Triângulo das Geraes: um programa bem mineiro

Se você, de vez em quando, fica cansado de tão grandes tumultos e inúteis controvérsias, não deixe de conferir um programa bem mineiro: Triângulo das Geraes.

Se você é mineiro, o programa é uma ótima opção. Se você é triangulino, ou patureba como eu, já não é uma opção, é uma obrigação…

Comecei a ver na TV, gostei demais. Na SKY, está no CineBrasilTV, canal 102.

Acessei o site, lá estão todos os episódios da série. Para assistir e até gravar.

Causos, costumes, estórias e tradições dos moradores da roça e das cidades do Triângulo Mineiro e do Alto Paranaíba.

Clique em Triângulo das Geraes.

No site do canal CineBrasilTV, clique em Localize o Canal, para saber onde e quando ver na TV.

Observo que o programa sumiu, mas há vídeos aqui no YouTube.

13ª Feira do Livro de Ribeirão Preto

A 13ª edição da Feira Nacional do Livro de Ribeirão Preto terá início em 06 de junho de 2013 e término em 16 de junho e contará com uma programação cultural com mais de 600 atrações e eventos em todas as áreas artísticas e para todas as idades.

Visite.

Modernidade tardia: desafios para a docência do ensino superior

Antes havia um princípio organizador, que dava as coordenadas dos procedimentos – a religião. Tal princípio se diluiu em três grandes princípios: a) técnico econômico funcional; b) esfera governamental, c) esfera cultural. A crise se instala quando o hedonismo surge como princípio global.

“Com o tema Modernidade tardia: desafios para a docência do ensino superior, o psicólogo José Paulo Giovanetti proferiu a conferência de abertura da formação docente dos professores da Unisinos na noite de 25-02-2013, no Auditório Central da Instituição.

Entre as constatações expostas, Giovanetti falou sobre o individualismo que é característico do sujeito moderno, bem como seus desdobramentos. Esse sujeito vive numa sociedade que apresenta sintomas como a depressão e a angústia. Contudo, é preciso procurar aquilo que está abaixo desse iceberg aparente, provocou. É necessário atentar que o jovem que hoje chega à sala de aula já nasceu dentro da modernidade tardia, nos idos dos anos 1990, o que é decisivo para seu modo de ser e estar no mundo. E é esse o grande universo dos alunos que chegam à universidade em nossos dias.

Através de uma análise fenomenológica da sociedade, Giovanetti apontou os paradigmas de pensamento hoje. O paradigma antigo justificava as ações a partir da realidade externa, como no caso da religião, por exemplo. Na modernidade o indivíduo é o centro da organização, e por isso é fundante do que se segue. O projeto da modernidade, acrescenta, é marcado pela imanência da razão, ou seja, só tem valor aquilo que pode ser por ela explicado. Outro de seus traços é a afirmação da subjetividade, isto é, o sujeito é o centro de todas as referências.

Procedendo uma análise sociológica das características da sociedade contemporânea, Giovanetti pontua que a modernidade tardia refere-se aos últimos 50 anos, tendo iniciado, portanto, nos anos 1960. Suas características são o consumo, o espetáculo, o simulacro, o lazer e a virtualidade. Antes havia um princípio organizador, que dava as coordenadas dos procedimentos – a religião. Tal princípio se diluiu em três grandes princípios: a) técnico econômico funcional; b) esfera governamental, c) esfera cultural. A crise se instala quando o hedonismo surge como princípio global.

A respeito da sociedade do consumo, tópico caro ao sociólogo Jean Baudrillard, o palestrante mencionou que não se consomem objetos, somente, mas pessoas, inclusive. As leis da sociedade do consumo  são a) escolher (você não pode deixar de escolher) e b) comprar (compre hoje, pague amanhã).

Quanto à sociedade do espetáculo, Giovanetti menciona a superficialidade (glamurização) e o passageiro (efêmero) como suas marcas indeléveis. E o pesquisador é enfático ao afirmar que os fenômenos contemporâneos que apontam para uma nova sensibilidade são a) sociedade centrada no eu, b) pura indiferença, c) sedução non-stop e d) fenômenos extremos.

