Mês da Bíblia 2023: Carta aos Efésios

Mês da Bíblia 2023: Carta aos Efésios – Texto-BaseCNBB, Mês da Bíblia  2023 - Carta aos Efésios

Em 2023, o Livro bíblico escolhido para aprofundamento é a Carta aos Efésios, com a inspiração: “Vestir-se da nova humanidade! (cf. Ef 4,24)”.

O Texto-Base procura explorar o sentido da unidade do Corpo de Cristo, que significa a vivência como filhos e filhas reconciliados com Deus, e assumir, no cotidiano, a vida nova experimentada no Batismo individualmente e em comunidade.

Introdução ao Novo Testamento

NOBEL, L. Introdução ao Novo Testamento. São Paulo: Loyola, 2021, 152 p. – ISBN 9786555040623. Coleção “ABC da Bíblia”.

Sobre a coleção ABC da Bíblia:NOBEL, L. Introdução ao Novo Testamento. São Paulo: Loyola, 2021, 152 p.

Trata-se de uma verdadeira “caixa de ferramentas” que ajudará o leitor a fazer uma leitura sistemática e esclarecida dos livros da Bíblia. Cada volume desta coleção identifica o autor, ou autores, de determinado livro bíblico ou de um conjunto de escritos, apresenta seu contexto histórico, cultural e redacional, analisa-o literariamente, mostra sua estrutura, resume-o, aborda seus grandes temas, estuda sua recepção, influência e atualidade, e fornece um léxico de lugares e pessoas, tabelas cronológicas, mapas e bibliografia.

O original foi publicado em francês em 2017.

Quem é Ludovic Nobel? Veja aqui.

Seminário do PIB para professores de Bíblia em 2024

Sobre a iniciativa, leia aqui.

Sobre o seminário de 2024:
:: Tema: O Novo Testamento no contexto greco-romano
:: Data: 22-26 de janeiro de 2024
:: Coordenadores: Professores Paolo Costa e Antonio Pitta, com a colaboração do Professor Jean Louis Ska.

No site do PIB se lê em italiano [ou English]:

Seminario 2024 [dal 22 al 26 gennaio 2024]

Tema del seminario: Il Nuovo Testamento nel contesto greco-romano

Coordinatori del seminario sono i Proff. Paolo Costa (del Pontificio Istituto Biblico) e Antonio Pitta (della Pontificia Università Laternense), coadiuvati dal Prof. Jean Louis Ska.

Il Seminario prevede ogni giorno tre lezioni magistrali comuni: due al mattino (9:00-12:00) e una al pomeriggio (15:00-16:15), e delle sedute pomeridiane di approfondimento (16:30-18:00) per gruppi. Queste ultime saranno o in forma seminariale o in forma di lezioni frontali.

Programma

(Le tematiche sono indicative; il titolo esatto sarà precisato in seguito)

:. Lunedì 22 gennaio
** L’ambiente storico-letterario

. Il “Gesù storico”, il “Paolo storico” e i loro rapporti con il mondo romano – Prof. Marc Rastoin [Centre Sèvres Paris – Pontificio Istituto Biblico].
. L’epistolografia greco-romana e il Nuovo Testamento – Prof. Antonio Pitta [Pontificia Università Lateranense].
. Filone, Flavio Giuseppe e il Nuovo Testamento – Prof.ssa Katell Berthelot [CNRS – Université d’Aix-Marseille].

Sono previste al momento le seguenti sedute pomeridiane di approfondimento:

. La sententia Gallionis (At 18,14-15) e i “processi” a Paolo: tra storia e racconto – [Prof. Paolo Costa, Pontificio Istituto Biblico].
. Esorcisti ed esorcismi nel contesto greco-romano e nel Nuovo Testamento – [Prof. Francesco Filannino, Pontificia Università Laternanense].
. Il tópos della riconciliazione nella cultura greco-romana e nell’epistolario paolino – [Prof. Juan Manuel Granados, Pontificio Istituto Biblico].

