O que é compaixão, segundo os evangelhos?

O verbo σπλαγχνίζομαι (splanchnízomai) traduz a ideia de ser movido de compaixão, comover-se, uma emoção muito forte, pois tem o significado de sentir com as entranhas. Em o Novo Testamento este verbo é usado somente nos evangelhos.σπλαγχνίζομαι (splanchnízomai) traduz a ideia de ser movido de compaixão, comover-se

O substantivo σπλάγχνα (splánchna), no plural, tem suas origens ainda no grego clássico, quando era empregado para indicar as partes da vítima que eram oferecidas em sacrifício aos deuses. O termo referia-se às partes consideradas mais nobres dos animais: fígado, coração, rins e pulmões. Usava-se também σπλάγχνα (splánchna) para designar os órgãos sexuais masculinos e o útero ou ventre materno como locais dos poderes da concepção e do nascimento.

Porém, σπλάγχνα (splánchna) podia ser usado em sentido metafórico, representando a sede das paixões, ou seja, o lugar dos desejos incontroláveis e dos sentimentos, podendo significar compaixão ou amor. Mas não foi no grego clássico, e sim no judaísmo tardio que o termo passou a expressar a atitude de ter misericórdia, sentir dó, ter compaixão, como sentimentos provenientes do coração.

Para conhecer mais sobre isso, recomendo a leitura de:

:. PERONDI, I. Presenças do verbo mover-se de compaixão (σπλαγχνίζομαι) nos evangelhos sinóticos. Atualidade Teológica, Rio de Janeiro, v. 46, p. 162-173, jan./abr. 2014 (download em pdf)

O objetivo da presente pesquisa é analisar a presença do verbo σπλαγχνίζομαι (splanchnízomai): “mover-se, ser movido de compaixão, comover-se” nos evangelhos sinóticos. Será feita uma breve investigação desde o uso no grego clássico, na LXX e outros escritos pré-cristãos para identificar a evolução do seu sentido primitivo até o uso exclusivamente teológico caracterizando ações compassivas narradas nos Evangelhos sinóticos. E uma análise comparativa ressaltando as semelhanças e diferenças entre o uso do verbo nos evangelhos de Marcos e Mateus em comparação com o evangelho de Lucas.

:. PERONDI, I.; CATENASSI, F. Z. Misericórdia, compaixão e amor: o rosto de Deus no Evangelho de Lucas. Cadernos Teologia Pública, v. 13, n. 118, 2016 (download em pdf)

rahamîm = misericórdia, derivada de rehem = úteroLucas, o autor do terceiro Evangelho, é um escritor habilidoso. Em sua narrativa, revela a salvação em Jesus, passando por traços do rosto de Deus, desenhados na misericórdia, compaixão e amor. Nessa edição dos Cadernos Teologia Pública, objetivamos oferecer um estudo da misericórdia no Evangelho de Lucas. Passamos pela análise do uso dos termos no campo semântico da misericórdia e compaixão pelo terceiro evangelista, para seguir com o estudo de passagens e temas específicos: os evangelhos da infância, o uso intencional da expressão “mover-se de compaixão”, as parábolas de misericórdia. Finalmente, mostramos no Evangelho de Lucas a preferência de Jesus pelos pequenos, o papel privilegiado das mulheres e os grandes perdões que marcam o relato, especialmente o do malfeitor arrependido na cruz. Ao final, a misericórdia é identificada no terceiro Evangelho como programa de vida, que deve fundamentar a prática das comunidades cristãs. Lucas nos ensina que a forma mais justa de enxergar a história é pela misericórdia.

:. Bíblia: misericórdia e compaixão. Estudos Bíblicos, Petrópolis, v. 33, n. 130, abr/jun 2016.

Muito se pode refletir e dizer sobre a misericórdia e compaixão de Deus. Neste número podemos contar com a diversidade de colaboradores que escrevem sobre o tema tanto a partir do Antigo como do Novo Testamento.

:. Carta Encíclica Fratelli Tutti do Papa Francisco sobre a fraternidade e a amizade social – 3 de outubro de 2020.

