Livro interessante sobre Historia de Israel

WILLIAMSON, H. G. M. (ed.), Understanding the History of Ancient Israel. Oxford: Oxford University Press, 2007, 452 p. – ISBN 9780197264010.

Diz a editora:
WILLIAMSON, H. G. M. (ed.), Understanding the History of Ancient Israel. Oxford: Oxford University Press, 2007In recent years the study of the history of Ancient Israel has become very heated. On the one hand there are those who continue to use the Bible as a primary source, modified and illustrated by the findings of archaeology, and on the other there are some who believe that primacy should be given to archaeology and that the Biblical account is then seen to be for the most part completely unreliable in historical terms. This volume makes a fresh contribution to this debate by inquiring into the appropriate methods for combining different sorts of evidence-archaeological, epigraphical, iconographical, as well as Biblical. It also seeks to learn from related historical disciplines such as classical antiquity and early Islamic history, where similar problems are faced. The volume features contribution from a strong team of internationally distinguished scholars, frequently in debate with each other, in order to ensure that there is a balance of opinion. Chapters focus on the ninth century BCE (the period of the Omri dynasty) as a test case, but the proposals are of far wider application. The result is a work which brings together in mutually respectful dialogue the representatives of positions which are otherwise in danger of talking across one another. This volume will be essential reading for students and scholars of the Bible, as well as being of great interest to all for whom the Bible is a work of fundamental importance for religion and culture.

 

Veja o Sumário (Contents):

:: H. G. M. Williamson, Regius Professor of Hebrew, University of Oxford and Student, Christ Church; Fellow of the British Academy
Preface; List of Abbreviations xiii-xx

:: J. W. Rogerson, Emeritus Professor of Biblical Studies, University of Sheffield
Setting the Scene: A Brief Outline of Histories of Israel 3-14

:: Keith W Whitelam, Professor of Biblical Studies, University of Sheffield
Setting the Scene: A Response to John Rogerson 15-23

:: Hans M Barstad, Professor of Hebrew and Old Testament, University of Edinburgh
The History of Ancient Israel: What Directions Should We Take? 25-48

:: Philip R. Davies, Emeritus Professor of Biblical Studies, University of Sheffield
Biblical Israel in the Ninth Century? 49-56

:: Lester L. Grabbe, Professor of Hebrew Bible and Early Judaism, University of Hull
Some Recent Issues in the Study of the History of Israel 57-67

:: T. P. Wiseman, Emeritus Professor of Classics and Ancient History, University of Exeter
Classical History: A Sketch, with Three Artefacts 71-89

:: Chase F. Robinson, Lecturer in Islamic History, University of Oxford
Early Islamic History: Parallels and Problems 91-106

:: Amélie Kuhrt, Professor of Ancient Near Eastern History, University College London
Ancient Near Eastern History: The Case of Cyrus the Great of Persia 107-127

:: David Ussishkin, Emeritus Professor of Archaeology, University of Tel Aviv
Archaeology of the Biblical Period: On Some Questions of Methodology and Chronology of the Iron Age 131-141

:: Amihai Mazar, Professor of Archaeology, Hebrew University of Jerusalem
The Spade and the Text: The Interaction between Archaeology and Israelite History Relating to the Tenth–Ninth Centuries BCE 143-171

:: Christoph Uehlinger, Professor of the History of Religions, University of Zurich
Neither Eyewitnesses, Nor Windows to the Past, but Valuable Testimony in its own Right: Remarks on Iconography, Source Criticism and Ancient Data-processing 173-228

:: M. J. Geller, Department of Hebrew and Jewish Studies, University College London
Akkadian Sources of the Ninth Century 229-241

:: K. Lawson Younger Jr, Professor of Old Testament, Semitic Languages and Ancient Near Eastern History, Trinity International University
Neo-Assyrian and Israelite History in the Ninth Century: The Role of Shalmaneser III 243-277

:: André Lemaire, Directeur d’études, École Pratique des Hautes Études, Paris
West Semitic Inscriptions and Ninth-Century BCE Ancient Israel 279-303

:: Marc Zvi Brettler, Dora Golding Professor of Biblical Studies, Brandeis University
Method in the Application of Biblical Source Material to Historical Writing (with Particular Reference to the Ninth Century BCE) 305-336

:: Graeme Auld, Professor of Hebrew Bible, University of Edinburgh
Reading Kings on the Divided Monarchy: What Sort of Narrative? 337-343

:: Rainer Albertz, Professor für Altes Testament, University of Münster
Social History of Ancient Israel 347-367