‘Na pós-modernidade vivia-se uma época de liberação que gerou a era do vazio. Na hipermodernidade vivemos uma vida light que gera a era do consumo’, observa Giovanetti”.

Leia o texto completo da reportagem de  Márcia Junges, publicada em Notícias: IHU On-Line: 27/02/2013.

José Paulo Giovanetti é graduado em Filosofia pela Faculdade de Filosofia Nossa Senhora Medianeira, e em Psicologia pela Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG. É especialista em Filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, mestre e doutor em Psicologia pela Universidade Católica de Louvain, na Bélgica. Leciona na Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia, FAJE.

Frei Betto recebe prêmio da Unesco

Frei Betto recebe prêmio da Unesco por contribuição à paz

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) escolheu, nesta sexta-feira (11), Frei Betto para receber o Prêmio José Marti 2013. A premiação reconhece sua “contribuição à construção de uma cultura de paz universal e a justiça social e os direitos humanos na América Latina e no Caribe”, de acordo com a organização. A Unesco informou em comunicado que Frei Betto foi escolhido após recomendação de um júri internacional. “Frei Betto (Belo Horizonte, 1944) foi eleito por seu trabalho como educador, escritor e teólogo, por sua oposição a todas as formas de discriminação, injustiça e exclusão e por sua promoção da cultura de paz e dos direitos humanos”, detalhou a organização. Frei Betto é autor de mais de 50 livros traduzidos para vários idiomas. Ele ingressou na ordem dos dominicanos aos 20 anos de idade, quando estudava jornalismo. Durante a ditadura militar, foi preso duas vezes: a primeira em 1964, que o levou a deixar a universidade, e a segunda entre 1969 e 1973, por colaborar com a organização guerrilheira Ação Libertadora Nacional (ALN). Quando recuperou a liberdade, trabalhou durante cinco anos em uma favela da cidade de Vitoria (ES). Durante a década de 1980, foi consultor sobre as relações Igreja-Estado de vários países. Na década seguinte, integrou o conselho da Fundação Sueca de Direitos Humanos. Adepto à Teologia da Libertação e militante de movimentos pastorais e sociais, foi assessor especial do ex-presidente Lula, entre 2003 e 2004, e coordenador de Mobilização Social do programa “Fome Zero”. A entrega do prêmio será no dia 30 de janeiro em Havana, Cuba, durante a realização da terceira Conferência Internacional pelo Equilíbrio do Mundo. A data marca o 160º aniversário do nascimento de José Martí. A premiação foi criada em 1994 e reconhece “contribuições extraordinárias de organizações e de indivíduos à unidade e a integração da América Latina e do Caribe baseada no respeito das tradições culturais e nos valores humanistas”. O último vencedor foi o analista político argentino Atilio Alberto Borón, por sua contribuição à unidade e integração dos países da América Latina e do Caribe e por sua contribuição ao estudo e a promoção do pensamento do apóstolo da independência de Cuba.

Fonte: Brasil de Fato – 11/01/2013

Leia Mais:
Frei Betto
Bibliografia de Frei Betto no WorldCat

A corrida armamentista do consumo

Você sabe o que são bens posicionais?

Não?

Então leia a entrevista Nem sei se posso, mas quero, do economista Eduardo Giannetti da Fonseca publicada em O Estado de S. Paulo em 19/08/2012 e reproduzida por Notícias IHU em 22/08/2012.

Ele diz, por exemplo:

“O filósofo francês Malebranche dizia que o desejo mais ardente das pessoas é conquistar um lugar de honra na mente dos seus semelhantes. Essa é a ideia do bem posicional: o proprietário pensa que as pessoas passam a respeitá-lo e admirá-lo mais porque ele pode desfilar um carrão, uma grife, um luxo”.

“Estamos vivendo uma corrida armamentista do consumo, pois o bem posicional sempre se renova. Isto é, no momento em que se democratiza o acesso a um bem de consumo, outros novos são inventados. É como uma corrida armamentista: sempre teremos novos e diferenciados objetos de desejo. Primeiro é um tênis de marca, depois um carro importado, um iate, um jatinho, uma viagem a Marte. A corrida armamentista sempre se renova. Não dá para desmontar totalmente as armadilhas dessa corrida, mas podemos almejar uma sociedade mais madura e marcada por uma pluralidade de valores. Assim nem todos estariam competindo na raia estreita, por um carro x ou y. Deveríamos conquistar um lugar de honra na sociedade mais pelo que somos e menos pelo que possuímos”.