:. Martedì 23 gennaio
** L’ambiente storico-culturale – archeologia

. L’imago mundi di Luca-Atti: οἰκουμένη greco-romana e οἰκουμένη lucana – Prof. Dean P. Béchard [Pontificio Istituto Biblico].
. Le fonti documentarie greco-romane e il Nuovo Testamento – Prof. Cédric Brélaz [Université de Fribourg].
. La Giudea e la terra di Israele nel I sec. d.C. e i rapporti con la dominazione romana alla luce delle più recenti scoperte archeologiche – Prof. Josef Mario Briffa [Pontificio Istituto Biblico].

Sono previste al momento le seguenti sedute pomeridiane di approfondimento:

. La risurrezione nel contesto greco-romano – [Prof. Andrzej Gieniusz, Pontificia Università Urbaniana].
. I papiri di Babatha e il Nuovo Testamento – [Prof.ssa Dorota Hartman, Università di Napoli – L’Orientale].
. Il λόγος giovanneo nel contesto greco-romano – [Prof. Maurizio Marcheselli, Facoltà Teologica dell’Emilia Romagna] . Pilato e i governatori romani della Giudea nell’opera di Flavio Giuseppe – [Prof. Joseph Sievers, Pontificio Istituto Biblico].

:. Mercoledì 24 gennaio
** L’ambiente storico-religioso (a)

. Il culto imperiale e il Nuovo Testamento – Prof. John Scheid [Collège de France].
. L’Apocalisse e Roma – Prof. Claudio Doglio [Facoltà Teologica Italia Settentrionale].

[pomeriggio del mercoledì: libero]

:. Giovedì 25 gennaio
** Il mondo del diritto e dell’amministrazione romana – L’ambiente storico-religioso (b)

. Gli statuti personali nel Nuovo Testamento alla luce del contesto greco-romano (cittadini e non cittadini, schiavi e liberi, uomini e donne) – Prof. Valerio Marotta [Università di Pavia – Pontificia Università Gregoriana].
. Diritto romano, diritti greci e Nuovo Testamento: stato della ricerca – Prof. Paolo Costa [Pontificio Istituto Biblico].
. Culti misterici, mitraismo, gnosticisimo in età alto-imperiale e nel Nuovo Testamento – Prof.ssa Chiara Ombretta Tommasi [Università di Pisa].

Sono previste al momento le seguenti sedute pomeridiane di approfondimento:

. Imperatori, governatori, censimenti e datazioni nei Sinottici e negli Atti degli apostoli – [Prof. Matteo Crimella, Facoltà Teologica dell’Italia Settentrionale].
. Le σύνοδοι greche, i collegia romani e le prime comunità cristiane – [Prof. Domenico Dursi, Università di Roma – La Sapienza].
. Il σῶμα di Cristo e il corpo della civitas: il retroterra socio-politico di una metafora paolina – [Prof. Antonio Pitta, Pontificia Università Lateranense].
. La sýnkrisis negli autori greco-romani e nel Nuovo Testamento – [Prof. Lorenzo Rossi, Istituto Superiore di Scienze Religiose “S. Francesco” (Mantova)].

:. Venerdì 26 gennaio
** Questioni esegetiche

. Il processo a Gesù e il processo a Paolo nella prospettiva dello storico del diritto: stato della ricerca – Prof. Luigi Garofalo [Università di Padova].
. La società greco-romana e il Nuovo Testamento, tra Plinio e le lettere di Pietro – Prof. Santiago Guijarro Oporto [Universidad de Salamanca].

Venerdì pomeriggio (lezione conclusiva)

. Il Vangelo di Matteo nel suo contesto greco-romano, alla luce delle fonti papirologiche – Prof. Philip F. Esler [University of Gloucestershire].

Iscrizioni

Chi fosse interessato è pregato di dare la propria adesione, inviando una e-mail all’indirizzo: pibsegr@biblico.it

Termine delle iscrizioni: 10 ottobre 2023.

Sarà possibile anche la partecipazione on-line. Nel fare l’iscrizione si prega di precisare la modalità di partecipazione.

La quota di partecipazione è di € 120. Per gli iscritti all’Associazione ex-alunni/e: € 100.

Non è richiesto il versamento di una quota al momento dell’iscrizione, ma si prega di inviare la propria adesione solo se realmente si prevede di partecipare, perché l’organizzazione finale della settimana dipenderà anche dal numero dei partecipanti.

