Marina: linguagem verde dólar

O campo progressista não pode negligenciar a existência de um candidato oculto trabalhando em tempo integral pela sua derrota: a Internacional do Capital Financeiro. O aprofundamento desse debate é  oportuno e imprescindível para que o próprio campo progressista forme um discernimento mais claro e preciso do que está em jogo nestas eleições. 

As hienas exultam – Valter Pomar: Brasil 24/7 — 30/08/2014

Marina não é incógnita. Ela é, hoje, uma forte alternativa para o grande capital, especialmente financeiro. Ela não é inexperiente. Ela se preparou habilmente para ser instrumento da direita neste momento, contra o PT.

Como já foi dito noutro lugar, para a oposição de direita, a morte de Eduardo Campos foi uma grande oportunidade. Com a morte de Eduardo Campos e a escolha de Marina, a direita percebeu a possibilidade de resolver uma contradição expressa nas pesquisas até 13 de agosto: por um lado, um eleitorado desejoso de mudanças; por outro lado, a vitória de Dilma no primeiro turno. Claro que não faltou a mão amiga do oligopólio da mídia, que manipulou eleitoralmente a cobertura do desastre aéreo e do velório de Eduardo Campos.

É preciso falar do passado e do presente, mas colocá-los em função do futuro. Deixar claro que mudanças vamos fazer, no segundo mandato. Falar do passado contra Aécio é muito importante, falar do passado contra Marina é arma secundária. A ênfase no futuro, embora tenha sido oficialmente aceita, ainda não se traduziu adequadamente nas diretrizes programáticas, nos materiais de campanha, nem mesmo nos principais pronunciamentos da presidenta Dilma Rousseff. Por isto, insistimos…

CNBB: mensagem sobre a Reforma Política

Durante coletiva de imprensa, que marcou o encerramento da reunião do Conselho Episcopal de Pastoral (Consep), a presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou, em 29/08/2014, mensagem sobre a Reforma Política, que, entre outras coisas, diz:

Urge uma séria e profunda Reforma Política no País. Uma verdadeira reforma política melhorará a realidade política e possibilitará a realização de várias outras reformas necessárias ao Brasil, por exemplo a reforma tributária.

Várias tentativas de reforma política foram feitas no Congresso Nacional e todas foram infrutíferas. Por isto, estamos empenhados numa grande campanha de conscientização e mobilização do povo brasileiro com vistas a subscrever o Projeto de Lei de Iniciativa Popular pela Reforma Política Democrática, nº 6.316 de 2013, organizado por uma Coalizão que reúne uma centena de Entidades organizadas da sociedade civil, como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o Movimento contra a Corrupção Eleitoral (MCCE) e a Plataforma dos Movimentos Sociais.

O Projeto de Lei de Iniciativa Popular pela Reforma Política Democrática se resume em quatro pontos principais: 1) O financiamento de candidatos; 2) A eleição em dois turnos, um para votar num programa o outro para votar numa pessoa; 3) O aumento de candidatura de mulheres aos cargos eletivos; 4) Regulamentação do Artigo 14 da Constituição com o objetivo de melhorar a participação do povo brasileiro nas decisões mais importantes, através do Projeto de Lei de Iniciativa Popular, do Plebiscito e do Referendo, mesclando a democracia representativa com a democracia participativa.

Durante a Semana da Pátria, refletiremos sobre nossa responsabilidade cidadã. Animamos a todas as pessoas de boa vontade a assinarem o Projeto de Lei que, indubitavelmente, mudará e qualificará a política em nosso País. A Coalizão pela Reforma Política e a coordenação do Plebiscito Popular coletarão assinaturas e votos, conjuntamente. Terminada a Semana da Pátria, cada iniciativa continuará o seu caminho.

Trabalharemos até conseguirmos ao menos 1,5 milhões de assinaturas a favor desta Reforma Política…

Leia o texto completo.

Leia Mais:
Manifesto dos cristãos pela eleição de Dilma [19.10.2010]

Frase do dia – 30.08.2014

Toda a ala paulista tucana está marinando, a começar pelo ex-presidente Fernando Henrique, o candidato a senador José Serra e o governador Geraldo Alckmin. Não será de um PSDB outra vez dividido que sairá alguma ordem unida para combater o crescimento de Marina. Se essa ordem não vier a ser dada pelo triunvirato – Dilma, Lula e João Santana – que dá o rumo à campanha do PT, a mensagem será a de que Maria Osmarina Silva de Souza já pode, como se diz, encomendar o vestido da posse.

Ou o PT desconstrói Marina, ou ela varre o PT: Brasil 24/7 — 29.08.2014 – 22h45

A quem o crime aproveita?

