Reunião dos Biblistas Mineiros em 2020

No dia 15 deste mês de julho de 2020 os Biblistas Mineiros estiveram reunidos por videoconferência, via Skype, das 14h00 às 16h00.

Retomo aqui alguns pontos do relato de nosso Coordenador/Secretário Telmo José Amaral de Figueiredo.

Participantes:
Airton José da Silva
Cássio Murilo Dias da Silva
Fábio Cristiano Rabelo
Francisco Cornélio Freire Rodrigues
Gilvander Luis Moreira
Jacir de Freitas Faria
Jaldemir Vitório
Maria de Lourdes Augusta
Rita Maria Gomes
Solange Maria do Carmo
Telmo José Amaral de Figueiredo
Tereza Virgínia Ribeiro Barbosa
Zuleica Aparecida Silvano

Ausências justificadas:
Felipe Cúrcio Ferreira Silva
José Luiz Gonzaga do Prado
José Raimundo Rodrigues
Marcus Mareano

Pauta:
1. Nosso grupo continua a existir? Em caso afirmativo, como?
2. O que fazer com os artigos preparados para o número 138 da revista Estudos Bíblicos?
3. Vamos participar, enquanto grupo, da nova revista Estudos Bíblicos?
4. Encaminhamentos práticos

1. Quanto ao futuro de nosso grupo

Foi praticamente unânime a decisão de que o grupo de Biblistas Mineiros, ou simplesmente, Biblistas Mineiros, deve continuar a existir. Eis as principais motivações expostas:

• Apesar de nosso grupo ter iniciado a sua caminhada, na década de 80 do século XX, tendo em vista realizar estudos e produzir artigos para a revista Estudos Bíblicos publicada pela Editora Vozes, de Petrópolis, ele não precisa, necessariamente, prosseguir com esse escopo

• Aquilo que sempre constituiu a riqueza de nosso grupo foram a amizade, a troca de experiências, o livre debate de ideias, o apoio à pesquisa, auxílio mútuo, a grande pluralidade de seus membros, o contato pessoal e caloroso e tantas outras características positivas

• A identidade principal de nosso grupo é a preocupação pastoral. Nosso anseio jamais foi, propriamente, realizar pesquisa e produzir textos acadêmicos. Pelo contrário, aquilo que mais nos impulsionava era auxiliar as lideranças de nossas igrejas, movimentos sociais e estudantes de teologia terem acesso ao melhor e mais atual da pesquisa bíblica, em uma linguagem acessível, atual e prática para os tempos de hoje. Enfim, o objetivo era produzir textos que pudessem ter um impacto efetivo e positivo no pensamento e na prática de nossos agentes populares

• Como, caminho percorrendo, a revista Estudos Bíblicos foi encontrando dificuldades em ser esse instrumento que desejávamos, não há mais razão de prosseguirmos sendo um grupo voltado, especificamente, para essa publicação

• O passo, agora, é resgatarmos a nossa motivação e identidade originais. E partirmos para realizar pesquisas e produzir subsídios que venham ao encontro de nossas finalidades

• No mundo atual, especialmente após a pandemia da Covid-19, a comunicação se dará, sempre mais, via internet, empregando sites, blogs, redes sociais, aplicativos etc. Não podemos mais desconsiderar esse meio, do contrário, nos tornaremos obsoletos e insignificantes. Por isso, precisamos criar o nosso próprio blog ou site para divulgar nossos trabalhos, sejam os antigos como os novos

• Nossas reuniões, levando em conta a nova situação gerada pela pandemia da Covid-19, poderão ser mais via aplicativos online (Skype, Google Meet, Zoom, TeamLink). Quando houver uma vacina e a situação sanitária estiver mais segura, poderemos retomar os encontros presenciais, os quais são muito ricos.

2. Os artigos para o número 138 da revista Estudos Bíblicos

O número 138 (2018) da revista Estudos Bíblicos sob a nossa responsabilidade, cujo tema é: «De Gênesis ao Apocalipse, sem fundamentalismos», ainda deveria ser publicado pela Editora Vozes, segundo garantiu-nos o Frei Ludovico Garmus. Seria para o segundo semestre deste ano. No entanto, após reflexão de nosso grupo, concluiu-se que o melhor meio será publicar os onze artigos que integram esse número em formato livro. Isso porque terá muito mais divulgação e penetração nos círculos de interesse bíblico. A revista Estudos Bíblicos, atualmente, é muito pouco lida e consultada, infelizmente. Alguns artigos ainda estão passando por revisão e conclusão.

3. Quanto a participar, enquanto grupo, da nova revista Estudos Bíblicos

A partir de 2020 a revista Estudos Bíblicos, até então sob a responsabilidade da Editora Vozes, de Petrópolis, aos cuidados de Frei Ludovico Garmus, assume um formato digital sob a responsabilidade da Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR, aos cuidados de Luiz Alexandre Solano Rossi, do Programa de Pós-Graduação em Teologia. A revista será publicada em dois números anuais, com cerca de 12 artigos, estando disponível na plataforma da PUCPR.