Per ulteriori informazioni rivolgersi a: Segretario Generale PIB (pibsegr@biblico.it)

O Batista e Jesus

DESTRO, A.; PESCE, M. O Batista e Jesus: Dois movimentos judaicos no tempo da crise. São Paulo: Loyola, 2023, 244 p. – ISBN 9786555042481.

Qual foi a relação entre Jesus e João Batista? O movimento de Jesus era afiliado ao de João ou foi uma iniciativa autônoma? Jesus foi simplesmente um discípulo do BatistaDESTRO, A.; PESCE, M. O Batista e Jesus: Dois movimentos judaicos no tempo da crise. São Paulo: Loyola, 2023, 244 p. ou soube interpretar solicitações e exigências que iam além do renascimento pela água do Jordão?

Jesus e João são duas figuras gigantescas que por dois milênios tiveram influência determinante sobre as culturas que se inspiraram no cristianismo. Não se pode compreender Jesus, sua ação e seu pensamento, sem antes entender João. Sua atividade, seu sucesso e muitas de suas ideias estão na base da história de Jesus.

Este livro analisa de modo profundo a relação entre Jesus e o Batista sem ter a intenção de escrever duas novas biografias ou de reconstruir completamente suas fisionomias religiosas. Desejou-se apenas apresentar a proximidade deles com as necessidades fundamentais da população judaica e as soluções que, segundo eles, poderiam ter resolvido a crise que ela atravessava. Essa abordagem permite que os leitores descubram traços muito significativos e pouco conhecidos da relação entre João Batista e Jesus.

Veja o sumário do livro em pdf.

O original em italiano é de 2021.

Adriana Destro foi docente de Antropologia Cultural na Universidade de Bolonha. Mauro Pesce, biblista e historiador, é professor titular de História do Cristianismo na Universidade de Bolonha, Itália.

Leia também:
Two Forthcoming Books: John of History, Baptist of Faith & Christmaker – March 25, 2023 By James F. McGrath

Comentário à Carta aos Romanos por James Dunn

DUNN, J. D. G. Comentário à Carta de Paulo aos Romanos, v. 1 e 2. São Paulo: Paulus/Academia Cristã, 2022, 1661 p. – ISBN 9786555627039.

A magnitude e a robustez da obra Comentário à Carta de Paulo aos Romanos, de autoria de James Dunn, são de tirar o fôlego de qualquer um, seja pela grandeza físicaDUNN, J. D. G. Comentário à Carta de Paulo aos Romanos, Vol. 01 e 02. São Paulo: Paulus/Academia Cristã, 2022, 1661 p. seja pela amplitude e riqueza de seus temas, criteriosa e seriamente abordados.

Trata-se de uma obra referencial para pesquisadores, professores e estudantes de teologia em geral, porém, muito mais para os teólogos bíblicos e, sobretudo, para os paulinos.

A edição em português segue o esquema da obra original em inglês, com sua divisão em dois volumes (I: Romanos 1–8; II: Romanos 9–16).

Dunn consagrou-se como renomado teólogo biblista do Novo Testamento; autor de muitas obras, inclusive com várias traduzidas e publicadas no Brasil. Mas, é neste grande Comentário que se encontra a summa cogitatio auctoris acerca da carta de Paulo aos Romanos, chamada por muitos de a Summa Theologia de Paulo, o “Apóstolo dos gentios” (Rm 11,13).

Sua envergadura, abrangência e seriedade são tão grandes que ela será sempre lembrada e citada, ou seja, sempre terá alguma coisa a dizer e a colaborar em estudos posteriores. Não será possível fazer novos comentários à carta aos Romanos e ignorar este comentário. Pelo contrário, permanecerá sendo sempre um referencial para futuras pesquisas e análises da carta, pois seus insights são gigantescos e lungimirantes.

Prof. Dr. Waldecir Gonzaga Diretor e professor de Teologia Bíblica do Departamento de Teologia da PUC-Rio.

Os magos

EYKEL, E. V. The Magi: Who They Were, How They’ve Been Remembered, and Why They Still Fascinate. Minneapolis: Fortress Press, 2022, 248 p. – ISBN 9781506473734.