Fonte: Notícias: IHU On-Line 22/08/2012

Dom Leonardo traz ao CEARP a filosofia de Riobaldo

Com o tema “A metafísica como mediadora de um diálogo contemporâneo entre Filosofia e Teologia”, o CEARP – Centro de Estudos da Arquidiocese de Ribeirão Preto – promoveu de 16 a 18 de novembro a Semana Filosófica de 2011.

Além dos Professores Claudiano Avelino dos Santos (editor de filosofia da Paulus Editora) e Benedito de Almeida Júnior (Universidade Federal de Uberlândia – MG), que falaram nos dias 16 e 17, hoje tive a oportunidade de conhecer e ouvir Dom Leonardo Ulrich Steiner, Secretário Geral da CNBB e Bispo Auxiliar de Brasília sobre A relação Filosofia/Teologia: aspectos necessários.

Muitas ideias interessantes para o debate foram apresentadas por Dom Leonardo, que é Doutor em Filosofia, mas o que conquistou minha mente e meu coração foram suas reflexões a partir da filosofia de Riobaldo, personagem do romance Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa. Aquele livro que nunca acabei de ler, porque ao terminá-lo já o estou recomeçando!

Suspeitar… escutar… questionar… especular ideia… a curiosidade do ver, perguntar, criar…

Mestre não é quem sabe todas as respostas, mas é quem sabe fazer as perguntas certas…

Existe ranking neutro? De geringonças e gambiarras

Talvez isto pudesse – mutatis mutandis, ou seja, uma vez efetuadas as necessárias adaptações – ser aplicado também aos nossos biblioblogs e suas listas “top prá cá, top prá lá”… incluído x excluído… quantidade e popularidade x qualidade… e muitas geringonças e gambiarras mais…

É que acabei de ler o artigo de Vladimir Safatle, Avaliar para moldar, publicado por CartaCapital hoje, 07/07/2011. Trata das avaliações educacionais, especialmente dos rankings internacionais de avaliação universitária. E mostra os mecanismos de controle social presentes em sua aparente neutralidade e objetividade.

Cito alguns trechos:

“Vivemos a era em que as avaliações educacionais são normalmente vendidas como métodos neutros de descrição, como fotografias de situações claramente objetivas e não problemáticas. Nesse sentido, os que são contra as avaliações só poderiam, na verdade, querer esconder alguma forma de inaptidão ou incompetência. Ao menos, é assim que o debate é normalmente posto quando se discutem as avaliações universitárias. Talvez fosse o caso de perguntarmos, porém, se uma boa parte da resistência de setores universitários a certos regimes de avaliação não viria da compreensão de que avaliar é, muitas vezes, uma maneira mais silenciosa de impor um modelo. Quando se trata da vida universitária, avaliações que se dizem neutras são, muitas vezes, maneiras de privilegiar certos tipos de pesquisa, desqualificar outros, decidir sobre como as universidades devem se desenvolver e decidir seus critérios de relevância. Um exemplo privilegiado desse passe de mágica são os chamados rankings internacionais de avaliação universitária. Por meio de tais rankings, vende-se a possibilidade de sabermos quais seriam as melhores universidades do mundo, quais seriam os verdadeiros centros de excelência. Eles são, muitas vezes, usados por administrações universitárias e por instâncias governamentais para justificar o destino ou o corte de verbas, assim como para justificar intervenções na estrutura acadêmica” (…)

“Estes e outros sistemas de avaliação não nasceram, como era de se esperar, de um debate amplo, constante e sempre reversível entre os vários campos de pesquisa que compõem a vida universitária. Eles não foram o resultado de discussões, mais do que necessárias, entre várias universidades no mundo que procurariam expor as características de suas tradições de pesquisa” (…)

“Em larga medida, tais problemas são de origem, pois tais rankings foram sintetizados por áreas específicas de pesquisa (ciências exatas e biológicas) em universidades anglo-saxãs e, em um segundo momento, tentou-se impô-los, com alguns ajustes, para outras áreas e outros países. Não por acaso, nações com forte tradição universitária e capacidade de influência, como França e Alemanha, estão normalmente mal posicionadas em tais rankings” (…)

“Quem mais sofreu com isso foram as chamadas ciências humanas. Não porque as ciências humanas (…) seriam ‘menos científicas’ do que a física ou a biologia ou ‘menos importantes’ (…) Na verdade, elas têm uma dinâmica de pesquisa e impacto que merece ser compreendido em sua especificidade”.

