O título? Guimarães Rosa, Lá nas campinas, em Tutameia.
Quero deixar claro que essa concepção que defendo implica desenvolver educação reflexiva e crítica, e não apenas informativa. As informações estão disponíveis nas mídias e redes sociais. Na escola, temos a oportunidade e o dever de auxiliar nossos alunos a compreender a construção histórica da vida social e a produzir conhecimentos sobre o mundo com as informações que recebem e podem acessar.
Nem o professor nem a instituição escolar possuem mais o monopólio da divulgação da informação. Nesse sentido, aulas para a simples transmissão de informações tornaram-se anacrônicas e desinteressantes. Nós professores temos que aproveitar a disponibilidade de acesso à informação e desenvolver em nossas aulas projetos de pesquisa, busca de estabelecimento de relações, problematizações.
Vários autores têm nos ensinado que vivemos no meio de disputas entre diferentes regimes de verdade. A “verdade” deve ser buscada nas pesquisas, é meta a ser alcançada, horizonte para o trabalho de pesquisadores científicos. Os historiadores, em seus estudos, produzem e fundamentam versões que são geradas a partir de diferentes teorias e metodologias de pesquisa. Mas uma vez a pesquisa realizada, novas questões podem ser levantadas e “verdades” tornam-se versões. Os professores precisam se manter atualizados e se posicionar diante das diferentes versões. É preciso, também, que os alunos aprendam como se faz a história, como se produz o conhecimento histórico, mas, também, qual a versão mais atual e eticamente comprometida.
Fonte: Ana Maria Monteiro, O fim do monopólio do professor e da instituição escolar – IHU On-Line 450 – 11/08/2014.
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