1. «FRATELLI TUTTI»: escrevia São Francisco de Assis, dirigindo-se a seus irmãos e irmãs para lhes propor uma forma de vida com sabor a Evangelho. Destes conselhos, quero destacar o convite a um amor que ultrapassa as barreiras da geografia e do espaço; nele declara feliz quem ama o outro, «o seu irmão, tanto quando está longe, como quando está junto de si». Com poucas e simples palavras, explicou o essencial duma fraternidade aberta, que permite reconhecer, valorizar e amar todas as pessoas independentemente da sua proximidade física, do ponto da terra onde cada uma nasceu ou habita.

2. Este Santo do amor fraterno, da simplicidade e da alegria, que me inspirou a escrever a encíclica Laudato si’, volta a inspirar-me para dedicar esta nova encíclica à Misericórdiafraternidade e à amizade social. Com efeito, São Francisco, que se sentia irmão do sol, do mar e do vento, sentia-se ainda mais unido aos que eram da sua própria carne. Semeou paz por toda a parte e andou junto dos pobres, abandonados, doentes, descartados, dos últimos.

:. DA SILVA, A. J. Praticar a solidariedade: observações sobre hesedh na Bíblia Hebraica. Post publicado no Observatório Bíblico em 30.06.2020.

Despertar, espalhar, estimular, multiplicar, praticar, promover, provocar, reforçar, resgatar a solidariedade. Estas são algumas das expressões recolhidas em uma busca no Google por “solidariedade na pandemia”, uma referência às ações solidárias desejadas ou executadas durante a pandemia da covid-19 em 2020. Pois você sabia que no Antigo Testamento existe, em hebraico, um conceito semelhante a solidariedade? É hesedh. Vamos aprender mais sobre ele.

Mês da Bíblia 2021 na Vida Pastoral

Vida Pastoral n. 341, setembro-outubro de 2021

O texto escolhido para o Mês da Bíblia deste ano, a carta aos Gálatas, é uma espécie de manifesto da liberdade cristã.Vida Pastoral n. 341, setembro-outubro de 2021

O professor Shigeyuki Nakanose e a professora Maria Antônia Marques, em seu artigo, consideram a carta como o Evangelho de Jesus crucificado; destacam suas características principais, a força da escrita, a teologia, a estrutura literária e os interlocutores do apóstolo.

O professor Joel Antônio Ferreira, por sua vez, discorre sobre a carta com base no “hino batismal” (Gl 3,26-28), como chave de leitura para entender esse escrito paulino, seu ardor bíblico e a unidade em Cristo, que tem como fim a comunhão fraterna.

Com o tema “A liberdade cristã e os conflitos nas comunidades”, o professor Rafael Rodrigues da Silva faz uma leitura de Gálatas à luz das dificuldades, enfatizando o papel do apóstolo Paulo na condução e orientação da comunidade para esta não perder de vista o verdadeiro Evangelho e não se deixar enredar pelas armadilhas do “outro Evangelho”, aquele ainda preso à Lei.

Além disso, a Ir. Maria Aparecida Barboza escreve sobre a história da caminhada bíblica no Brasil e seus momentos marcantes, considerando os 50 anos de realização do Mês da Bíblia, importante iniciativa da Igreja, com o objetivo e o esforço permanentes de colocar a Palavra de Deus nas mãos e no coração do povo brasileiro. De fato, a caminhada bíblica, especialmente iluminada pelo Concílio Vaticano II, tem a missão de formar pessoas e animá-las biblicamente.

Artigos

:. Da Pastoral bíblica à animação bíblica da pastoral. 50 anos do mês da Bíblia no Brasil

:. O Evangelho de Jesus Cristo crucificado: Entendendo a carta aos Gálatas

:. O hino batismal (Gl 3,26-28): Chave para a leitura da Carta aos Gálatas

:. A liberdade cristã e os conflitos nas comunidades

Leia online ou baixe a revista em pdf.

Mês da Bíblia 2021: lendo a carta aos Gálatas

O tema do Mês da Bíblia 2021 é a Carta aos Gálatas e o lema: “pois todos vós sois um só em Cristo Jesus” (Gl 3,28d). Indico alguns subsídios para a leitura da carta aos Gálatas.