George Tyrrell (1861-1909) dizia que a busca pelo Jesus histórico não passava de estudiosos olhando para um poço para ver seus próprios reflexos.EYKEL, E. V. The Magi: Who They Were, How They've Been Remembered, and Why They Still Fascinate. Minneapolis: Fortress Press, 2022 Jesus é a imagem espelhada daqueles que o estudam. Um fenômeno semelhante acompanha a busca dos magos históricos, aqueles viajantes misteriosos que vieram do Oriente, seguindo uma estrela até Belém.

Neste trabalho, o historiador Eric Vanden Eykel ajuda os leitores a entender melhor os magos e os intérpretes antigos e modernos que tentaram estudá-los. Ele mostra como, de meros doze versículos do Evangelho de Mateus, nasceu uma variada e vasta tradição literária e artística. O livro examina o nascimento da história dos magos, seus enriquecimentos, enfeites e expansões na escrita apócrifa e na pregação cristã primitiva, suas expressões artísticas em catacumbas, ícones e pinturas e seu legado moderno em romances, poesia e música.

O livro explora o fascínio que a história dos magos provoca nos leitores antigos e modernos e o que o legado da história dos magos nos diz sobre seus contadores de histórias e sobre nós mesmos.

Eric M. Vanden Eykel é Professor de Estudos Religiosos no Ferrum College, Blue Ridge, Virgínia, USA.

 

George Tyrrell insisted that the quest for the historical Jesus was no more than scholars staring into a well to see their own reflections staring back. Jesus is the mirror image of those who study him. A similar phenomenon accompanies the quest for the historical Magi, those mysterious travelers who came from theEast, following a star to Bethlehem.

Eric M. Vanden Eykel In this work, ancient historian and scholar Eric Vanden Eykel helps readers better understand both the Magi and the ancient and modern interpreters who have tried to study them. He shows how, from a mere twelve verses in the Gospel of Matthew, a varied and vast literary and artistic tradition was born. The Magi examines the birth of the Magi story;its enrichments, embellishments, and expansions in apocryphal writing and early Christian preaching;its artistic expressions in catacombs, icons, and paintings and its modern legacy in novels, poetry, and music.

Throughout, the book explores the fascination the Magi story elicits in both ancient and modern readers and what the legacy of the Magi story tells us about its storytellers–and ourselves.

Eric M. Vanden Eykel is associate professor of religion and the Forrest S. Williams Teaching Chair in the Humanities at Ferrum College. He is the author of But Their Faces Were Looking Up: Author and Reader in the Protoevangelium of James (2016) and is a general editor of the Journal for Interdisciplinary Biblical Studies. He lives in Roanoke, Virginia.

Jesus e o conflito de classes de sua época

CROSSLEY, J.; MYLES, R. J. Jesus: A Life in Class Conflict. Winchester: Zer0 Books, 2023, 304 p. – ISBN 9781803410821.

Ao situar a vida de Jesus de Nazaré na turbulenta Palestina do século primeiro, Crossley e Myles oferecem uma emocionante visão histórico-materialista do JesusCROSSLEY, J.; MYLES, R. J. Jesus: A Life in Class Conflict. London: Zer0 Books, 2023 histórico.

Com uma riqueza de conhecimento sobre os conflitos sociais, econômicos e culturais da época, o livro revela o surgimento de um organizador religioso fervoroso e mortalmente sério cujo movimento social e religioso propôs uma nova ordem mundial promissora governada pelos interesses do campesinato.

O apelo popular do movimento se deveu em parte ao desejo de representar os valores dos trabalhadores rurais comuns, e sua visão significava que os ricos teriam que abrir mão de suas riquezas, enquanto que os pobres teriam uma vida de luxo celestial.

As tensões aumentaram consideravelmente quando o movimento marchou sobre Jerusalém e Jesus foi voluntariamente martirizado pela causa.

Crossley e Myles oferecem um retrato vívido do homem e seu movimento e revelam as condições materiais que contribuíram para que isso acontecesse.

Vídeos sobre o livro podem ser vistos aqui e aqui.

Deste estudo diz NT Wrong em 31.03.2023: “It has been dubbed the best book on the historical Jesus since David Strauss’ Das Leben Jesu”. [Pode ser considerado o melhor livro sobre o Jesus histórico desde Das Leben Jesu, de David Friedrich Strauss, de 1835].