Partimos de uma constatação triste, mas realista: a revista Estudos Bíblicos já estava, praticamente, morta. Não havia interesse em ler essa revista. Alguns artigos não acrescentavam quase nada. Como revista impressa ela já era um cadáver. Ela deveria ter passado, há tempos, para o formato digital, mas a revista acabou perdendo o foco. Isso faz parte de uma crise da linguagem teológica em geral. Verifica-se, com preocupação, que o nosso discurso não é relevante, não atrai, não encontra um público. Por isso, a nova Estudos Bíblicos correrá o risco de continuar a não falar para ninguém. A principal questão é: quem acessará e lerá a nova Estudos Bíblicos da PUCPR? Os nossos agentes de pastoral terão muita dificuldade em acessar esse tipo de publicação.

Levando em consideração essas reflexões acima, bem como,aquilo que foi dito sobre a identidade e objetivo de nosso grupo, decidimos não tomar parte, enquanto grupo, da nova Estudos Bíblicos, que está a partir deste ano, sob a coordenação do Programa de Pós-Graduação em Teologia da PUCPR. Individualmente, os membros de nosso grupo estão livres, obviamente, para redigir artigos e oferecer outras contribuições para essa nova revista, que terá o formato digital. Mas não será mais nossa missão, como grupo, nos responsabilizarmos por algum número dessa publicação.

4. Encaminhamentos práticos

Livro “De Gênesis ao Apocalipse, sem fundamentalismos”

Jacir de Freitas Faria ofereceu-se para intermediar, junto ao Departamento Editorial da Editora Vozes, a proposta de publicação de nossos artigos, que formariam o número 138 de Estudos Bíblicos, em formato livro. Telmo José Amaral de Figueiredo ficou de fornecer ao Jacir todas as informações a respeito, bem como o material necessário. Recordando que a maioria dos artigos já passou por revisão e devem estar prontos para publicação na editora. Esse trabalho já realizado pode ser, sem dúvida, aproveitado.

Assim que obtivermos alguma resposta da Editora Vozes, será marcada uma reunião online de todos os colegas que são autores de artigo deste número de Estudos Bíblicos para encaminharmos alguns detalhes da publicação.

Criação de um blog ou site de nosso grupo

Airton José da Silva e Fábio Cristiano Rabelo ficaram responsáveis de se reunir virtualmente e elaborar um projeto para a criação de um blog ou site que possa reunir, doravante, a produção dos membros de nosso grupo. Assim que esse projeto estiver concluído, será enviado a todos para apreciação e sugestões. O prazo sugerido para isso é até o final de agosto próximo.

Carta ao Frei Ludovico Garmus

O grupo decidiu, por unanimidade, enviar uma carta de agradecimento ao Frei Ludovico Garmus, responsável pela revista Estudos Bíblicos junto à Editora Vozes, pelo seu valioso, persistente e enorme trabalho à frente dessa publicação até o ano passado. Essa missiva ficou sob a responsabilidade de nosso Coordenador/Secretário. Ela será submetida previamente à apreciação de todos, antes de ser enviada.

Próxima reunião online

Ainda neste segundo semestre de 2020 será convocada uma outra reunião online para prosseguirmos na reorganização de nosso grupo.

 

Atualização em 11.10.2021: a revista Estudos Bíblicos agora está disponível no site da Abib

A partir de 2021, a Estudos Bíblicos passou a ser publicada pela Associação Brasileira de Pesquisa Bíblica (Abib). A publicação no formato impresso foi suprimida em 2019, tendo um lapso de publicação no ano de 2020, sendo retomada e disponibilizada somente no formato on-line a partir de 2021, com periodicidade semestral.

Francisco, a pandemia e a pós-pandemia

O Papa Francisco, a pandemia e pós-pandemia: metáforas e encruzilhada – Por Wagner Fernandes de Azevedo | IHU: 25 Julho 2020

Francisco desde o início do pontificado comunica com simplicidade, utilizando-se de metáforas para falar pedagogicamente a todos sobre o projeto de Igreja que deseja construir.

Muitas vezes reiterou o sonho de uma “Igreja em Saída”, para dizer uma Igreja missionária, de acompanhamento próximo, machucada nas ruas e calcada na vida do PovoMomento extraordinário de oração em tempo de epidemia presidido pelo Papa Francisco - Adro da Basílica de São Pedro - 27 de março de 2020 de Deus. E de fato, o Papa nos últimos sete anos viajava às periferias e acolhia em sua casa, os pobres, os migrantes, os refugiados, os indígenas, as vítimas de abusos sexuais…

Expressou também, desde sua primeira encíclica, a necessidade da “cultura do encontro” contra a “cultura do descarte”. Reforçava assim uma sociedade inclusiva, de valorização e participação de todos os pobres do mundo, superando as agruras geradas por um sistema econômico financeirizado em crise.