Cui prodest scelus, is fecit – Aquele a quem o crime aproveita foi quem o cometeu. 

Marina abre o jogo e diz a que veio – Emir Sader: Blog do Emir 29/08/2014

Significativo o silêncio dos candidatos da oposição sobre política exterior, do Mercosul aos BRICS, passando por Unasul, CELAC, Banco do Sul, Conselho de Defesa Sul-Americano. De repente, talvez revelando excessiva confiança nas pesquisas, Marina lança os primeiros itens do seu programa, incluindo a política externa e seus desdobramentos.

Lança a ideia de baixar o perfil do Mercosul, velho sonho acalentado pelos entreguistas locais e pelos governos dos EUA.

Como contrapartida, o programa dos marinecos destaca a importância que daria a acordos bilaterais. Ninguém tem dúvida de que ela se refere primordialmente a algum tipo de tratado bilateral com os EUA, projeto do governo FHC que foi sepultado pelo governo Lula.

Pode-se imaginar as projeções dessa postura proposta pela Marina para outros temas, como Unasul, CELAC e BRICS. Significaria estender esse perfil baixo para essas outras instituições justamente no momento em que os BRICS fundaram novas instituições, que projetam um mundo multipolar, e o Mercosul e Unasul retomam uma dinâmica de fortalecimento.

É tudo o que os EUA gostariam: deslocar o Brasil, país chave nessas novas configurações de força no plano internacional, para voltar a ser um aliado subalterno deles e porta-voz das suas posições, hoje tão isoladas. Dar golpes mortais no Mersosul e na Unasul, enfraquecer as posições dos BRICS.

Não contente de ser guindada a candidata da direita brasileira, Marina assume também a representação do capital financeiro internacional e da agenda dos EUA.

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Cui prodest? Cui bono?
O messianismo da terceira via é neoliberal

O debate dos presidenciáveis na Band

:: 10 coisas sobre o debate da Band – Paulo Nogueira: Diário do Centro do Mundo 27/08/2014
Dez coisas sobre o debate da Band: 1) Dilma apanhou de todos os lados. Bateu em Aécio e poupou Marina, que não a poupou. De uma maneira geral, se defendeu bem, o que mostra que se preparou para a pancadaria generalizada; 2) Aécio foi Aécio e mais três… 6) Marina, como se diz no futebol, está de salto alto, mascarada, por conta das pesquisas. Parecia pairar acima do bem e do mal, ou pelo menos acima de Dilma e Aécio, ao renegar a polarização PT X PSDB.

:: Marina diz em debate da Band que Chico Mendes era elite como Guilherme Leal – Renato Rovai: Blog do Rovai 27/08/2014
O primeiro debate presidencial das eleições 2014 na Band foi muito mais movimentado do que o de eleições anteriores. Talvez o fato de existirem três candidatos disputando uma vaga no segundo turno permitiu mais interação entre eles. Ninguém ganhou e ninguém perdeu. Aécio, Dilma e Marina Silva defenderam seus programas e suas histórias políticas. E ninguém se atacou de maneira mais grosseira ou rude. Foi um debate de bom nível. A grande escorregadela da noite acabou sendo de Marina Silva (…) Disse que Chico Mendes também era de elite tanto quanto Guilherme Leal. Esse foi um dos temas mais debatidos no twitter. Muita gente se indignou com a frase de Marina.

:: Em debate, Marina é exposta a contradições e vacila em respostas – Redação: Rede Brasil Atual 27/08/2014
O primeiro debate entre os candidatos à presidência da República serviu para explorar contradições da candidata do PSB, Marina Silva. Durante quase três horas, os postulantes ao Palácio do Planalto trataram de temas variados, da participação social à saúde, das relações com Cuba à política econômica, da violência ao aborto.

:: Debate entre os presidenciáveis: Dilma é o alvo – Márcia Xavier: Vermelho 27/08/2014
O primeiro debate entre os candidatos à Presidência da República na noite desta terça-feira (26) na TV Bandeirantes, com o aumento do número de participantes,  se estendeu por mais de três horas, entrando pela madrugada da quarta-feira (27). A presidenta e candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT) foi o alvo preferido, inclusive dos jornalistas da Band, que se valiam do candidato tucano, Aécio Neves, para atacar as iniciativas do governo de regulamentação da mídia e participação popular.

