Após terremoto e tsunami, Japão enfrenta a ameaça nuclear.
Última atualização: 05/04/2011
:: Japão: nível de iodo radioativo no mar é 5 milhões de vezes superior à taxa legal – Ópera Mundi: 05/04/2011
O nível de iodo radioativo nas águas do mar próximo à Usina Nuclear de Fukushima Daiichi, no Nordeste do Japão, é cinco milhões de vezes superior ao limite legal. As informações são da empresa concessionária que administra a usina, a Tepco. De acordo com a Tepco, o nível de césio 137 nas águas do mar, próximas à central, é 1,1 milhões de vezes superior ao limite legal. A companhia informou ainda que enquanto o iodo 131 tem uma vida média relativamente breve, de oito dias, o período de semidesintegração do césio 137 é de 30 anos. Uma amostra recolhida ontem (04/04) em uma área próxima ao reator 2 revelou uma concentração excessiva de iodo, e as análises também mostraram uma presença de césio 137.
:: A energia nuclear em debate – Revista IHU On-Line n. 355 – 28/03/2011
A tragédia de Fukushima repõe na agenda do dia a opção da energia nuclear. Vale a pena que corramos tantos riscos? Trata-se de um debate difícil, mas necessário no momento atual. A IHU On-Line desta semana convidou especialistas de várias áreas do conhecimento para discutir o tema.
Na visão do jornalista Washington Novaes, especialista em meio ambiente, o Brasil poderia economizar 10% do que gasta com energia se investisse em programas de melhoramento de linhas de transmissão. “Não precisamos desse tipo de energia, porque temos outros vários formatos, como a eólica (…), a energia solar, das marés e as biomassas (etanol e outras).” Para o economista sul-africano David Fig, o apoio à energia nuclear é baseado em considerações ideológicas. Ele pondera que a energia nuclear impede o investimento em modelos energéticos alternativos. Já Francisco Rondinelli, diretor da Associação Brasileira de Energia Nuclear – ABEN, defende a manutenção de usinas nucleares no Brasil e afirma que os riscos de acidentes são muito pequenos. O físico Aquilino Senra Martinez também é favorável à energia nuclear e enfatiza que as novas tecnologias proporcionarão a ampliação desse modelo energético nos próximos anos. Na opinião do físico Heitor Scalambrini Costa, o Brasil “tem recursos suficientes para atender as necessidades energéticas até 2030 ou 2040 sem fazer uso na energia nuclear”. Para o conselheiro da Sociedade Angrense de Proteção Ecológica – Sapê, José Rafael Ribeiro, os empreendimentos nucleares Angra I, II e III desconsideram a população local. A falsa imunidade das usinas nucleares é o tema debatido pelo engenheiro Ricardo Baitelo, membro do Greenpeace [do editorial].
:: Fukushima provoca revisão nuclear em escala global – Wilson Sobrinho: Carta Maior 20/03/2011
Um planeta pressionado por necessidades crescentes de energia e pela urgência de cortar as emissões de CO2 começa a se questionar o que deu errado e qual o futuro da energia nuclear após o acidente de Fukushima. Muito antes do evento japonês ter sido elevado para a categoria cinco, de sete possíveis, na Escala Internacional de Eventos Nucleares e Radioativos (o que objetivamente significa que as consequências do acidente têm implicações que vão além dos limites regionais), a crise já havia cruzado fronteiras. Veja a posição de alguns cientistas, jornalistas, ativistas sobre o assunto.