A pandemia do coronavírus atravancou o caminho da “normalidade”, de toda a sociedade, incluindo também o papado ao “estilo Francisco”. O mundo, e a Igreja que nele está inserida, depararam-se com o desafio de se transformar e repensar. O Papa, em entrevista por videoconferência, afirmou: “Tenho esperança na humanidade. Vamos sair melhores”.

Porém, contra Francisco, a pandemia freou uma agenda de viagens e os rotineiros encontros com o público, limitando o Papa das periferias, do encontro e da Igreja em saída, à reclusão entre a paredes do Vaticano – e à comunicação on-line, com transmissão do Ângelus, Audiência Geral e das missas matinais.

Contudo, a leitura de mundo, e da Igreja, que Francisco soube fazer e divulgar em sete anos de pontificado gerou outra metáfora ainda mais pertinente no atual tempo: a Igreja como hospital de campanha. O teólogo Tomáš Halík destaca no artigo “Igrejas fechadas: um sinal de Deus?”:

“Se a Igreja deve ser um ‘hospital de campanha’, obviamente ela deve continuar oferecendo a mesma assistência sanitária, social e caritativa que ofereceu desde as origens da sua história. Mas, como qualquer bom hospital, a Igreja também deve realizar outras tarefas. Deve fazer diagnósticos (identificando os ‘sinais dos tempos’), fazer prevenção (criando um ‘sistema imunológico’, em uma sociedade em que dominam os vírus malignos do medo, do ódio, do populismo e do nacionalismo), e fazer convalescença (ultrapassando os traumas do passado com o perdão)”.

Halík compreende o fechamento das Igrejas como uma oportunidade de provar um futuro que poderia em breve acontecer. E é ao confinamento no vazio (agora forçado por uma emergência sanitária) que a metáfora da Igreja em saída faz-se antítese. Para ele, o “ser Igreja” e “ser Cristão” não é estático, imutável, e a história de Cristo e os apóstolos demonstrara isso.

“Do tesouro da tradição que nos foi confiada, queremos tirar coisas novas e velhas e fazê-las participar de um diálogo com os que buscam, um diálogo no qual possamos e devamos aprender uns com os outros. Devemos aprender a ampliar radicalmente os limites da nossa visão da Igreja. Já não nos basta abrir, magnanimamente, um ‘pátio dos gentios’. O Senhor já bateu à porta a partir ‘de dentro’ e saiu – e cabe a nós buscá-lo e segui-lo. Cristo atravessou a porta que nós havíamos trancado por medo dos outros. Pulou o muro que tínhamos erigido à nossa volta. Abriu um espaço cuja amplitude e profundidade nos dão vertigens”.

Em 21-12-2019, dias antes de o novo coronavírus ser sequenciado e meses antes de a OMS declarar pandemia, Francisco reforçava à Cúria Romana as rápidas transformações de um novo mundo:

“Estamos a viver, não simplesmente uma época de mudanças, mas uma mudança de época. Encontramo-nos, portanto, num daqueles momentos em que as mudanças já não são lineares, mas epocais; constituem opções que transformam rapidamente o modo de viver, de se relacionar, de comunicar e elaborar o pensamento, de comunicar entre as gerações humanas e de compreender e viver a fé e a ciência”

A pandemia colocou o Francisco definitivamente na encruzilhada “do velho que está morrendo e do novo que ainda não nasce”. Relembramos abaixo alguns eventos e algumas análises desse período e o futuro do pontificado.

Leia.

Somos vibrações fugazes entre bilhões de estrelas

“Somos vibrações fugazes, entre bilhões de estrelas”. Entrevista com Carlo Rovelli – IHU: 24 julho 2020

O universo é um lugar imenso e misterioso, cheio de maravilhas insólitas e de uma rara beleza. Nele há explosões gigantescas, arabescos primorosos e arco-íris com bilhões e bilhões de galáxias e bilhões e bilhões de estrelas. Perto de uma dessas estrelas são emitidas algumas vibrações fugazes entre tantas: nós. Somos nós com nossas ideias, sonhos, alegrias e aflições e nossa contemplação atônita da imensidão. Somos apenas um lampejo.

L’univers és un lloc immens i misteriós, ple de meravelles insòlites i d’una rara bellesa. En ell hi ha explosions gegantines, arabescos delicats i arcs de Sant Martí amb bilions i bilions de galàxies i bilions i ­bilions d’ estrelles. A prop d’una d’aquestes estrelles s’emeten unes vibracions fugaces entre tantes: nosaltres. Som nosaltres amb les nostres idees, somnis, alegries i penes i la nostra contemplació atònita de la immensitat. Som just un esclat.

A entrevista é de Lluís Amiguet, publicada por La Vanguardia em 23 de julho de 2020.