CENTRO BÍBLICO VERBO, O Evangelho de Jesus Cristo Crucificado: É para a liberdade que Cristo nos libertou (Gl 5,1) – Entendendo a carta aos Gálatas. São Paulo: Paulus, 2021, 144 p. – ISBN 9786555622447.CENTRO BÍBLICO VERBO, O Evangelho de Jesus Cristo Crucificado: É para a liberdade que Cristo nos libertou (Gl 5,1) - Entendendo a carta aos Gálatas. São Paulo: Paulus, 2021

Além do evangelho do imperador romano, Paulo enfrenta “outro evangelho” (Gl 1,7), baseado na observância da lei da pureza, que justifica a segregação nas comunidades gálatas. Ele prega o “verdadeiro evangelho” (Gl 2,5), fundamentado na justiça que vem da fé no amor e na graça de Jesus Cristo crucificado (Gl 5,1-12), construindo a união das pessoas sem as barreiras étnica, social e de gênero (Gl 3,28).

 

MESTERS, C.; OROFINO, F. Carta de São Paulo aos Gálatas: “Pois todos vós sois um só em Cristo Jesus” (Gl 3,28d). São Leopoldo: CEBI, 2021, 47 p. – ISBN 9786586739138.

MESTERS, C.; OROFINO, F. Carta de São Paulo aos Gálatas: “Pois todos vós sois um só em Cristo Jesus” (Gl 3,28d). São Leopoldo: CEBI, 2021Paulo dirige sua carta para as Igrejas da Galácia. A carta foi escrita durante a terceira viagem de trabalhos da Equipe Missionária. Nesta carta Paulo revela uma profunda indignação com o que ele ouvia dizer a respeito dos conflitos dentro das comunidades da Galácia, bem como das fofocas que faziam a respeito do seu trabalho e da sua vida pessoal. Lendo a carta aos gálatas, percebemos algumas dificuldades com a linguagem usada por Paulo. É que a carta aos gálatas não é uma carta pastoral, tratando de problemas internos de uma comunidade. Ao escrever aos gálatas, Paulo começa a organizar e a sistematizar seu pensamento teológico. Ao escrever orientações para as comunidades a partir dos conflitos surgidos com as diferentes propostas de evangelização, Paulo vai se revelar como o primeiro teólogo do Cristianismo nascente.

 

SAB, Mês da Bíblia 2021: Carta aos Gálatas – Todos vós sois um só em Cristo Jesus” (Gl 3,28d). São Paulo: Paulinas, 2021, 80 p. – ISBN 9786558080404.

Neste ano, o tema do “Mês da Bíblia” é a Carta de Paulo aos Gálatas e o lema é “Todos vós sois um só em Cristo Jesus” (Gl 3,28d), extraídoSAB, Mês da Bíblia 2021: Carta aos Gálatas - Todos vós sois um só em Cristo Jesus" (Gl 3,28d). São Paulo: Paulinas, 2021 do “hino batismal”, descrito em Gl 3,26-28, quando Paulo afirma que todos são filhos e filhas de Deus. Portanto, pelo Batismo, as divisões foram superadas e, dessa forma, “não há mais judeu ou grego, nem escravo ou livre, nem macho ou fêmea”, pois somos um em Cristo Jesus. Acreditamos que o aprofundamento da Carta aos Gálatas será uma linda forma de celebrar os 50 anos da realização do “Mês da Bíblia”.

 

SILVANO, Z. A. Carta aos Gálatas: até que Cristo se forme em nós (Gl 4,19). São Paulo, Paulinas, 2021, 248 p. – ISBN 9786558080510.

SILVANO, Z. A. Carta aos Gálatas: até que Cristo se forme em nós (Gl 4,19). São Paulo, Paulinas, 2021Ao mergulharmos no estudo da Carta aos Gálatas nos deparamos com a convicção paulina de que a fé consiste em se deixar envolver pela grandeza do amor de Deus revelado no Messias Jesus e que exige de nós uma adesão consciente, que é expressa no Batismo, pelo qual fazemos a experiência de participarmos do mistério pascal e sermos unidas/os a Cristo. Pelo batismo, recebemos também o Espírito Santo (Gl 4,6-7), que faz morada em nosso coração e constantemente pronuncia dentro de nós a oração do Filho Encarnado: “Abba, ó Pai”. É Ele que nos conscientiza de que somos filhas/os no Filho, pertencemos à família de Deus, e nos convoca a assumirmos nossa missão de proclamar o Evangelho. Que ao aprofundarmos os ensinamentos de Paulo, possamos ter a ousadia de anunciar o amor de Deus revelado no Messias Jesus, humanizar nossas relações, “até que Cristo seja formado em nós”.

