof. Dr. Altamir Celio de Andrade.

Houve também uma conferência especial com o autor do texto-base para o Mês da Bíblia deste ano, Prof. Dr. Antonio Carlos Frizzo, na sexta-feira, dia 13 .

Confira a programação e temas (AQUI) e os vídeos (AQUI).

Fonte: Larissa – Animação Bíblico-Catequética: 16/05/2022