Carlo Rovelli - Verona, 03.05.1956
A entrevista

Doutor Rovelli, acredita que sabe e envelhece ou quer saber e rejuvenesce?

Para começar, com os anos, tenho menos vontade de romper com tudo. Mas acredito que ocorre o contrário: são os jovens que acreditam que já sabem tudo. Porque nós mais velhos fomos descobrindo que não sabíamos nada. Quando eu era jovem, estava muito mais certo de minhas opiniões, mas não perco a curiosidade. Tenho o problema oposto: devo me esforçar para contê-la, porque, do contrário, leria tudo, iria para todas as partes e falaria com todo mundo e não ficaria nada. Por isso, muitas vezes, surpreendo a mim mesmo lendo um livro que não tem nada a ver com o meu [tema] e me censuro: “Carlo, para já, não pode aprender tudo. Deixa esse livrinho”.

Descreva o universo em cinco linhas.

Grande desafio. O universo é um lugar imenso e misterioso, cheio de maravilhas insólitas e de uma rara beleza. Nele há explosões gigantescas, arabescos primorosos e arco-íris com bilhões e bilhões de galáxias e bilhões e bilhões de estrelas. Perto de uma dessas estrelas são emitidas algumas vibrações fugazes entre tantas: nós. Somos nós com nossas ideias, sonhos, alegrias e aflições e nossa contemplação atônita da imensidão. Somos apenas um lampejo.

Mas somos.

Somos e queremos saber.

E se o universo fosse um caos a respeito do qual não podemos saber mais do que sabemos?

Tudo é possível. Mas seria brincadeira que fosse justamente agora o momento em que já compreendemos tudo o que pode ser compreendido e que teríamos percebido que não podemos compreender mais. Parece mais provável que estejamos na mesma situação de sempre: há coisas que já entendemos e outras que são difíceis de entender, mas as entenderemos.

Quando?

É uma pergunta que na pureza científica quer dizer também: onde?

Por quê?

Veja: agora, tenho dois relógios: um acima e outro abaixo. São relógios que custam milhares de euros por sua exatidão. Pois bem, no relógio de cima, o tempo passa mais devagar que no relógio de baixo. E isso é uma constatação do que observo nesse momento, não é nenhuma teoria.

O relógio de cima está atrasado?

Não. Está em outro lugar, ou seja, outro tempo. Outro lugar é outro tempo. Se agora passássemos perto de uma estrela muito densa, o tempo transcorreria mais devagar até parar, e se nos aproximássemos de um buraco negro, tão denso que absorve tudo, inclusive a luz, o tempo pararia, o tempo deixaria de transcorrer. O agora é uma dimensão tão local como o aqui, não é global.

Por que é difícil para nós entendermos isso?

Também custou muito aos clássicos entender que a Terra girava, porque seus olhos lhes diziam que estava parada. E hoje, de qualquer satélite, a vemos girar no espaço.

Hoje, só é preciso acreditar em seus olhos.

E, quando um pai pegar uma nave espacial e voltar, após toda uma vida de viagens, ver que seu filho é mais velho do que ele, perceberemos que o tempo é diferente em cada lugar. E isto será dito pelos nossos olhos.

Estamos imersos em espaço-tempo?

Pense em uma medusa feita de espaço-tempo que treme e se agita: estamos dentro. Se nos movimentamos, mudamos de espaço e tempo. Os militares que enviaram os primeiros satélites GPS não acreditavam. E puseram neles dois medidores. O seu, ainda newtoniano, e o outro, com as correções da relatividade de Einstein.

Menos mal.

Sim, porque agora você pode saber onde está em seu celular, graças aos cálculos de Einstein.

Poderia agora, então, estar morto em cima e vivo em baixo?

Isso já é quântico. A mecânica quântica demonstra que as partículas elementares não estão aqui, mas que podem estar aqui e ali.

O que é estar em dois lugares ao mesmo tempo?

Porque as partículas da matéria que também nos forma não são. Não estão paradas em um lugar, mas são saltos de uma interação a outra.

Mas por que a realidade parece fixa?

É outra ilusão, como a de enxergar a Terra plana e parada, sendo que gira. É como um lago, que nos parece parado, mas pelo microscópio veremos que é composto de moléculas em constante agitação.

Isso soa muito hippie.

É que o universo não é composto por materiais sólidos, regidos por leis invariáveis, mas por ondas, vibrações, energias que interagem constantemente. Hoje, tentamos juntar a relatividade e a quântica. E eu participei na teoria do loop que explica isso.

O universo é tão feio como no modelo padrão, com dezenas de partículas?

Para mim, já me parece harmônico que o que vemos seja a combinação de só algumas dezenas de partículas. Mas, sim, talvez alguém um dia encontre uma ordem nelas. Eu trabalho agora na compreensão das propriedades quânticas de espaço e tempo. Ainda que seja verdade que a teoria geral da relatividade é mais bela que o modelo padrão e essa é uma de minhas razões para trabalhar nela.