Leia Mais:
Vem aí o mês da Bíblia, em 2021, com a Carta aos Gálatas – Por Gilvander Moreira – IHU: 07 Julho 2021
Live de lançamento do livro: “Carta aos Gálatas: até que Cristo se forme em nós” (Gl 4,19) – 22 junho de 2021
Enquetes Bíblicas: Qual carta de Paulo é a sua preferida?

Semana Bíblica Nacional de 7 a 10 de junho de 2021

Semana Bíblica Nacional, de 7 a 10 de junho, marcará o início da celebração do jubileu de ouro do Mês da Bíblia

A Comissão para a Animação Bíblico-Catequética da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) promoverá, nos dias 7 a 10 de junho, a Semana Bíblica Nacional. O Semana Bíblica Nacional de 7 a 10 de junho de 2021evento, em modalidade virtual, marca o início da celebração do jubileu de ouro do Mês da Bíblia.

Padre Jânison de Sá, assessor da Comissão para a Animação Bíblico-Catequética, explica que a proposta da Semana Bíblica é a de ser formativa e, ao mesmo tempo celebrativa, pelo fato de a Igreja no Brasil estar comemorando os 50 anos do Mês da Bíblia em 2021. “Um marco muito importante na história da Igreja no Brasil, onde os círculos bíblicos se espalharam em todas as comunidades do nosso imenso país”, afirma o padre.

Vale lembrar que, para esse jubileu do “Mês da Bíblia”, em 2021, o tema escolhido é a Carta de São Paulo aos Gálatas e o lema é “todos vós sois um só em Cristo Jesus” (Gl 3,28d), extraído do “hino batismal”, descrito em Gl 3,26-28, quando Paulo afirma que todos são filhos e filhas de Deus. O tema e o lema estão em sintonia com o evangelho do Domingo da Palavra de Deus, que é extraído de Mc 1,14-20, quando Jesus inicia a sua missão, após a prisão de João Batista.

Padre Jânison salienta que, em sintonia com o Mês da Bíblia, a Semana Bíblica fará em sua abertura uma memória desses 50 anos “tão importantes para as novas gerações, para que se possa conhecer essa caminhada de animação bíblica, dos círculos bíblicos, de grupos de reflexão em todas as comunidades do país”.

 

Programação

:: Dia 7 de junho 2021

Irmã Izabel Patuzzo, assessora da Comissão para a Animação Bíblico-Catequética, explica que na abertura da Semana Bíblica, no dia 7, haverá uma mesa redonda com a participação de dom José Antônio Peruzzo, presidente da Comissão; dom Jacinto Bergmann; a irmã Zuleica Silvano (Paulina); o irmão José Nery (Lassalista) e o padre Jânison de Sá Santos.

:: Dia 8 de junho 2021

Na segunda noite, dia 8, será apresentado o tema do Mês da Bíblia para o ano de 2021, com o autor do texto-base, o professor Joel Antônio Ferreira.

:: Dia 9 de junho 2021

O tema do dia 9 será a missão de Paulo Apóstolo com a participação da irmã Aíla Pinheiro, da Congregação Nova Jerusalém, e o padre Benedito Antônio Bueno de Almeida (Paulino).

:: Dia 10 de junho de 2021

O tema do último dia, 10, será a importância dos círculos bíblicos no Mês da Bíblia na perspectiva da Carta aos Gálatas, com a participação do professor Cláudio Vianney Malzoni; Mariana Aparecida Venâncio e o padre João Batista Maroni.

A Semana Bíblica poderá ser acompanhada pelas redes sociais da CNBB (@cnbbnacional); Edições CNBB (cnbbedicoes) e no canal da Catequese do Brasil (catequesedobrasil).

Fonte: Animação Bíblico-Catequética da CNBB – 03/06/2021

Mês da Bíblia 2021: Carta aos Gálatas

O tema do Mês da Bíblia 2021 é a Carta aos Gálatas e o lema: “pois todos vós sois um só em Cristo Jesus” (Gl 3,28d).

Edições CNBB lança o texto-base e os encontros bíblicos para o Mês da Bíblia 2021

A Edições CNBB acaba de publicar o texto-base e os encontros bíblicos para o Mês da Bíblia deste ano, cujo tema é a Carta de São Paulo Apóstolo aos Gálatas e o lema: Mês da Bíblia 2021: Carta aos Gálatas“pois todos vós sois um só em Cristo Jesus” (Gl 3,28d). Encaminhados pela Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), os dois subsídios têm o objetivo de auxiliar as comunidades e paróquias no aprofundamento bíblico, na preparação e vivência do Mês da Bíblia 2021.