 

‘Precise, clear, accessible, and important. I can think of no better introduction to the historical Jesus for the general reader, no clearer statement on the legacy of the Jesus movement in the sweep of subsequent history, or a more worthy challenge to contemporary scholarship on Jesus and the rise of Christianity.’ Neil Elliott, author of Liberating Paul: The Justice of God and the Politics of the Apostle.

What made the Jesus movement tick? By situating the life of Jesus of Nazareth in the turbulent troubles of first-century Palestine, Crossley and Myles give a thrilling historical-materialist take on the historical Jesus. Delivering a wealth of knowledge on the social, economic, and cultural conflicts of the time, Jesus: A Life in Class Conflict uncovers the emergence of a fervent and deadly serious religious organizer whose social and religious movement offered not only a radical end-time edict of divine reversal and judgment but also a promising new world order ruled in the interests of the peasantry. The movement’s popular appeal was due in part to a desire to represent the values of ordinary rural workers, and its vision meant that the rich would have to give up their wealth, while the poor would be afforded a life of heavenly luxury. Tensions flared up considerably when the movement marched on Jerusalem and Jesus was willingly martyred for the cause. Crossley and Myles offer a vivid portrait of the man and his movement and uncover the material conditions that converged to make it happen.

James Crossley is Professor of Bible and Society at MF Oslo and St Mary’s London, and director of the Centre for the Critical Study of Apocalyptic and Millenarian Movements. He lives in Cumbria, UK.

Robert J. Myles is Senior Lecturer in New Testament at Wollaston Theological College in Perth, Western Australia and the University of Divinity. He lives in Perth, Australia.

Curso Bíblico Popular com José Luiz Gonzaga do Prado

O Padre José Luiz tem um convite para vocês.

Segunda -feira, dia 01 de novembro de 2021, iniciaremos um Curso Bíblico Popular.

Vamos estudar o Livro do Apocalipse.

Nosso encontro será às 19 horas, pela página, no Facebook, Curso Bíblico Popular.

Esperamos vocês com muita alegria e esperança.

Quem é José Luiz Gonzaga do Prado? Veja aqui, aqui e aqui.

Questionando as teorias sobre as origens dos evangelhos sinóticos

Uma resenha feita por Brent Nongbri, MF Norwegian School of Theology, Religion, and Society, merece ser lida. É sobre:

WALSH, R. F. The Origins of Early Christian Literature: Contextualizing the New Testament Within Greco-Roman Literary Culture. Cambridge: Cambridge University Press,WALSH, R. F. The Origins of Early Christian Literature: Contextualizing the New Testament Within Greco-Roman Literary Culture. Cambridge: Cambridge Universiy Press, 2021 2021, 325 p. – ISBN ‎ 9781108835305.

e foi publicada pela Bryn Mawr Classical Review, em 11.09.2021.

Sobre o livro, diz o resumo da editora:

As abordagens convencionais dos evangelhos sinóticos argumentam que os autores dos evangelhos atuaram como porta-vozes letrados de suas comunidades religiosas. Quer sejam descritos como documentando “tradições orais” intragrupo ou preservando as perspectivas coletivas dos seguidores de Jesus de Nazaré, esses escritores são tratados como algo semelhante ao poeta romântico falando por sua comunidade – uma estrutura questionável herdada do romantismo alemão do século XIX. Neste livro, Robyn Faith Walsh argumenta que os evangelhos sinóticos foram escritos por produtores culturais de elite trabalhando dentro de um quadro dinâmico de especialistas letrados, incluindo pessoas que podem ou não ter sido cristãs. Comparando os evangelhos com a literatura antiga, seu estudo inovador demonstra que os evangelhos são obras criativas produzidas por elites cultas interessadas em ensinamentos, práticas e assuntos da Judeia após a Guerra Judaica e em diálogo com a literatura de sua época. O estudo de Walsh, portanto, preenche a divisão artificial entre a pesquisa sobre os evangelhos sinóticos e os clássicos.