O confinamento se tornou longo para você?

Não confundamos o tempo de nossa percepção com o da física.

É melhor gastar o dinheiro público para buscar vida extraterrestre em outras coisas?

Nossa galáxia é tão imensa que é muito improvável que a vida na Terra seja algo único ou sequer especial. Encontrar vida extraterrestre seria tão relevante, ao menos, como as descobertas de Copérnico ou Darwin. Investir em descobri-la é muito mais rentável que a maioria das pesquisas científicas em curso.

Quem é Carlo Rovelli?

Livros de Carlo Rovelli

 

“Som vibracions fugaces entre bilions d’estrelles” – Lluís Amiguet – La Vanguardia: 23/07/2020

Descrigui l’univers en cinc línies.

Gran repte. L’univers és un lloc immens i misteriós, ple de meravelles insòlites i d’una rara bellesa. En ell hi ha explosions gegantines, arabescos delicats i arcs de Sant Martí amb bilions i bilions de galàxies i bilions i ­bilions d’ estrelles. A prop d’una d’aquestes estrelles s’emeten unes vibracions fugaces entre tantes: nosaltres. Som nosaltres amb les nostres idees, somnis, alegries i penes i la nostra contemplació atònita de la immensitat. Som just un esclat…

Estrutura da época de Ezequias e Manassés descoberta em Jerusalém

Uma estrutura administrativa de armazenamento da época dos reis Ezequias (716/15-699/8 a.C.) e Manassés (698-643/2 a.C.), de Judá, foi descoberta perto da antiga Jerusalém e está sendo escavada por arqueólogos da Autoridade de Antiguidades de Israel (IAA).Imagem aérea da escavação de Arnona, Jerusalém - Yaniv Berman, Israel Antiquities Authority

Os pesquisadores descobriram uma grande estrutura, feita de paredes de pedra que se acredita terem sido usadas para atividades governamentais. Lá, eles descobriram 120 alças de jarros, marcadas por impressões de selos em hebraico. Muitas das alças têm “LMLK” – que significa “pertencente ao rei” – inscritas nelas. Os arqueólogos acreditam que o local tenha sido usado pelo governo judaíta para coletar impostos, gerenciar e distribuir alimentos.

A estrutura pode ser da época da invasão de Senaquerib, rei da Assíria, nos dias do rei Ezequias, em 701 a.C. Talvez as disposições econômicas do governo indicadas pelos selos estejam relacionadas a esses eventos. No entanto, a escavação revela que o local continuou ativo após a invasão assíria, dizem Neria Sapir e Nathan Ben-Ari, diretores das escavações.

As impressões dos selos apontam para a possibilidade de que a atividade governamental tenha funcionado até os últimos anos do reino de Judá. Abandonado durante o exílio babilônico (586-538 a.C.), parece que o local foi reativado e a atividade administrativa retomada na época persa, a partir de 538 a.C.

 

Leia mais sobre a descoberta, em inglês.

Huge Kingdom of Judah government complex found near US Embassy in Jerusalem – By Amanda Borschel – The Times of Israel: 22 July 2020

One of the largest collections of royal Kingdom of Judah seal impressions has been uncovered at a massive First Temple-period public tax collection and storage complex being excavated near the new United States Embassy in Jerusalem. The main Iron Age structure is exceptional in terms of both its size and architectural style, said Israel Antiquities Authority archaeologist Neri Sapir, who co-directed the excavation.

Uncovered only three kilometers (1.8 mile) outside the Old City, the compound is believed by Israel Antiquities Authority archaeologists to have served as an administrative center during the reigns of Judean kings Hezekiah and Manasseh (8th century to the middle of the 7th century BCE).

One of the largest collections of royal Kingdom of Judah seal impressions has been uncovered at a massive First Temple-period public tax collection and storage complex being excavated near the new United States Embassy in Jerusalem. The main Iron Age structure is exceptional in terms of both its size and architectural style, said Israel Antiquities Authority archaeologist Neri Sapir, who co-directed the excavation.

Uncovered only three kilometers (1.8 mile) outside the Old City, the compound is believed by Israel Antiquities Authority archaeologists to have served as an administrative center during the reigns of Judean kings Hezekiah and Menashe (8th century to the middle of the 7th century BCE).

Over 120 jar handles stamped 2,700 years ago with ancient Hebrew script seal impressions were discovered at the site, clearly indicating the location’s use as a storage

'To the King' - two-winged seal impression - Yaniv Berman, Israel Antiquities Authority

and tax center, according to an IAA press release Wednesday. Prevalent among the stamped inscriptions is “LMLK,” “LamMeLeKh,” or “Belonging to the King,” a way of marking that the foodstuffs stored in the jars had been tithed to the Judean ruler.