:: Dilma e Marina travam 1º embate – Miguel do Rosário: O Cafezinho 27/08/2014
Dilma encaçapou algumas bolas. Conseguiu até mesmo se sair bem na pergunta sobre regulamentação da mídia, falando contra o monopólio e mencionando a ideia de fazer uma regulação econômica. Ótimo. Mas se confundiu em outras. Poderia ter destruído facilmente Aécio Neves, quando ele começou a repetir baboseiras da mídia sobre geração de emprego segundo o Caged. Poderia ter respondido: não gera mais tanto emprego porque todo mundo está empregado! Ela foi bem na parte em que falou da Petrobrás, falando com paixão. Com seu papo de “unir o Brasil”, Marina revela que o eixo central de seu discurso é a “despolitização”. A dicotomia PT e PSDB, ao invés de ser um exemplo saudável de divergência democrática, é pintada como o mal em si. Será interessante assistir aos embates entre Dilma e Marina num eventual segundo turno, apesar do perigo de termos uma “Collor” de saias na presidência. Aécio Neves fala bem, com agilidade, mas seu discurso não tem consistência. Ele age como um boneco da mídia. Na minha opinião, já era.

Mídia e eleições: especulações sobre o fundo do poço

Ou sobre um poço sem fundo… e de poço fundo, aqui, em Brodowski, estamos ficando entendidos… 670 metros de profundidade

Augusto Comte (1795-1857) disse: “Os vivos são sempre, e cada vez mais, governados pelos mortos”. Aí, veio chegando o Barão de Itararé (1895-1971) e emendando: “Os vivos são cada vez mais governados pelos muito vivos”.

(…) Marina, de esquerda? Então tá.

Mas, como já se disse aqui, Marina, neste momento, é problema de Aécio. E, por ser problema de Aécio, ela é, também, problema da mídia tucana – Globo, Folha, Veja e Estadão, a priori. E, sendo problema da mídia tucana, quanto mais passar o tempo, mais ela deve ser atacada. A menos que Aécio caia muito. Nesse caso, pode ocorrer outro fenômeno. Muito mais divertido.

Marina é uma aposta de extremo risco. Seu governo pode vir a ser qualquer coisa. Pode ser tomado pelo PSDB, mas muitos acham que o PT poderia adquirir hegemonia.

PMDB? Claro que sim, mas não será suficiente. Um governo do PT ou do PSDB terá uma forte base parlamentar própria. Sobretudo se Dilma vencer. O PT deve sair dessa eleição com cerca de uma centena de deputados. O PSDB, com metade disso. Seja como for, para montar uma base de apoio sólida Marina teria que negociar tudo e com quem pagar mais.

Um desastre para o Brasil… (continua)

Leia: Inflar Marina foi o maior tiro no pé que a mídia já deu: Eduardo Guimarães: Blog da Cidadania 26/08/2014

Massacrar palestinos não dá Ibope

Em cinco de semanas de conflito, aprovação de Netanyahu caiu de 82% para 38% em Israel – Redação: Opera Mundi 26/08/2014

Após quase 50 dias da ofensiva israelense contra a Faixa de Gaza, uma pesquisa de opinião divulgada na noite desta segunda-feira (25/08) mostra que apenas 38% da população de Israel está satisfeita com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, enquanto 50% desaprovam a conduta do premiê. A consulta realizada pela emissora local Channel 2 News evidencia uma sensível queda nos índices de aprovação do premiê; pesquisa semelhante feita quatro dias antes, em 21 de agosto, mostrava Netanyahu com 55% de aprovação. Três semanas atrás, em 5 de agosto, o índice era de 63%. Em 23 de julho, apenas cinco dias após o Exército israelense ter invadido o território palestino por terra, o chefe de governo aparecia com 82% de aprovação.

Leia o texto completo.

O fundamentalismo, segundo CEBI Goiás

“As posturas fundamentalistas não são saudáveis; deixam traumatismos profundos. O fundamentalismo mata! Essa partilha representa momentos vivenciados pelo grupo de assessoras/es e lideranças do CEBI Goiás, no dia 17 de agosto de 2014, em Senador Canedo. A facilitadora do dia foi a Pastora Patrícia Bauer, de confissão Luterana.  Éramos 27 pessoas, vindas de Orizona, Bela Vista, Aparecida de Goiânia, Senador Canedo, Anápolis e Goiânia, totalizando 21 mulheres e 6 homens.

O grupo lembrou que nos preocupamos com os fundamentalismos religiosos, porém há várias formas de sermos fundamentalistas, que se interligam e refletem nas nossas leituras bíblicas, conforme nossas concepções de mundo. Também há fundamentalismo nos discursos que reproduzimos sem dar muita atenção a eles (falas que muitas vezes sustentam o patriarcalismo, a homofobia, a violência contra as mulheres, a discriminação étnico-racial, a xenofobia e as mais variadas formas de intolerância). É preciso fazer o movimento de olhar o fundamentalista que existe em nós, pois não há diálogo no fundamentalismo. Quando fazemos esse movimento, experimentamos novos solos, novas águas, destruímos muros e construímos pontes.