Na apresentação do texto-base, o arcebispo de Curitiba (PR), presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, dom José Antônio Peruzzo, diz que se “o leitor ou leitora se mantiver atento, ser-lhe-á possível encantar-se com a sua Igreja. Verá que problemas nunca faltaram. E que belas experiências de fé sempre se multiplicaram”.

 

Conheça o autor e o caminho percorrido no texto-base

O professor titular de Ciências da Religião na Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC), autor do texto-base, Joel Ferreira, falou com o portal da CNBB sobre a publicação.

Segundo ele, a Carta aos Gálatas, além dos fortes traços teológicos e doutrinais, é uma das melhores reflexões bíblicas sobre a liberdade humana e a força libertadora da fé em Jesus Cristo. A partir do Batismo e do revestimento de Cristo, todos somos “filhos de Deus” em unidade.

Ele explica que a Carta aos Gálatas aborda especialmente dois temas. O primeiro é o conflito no início do cristianismo que envolvia judeu-cristãos e gentio-cristãos. “Os judeus convertidos ao cristianismo queriam que os gentios guardassem duas leis: a da circuncisão e a do puro/impuro”, explica.

 

Uma só unidade em Jesus Cristo

De acordo com o especialista em Sagrada Escritura, essas leis vinham da cultura e dos costumes judaicos. Ele conta que o apóstolo Paulo ficou do lado dos gentios e enfrentou as lideranças da Igreja para que os gentios fossem cristãos livres das amarras judaicas.

“Isso foi resolvido num encontro em Jerusalém, onde Pedro, Tiago e João ouviram a Paulo, Barnabé e Tito e entraram num acordo para que os dois grupos se respeitassem e entendessem a liberdade em Cristo. O importante era terem a unidade”, disse.

O segundo tema refere-se a um “Hino Batismal” transcrito por Paulo, conhecido por outros grupos dos cristianismos originários. “Nesse Hino se diz que todos os cristãos são filhos de Deus pela fé em Jesus Cristo, porque todos foram batizados e se vestiram de Cristo. Então, são colocadas três assertivas: a) não há judeu nem grego; b) não há escravo nem livre; c) não há homem e mulher; pois todos são UM só em Cristo Jesus (Gl 3,26-28)”, explica.

De acordo com o professor, essas três afirmativas serão o foco mais forte do mês da Bíblia porque abordam, dentro das comunidades, as questões de etnias (raças) e religiões, o problema das contradições sociais e, por fim, a questões relacionadas às mulheres. “A proposta do mês da Bíblia é que as comunidades possam superar as contradições porque todos formam uma só (unidade) em Jesus Cristo”, apontou.

O texto-base e os encontros bíblicos sobre a Carta aos Gálatas, subsídios preparatórios ao Mês da Bíblia 2021, podem ser encontrados no site da Edições CNBB.

Fonte: Animação Bíblico-Catequética da CNBB – 29/04/2021

Seminário do PIB para professores de Bíblia em 2022

Este seminário estava programado para 2021, mas, por causa da pandemia, foi adiado para 2022.

Além do que, os organizadores ainda não sabem se o seminário acontecerá de forma presencial, online ou mista.

Tudo dependerá da situação da pandemia, e a definição sairá somente após o verão europeu.

Sobre a iniciativa, leia aqui. Veja também uma lista com todos os seminários já realizados.

Sobre o seminário de 2022:
:: Tema: Por uma Igreja em construção. As cartas de Paulo
:: Data: 24-28 de janeiro de 2022
:: Coordenadores: Professores Juan Manuel Granados e Antonio Pitta

O programa é o mesmo previsto para 2021. Confira aqui.

João Batista: tema de mais uma conferência Nangeroni

Aconteceu de 11 a 14 de janeiro de 2021 uma conferência Nangeroni online sobre João Batista, organizada pelo Seminário Henóquico em colaboração com o Journal for São João Batista - Candido Portinari: 1957the Study of the Historical Jesus. Todos os maiores especialistas internacionais em João Batista participaram.

Um bom relato pode ser lido em Religion Prof: The Blog of James F. McGrath.