:: Bernard S. Jackson, Alliance Family Professor of Modern Jewish Studies, University of Manchester
Law in the Ninth Century: Jehoshaphat’s ‘Judicial Reform’ 369-397

:: Nadav Na’aman, Professor of Jewish History, University of Tel Aviv
The Northern Kingdom in the Late Tenth–Ninth Centuries BCE 399-418

García Martinez: a pesquisa atual sobre Qumran

Leio hoje no BibbiaBlog um texto muito interessante de Florentino García Martínez: Che cosa è cambiato nella ricerca su Qumran. Polemiche e prospettive [O que mudou na pesquisa sobre Qumran. Polêmicas e Prospectivas], originariamente publicado em SBF Taccuino em 30.11.2007, às 20:35. SBF é a sigla do Studium Biblicum Franciscanum, Jerusalém.

Como se sabe, Florentino García Martínez é um importante especialista em Qumran e Manuscritos do Mar Morto.

Neste artigo, aqui traduzido do espanhol para o italiano, ele aborda três pontos:
. Primo punto: i cambiamenti nella ricerca – as mudanças na pesquisa
. Punto secondo: Le polemiche – as polêmicas
. Punto terzo: prospettive – Prospectivas

A fonte é García Martínez, Florentino. “Qumrán en el siglo XXI: Cambios y perspectivas después de 50 años de estudios”, in Miscelánea de Estudios Árabes y Hebraicos 55 (2006) 309-334.

O artigo original, em espanhol, pode ser baixado, em pdf, clicando aqui.

Sobre o uso social da Web no Brasil

Como se sabe, começou hoje, em Las Vegas, a CES (Consumer Electronics Show) 2008. Veja o quanto se “baba” sobre o evento. Leia aqui.

É, por isso, uma boa hora para se ler a entrevista feita pela IHU On-Line com Gilson Schwartz, Professor do Departamento de Cinema, Rádio e TV da Escola de Comunicações e Artes da USP: ‘Uma internet sem espírito gera apenas um monte de ‘macacos’ jogando videogame’.

O Brasil está dividido entre entre o anseio de se transformar um país desenvolvido e as dificuldades que o fazem permanecer no grupo dos sonhadores subdesenvolvidos. Apostar em tecnologias e, mais especificamente, na produção digital direcionada para o mercado online seria uma possibilidade para o país engatinhar rumo ao desenvolvimento. Com o avanço da produção social na internet, parece que Brasil “vai entrar no mundo desenvolvido em alguns instantes, mas falta muito, muito para chegar lá”, lamenta o professor Gilson Schwartz, da Universidade de São Paulo (USP). Em entrevista por telefone à IHU On-Line, o pesquisador disse que a produção social realizada pelos brasileiros, ainda é baixa e que neste quesito o país “está atrasado”.

Para crescer no mercado imaterial, “sem dúvida a economia precisa crescer, necessita emprego, ou seja, precisamos das condições básicas, mas sem criatividade e inovação, continuaremos a consumir bovinamente o óbvio”, alerta o pesquisador.

Gilson Schwartz é graduado em Economia e em Ciências Sociais, pela Universidade de São Paulo (USP), e mestre e doutor em Ciência Econômica, pela Universidade Estadual de Campinas. Desde 2005, é professor do Departamento de Cinema, Rádio e TV da Escola de Comunicações e Artes da USP. Atua desde 1994 como consultor de instituições financeiras como BankBoston (como economista-chefe). É também assessor da Presidência no BNDES e consultor do BNB, CEF e Banco do Brasil. Ele concedeu outra entrevista à IHU On-Line, na edição 226, de 02-07-2007, intitulada Second Life: uma fábrica de sonhos e desejos.

IHU On-Line – Qual é a sua análise econômica sobre a produção social atual no Brasil?

Gilson Schwartz – Em termos mais gerais, levando em consideração os indicadores internacionais, nossa posição na internet é equivalente às que exibimos em outras áreas. O Brasil é um país de tamanho médio, encontrando-se na fronteira superior do mundo em desenvolvimento. Parece que irá entrar no mundo desenvolvido em alguns instantes, mas falta muito, muito mesmo para chegar lá, como atestam os indicadores educacionais. A nossa produção social na rede teria um destaque maior se a distribuição de renda fosse melhor.

IHU On-Line – Quais são as principais consequências dessa produção social para a justiça social, visto que já há casos de bloqueios de alguns portais por determinações da justiça, como aconteceu recentemente com o youtube?