This trove of LMLK seal impressions adds to the over 2,000 similar seals previously discovered at excavations and allows archaeologists to rethink the administrative and tax collection systems of the Kingdom of Judah…

 

Storage Center of Prominent Kings of Judah Uncovered in Jerusalem – Bridges for Peace: July 23, 2020

A significant administrative storage center from the days of Kings Hezekiah and Menashe (8th century to the middle of the 7th century BC) has recently been exposed at archeological excavations in the Arnona neighborhood of Jerusalem. The excavation conducted by the Israel Antiquities Authority (IAA) [near the] US Embassy is funded by the Israel Land Authority and administrated by the Moriah Jerusalem Development Corporation for the development of a new neighborhood.

Excavation at the site revealed an unusually large structure built of concentric ashlars walls. Of particular interest, 120 jar handles were found bearing seal impressions containing ancient Hebrew script. Many of the handles bare the inscription “LMLK”—(belonging) to the King—with the name of an ancient city, while others feature the names of senior officials or wealthy individuals from the First Temple period. This is one of the largest and most important collections of seal impressions ever uncovered in archaeological excavations in Israel…

José Nicolau: seis meses

Hoje está fazendo seis meses que José Nicolau, meu pai, nos deixou. A família está partilhando fotos para homenageá-lo.

Publico aqui os links para todos os posts com as fotos dos aniversários de “seo” Zé Nicolau a partir de seus 90 anos de idade em 2014.

 

2020

:. Morreu José Nicolau, meu pai (1924-2020) – 21.01.2020

2019

:. José Nicolau, meu pai: 95 anos – 22.01.2019José Nicolau em 18 de janeiro de 2019 - 95 anos

:. Com José Nicolau, meu pai, na festa dos 95 anos – 22.01.2019

:. Comemorando os 95 anos de meu pai – 22.01.2019

:. Na festa dos 95 anos de José Nicolau – 22.01.2019

:. Um passeio a cavalo na fazenda do papai – 23.01.2019

:. Uma tarde na Lagoa Grande em Patos de Minas – 23.01.2019

2018

:. José Nicolau, meu pai: 94 anos – 22.01.2018

:. Mais fotos dos 94 anos de José Nicolau – 22.01.2018

:. Outras fotos dos 94 anos de papai – 22.01.2018

:. Nos 94 anos de papai, coisas da roça – 22.01.2018

2017

:. José Nicolau, meu pai: 93 anos – 16.01.2017José Nicolau em 13 de janeiro de 2017 - 93 anos

:. Mais fotos dos 93 anos de José Nicolau – 16.01.2017

:. Ainda algumas fotos dos 93 anos de papai – 16.01.2017

:. E mais umas fotos de José Nicolau – 17.01.2017

:. Outras fotos dos 93 anos de papai – 17.01.2017

2016

:. José Nicolau, meu pai: 92 anos – 21.01.2016

:. Mais fotos dos 92 anos de José Nicolau – 21.01.2016

:. Ainda algumas fotos dos 92 anos de papai – 21.01.2016

2015

:. José Nicolau, meu pai: 91 anos – 20.01.2015José Nicolau em 17 de janeiro de 2015 - 91 anos

:. Mais fotos dos 91 anos de José Nicolau – 20.01.2015

:. Ainda algumas fotos: Alagoas e Patos – 20.01.2015

2014

:. José Nicolau, meu pai: 90 anos – 21.01.2014

:. Mais fotos dos 90 anos de José Nicolau – 21.01.2014

:. Outras fotos por ocasião dos 90 anos de José Nicolau – 21.01.2014

Nova edição da Bíblia TEB

Loyola está anunciando para breve uma nova edição da Bíblia TEB. Obs.: já está disponível.

Diz a editora:

Tradução brasileira da famosa “Traduction Oecuménique de la Bible” (TOB) francesa (segundo a 12ª ed., de 2010). Ela é o modelo das traduções ecumênicas, por causa da composição interconfessional de seus colaboradores e porque ela adota, para o Antigo Testamento, a sequência judaica dos livros bíblicos. É uma excelente bíblia de estudo, com ricas notas e muitas referências de textos paralelos.

Esta nova edição é um verdadeiro evento editorial. Além de totalmente revista e atualizada conforme as novas produções científicas de hermenêutica e arqueologia Bíblia TEBbíblicas, conta com mais seis livros deuterocanônicos, utilizados na liturgia pelas igrejas ortodoxas. Sua nova diagramação facilita o manuseio e a localização das notas e dos comentários.

Quais Bíblias você usa?

Sobre a edição francesa:

La TOB 2010 constitue un événement éditorial et œcuménique sans précédent, parce qu’elle contient six livres deutérocanoniques supplémentaires, en usage dans la liturgie des Églises orthodoxes : 3 et 4 Esdras, 3 et 4 Maccabées, la Prière de Manassé et le Psaume 151. L’ajout de ces livres, sous l’impulsion de l’Institut de théologie orthodoxe Saint-Serge, confirme le caractère œcuménique de la TOB. Consultées sur cette initiative, les différentes Églises ont donné leur approbation officielle. Ces livres additionels ont été placés après les livres deutérocanoniques reçus par les catholiques. Ils ont été traduits, introduits et annotés sous la supervision d’un comité scientifique, selon les principes propres à la TOB. Certains de ces textes n’existaient pas jusqu’à maintenant en traduction française. Une grande introduction aux livres deutérocanoniques, inédite, complétée par un tableau récapitulatif des canons juif et chrétiens de l’Ancien Testament offre un nouveau regard sur la formation complexe du canon des Écritures et sa réception dans les diverses traditions.