Ele começa dizendo:

Gabriele Boccaccini começou com uma visão geral da história da recepção de João Batista, incluindo literatura e cinema, bem como a pesquisa acadêmica. No processo, ele destacou a incrível riqueza de informações sobre este assunto disponíveis na enciclopédia online 4Enoch…

O que é o Enoch Seminar?

O Enoch Seminar, fundado em 2001, é um grupo acadêmico de especialistas internacionais dedicados ao estudo do Judaísmo do Segundo Templo e às origens cristãs, que compartilham os resultados de suas pesquisas no campo e se reúnem para discutir temas de interesse comum. O site Enoch Seminar Online é um arquivo de todos os estudos apresentados nas reuniões do Enoch Seminar, e uma revista online de notícias, comentários e outras contribuições originais.

Para Paulo há três caminhos para a salvação

É o que afirma Gabriele Boccaccini em novo livro.

BOCCACCINI, G. Paul’s Three Paths to Salvation. Grand Rapids, MI: Eerdmans, 2020, 182 p. – ISBN 9780802839213.

BOCCACCINI, G. Paul's Three Paths to Salvation. Grand Rapids, MI: Eerdmans, 2020“Não precisamos mais separar Paulo do judaísmo para reivindicar seu cristianismo”, escreve Gabriele Boccaccini, acrescentando que “nem precisamos separá-lo do movimento de Jesus para declarar seu judaísmo”. Com este princípio orientador, Boccaccini desvenda as implicações da “pertença” de Paulo simultaneamente ao judaísmo e ao cristianismo para chegar à conclusão de que há de fato três meios de salvação:

. Para os judeus, adesão à Torá
. Para os gentios, boas obras de acordo com a consciência e a lei natural
. Para todos os pecadores, perdão pela fé em Jesus Cristo

Os três caminhos para a salvação de Paulo é uma tentativa de reconciliar as muitas facetas da complexa identidade de Paulo, injustamente acusado de intolerância. O esforço de Boccaccini em restabelecer a figura de Paulo como um mensageiro da misericórdia de Deus para os pecadores é uma contribuição importante para o debate atual sobre o lugar de Paulo no mundo pluralista contemporâneo.

Gabriele Boccaccini é professor da Universidade de Michigan e autor de várias publicações sobre o Judaísmo do Segundo Templo e as origens cristãs. Ele é o fundador e diretor do Seminário Henóquico, um grupo acadêmico de especialistas internacionais dedicados ao estudo do Judaísmo do Segundo Templo, do Cristianismo e do Islamismo, que compartilham os resultados de suas pesquisas no campo e se reúnem para discutir temas de interesse comum.

 

“We no longer need to separate Paul from Judaism in order to claim his Christianness,” writes Gabriele Boccaccini, adding, “nor do we need to separate him from the early Jesus movement in order to state his Jewishness.” With this guiding principle Boccaccini unpacks the implications of Paul’s “belonging” simultaneously to Judaism and Christianity to arrive at the surprising and provocative conclusion that there are in fact three means of salvation:Gabriele Boccaccini, pesquisador ítalo-americano, nascido em 1958

. For Jews, adherence to Torah.
. For gentiles, good works according to conscience and natural law.
. For all sinners, forgiveness through faith in Jesus Christ.

Paul’s Three Paths to Salvation is an attempt to reconcile the many facets of Paul’s complex identity while reclaiming him from accusations of intolerance, and Boccaccini’s work in reestablishing the figure of Paul as a messenger of God’s Mercy to the sinners is an important contribution to the ongoing conversation about Paul’s place in the contemporary pluralistic world.

Gabriele Boccaccini is a professor at the University of Michigan and the author of numerous publications on Second Temple Judaism and Christian origins. He is the founding director of the Enoch Seminar, a forum of international specialists in early Judaism, Christianity, and Islam affiliated with the Society of Biblical Literature. In 2019, he was awarded knighthood by the president of Italy in recognition of his contribution to Italian culture in the world.

Seminário do PIB para professores de Bíblia em 2021

Sobre a iniciativa, leia aqui.