Gilson Schwartz – A principal consequência é que a produção social (a chamada “wikinomia”) pode gerar novos tipos de problemas, além de aumentar o espaço para antigos problemas. Um exemplo desses novos problemas está relacionado a essa questão do You Tube, em que um vídeo sem a autorização da pessoa vai para a rede. Hoje em dia, ficou muito fácil capturar material e distribuir sem maior responsabilidade. Então, essa é uma consequência que pode criar situações, que, do ponto de vista da justiça, são claramente ofensivas aos direitos das pessoas.

IHU On-Line – No Ciclo produzido pelo Instituto de Estudos Avançados da USP, sobre o livro A riqueza das redes [Yochai BENKLER, The Wealth of Networks: How Social Production Transforms Markets and Freedom. New Haven: Yale University Press, 2007, 528 p. – ISBN 9780300125771. A Riqueza das Redes: Como a Produção Social Transforma os Mercados e a Liberdade], discutiu-se a inserção da produção social na cultura brasileira. Como essa inserção vem acontecendo?

Gilson Schwartz – O Brasil tem uma população urbana muito grande, mas, por enquanto, a chamada produção social (que muitos traduzem como “web 2.0”) não tem grande destaque no país. Se formos observar o que tem acontecido de mais criativo em termos de uso social da rede, a chamada produção social, o Brasil está atrasado, como são atrasadíssimos todos os indicadores sociais do país. Mas, aos poucos, estão surgindo projetos inovadores. Falam muito do gosto do brasileiro por mídia, mas esquecem de dizer que a massa de usuários da web é “formada” por décadas de Xuxas, Trapalhões, sensacionalismo barato e até de cunho religioso, entre outras práticas de baixo impacto criativo.

Perspectivas

A produção social é fruto de duas determinações. Uma é o PIB (Produto Interno Bruto), com o crescimento econômico, desenvolvimento econômico, o que ajuda a aperfeiçoar a nossa capacidade criativa. O outro PIB, que se escreve do mesmo jeito, mas que tem um significado oposto, podemos chamar de “Produto Intangível”, ou “Imaterial”. Ele diz respeito não à economia, tal como conhecemos, mas a uma nova visão que é a da “iconomia”, a economia dos intangíveis, dos imateriais, dos ícones. Claro que a expansão criativa da iconomia depende basicamente de educação e renda. Para crescer nesse mercado intangível, sem dúvida a economia precisa crescer, necessita emprego, ou seja, precisamos das condições básicas, mas, sem criatividade e inovação, continuaremos a consumir bovinamente o óbvio. Uma internet sem espírito gera apenas um monte de “macacos” jogando videogame.

IHU On-Line – Com a produção social surge uma nova economia, a economia imaterial (iconomia)?

Gilson Schwartz – A visão de uma produção social engloba tanto o mercado como aquilo que vai além do mercado. Em última análise, ela também é fundamental para regular e controlar o mercado. A rede digital, em contraposição ao mercado, onde aparece apenas o preço, coloca em evidência na rede digital uma inteligência coletiva que pode levar até mesmo a uma nova consciência de que é necessário salvar o planeta.

IHU On-Line – O senhor pode falar um pouco mais da influência que a obra de Benkler tem tido sobre as pesquisas relacionadas à produção social?

Gilson Schwartz – Sobre as pesquisas, o Benkler é menos um influenciador, e mais um sistematizador. O livro dele tem o mérito de sistematizar uma visão hacker-liberal da sociedade em rede, que é muito forte nos Estados Unidos.

IHU On-Line – Que tipo de grupamentos sociais influenciaram na formação da cultura da internet?

Gilson Schwartz – Não existe a cultura “da” internet. A rede é mais um meio de comunicação que possibilita a criação cultural. Considero exagerado transformar a cultura da internet num ícone, como se ela tivesse que ser exportada para todos os lugares do mundo. Se fosse assim, todos nós deveríamos nos tornar hackers para integrar essa nova sociedade. Esse talvez seja um dos limites da obra do próprio Benkler, que afirma a existência de uma cultura “da” internet. Obviamente, é possível associar formas e culturas às tecnologias que as pessoas utilizam para viver, como o automóvel, ou os garfos e as roupas.

Não vamos negar que existe um aspecto importante na cultura material e na maneira como se usa a tecnologia. Mas é reducionista pensar que a cultura da internet é, sobretudo, a cultura que a própria internet produz. Quer dizer, o que define a cultura é um conjunto de elementos que não se limita a uma tecnologia. Não é a tecnologia que determina a evolução da cultura, embora, sem dúvida alguma, ela é um dos fatores fundamentais que moldam a nossa vida.