Seminário Henóquico 2020

Concepts of Evil in Second Temple Judaism and Christian Origins

An Online Conference by the Enoch Seminar – June 29 – July 2, 2020.

Chairs: Gabriele Boccaccini and Lorenzo DiTommaso (with Kelley Coblentz Bautch, Miryam Brand, John Collins, Benjamin Reynolds, Lawrence Schiffman, Loren Stuckenbruck, Archie Wright, and Jason Zurawski). Secretary: Joshua Scott.

Está acontecendo nestes dias – de 29 de junho a 2 de julho – o Seminário Henóquico 2020, com cerca de 300 participantes conectados online.

O tema é: Conceitos do mal no Judaísmo do Segundo Templo e Origens Cristãs.

Um bom relato pode ser lido em Religion Prof: The Blog of James F. McGrath

Outras informações podem ser vistas no site do Enoch Seminar.

O que é o Enoch Seminar?

O Enoch Seminar, fundado em 2001, é um grupo acadêmico de especialistas internacionais dedicados ao estudo do Judaísmo do Segundo Templo e às origens cristãs, que compartilham os resultados de suas pesquisas no campo e se reúnem para discutir temas de interesse comum. O site Enoch Seminar Online é um arquivo de todos os estudos apresentados nas reuniões do Enoch Seminar, e uma revista online de notícias, comentários e outras contribuições originais.

Cristofascismo: uma teologia do poder autoritário

Cristofascismo, uma teologia do poder autoritário: a união entre o bolsonarismo e o maquinário político sociorreligioso. Entrevista especial com Fábio Py – Por Patricia Fachin e João Vitor Santos – IHU: 01.07.2020

O modelo de governança do presidente Bolsonaro é sustentado pelo fundamentalismo religioso, diz o teólogo.

O uso da linguagem cristã, a apropriação do cristianismo e o aceno que o presidente Bolsonaro faz a determinados grupos religiosos, especialmente aos evangélicos e aos católicos conservadores que formam a sua base eleitoral, indicam uma novidade em relação a outros momentos em que chefes de Estado e líderes religiosos estiveram lado a lado. O traço distintivo desta relação é que “o bolsonarismo se constrói a partir e junto às máquinas sociorreligiosas” e o “maquinário político sociorreligioso de Edir Macedo, Silas Malafaia, R. R. Soares e Valdomiro Santiago” está voltado às demandas do bolsonarismo, diz o teólogo Fábio Py à IHU On-Line. A partir dessas relações, o presidente instituiu o que Py vem chamando de “cristofascismo”, uma “forma de governança baseada no fundamentalismo que pratica o ódio aos diferentes”.

Fábio Py é doutor em Teologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC-Rio e professor do Programa de Pós-Graduação em Políticas Sociais da Universidade Estadual do Norte Fluminense – UENF. Py é autor de Pandemia cristofascista (São Paulo: Editora Recriar, 2020). O livro online está disponível aqui.

Transcrevo, a seguir, trechos da entrevista.

 

IHU On-Line – Em que consiste a ideia de cristofascismo? Quais as bases teóricas desse conceito e de que forma o cristofascismo tem se manifestado na conjuntura brasileira?

Fábio Py – Li textos da Dorothee Solle pela indicação nas aulas da querida professora Maria Clara Bingemer (PUC-RIO). Quando Bolsonaro começou a falar em “Deus acima de todos”, percebi a linha de discursos de traços autoritários que estavam sendo proferidos por ele. E, com a expressão acima, ele está se apropriando do cristianismo, tal como se teceu na época do nazismo. Inspirei-me nos textos de Dorothee Solle, uma teóloga que escreveu nos anos 1970 e 1980, lembrando como era na época do nazismo, ao descrever os fenômenos neonazistas nos EUA, quando lecionou na Universidade de Columbia, em Nova York. Contudo, ela é uma teóloga mística e não estava tão preocupada com as descrições. As minhas pesquisas estão mais preocupadas em descrever, a partir da Ciência Política, Ciências Sociais e História, a apropriação que Bolsonaro faz da teologia evangélica fundamentalista expressa pelo texto bíblico: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. Ora, deve-se lembrar que esse fragmento bíblico é simbólico, pois é o jargão das igrejas protestantes de evangelização no Brasil e nas Américas.