Sobre o seminário de 2021:
:: Tema: Por uma Igreja em construção. As cartas de Paulo
:: Data: 25-29 de janeiro de 2021
:: Coordenadores: Professores Juan Manuel Granados e Antonio Pitta
:: Inscrição: até 10 de outubro de 2020

Dada a situação de pandemia, o seminário foi cancelado e adiado para janeiro de 2022, possivelmente com o mesmo programa. No entanto, haverá uma reprogramação em março de 2021.

No site do PIB se lê em italiano [ou English]:

Seminario 2021: dal 25 al 29 gennaio 2021

Tema del seminario: Per una Chiesa in costruzione. Le lettere di Paolo

Il prossimo Seminario di aggiornamento per Docenti di Sacra Scrittura avrà luogo dal 25 al 29 gennaio 2021 e sarà diretto dai Proff. Juan Manuel Granados, S.J., e Antonio Pitta.

Rispettando l’alternanza tra Antico e Nuovo Testamento, oggetto del seminario saranno Le lettere di Paolo, ad eccezione delle lettere ai Romani e ai Galati che sono state oggetto del seminairo del 2017.

Il Seminario prevede ogni giorno tre lezioni magistrali comuni: due al mattino (9:00-12:00) e una al pomeriggio (15:00-16:15), e delle sedute pomeridiane di approfondimento (16:30-18:00) per gruppi. Queste ultime saranno o in forma seminariale o in forma di lezioni frontali.

N.B.: Alcune lezioni saranno in lingua inglese, ma sarà fornita la traduzione italiana.

Programma previsto (i titoli sono indicativi; saranno precisati in seguito):

:. Lunedì 25 gennaio
. Prof. Romano Penna (Rilevanza ecclesiale delle lettere e le tradizioni paoline)
. Prof.ssa Kathy Ehrensperger (Stato attuale della ricerca, questioni e prospettive in 1 Corinzi)
. Prof. Andrzej Gieniusz (Morte e risurrezione di Cristo in 1 Corinzi)

:. Martedì 26 gennaio
. Prof.ssa Kathy Ehrensperger (Il ruolo delle donne nelle prime comunità cristiane [1Cor 11–14])
. Prof. William S. Campbell (Stato attuale della ricerca, prospettive e questioni su 2 Corinzi)
. Prof. Pasquale Basta (Scrittura e intertestualità in 1-2 Corinzi)

:. Mercoledì 27 gennaio
. Prof. Antonio Pitta (Stato attuale della ricerca e prospettive su 1 Tessalonicesi)
. Prof. Philip Towner (Stato attuale della ricerca e prospettive su 2 Tessalonicesi)

[pomeriggio del mercoledì: libero]

:. Giovedì 28 gennaio
. Prof. Jean-Noël Aletti (Stato attuale della ricerca e prospettive su Filippesi)
. Prof. Juan-Manuel Granados (Stato attuale della ricerca e prospettive su Colossesi)
. Prof. Stefano Romanello (Stato attuale della ricerca e prospettive su Efesini)

:. Venerdì 29 gennaio
. Prof. Aldo Martin (I codici domestici ed ecclesiali)
. Prof. Philip Towner (Stato attuale della ricerca e prospettive sulle Lettere Pastorali)

:. Venerdì pomeriggio (lezione conclusiva)
. Prof. Jean-Noël Aletti (Sfide dell’ecclesiologia paolina)

Sedute pomeridiane di approfondimento (in forma seminariale o di lezioni frontali)

Sono previsti contributi dei seguenti professori (le tematiche sono solo indicative):

. Pasquale Basta (Uso della Scrittura in 1Cor 1– 4)
. William S. Campbell (Carismi e ministeri in 1 Corinzi)
. Alvaro Pereira Delgado (due sessioni in giorni diversi: 1. Funzione identitaria della cena del Signore [1 Cor 11] – 2. Il ministero dello Spirito [2Cor 3–7])
. Marcin Kowalski (due sessioni in giorni diversi: 1. Funzione identitaria del battesimo – 2. La periautologia in 2Cor 10–13)
. Andrzej Wodka (La colletta)
. Antonio Pitta (Nuova ed antica alleanza)
. Paolo Costa(Tessalonica fra 1Ts e Atti)
. Francesco Bianchini (La cristologia di Filippesi)
. Juan Manuel Granados (La riconciliazione in Colossesi)
. Aldo Martin (Adamologia paolina)
. Jean-Bosco Matand B. (Apocalittica ed escatologia in 1-2 Tessalonicesi)

Il programma dettagliato della settimana, che terrà conto anche del numero degli iscritti, sarà disponibile alla fine di ottobre (dopo la chiusura delle iscrizioni).