A tecnologia não funciona como uma matriz geradora de cultura, pois é parte da nossa cultura material. Essa seria a minha crítica ao próprio Benkler e a maneira como ele encaminha a discussão sobre produção social, promovendo uma espécie de hipertrofia da cultura da internet, que não corresponde à realidade das sociedades nem dos mercados.

Fonte: IHU – 07/01/2008

Centenarios de Machado e Rosa

Seminário Nacional de Literatura e Cultura Brasileira: Machado e Rosa

Esse seminário, a realizar-se no período de 30 de setembro a 03 de outubro de 2008, presta uma homenagem a dois dos mais destacados representantes da Literatura brasileira: Machado de Assis e Guimarães Rosa. A Machado de Assis associa-se, entre outras coisas a criação de Academia Brasileira de Letras e a Guimarães Rosa a inserção definitiva da Literatura brasileira em âmbito mundial. No ano em que são comemorados o centenário de morte de Machado de Assis e o de nascimento de Guimarães Rosa, torna-se imperiosa uma ação que preste homenagem a esses dois ilustres brasileiros [sublinhados meus].

De 30 de setembro a 3 de outubro de 2008? Ainda está longe, mas fique de olho!

Fonte: IHU Eventos

Os 4 blogs da Professora Claudia A. P. Ferreira

Em 16 de outubro de 2007 noticiei o nascimento do blog de Cláudia Andréa Prata Ferreira, Professora Doutora do Setor de Hebraico do Departamento de Letras Orientais e Eslavas da Faculdade de Letras da UFRJ e do Programa de Pós-Graduação em História Comparada (PPGHC) do Departamento de História da UFRJ. Blog que levava o nome de Estudos Judaicos – Estudos Bíblicos – Língua Hebraica.

O que vi hoje é que, novo ano, a Prof. Cláudia fez uma remodelação, dividindo os assuntos e mantendo, como descobri via John Hobbins, 4 blogs:
. Língua Hebraica
. Estudos Judaicos
. Estudos Bíblicos
. História das Religiões e Religiosidades

Meus parabéns! Seus endereços já estão incluídos no meu Blogroll do Google Reader.

International Biblical Studies Writing Month

Chris Brady at Targuman, circa a month ago, declared December through January International Biblical Studies Writing Month: “By the power vested in me by the Great Meturgeman (…) I declare January (and a bit of December) Biblical Studies Academic Writing Month”.

Till now the challenge has been accepted by Tim Bulkeley at SansBlogue, by Chris Heard at Higgaion, by AKMA at Random Thoughts, by Charles Halton at Awilum, and by Dr. Claude Mariottini at Dr. Claude Mariottini – Professor of Old Testament. If it is an International Call for any material related to the Bible and submitted for publication, I have something.

I finished in December 27, 2007 an article about Ruth. The article, in Portuguese (Brazilian) Language, Leitura socioantropológica do livro de Rute [Ruth in Social-Scientific Perspective], will be published until June of 2008 by Estudos Bíblicos [Biblical Studies Journal] n. 98, Editora Vozes, Petrópolis, RJ, Brazil – ISSN 16764951.

The essay seeks to look for the background world of the story of Ruth in the Persian Province of Yehud. Accepting the biblical book as a fictitious story based on real locations, the article uses social science approaches to describe the imaginative world in which the action takes place. Since the story uses real places and fictitious persons to construct the narrative, I considered three levels of perception: 1. the imaginative world of the story itself; 2. the real world behind the book’s references, and 3. the social and ideological constructs of this world.

The story of Ruth, often read as an idyllic story or as a book oriented to the final Davidic genealogy, and yet sometimes as a figurative expression of a post-exilic hope for the restoration of the Davidic dynasty, was modified by an androcentric closure, but it is a strongly gynocentric narrative with a serious intent: it may be read as a countertext, deviating from dominant biblical norms, and producing a radical vision while remaining seamlessly attached to the prevailing traditions that it implicitly transforms.

I introduce the article, in Portuguese, with these words:

Ao fazer a proposta de uma leitura socioantropológica, estou sugerindo que estas duas ciências sociais, entre outras, podem contribuir hoje de maneira eficaz para o estudo dos textos bíblicos. Mas também estou pressupondo como necessária a abordagem literária dos mesmos textos bíblicos, para evitar a armadilha da leitura do texto como relato fidedigno da realidade social subjacente.