 

Por sua vez, na resenha, diz Brent Nongbri:

Apesar do título amplo, este livro trata principalmente dos chamados evangelhos sinóticos – os evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas. Walsh procura recontextualizar essas obras deixando de lado o modelo interpretativo comum (“míope” e “idiossincrático”) que as vê principalmente como produtos das primeiras comunidades cristãs e como fontes potenciais de informação sobre essas comunidades. Em vez disso, Walsh tenta “entender os evangelhos como literatura antiga ‘normal’ produzida por membros cultos da elite da sociedade greco-romana” (13). O projeto é pensado como “uma abordagem a esses escritos e à história que coloca em primeiro plano dados concretos sem apelar para suposições herdadas” (15).

(…)

O livro é interessante na medida em que questiona vários pressupostos profundamente arraigados e conhecidos objetivos tradicionais da pesquisa exegética sobre os evangelhos, quando, por exemplo, diz a autora: pare de pesquisar as primeiras tradições orais sobre Jesus; desista da ideia de “comunidades” associadas aos evangelhos; considere a possibilidade dos evangelhos terem sido escritos por e/ou para não-cristãos. No entanto, essa enorme quantidade de questionamentos também confere ao livro uma qualidade desigual. Todas esses pressupostos podem precisar ser derrubados, mas fazê-lo simultaneamente deixa pouco espaço para uma argumentação detalhada.

(…)

Mesmo que eu não esteja convencido sobre alguns dos argumentos de Walsh sobre autoria e cultura do livro na antiguidade romana, esses capítulos são uma leitura estimulante. O livro é altamente provocante e deve suscitar debates acalorados entre os estudiosos do Novo Testamento.

Robyn Faith Walsh é professora da Universidade de Miami.

Até aqui o livro e a resenha. Quero observar que vejo este tipo de empreendimento – o do livro, claro – com muita suspeita. Vejo uma possível tentativa, talvez mais inconsciente do que planejada, de, mais uma vez, cooptar a mensagem evangélica de Jesus de Nazaré. Como? Deslegitimando-a como expressão de comunidades formadas por pessoas oprimidas e marginalizadas que anseiam por libertação e transferindo-a para os círculos da elite do poder central do Império Romano que, na verdade, se diverte, e muito, observando o sofrimento dos outros como apenas mais um espetáculo macabro. Vigilância hermenêutica nunca é demais.

 

The Book:

Robyn Faith WalshConventional approaches to the Synoptic gospels argue that the gospel authors acted as literate spokespersons for their religious communities. Whether described as documenting intra-group ‘oral traditions’ or preserving the collective perspectives of their fellow Christ-followers, these writers are treated as something akin to the Romantic poet speaking for their Volk – a questionable framework inherited from nineteenth-century German Romanticism. In this book, Robyn Faith Walsh argues that the Synoptic gospels were written by elite cultural producers working within a dynamic cadre of literate specialists, including persons who may or may not have been professed Christians. Comparing a range of ancient literature, her ground-breaking study demonstrates that the gospels are creative works produced by educated elites interested in Judean teachings, practices, and paradoxographical subjects in the aftermath of the Jewish War and in dialogue with the literature of their age. Walsh’s study thus bridges the artificial divide between research on the Synoptic gospels and Classics.

The Review:

Despite its broad title, this book is primarily about the so-called synoptic gospels—the gospels according to Matthew, Mark, and Luke. Walsh seeks to recontextualize these works by setting aside the common (“myopic” and “idiosyncratic”) interpretive model that views them chiefly as products of early Christian communities and as potential sources of information about such communities. Walsh attempts instead to “understand the gospels as ‘normal’ ancient literature produced by educated, elite members of Greco-Roman society” (13). The project is framed as “an approach to these writings and history that foregrounds concrete data without appealing to inherited assumptions” (15).

(…)

The book has a refreshing edge in that it challenges so many deeply held assumptions and traditional goals of scholarship on the gospels (stop the search for early oral traditions about Jesus; give up the idea of “communities” associated with the gospels; entertain the possibility that the gospels were written by and/or for non-Christians). Yet, that breadth of interest also gives the book an uneven quality. All of these gauntlets may need to be thrown down, but doing so simultaneously leaves little space for detailed argumentation.

(…)

Even if I am unpersuaded by some of Walsh’s arguments about authorship and book culture in Roman antiquity, these chapters make for stimulating reading. The book is highly provocative and should elicit spirited debate among New Testament scholars.

 

Robyn Faith Walsh is an Associate Professor at the University of Miami (UM).