Recomendo a leitura do artigo do biblista José Bortolini, Libertar Paulo. Publicado na revista Vida Pastoral n. 260 – maio/junho de 2008 – toda dedicada ao Ano Paulino, o texto foi reproduzido pela Adital no dia 25 passado. Bortolini é Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma.
Diz Bortolini na Introdução, entre outras coisas:
“Pobre apóstolo Paulo, o que fizeram com você nestes dois mil anos!? Lá no começo, alguns cristãos não admitiam que você usasse o título de apóstolo (1Cor 9,2; 15,9) só porque você não conheceu pessoalmente a Jesus de Nazaré. Ficamos intrigados com muitas coisas a seu respeito (…) Com o passar dos tempos, você foi divorciado das comunidades, e passou a ser visto como um teólogo profissional que pensa e produz teologia a partir de coisas abstratas, sem contato com o chão e a vida do povo. O tempo rolou, e os cristãos brigaram, fizeram guerras e se mataram, em parte por causa da carta aos Romanos… Ultimamente você entrou de cheio na Liturgia da Palavra das Missas, onde se faz leitura contínua de suas cartas. Mas poucos são os que valorizam o que você deixou escrito. Agora foi instituído o Ano Paulino, um ano dedicado a você, dois mil anos de seu nascimento. Será que no fim de tudo você será mais conhecido e amado, como você amou o Senhor Jesus e as comunidades? Tomara que consigamos libertá-lo das algemas de nossos preconceitos, de modo que não tenha de arrastar a capa de chumbo que lhe impuseram nossas leituras descontextualizadas”.
Veja, em seguida, as pistas apontadas por Bortolini para libertar Paulo.
Vou contar ao leitor um segredo: lecionei Literatura Paulina durante os meus primeiros oito anos no CEARP, em Ribeirão Preto, SP. Depois transferi a disciplina para outro colega, e passei a trabalhar somente com Antigo Testamento/Bíblia Hebraica.
Mas me recordo bem: o estudo das cartas de Paulo é apaixonante. É uma espécie de febre que toma conta da gente…
Leia também:
Paulo de Tarso: a sua relevância atual – IHU On-Line, ed. 286: 22.12.2008