Qual seria, porém, a contribuição específica da leitura socioantropológica? Penso que pode ser o fato desta abordagem examinar não somente a literatura bíblica, mas também as forças sociais subjacentes à produção desta literatura, onde se distingue a sociedade que está por trás do texto da sociedade que aparece dentro do texto. O desafio maior, neste caso, será combinar, sem reducionismos, as abordagens socioantropológica e literária.

Vou utilizar o livro de Rute para visualizar esta proposta. Este livro é uma estória que usa lugares reais e pessoas fictícias situadas em determinado espaço e tempo para construir a sua narrativa. Daí que três níveis conectados pela perspectiva conferida ao texto pelo autor/a da estória devem ser considerados:
· o imaginário do autor/a que gera a narrativa
· o mundo real fora do livro
· a construção social e ideológica deste mundo pelo autor/a para atingir um objetivo.

É preciso, portanto, como sugeri, olhar em duas direções:
· para a sociedade que aparece dentro do texto, observando quem são os personagens, o mundo no qual se movem e quais são suas práticas econômicas, políticas e sociais
· para a sociedade que aparece por trás do texto, investigando a situação na qual e para a qual o livro foi escrito.

Deste modo deveria ser possível mostrar que o modo como os personagens organizam sua visão de mundo são, na verdade, ferramentas literárias utilizadas pelo autor/a na construção de uma estória totalmente fictícia, mas que, sem dúvida, produz uma mensagem que é considerada pelo autor/a de Rute como um caminho a ser buscado, estruturando o livro como uma narrativa orientada por uma proposta séria.

O artigo pode ser desenvolvido da seguinte maneira:
1. Olhando a estória com os olhos do autor/a, pergunto: o que diz o livro de Rute?
2. Olhando para além do livro, pergunto: o que é possível saber da época em que foi escrito o livro de Rute?
3. Olhando a estória com os olhos do leitor atual, pergunto: qual é a proposta do livro de Rute?

50 pessoas que podem salvar o planeta

50 people who could save the planet

… who are the people who can bring about change, the pioneers coming up with radical solutions? We can modify our lifestyles, but that will never be enough. Who are the politicians most able to force society and industry to do things differently? Where are the green shoots that will get us out of the global ecological mess? To come up with a list of the 50 people most able to prevent the continuing destruction of the planet, we consulted key people in the global environment debate. Our panel included scientists – former World Bank chief scientist and now the British government’s scientific adviser on climate change, Bob Watson, Indian physicist and ecologist Vandana Shiva, Kenyan biologist and Nobel prize-winner Wangari Maathai; activists – Guardian columnist George Monbiot and head of Greenpeace International Gerd Leipold; politicians – Green party co-leader and MEP Caroline Lucas, and London mayor Ken Livingstone; sustainable development commissioner for the UK government Jonathon Porritt and novelist Philip Pullman. Then the Guardian’s science, environment and economics correspondents met to add their own nominations and establish a final 50 (…) Some people made it to the final 50 not just because of their work but because – like the man who has found a simple way to save energy in a refrigerator, or the boy who collects impressive amounts of money for the protection of tigers – they represented a significant grassroots technological or social movement. And some got on the list because they were considered the driving forces behind the decision-makers. One church leader, for example, made it largely because the world’s religions have huge investments and are shifting the political landscape in the US and Europe. The final list includes an Indian peasant farmer, the world’s leading geneticist, German and Chinese politicians, a novelist, a film director, a civil engineer, a seed collector and a scientist who has persuaded an African president to make a tenth of his country a national park. There are 19 nationalities represented. Nearly one in five of those listed comes from the US, and one in three is from a developing country, suggesting that grassroots resourcefulness will be as important as money and technology in the future. Nearly one in three of the people chosen has a scientific background, even if not all practice what they studied. It’s not a definitive list and there are no rankings, but these 50 names give a sense of the vast well of people who represent the stirrings of a remarkable scientific and social revolution, and give us hope as we enter 2008…

Fonte: The Guardian – Jan 5, 2008.

The New Jerome Biblical Commentary em português

Com um atraso de quase 20 anos, mas chegou…

BROWN, R.; MURPHY, R. E.; FITZMYER, J. A. (eds.) Novo comentário bíblico São Jerônimo: Antigo Testamento. São Paulo: Paulus/Academia Cristã, 2007, 1264 p. – ISBN 9788598481197.


