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Elezioni e dimissioni di Ratzinger, entrambe concordate con Martini
Martini, a renúncia de Bento XVI e o conclave de 2005 – Andrea Tornielli – IHU: 20/07/2015
As confidências do biblista padre Silvano Fausti, jesuíta, que morreu no último dia 24 de junho, confessor e guia espiritual do cardeal Carlo Maria Martini, reacenderam os holofotes sobre o papel desempenhado pelo ex-arcebispo de Milão no conclave de 2005, que elegeu Bento XVI.
A reportagem é de Andrea Tornielli, publicada no sítio Vatican Insider, 17-07-2015.
Em uma vídeo-entrevista (GliStatiGenerali.com), Fausti relata dois episódios. Um relativo à renúncia do Papa Ratzinger e a aquela última conversa com Martini, ocorrido em Milão, no dia 2 de junho de 2012, por ocasião do Encontro Mundial das Famílias.
O purpurado jesuíta, gravemente doente com Parkinson (ele morreria três meses depois), encontrou-se com Ratzinger no início da tarde, no arcebispado.
Naquela ocasião, segundo o relato de Fausti, Martini disse a Bento XVI que havia chegado o momento de ele renunciar, porque a Cúria Romana parecia ser irreformável: “É justamente agora, aqui não se consegue fazer nada”.
O padre Fausti é uma fonte de primeira mão, dada a relação que o ligava a Martini. Além disso, é bem conhecido que Ratzinger e Martini se estimavam, embora a partir de posições diferentes. Não há dúvida de que, com franqueza, em um momento doloroso para a Santa Sé, no meio do escândalo Vatileaks, o arcebispo emérito de Milão tenha sugerido a renúncia a Bento XVI.
Sabe-se também que o Papa Ratzinger tinha em mente a possibilidade de renunciar há algum tempo, provavelmente desde o início do seu pontificado. Ele tinha vivido perto os últimos anos de João Paulo II e tinha visto como a doença do pontífice havia aumentado o poder da sua comitiva.
Além disso, o que atesta a reflexão de Bento XVI sobre a possibilidade da renúncia é o livro-entrevista com Peter Seewald (“Luz do mundo”), publicado em novembro de 2010. Por admissão dos seus colaboradores mais próximos, também se sabe que a decisão foi tomada por Ratzinger após a viagem para o México e Cuba, em março de 2012. O pontífice tinha voltado exausto daquela travessia intercontinental e tinha tomado consciência de que não conseguiria cumprir a viagem já programada para o Brasil, para a Jornada Mundial Juventude em julho de 2013.
Nessa situação, inseriu-se o escândalo do Vatileaks, que, paradoxalmente, não acelerou a renúncia, mas a atrasou.
O secretário de Estado de Bento XVI, Tarcisio Bertone, declarou ter recebido a comunicação da decisão da renúncia “em meados de 2012”, portanto, presumivelmente, no mês de junho. O mesmo foi contado pelo bispo Georg Gänswein, prefeito da Casa Pontifícia e secretário particular de Ratzinger. Dom Georg desmente categoricamente que a razão para a renúncia esteja ligada ao Vatileaks, observando que o anúncio chegou depois da conclusão do caso, isto é, depois do fim do processo contra o mordomo Paolo Gabriele e a audiência com Bento XVI, que o perdoou.
Tanto Bertone quanto Gänswein haviam tentado – em vão – convencer Ratzinger a permanecer no cargo. Nesse contexto, colocam-se as palavras de Martini. Não é possível saber se Bento XVI, no último breve encontro no arcebispado no dia 2 de junho, falou com Martini sobre as suas intenções. É mais provável que tenha sido o cardeal jesuíta que lhe falou sobre isso, como o padre Fausti relata.
Muito mais complexas de decifrar são as confidências do padre Fausti sobre o conclave de 2005, quando, segundo a sua reconstrução, Martini teria deslocado os seus consensos para Ratzinger, para evitar “jogos sujos” que visavam a eliminar todos os dois para eleger “um da Cúria, muito rastejante, que não conseguiu”.