Iscrizioni

Chi fosse interessato è pregato di dare la propria adesione entro il 10 ottobre 2020, inviando una e-mail all’indirizzo: pibsegr@biblico.it.

Ai partecipanti viene chiesto un contributo di € 120.

Per gli iscritti all’associazione ex-alunni PIB il contributo sarà invece di € 100.

Tale contributo potrà essere versato all’inizio del seminario. Non è necessario inviare alcuna somma al momento dell’iscrizione; si chiede però gentilmente di inviare la propria adesione solo se realmente si prevede di partecipare, proprio perché l’organizzazione finale della settimana dipenderà anche dal numero dei partecipanti.

Per ulteriori informazioni rivolgersi a: Segretario Generale PIB (pibsegr@biblico.it)

Enigmas do quarto evangelho

É razoável dizer que há mais discordância dos pesquisadores sobre os cinco escritos joaninos – Evangelho, Cartas e Apocalipse – do que sobre qualquer outra área do Novo Testamento. Mas isso é compreensível.

Considere, por exemplo, as tensões teológicas de João – a humanidade e a divindade de Jesus; a relação igual e subordinada do Filho com o Pai; o Espírito procede do Pai e do Filho; tensões sobre escatologia, milagres, salvação, judaísmo e eclesiologia, para citar alguns.

E o que dizer dos enigmas históricos de João – tensões entre o mundano e o transcendente; omissões de João de material sinótico e omissões sinóticas de material joanino; diferenças na cronologia e topografia entre João e os sinóticos; o Jesus de João não está falando em parábolas, e o Jesus sinótico não está dizendo “eu sou”; o Jesus de João (e o Batista) falando no idioma do narrador?

Além disso, considere as perplexidades literárias de João – a linguagem e a forma poética de Jo 1,1-18 estão mais próximas de 1Jo 1,1-4 do que o resto do Evangelho; às vezes, os eventos são anunciados antes de serem narrados; Jesus diz: “Saiamos daqui” em 14,31, mas os discípulos não chegam ao jardim até 18,1; Jo 20,31 declara o propósito de ter escrito, mas o capítulo 21 parece ter sido adicionado mais tarde; referências à testemunha ocular (19,34-35) e ao autor (21,20-24) parecem ter sido feitas por outra mão.

Esses são apenas alguns dos enigmas intrigantes de João que os estudiosos trabalham com afinco para resolver.

 

It is fair to say that there may be more disagreement over the five Johannine writings (the Gospel, Epistles, and Apocalypse of John) than any other sector of the New ANDERSON, P. N. The Riddles of the Fourth Gospel: An Introduction to John. Minneapolis: Fortress Press, 2011Testament. But this is understandable. Consider, for instance, John’s theological tensions—the humanity and divinity of Jesus; the Son’s equal and subordinate relation to the Father; the Spirit’s proceeding from the Father and the Son; tensions over eschatology, miracles, salvation, Judaism, and ecclesiology, to name a few. And, how about John’s historical conundrums—tensions between the mundane and the transcendent; John’s omissions of synoptic material and synoptic omissions of Johannine material; differences in chronology and topography between John and the Synoptics; John’s Jesus not speaking in parables, and the synoptic Jesus not uttering “I-am” sayings; John’s Jesus (and the Baptist) speaking in the language of the narrator? Further, consider John’s literary perplexities—the language and poetic form of John 1:1-18 is closer to 1 John 1:1-4 than the rest of the Gospel; sometimes events are announced before they’re narrated; Jesus says, “Let us depart” in 14:31, but the disciples don’t reach the garden until 18:1; John 20:31 declares the purpose for having written, but chapter 21 appears to have been added later; references to the eyewitness (19:34-35) and the author (21:20-24) appear to be made by another hand. These are just some of John’s puzzling riddles that scholars work vigorously to address.

Leia “On Biblical Forgeries and Imagined Communities—A Critical Analysis of Recent Criticism” – The Bible and Interpretation: April 2020

By Paul N. Anderson – George Fox University Newberg, Oregon

Confira também

ANDERSON, P. N. The Riddles of the Fourth Gospel: An Introduction to John. Minneapolis: Fortress Press, 2011, 312 p. – ISBN 9780800604271.