O grupo avaliou positivamente o dia e partilhou motivações sobre mudança de olhar no que diz respeito às várias formas de ver a realidade, à luz da Palavra. Suely de Jesus disse: ‘Os textos trabalhados contribuíram para o grupo fazer uma leitura e releitura de posturas, comportamentos fundamentalistas’.

Enfim, ficou o apelo: ‘Jamais fazer a Bíblia dizer o que queremos que ela diga, mas atentar para o que ela quer dizer, na perspectiva de uma leitura contextual’.  Além disso, entender que a verdade não me pertence, não nos pertence.

Que Deus nos dê sabedoria para destruirmos muros e construirmos pontes”.

Fonte: Fundamentalismo mata – CEBI-GO, 17 de agosto de 2014.

O violão no Brasil

O violão ganha um portal dedicado à sua arte. O Acervo Digital do Violão Brasileiro entra no ar em 8 de setembro de 2014, e com ele um show celebra o instrumento em São Paulo. O músico Fábio Zanon, o Duo Siqueira Lima e a cantora Ná Ozetti se apresentam no Auditório Ibirapuera, no dia 21 do próximo mês, para comemorar a iniciativa, que recupera a história do violão do país. O projeto, que venceu a seleção pública do Petrobras Cultural 2012, terá dicionário de violonistas, banco de partituras, biblioteca, rádio online e uma linha do tempo, além de vídeos.

Fonte: Alan Santiago: Digitalizado, acervo recupera história do violão no Brasil – Folha de S. Paulo – 19/08/2014

Cui prodest? Cui bono?

A queda do avião que matou Eduardo Campos ajudou a empurrar para muito mais perto do Palácio do Planalto, em Brasília, uma agente-operadora dos grupos financiados por George Soros.

O que significa o título em latim? Veja aqui.

Ou:

Mas não foi nas aulas de Direito Romano que pela primeira vez prestei atenção no cui prodest e no cui bono, perguntas de sentido idêntico, feitas quando se busca saber quem se beneficia de determinada situação — a quem aproveita, quem ganha? Foi um pouco depois, quando começamos a estudar Direito e Processo Penal e nos apresentaram casos e julgamentos de crimes misteriosos ou controvertidos. Um bom advogado ou promotor, ao ser confrontado com um desses crimes, ou mesmo qualquer crime, inclusive os aparentemente elucidados, devia deter-se algum tempo nessa indagação, que constituiria quase uma postura metodológica básica. “Cui prodest scelus, is fecit” era a frase de Sêneca que citávamos judiciosamente. Mais ou menos “aquele a quem o crime aproveita foi quem o cometeu”.Parece bastante simples e até intuitivo, condição que ninguém precisaria estudar para inferir. Mas, como sabemos, esta vida é cheia de surpresas… (João Ubaldo Ribeiro, Cui prodest? Cui bono? O Globo 28/04/2013).

A teoria conspiratória abaixo é gostosa de se ler e, se não for verdadeira, pelo menos é bem contada. Como dizem os italianos: Se non è vero, è ben trovato

Leia: Uma boa teoria de conspiração – Miguel do Rosário: O Cafezinho 21/08/2014

Que, entre outras, diz:

Seja como for, o acidente aéreo que matou Eduardo Campos trouxe à baila novas teorias de conspiração (…) Dilma foi a principal prejudicada com a morte de Campos, porque a substituta, Marina Silva, sempre foi muito mais perigosa eleitoralmente do que o ex-governador de Pernambuco. A única teoria de conspiração que faz sentido envolve o nome de Marina Silva. Então, se algum desmiolado (ou gênio, nunca se sabe) quiser alimentar teorias de conspiração, reproduzo abaixo uma belíssima referência. É um artigo escrito por Wayne Madsen, um blogueiro e jornalista investigativo que se tornou um dos maiores especialistas em teorias de conspiração dos Estados Unidos. É respeitado por grupos de esquerda e direita. Dezenas de sites importantes publicam frequentemente seus artigos. É entrevistado constante em diversos canais de TV. Pois então, segundo Madsen, a morte de Campos e a ascensão de Marina podem envolver um plano orquestrado por bilionários americanos, com objetivo de derrotar Dilma Rousseff, cuja defesa da soberania nacional é vista como um estorvo aos interesses imperiais dos EUA e especuladores internacionais.