:: A próxima Nagasaki: o medo nuclear assombra o mundo – Yoichi Shimatsu – Global Research, em Carta Maior: 20/03/2011
Uma segunda Hiroshima poderia acontecer com o acidente nuclear no reator de Fukushima. Onde será a próxima Nagasaki? Nos EUA, com os seus 23 envelhecidos reatores de desenho idêntico aos de Fukushima? Na França, o país mais dependente de energia nuclear do mundo? Provavelmente não na Alemanha ou na Venezuela, que estão cortando os seus programas nucleares; nem no Reino Unido, o líder mundial de conversão de energia eólica captada no mar. Nem mesmo na China, um modelo em energia solar que está revendo seus planos para novas usinas nucleares. Muitas pessoas também estão imaginando: como pode que a única nação a experimentar um bombardeio atômico possa ter se tornado tão confiante em energia nuclear? A resposta é ao mesmo tempo simples e complicada. Nas economias modernas, a energia que faz funcionar máquinas está interligada com a segurança nacional, a política externa e a guerra.
::The Next Nagasaki: Nuclear Fears Stalk The World – Yoichi Shimatsu: Global Research – March 19, 2011
A second Hiroshima is happening with the partial meltdowns at Fukushima 1 nuclear reactors. We can only hope the eventual toll in lives comes nowhere near close to that of the world’s first atomic catastrophe. The international community is now asking: Where will be the next Nagasaki? In the US with its 23 aging reactors of identical design as Fukushima’s GE Mark 1 reactors, along with another dozen more of slightly modified design? In France, the world’s most nuclear-dependent country? Probably not in Germany or Venezuela, which are cutting back their nuclear programs, nor Britain, the world leader in conversion to offshore wind power. Or even China, a solar-energy paragon now scaling back plans for new nuclear plants. Many people are also wondering: How can the only nation that ever experienced atomic bombings become so trusting in nuclear energy? The answer is both simple and complicated. In the modern economy, the energy to run machines is intertwined with national security, foreign policy and warfare.
:: Uma advertência ao mundo – Amy Goodman: Democracy Now, em Carta Maior: 18/03/2011
Ao descrever a devastação em uma cidade do Japão, um jornalista escreveu: “É como se uma patrola gigante tivesse passado por cima e arrasado tudo o que existia. Escrevo sobre estes fatos como uma advertência ao mundo”. O jornalista era Wilfred Burchett, que escrevia desde Hiroshima, Japão, em 5 de setembro de 1945. Burchet foi o primeiro jornalista do Ocidente a chegar a Hiroshima após o lançamento da bomba atômica. Informou sobre uma estranha enfermidade que seguia matando as pessoas, inclusive um mês depois desse primeiro e letal uso de armas nucleares contra seres humanos. Suas palavras podiam perfeitamente descrever as cenas de aniquilação que acabam de se verificar no noroeste do Japão. Devido ao agravamento da catástrofe na central nuclear de Fukushima, sua grave advertência ao mundo segue mais do que vigente. O desastre se aprofunda no complexo nuclear de Fukushima após o maior terremoto da história do Japão e o tsunami que o sucedeu, deixando milhares de mortos.
:: A Warning to the World – Amy Goodman: Democracy Now: March 16, 2011
A reporter, describing the devastation of one city in Japan, wrote: “It looks as if a monster steamroller had passed over it and squashed it out of existence. I write these facts … as a warning to the world.” The reporter was Wilfred Burchett, writing from Hiroshima, Japan, on Sept. 5, 1945. Burchett was the first Western reporter to make it to Hiroshima after the atomic bomb was dropped there. He reported on the strange illness that continued to kill people, even a full month after that first, dreadful use of nuclear weapons against humans. His words could well describe the scenes of annihilation in northeastern Japan today. Given the worsening catastrophe at the Fukushima nuclear power plant, his grave warning to the world remains all too relevant.
:: A sociedade atual e a metafísica da destruição
:: Japón admite fugas radiactivas “que pueden afectar a la salud” tras un incendio y una nueva explosión en Fukushima – El País: 15/03/2011
:: Nível de radiação sobe após explosão e já ‘pode afetar a saúde’ – BBC Brasil: 15/03/2011
:: Japan nuclear crisis and tsunami: live updates – The Guardian: 15/03/2011