Os evangélicos do sul dos EUA, que são ligados historicamente aos grandes latifúndios e ao racismo e vieram evangelizar o Brasil, usam esse texto há muitos anos. As igrejas batistas e metodistas, chamadas de protestantes tradicionais, também usam esse texto. Assim, quando Bolsonaro faz uso do texto bíblico, ele está dialogando com o setor, sinalizando que está alicerçado num conjunto de práticas e ações políticas do cristianismo ao longo da história do Brasil e do mundo.

Nessa linha, o cristofascismo seria a apropriação de uma teologia fundamentalista pelo governo autoritário, que tem práticas de desprezo pelos pobres, de defesa da família idealizada cristã, de contrariedade em relação às políticas de esquerda e em relação aos setores ditos minoritários. Deve-se ressaltar, novamente, que Bolsonaro está apoiado sobre uma lógica fundamentalista (evangélica) que tem como sua base social e hermenêutica de argumentação a ideia de família.

Há todo um discurso de acoplamento e de relacionamento do governo atual com o fundamentalismo brasileiro. Isto seria o cristofascismo: a partir da plataforma cristã, da linguagem cristã e da forma discursiva cristã, se constrói uma governança dos corpos e das vidas que está baseada desde ações para se instituir um dia de jejum, até disparar elementos cristãos nas redes sociais para recuperar a base social que estava sendo perdida. Então, cristofascismo seria uma forma de governança baseada no fundamentalismo que pratica o ódio aos diferentes, às minorias e aos pobres. É uma guerra cultural. Ou, como Michael Löwy afirma, está se praticando no Brasil uma “guerra dos deuses” contra as demais divindades afro, indígenas e do cristianismo ecumênico, que aceita as outras tradições em diálogo. Então, o cristofascismo seria esta plataforma: uma intensa “teologia do poder autoritário”.

IHU On-Line – Esse conceito se aproxima do conceito tradicional de fascismo de algum modo?

Fábio Py – De forma nenhuma. Quando falo de fascismo, não estou considerando que exista uma etapa fascista, mas, sim, que o fascismo faz parte da sociedade democrática liberal desde a formação das sociedades liberais. Assim, existem territórios onde continuamente, desde a colonização brasileira, se espalham táticas fascistas. Sempre é bom lembrar o que o poeta popular grafou: “todo camburão tem um pouco de navio negreiro”. Assim, nas favelas, o estado de sítio é completado por meio das políticas do Estado que não permitem às pessoas circularem. Seus agentes são os algozes que matam, violentam famílias e encarceram seus filhos.

Então, quando falo de cristofascismo, estou usando a noção de fascismo de Walter Benjamin, de que não se trata de uma etapa, mas de uma estrutura dentro do capitalismo atual. Ao mesmo tempo, estou intuindo a noção de neofascismo de Michael Löwy, quando diz que o neofascismo não é mais representado por uma pessoa, mas por práticas de subordinação ao neoliberalismo na sociedade atual, que constrói uma pauta autoritária, a partir do cristianismo, para poder construir e consolidar uma agenda castradora necropolítica, tal como descreve Achille Mbembe.

Não há somente um cristofascismo no Brasil, mas um cristofascismo do Sul, que está se desenvolvendo agora na Bolívia. Também, não podemos deixar de destacar a operação no governo Trump, nos EUA.

IHU On-Line – Que ameaças o cristofascismo representa à democracia?

Fábio Py – Ele é uma ameaça e percebemos isso ao ver a existência de um grupo chamado 300 do Brasil, que esteve acampado em Brasília, fazendo ameaças à democracia, ameaçando juízes, desembargadores, os ministros do STF, enquanto Bolsonaro tenta desarticular o tempo todo a estrutura do Estado brasileiro. Ele declara guerra, constrói linchamentos públicos aos prefeitos e governadores que não aceitam a sua deliberação de quarentena vertical. Lembre-se de que Bolsonaro foi “treinado” desde sua juventude na ditadura civil-empresarial brasileira, desabrochou seu autoritarismo nos mandatos parlamentares e solidificou o desprezo pela morte dos pobres agora que está na presidência.

Também, estamos assistindo a um aumento drástico de crimes nas roças brasileiras em prol dos latifúndios, com grilagens, assassinatos, queimadas e deliberações contra os índios. Nesse sentido já estamos vivendo uma nova forma de expressão do fascismo brasileiro que se criou a partir da memória da Ditadura Civil-Empresarial-Militar no Brasil de 1964.

O governo Bolsonaro promove violências, racismos e eugenias a partir das grandes estruturas religiosas cristãs: evangélicas e católicas. Além de grupos organizados, como o 300 do Brasil, deve-se destacar os vínculos da família Bolsonaro com setores das milícias do Rio de Janeiro. Há também uma caça aos jornalistas e às expressões das mídias. Não se fala isso, de forma tão direta, nas mídias, mas já estamos vivendo um clima tórrido de formas ditatoriais.

Leia a entrevista completa.

Fonte: IHU – 01.07.2020