Original inglês: The New Jerome Biblical Commentary. New Edition. Sheed and Ward, 2002, 1526 p. – ISBN 9780225668032 [Há várias edições em inglês, publicadas desde 1990 por diferentes editoras]
Diz Cássio Murilo Dias da Silva na apresentação da obra:
O Novo Comentário Bíblico de São Jerônimo é uma verdadeira enciclopédia bíblica, na qual, além de uma introdução e um comentário a cada um dos livors bíblicos, encontram-se também artigos mais amplos concernentes à História de Israel, à teologia bíblica e à hermenêutica. Não obstante, trata-se de uma obra de leitura ágil e agradável. De fato, concisão, objetividade e clareza são apenas algumas das características dos artigos deste comentário, destinado não só a exegetas e teólogos, mas também a pregadores, missionários, catequistas, cientistas de outras áreas do conhecimento e toda pessoa que busca informações consistentes e abalizadas sobre o livro da Palavra de Deus. Nenhum dos artigos se apresenta como a última palavra sobre os argumentos tratados. Antes, oferecem um ponto de partida seguro e fundamentado para o estudo e a discussão de quase tudo o que se refere à Bíblia [sublinhado meu]. Por tudo isso, o Novo Comentário Bíblico de São Jerônimo é uma daquelas obras indispensáveis para qualquer biblioteca de teologia, seja ela pessoal ou de um faculdade. Em resumo, a publicação em língua portuguesa do Novo Comentário Bíblico São Jerônimo vem preencher uma lacuna que há muito permanecia aberta.

Na Amazon.com se lê:
This reference book is a compact commentary on the entire Bible that readers can use to familiarize themselves with the methods and paths followed by biblical scholars. It features current theories on dating, historical reconstruction, and archaeological information. Contemporary perspectives and topical articles of an introductory nature include Hermeneutics, Canonicity, Old Testament themes, and coverage of biblical theology. Additional commentary includes articles on Jesus, the early Church, Gnosticism, and the subapostolic church. Especially for seminarians and clergy who require a commentary on the Scriptures both during their formal study of theology and for preaching in their ministry. Also, for those interested in religion and theology on all levels and feel the need for an adequate background in the Bible.

Dois livros publicados pela Paulus

Ainda não os vi, mas parecem valer a pena.

Eduardo Arens é bem conhecido dos biblistas brasileiros por seu livro Ásia menor nos tempos de Paulo, Lucas e João: Aspectos sociais e econômicos para a compreensão do Novo Testamento, também publicado pela Paulus em 1998.

ARENS, E. A Bíblia sem mitos: uma introdução crítica. São Paulo: Paulus, 2007, 416 p. – ISBN 9788534927703


Tradução do original espanhol: La Biblia sin mitos, una introducción crítica. Lima: Centro de Estudios y Publicaciones, 2004, 391 p.

“A Bíblia como documento fundacional da comunidade cristã (e, antes dela, da comunidade hebraica), a Palavra de Deus como manifestação do Espírito a partir do fundamento do texto, o problemático texto, antigo, de centenas de anos, a mensagem nova para cada pessoa e para cada dia; esses são os aspectos sobre os quais esta obra centra sua atenção. A abordagem dos problemas de contexto cultural e religioso dos textos bíblicos, com senso crítico e apoio das ciências históricas, permite respeitá-los e valorizá-los com aquilo que são: testemunhos de vida e de fé que procedem de numerosas comunidades de crentes, capazes de alimentar hoje nossa própria vivência”.

“El libro está dividido en tres capítulos: la primera narra la génesis de los textos bíblicos en su contexto histórico, cultural y social; la segunda se ocupa del canon bíblico, es decir de cómo fueron aceptados unos textos y otros no, que después serían considerados “apócrifos”; y la tercera está referida a la hermenéutica, es decir a la interpretación propiamente dicha de los textos sagrados. Un libro sumamente interesante”.

PRIETO, C. Cristianismo e paganismo: a pregação do evangelho no mundo greco-romano. São Paulo: Paulus, 2007, 136 p. – ISBN 9788534927857


Tradução do original francês: Christianisme et paganisme : La prédication de l’Evangile dans le monde gréco-romain. Genève: Labor et Fides, 2004, 175 p. – ISBN 9782830911404.

