Loyola está anunciando para breve uma nova edição da Bíblia TEB. Obs.: já está disponível.
Diz a editora:
Tradução brasileira da famosa “Traduction Oecuménique de la Bible” (TOB) francesa (segundo a 12ª ed., de 2010). Ela é o modelo das traduções ecumênicas, por causa da composição interconfessional de seus colaboradores e porque ela adota, para o Antigo Testamento, a sequência judaica dos livros bíblicos. É uma excelente bíblia de estudo, com ricas notas e muitas referências de textos paralelos.
Esta nova edição é um verdadeiro evento editorial. Além de totalmente revista e atualizada conforme as novas produções científicas de hermenêutica e arqueologia bíblicas, conta com mais seis livros deuterocanônicos, utilizados na liturgia pelas igrejas ortodoxas. Sua nova diagramação facilita o manuseio e a localização das notas e dos comentários.
Sobre a edição francesa:
La TOB 2010 constitue un événement éditorial et œcuménique sans précédent, parce qu’elle contient six livres deutérocanoniques supplémentaires, en usage dans la liturgie des Églises orthodoxes : 3 et 4 Esdras, 3 et 4 Maccabées, la Prière de Manassé et le Psaume 151. L’ajout de ces livres, sous l’impulsion de l’Institut de théologie orthodoxe Saint-Serge, confirme le caractère œcuménique de la TOB. Consultées sur cette initiative, les différentes Églises ont donné leur approbation officielle. Ces livres additionels ont été placés après les livres deutérocanoniques reçus par les catholiques. Ils ont été traduits, introduits et annotés sous la supervision d’un comité scientifique, selon les principes propres à la TOB. Certains de ces textes n’existaient pas jusqu’à maintenant en traduction française. Une grande introduction aux livres deutérocanoniques, inédite, complétée par un tableau récapitulatif des canons juif et chrétiens de l’Ancien Testament offre un nouveau regard sur la formation complexe du canon des Écritures et sa réception dans les diverses traditions.
Já disponível. Hoje me deparei com essa edição em uma loja da Paulus e não tive dúvida: adquiri imediatamente. A grande novidade são os livros da Septuaginta, não encontrados até nas edições católicas (3 e 4 Esdras, 3 e 4 Macabeus, além de outros, que fazem parte da Bíblia Ortodoxa).
Estive vendo agora a edição de 1988 da TEB em francês no BibleWorks-10. Não entendo o francês, contudo, pouco da leitura literal das palavras me decepcionou bastante nessa versão anterior. Espero que esse lançamento novo da Loyola traga uma guinada necessária para o meu gosto. Entretanto receio que não. Exemplos:
a) Gênesis, cap. 2, v. 17, parte final:
– TEB (1988): “…du jour où tu en mangeras, tu devras mourir.”
– Chouraqui (Loyola): “no dia em que dela comeres, morrerás, morrerás.”
– Young Literal Translation (YLT): “for in the day of thine eating of it — dying thou dost die.
Comentário: As versões mais autorizadas encerram em “morrerás, morrerás” ou “morrendo, morrerás”, segundo entendo. Chouraqui chancela sua posição firmando que segue a fórmula enfática do texto hebraico, obtida pelo infinitivo absoluto seguido do verbo. O Professor Airton domina o hebraico, portanto terá para si uma opinião abalizada. Se possível, gostaria que pontuasse a respeito. Só agora iniciei os estudos do hebraico. E o hebraico é necessário para uma melhor exegese, pois vejo que há um jogo de palavras que ocultam um sentido esotérico.
b) Gênesis, cap. 17, v. 1, parte inicial:
– TEB (1988): “Il avait quatre-vingt-dix-neuf ans…”
– Chouraqui (Loyola): Abrâm: ele tem noventa e nove anos…”
– Young Literal Translation (YLT): “And Abram is a son of ninety and nine years…”
Comentário: Somente o Young (YLT) é fiel ao texto hebraico nessa passagem. Chouraqui faz menção ao “filho” somente na nota. É uma omissão que entendo imperdoável. Diz a nota: “literalmente: ‘filho de noventa e nove anos'”
Enfim, há muitos pontos obscuros na Bíblia que a tradução, estrangeira ou nativa, não respeita.
Airton, os comentários têm limite de caracteres? Já tentei postar várias vezes um texto razoavelmente longo, outro mais curto, porém o sistema não o resguarda para moderação. Também não houve liberação por você, sinal de que o sistema não salvou o comentário. Você poderia me informar a respeito?
Não há limite de caracteres. Só há limite de links.
Por alguma razão, seus comentários caíram direto na pasta de spam. Foram restaurados.
Você já ouviu falar de “equivalência dinâmica e equivalência formal” nas traduções da Bíblia? Coloque estes termos no Google e terá algumas boas indicações.
Tente ler alguma coisa a respeito de tradução em Eugene A. Nida, que desenvolveu a teoria da equivalência dinâmica e formal da Bíblia. Ou procure teses de doutorado e/ou dissertações sobre Eugene A. Nida. No Google: teses de doutorado sobre Eugene Nida
Talvez você possa começar por https://en.wikipedia.org/wiki/Dynamic_and_formal_equivalence
Bastante interessante é a leitura de um número da revista Pistis & Praxis: v. 8, n. 1 (2016): Traduções da Bíblia. Está disponível na íntegra em https://periodicos.pucpr.br/index.php/pistispraxis/issue/view/157
No artigo do Konings a questão das equivalências, formal e dinâmica, é tratada no item “Considerações metodológicas”.
Mais três indicações. Desta vez, de livros:
História das traduções da Bíblia no Brasil: https://airtonjo.com/blog1/2016/12/historia-das-traducoes-da-biblia-no.html
A Bíblia e suas traduções: https://airtonjo.com/blog1/2009/12/biblia-e-suas-traducoes.html
EABS: O Encontro de 2008: https://airtonjo.com/blog1/2008/07/eabs-o-encontro-de-2008.html