“Há um exemplo paradigmático nesse sentido. Normalmente, tais rankings se propõem a avaliar a produção acadêmica a partir do total de artigos publicados em revistas indexadas ou a partir dos índices de citações a artigos e autores. Mas o que um índice de citações retrata? Poderíamos dizer que um artigo é mais citado, circula mais, devido à sua qualidade. Isto é, porém, simplesmente falso. O maior número de citações indica que o artigo foi lido por mais pessoas e conseguiu inserir-se em uma das redes hegemônicas de pesquisa em determinado momento”.

“Lembremos aqui de duas variáveis que interferem diretamente nessa circulação. A primeira refere-se à intervenção de forças econômicas na pesquisa acadêmica [como a indústria farmacêutica](…) Outra variável importante para determinar a circulação de um artigo é a língua [sublinhado meu]. Um artigo em inglês sempre circulará mais que outro escrito em uma língua “exótica” como o português, mesmo se o primeiro for pior que o segundo. Claro que alguém pode perguntar: então, por que não escrevemos todos nossos artigos em inglês? Podemos fazer como os holandeses, os finlandeses e outros, que resolveram esse problema sem muita confusão. Mas vejam que interessante. Se os nossos pesquisadores publicassem suas produções basicamente em revistas acadêmicas e em inglês, a universidade ficaria, de uma vez por todas, de costas para a sociedade. Nossa produção nem sequer seria escrita na língua de nossa sociedade, nessa língua em que a nossa opinião pública constitui seus debates e sua esfera de reflexão. Assim, a universidade realizaria, de vez, seu divórcio, dialogando apenas dentro de seus muros. Muros esses que se repetiriam em cada país de língua não inglesa” (…)

“Boa parte dos rankings internacionais nem sequer avalia livros, com sua força natural para romper os muros da academia. Ou seja, se você publicou um livro em uma editora renomada como a Cambridge University Press, depois de anos de pesquisa, isso, inacreditavelmente, não será levado em conta. Mesmo aqueles rankings que avaliam livros avaliam mal, dando peso reduzido a eles em comparação a um artigo acadêmico. Nada justifica tal aberração, já que boas editoras têm comitês de leitura de alto nível, como qualquer revista acadêmica. A única justificativa é: trata-se de impor uma concepção de universidade, na qual a capacidade de intervenção na vida social não é mais importante. Mas a questão é: a quem interessa uma universidade assim? Por que deveríamos nos pautar por esse modelo?”

Leia o texto completo.

Quem é Vladimir Pinheiro Safatle, Professor do Departamento de Filosofia da USP? Consulte seu Currículo Lattes.

Google digitaliza acervo da Biblioteca Britânica

Biblioteca Britânica e Google fecham acordo para digitalizar 250 mil livros de acervo

A Biblioteca Britânica e o Google anunciaram nesta segunda-feira uma parceria para ditigalizar 250 mil livros do acervo da biblioteca. Os artigos que serão digitalizados não possuem restrições relativas a direitos autorais. Os títulos, que abrangem um total de 40 milhões de páginas, datadas de 1700 a 1870, foram selecionados pela Biblioteca Britânica e digitalizados pelo Google, que irá arcar com todos os custos do processo. Entre os primeiros itens a ser digitalizados estão panfletos feministas a respeito da rainha Maria Antonieta, de 1791, um documento sobre o primeiro submarino movido por um motor de combustão, de 1858, e um texto que oferece um relato detalhado de um hipopótamo empalhado do príncipe de Orange, de 1775. Uma vez digitalizados, os textos poderão ser consultados na íntegra, baixados e lidos por meio do programa Google Books. Pesquisadores e estudantes em qualquer parte do mundo poderão ter acesso aos itens digitalizados e copiá-los e compartilhá-los desde que o façam sem fins comerciais. A parceria com o Google é o mais recente acordo firmado pela Biblioteca Britânica com entidades privadas para digitalizar a coleção da biblioteca. Recentemente, a instituição anunciou uma parceria com a editora online britânica brightsolid para digitalizar 40 milhões de páginas de sua coleção de periódicos e já havia firmado anteriormente um acordo com a Microsoft para digitalizar 65 mil livros do século 19, alguns dos quais estão disponíveis atualmente por meio de aplicativos do iPad, da Apple.