“O processo de inculturação do cristianismo no mundo romano durante os anos 80-90 é estudado detalhadamente neste livro, graças a uma análise de textos extraídos dos evangelhos de Lucas e de João, dos Atos dos Apóstolos e do Apocalipse. A autora propõe uma bela análise dos textos bem como um quadro do contexto histórico que permite ao leitor fazer uma idéia da cultura em que os autores neotestamentários estavam imersos. Para isso a autora seleciona e analisa alguns textos bíblicos dos Evangelhos de Lucas e de João, dos Atos dos Apóstolos e do Apocalipse. O livro está dividido em cinco capítulos. Cada capítulo se divide em duas partes. A primeira parte é dedicada à análise de um ou mais textos bíblicos, segundo o método narrativo. A escolha desse método permite seguir passo a passo a narrativa e analisar as intenções de Christine Pietro. Na segunda parte do capítulo a autora apresenta um quadro do contexto histórico que rodeia o tema tratado. Esse método adotado pela autora permite que o leitor tenha uma idéia do universo cultural no qual os autores neotestamentários estavam inseridos. Cada uma das duas partes de cada capítulo pode também ser lida independentemente, conforme a busca do leitor por uma análise de textos bíblicos ou referências culturais sobre o mundo antigo que rodeava a Igreja. Christine Prieto estudou Cinema antes de se tornar teóloga pelo Instituto Protestante de Teologia de Paris e pela Universidade de Lausanne. Desde 2002, é pastora e animadora bíblica da Igreja Reformada da França”.

Homenagem a Dom Aloísio Lorscheider

Dom Aloísio Lorscheider – Por Dom Demétrio Valentini

Dom Aloísio partiu. No apagar das luzes de 2007, apagou-se a chama luminosa de sua privilegiada inteligência. Silenciou o coração bondoso que resistiu a tantos embates. Descansou o laborioso frade franciscano, o teólogo competente, o bispo dedicado, o cristão humilde e temente a Deus. Morreu o cardeal que cativou os corações e que deixa tantas saudades.

Sentiremos sua falta. Sobretudo em nossas assembleias. Não teremos mais sua análise de conjuntura teológica, vazada em linguagem simples, fluente, acessível, e ao mesmo tempo profunda, que ele nos fazia todos os anos, ao longo das presidências de D. Ivo seu primo, de D. Luciano seu amigo, e de D. Jayme seu conterrâneo. Suas posições claras e serenas inspiravam confiança em todos, e davam firmeza para nossas opções pastorais.

No parecer do Pe. Alberto Antoniazzi, D. Aloísio era o “bispo completo”: humanamente dotado de exímias virtudes, que nele se traduziam em grande bondade que inspirava profunda confiança; uma esmerada formação teológica; um apurado senso pastoral; uma incansável disposição para o trabalho; uma lúcida percepção dos problemas, sem que lhe faltasse a intrépida coragem de se posicionar serenamente em favor das mudanças que a Igreja deveria fazer.

Tive o privilégio de conhecê-lo quando ele ainda não era bispo, e lecionava teologia em Roma, no Antonianum. Com muita simplicidade vinha ao seminário onde estávamos, no Pio Brasileiro, simplesmente para visitar o Oliveira, amigo seu, de Divinópolis, onde o próprio D. Aloísio tinha feito seus estudos fundamentais de filosofia e teologia. Depois, ficamos sabendo que aquele frade muito simples e muito amigo tinha ficado bispo de Santo Ângelo, no Rio Grande do Sul.

Mas então se dava uma coincidência muito importante, que traçou a trajetória de D. Aloísio. Ele foi eleito bispo no início de 1962, ano em que no mês de outubro iria começar o Concílio Vaticano II. Dom Aloísio tinha todas as condições para mergulhar fundo nos debates conciliares, e prestar um valioso serviço aos seus colegas bispos brasileiros.

D. Aloísio foi cedo valorizado pelo episcopado brasileiro, graças à perspicácia de D. Hélder e do pequeno grupo de líderes que procurou organizar a “bancada” da CNBB no Concílio.

Pude presenciar um lance decisivo. Os bispos do Brasil se hospedavam na “Domus Mariae”, a casa da Ação Católica italiana, que ficava ao lado do Pio Brasileiro. Logo na primeira reunião que realizaram, enquanto se organizavam as comissões do Concílio, D. José Távora veio ao encontro de D. João Aloísio Hoffmann, e perguntou: – É você o bispo teólogo? E Dom João respondeu: – Não, eu sou um pobre colono! O teólogo é aquele lá!

E apontou para D. Aloísio Lorscheider, a quem de imediato D. Távora se dirigiu, convidando-o a coordenar as reuniões de estudo, que passaram a ser feitas com assiduidade na Domus Mariae ao longo de todo o Concílio. Foi lá que D. Aloísio se firmou como baluarte do episcopado brasileiro.

Terminado o Concílio, ele foi cedo eleito secretário geral da CNBB, posto que lhe abriu o caminho para a presidência, que ele exerceu por dois mandatos seguidos, nos duros tempos da ditadura brasileira, enquanto era também eleito presidente do Celam, atingindo o auge de sua influência no final do pontificado de Paulo VI, que o admirava muito e lhe pedia com frequência sua ajuda competente.

E aí se inscreve um obscuro capítulo da vida de D. Aloísio. No conclave em que foi eleito papa o Cardeal Luciani, D. Aloísio era o cardeal que mais se destacava entre todos os que não eram italianos. E sobre ele se dirigiam as expectativas para a hipótese de ser eleito um cardeal que não fosse italiano. Consta que o próprio João Paulo I teria confidenciado seu voto em D. Aloísio.

E por que então D. Aloísio não foi eleito no conclave que se seguiu à repentina morte de Luciani? Aí entra o episódio que alterou a situação. Infelizmente, nos dias que antecederam a morte de João Paulo I, D. Aloísio teve uma crise cardíaca, enquanto pregava retiro aos padres da diocese de Santa Cruz do Sul. Superada a crise, foi para o conclave. Dizem que em Roma tinham até preparado uma cadeira de rodas para receber D. Aloísio no aeroporto, para mostrar que este cardeal estava fora de combate! O episódio teve evidente repercussão. Morto um papa de repente, não iam eleger um cardeal que tinha problemas cardíacos.

Pois bem, agora a história comprova que ele teria tido um longo, e certamente profícuo pontificado. Mas D. Aloísio soube servir a Igreja com muita dedicação, mesmo não sendo papa. Tornou-se uma referência importante, por seu testemunho de humilde competência e de serena coragem.

Em dois contextos a presença de D. Aloísio foi particularmente importante: para o povo simples, de quem ele foi pastor, e para a CNBB, que ele qualificou com sua lúcida contribuição teológica.

A propósito, permito-me citar um episódio de cada contexto, entre muitos outros que poderiam ser lembrados.

Ele foi bispo de Fortaleza durante 22 anos. Era comovente ouvi-lo contar as peripécias de suas visitas pastorais no sertão do Ceará. Hospedava-se na casa da gente simples e humilde. Certa vez, a dona de casa ficou tão contente com a visita do bispo que resolveu preparar-lhe um café com o pó guardado em casa há muito tempo. Colocou a chaleira sobre o fogo para ferver a água, junto com o café. Mas na hora de servir o café, o bico da chaleira estava trancado. Acontece que uma pobre barata tinha se refugiado na chaleira, e tinha fervido junto com a água e o café. Quando a dona de casa se deu conta, não teve dúvidas: tirou a barata, e serviu o café! D. Aloísio, como bom teólogo, se lembrou das palavras do Evangelho: “Se beberem algum veneno mortal, não lhes fará mal nenhum” (Mc 16,18). E como bom pastor, tomou o café, para alegria de todos que assim puderam preparar para o bispo o melhor que podiam lhe oferecer!

Certa vez, na assembleia da CNBB, D. Possamai, Bispo de Ji-Paraná em Rondônia, pediu que a CNBB solicitasse a Roma a autorização para os Diáconos, na Amazônia, poderem ao menos conferir a unção dos enfermos aos moribundos, pois na Amazônia todos morrem sem este conforto cristão. Parecia um pedido teologicamente equivocado, como D. Amaury Castanho logo reagiu, lembrando São Tiago: “se alguém está doente, chamem os presbíteros”.

Foi então que D. Aloísio, sentado atrás de D. Amaury, tocou no ombro dele e falou: “Dom Amaury, a palavra ‘presbítero’ neste contexto não tem o mesmo sentido que lhe damos hoje!”. D. Amaury ficou incomodado, mas silenciou diante do cardeal. No intervalo, aproveitei para perguntar a D. Aloísio, imaginando-o papa: – Diante deste pedido, o que o Sr. faria?

Foi então que D. Aloísio desabafou: – Se fosse por mim, distribuiria o ministério de acordo com as necessidades do povo. Se a comunidade precisasse de um confessor, diria para alguém: você vai atender confissões e perdoar a todo mundo. Se precisasse de alguém para urgir os enfermos, incumbiria uma pessoa para cuidar bem disto. E se a comunidade precisasse de alguém para presidir a Eucaristia, simplesmente alguém da comunidade poderia ser designado para isto. Esta questão dos ministérios precisa ser revista de alto a baixo, desde o ministério de Pedro até o último ministério a ser implantado nas pequenas comunidades.

Assim pensava D. Aloísio. Este o cardeal que quase ficou papa. Este o cardeal que não ficou papa. Infelizmente!

Dom Demétrio Valentini – Bispo de Jales – SP

Fonte: Adital: 29.12.2007