Fonte: BBC Brasil/Folha.com – 20/06/2011 – 08h44

A força do WikiLeaks: quebrar hegemonias informativas

No mundo digital, as condições de construção de hegemonias, constituição de poderes e vitalidade política são distintas, favorecendo a democratização das comunicações.

Vale a pena ler a entrevista do Professor Alberto Efendy Maldonado, publicada por Notícias: IHU On-Line de 05/01/2011:

A força do WikiLeaks. Entrevista especial com Alberto Efendy Maldonado

Leia Mais:
WikiLeaks: algumas leituras
WikiLeaks: mais leituras

Universidades precisam ter mestrado e doutorado

MEC torna mais rígidas regras para universidade

O ministro da Educação, Fernando Haddad, homologa hoje uma resolução do Conselho Nacional de Educação (CNE) que estabelece regras mais rígidas para que instituições de ensino superior tenham o status de universidade. Passam a ser exigidos pelo menos dois programas de doutorado e quatro de mestrado. As atuais universidades terão até 2016 para se adaptar – atualmente quase a metade delas não conta com esse requisito mínimo.

A reportagem é de Luciana Alvarez e Fábio Mazzitelli e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 05/10/2010.

Segundo levamento feito pelo Estado com base em dados da Coordenação de Aperfeiçoamento Pessoal de Nível Superior (Capes), das 187 universidades federais e particulares do País, 91 não têm os programas de pós-graduação exigidos pela nova norma. Delas, 12 são federais; as demais são instituições particulares. A resolução não vale para entidades estaduais e municipais, que seguem leis específicas, mas representantes de universidades federais também contestam a validade da medida. São Paulo é o Estado com o maior número de universidades sem o novo nível mínimo obrigatório de pesquisa [sublinhado meu]. São 24, todas particulares. No Sudeste, 43 das 80 universidades terão de se adaptar para não perder o título. O Centro-Oeste é a região com situação mais confortável. Tem 14 universidades e apenas 4 delas ainda não têm os 2 doutorados e 4 mestrados. No Norte, o Amapá tem apenas uma universidade, a Universidade Federal do Amapá (Unifap), e ela ainda não atende a essa nova exigência, pois oferece apenas um curso de doutorado. O “rebaixamento” para centros universitários ou faculdades tira da instituição parte de sua autonomia. “Nos anos 1980 e 1990, muita instituição virou universidade só em busca da autonomia, sem dar contrapartida em extensão e pesquisa. Dentro desse novo instrumento, muitas terão dificuldade de sobreviver como universidade”, acredita o reitor da Universidade Nove de Julho (Uninove), Eduardo Storopoli, que classifica a medida do MEC como um “avanço na avaliação do ensino superior”. “Uma universidade que está mal avaliada desde os anos 1990 pode cair até para faculdade”, diz. Muitas instituições de ensino particular, porém, não concordam com as novas regras e chegaram a entrar com recurso, que foi rejeitado pelo CNE. Roberto Covac, representante legal do Fórum das Entidades Representativas do Ensino Superior Particular, que reúne faculdades, centros universitários e universidades, diz que o grupo argumentou que faltou diálogo com o setor. “Outro problema é que a regra é única para um País muito grande, com realidades muito diferentes”, afirmou. “Sem dúvida é uma conquista, amplamente discutida com a sociedade”, diz Paulo Speller, presidente da Câmara de Educação Superior do CNE. “Temos um bom prazo para as universidades se adaptarem. Não acredito que teremos problema com descredenciamentos.”

Fonte: Notícias: IHU On-Line – 05/10/2010