Segundo Fausti, Ratzinger e Martini “tinham mais votos, Martini um pouco mais”. Teria havido uma manobra para eleger um purpurado curial. “Descoberto o truque, Martini foi à noite ao encontro de Ratzinger e lhe disse: ‘Aceite amanhã se tornar papa com os meus votos’.” Tratava-se de fazer limpeza. “Ele lhe dissera: ‘Aceite você, que está na Cúria há 30 anos e é inteligente e honesto: se conseguir reformar a Cúria, bom, senão vá embora”.
Dada a autoridade da fonte e o seu papel de confessor e diretor espiritual de Martini, não há motivo para duvidar do fato de que o arcebispo emérito de Milão, naquele seu primeiro e único conclave, finalmente votou e fez os seus apoiadores votarem em Ratzinger.
No entanto, continua sendo discutível e discutida a parte que atribui a Martini um pacote de votos importantes e, ao menos inicialmente, até mesmo superiores aos dos Ratzinger. Não há dúvida de que, naquela eleição papal, o único grupo organizado, que tinha começado há muito tempo uma obra de convencimento dos outros cardeais, era o dos apoiadores de Ratzinger.
Trabalhavam nesse sentido o cardeal Bertone, na época arcebispo de Gênova, durante anos número dois do purpurado bávaro na Congregação para a Doutrina da Fé; o cardeal colombiano curial Alfonso López Trujillo; diversos alunos de Ratzinger, entre os quais, por exemplo, o arcebispo de Viena, Christoph Schönborn.
Segundo as reconstruções mais credenciadas daquele conclave, o cardeal Joseph Ratzinger, personalidade reconhecida e respeitada mesmo por aqueles que estavam em posições diferentes, que tinha conduzido com grande equilíbrio e sabedoria como decano do colégio a fase do pré-conclave, tinha partido, desde a primeira votação da noite, com um consistente pacote de votos (entre 30 e 40, segundo alguns; mais de 40, segundo outros). O grupo dos apoiadores de Martini haviam totalizado muitos menos (cerca de 10).
O arcebispo emérito de Milão, já doente de Parkinson (a mesma doença que atingira João Paulo II, o papa recentemente falecido), tinha aceitado ser candidato, mas apenas “de bandeira”, para permitir que os seus apoiadores contassem, deixando bem claro que, por causa das suas condições de sua saúde, ele não aceitaria a eleição.
O segundo votado naquele conclave, portanto, não foi Martini, mas Jorge Mario Bergoglio, arcebispo de Buenos Aires, que, de acordo com a reconstrução oferecida por Lucio Brunelli na revista Limes, graças à publicação do diário de um purpurado, alcançou na terceira votação do conclave (a segunda da manhã do dia da eleição) nada menos do que 40 votos. Um pacote substancial, que agitou os apoiadores de Ratzinger.
Foi decisivo a hora do almoço. Tendo voltado à Capela Sistina, os purpurados, na quarta votação, elegeram Bento XVI. Não é difícil imaginar que, diante da possibilidade de soluções improvisadas no caso de um impasse que levaria, no terceiro dia do conclave, a novas candidaturas em relação às duas principais que haviam surgido, Martini tenha preferido apoiar uma personalidade como a de Ratzinger.
Mas também existem outros testemunhos, segundo os quais, na hora do almoço daquele 19 de abril, alguns purpurados, incluindo Martini, teriam tido a percepção de que o dia podia se concluir sem a eleição. E isso eliminaria da corrida tanto Ratzinger – que havia aceitado a candidatura contanto que a eleição fosse rápida e não dividisse o Colégio Cardinalício –, quanto o segundo mais votado, isto é, Bergoglio. O que faria despontar um terceiro candidato, que até aquele momento tinha permanecido na sombra.
Martini, la rinuncia di Benedetto e il conclave 2005 – Andrea Tornielli – Vatican Insider: 17/07/2015
Le confidenze di padre Silvano Fausti, recentemente scomparso, attribuiscono al porporato gesuita un ruolo decisivo nell’elezione di Ratzinger e anche nella decisione della rinuncia. Altre fonti però tendono a ridimensionarlo
Le confidenze del biblista padre Silvano Fausti, gesuita, scomparso lo scorso 24 giugno, confessore e guida spirituale del cardinale Carlo Maria Martini hanno riacceso i riflettori sul ruolo giocato dall’ex arcivescovo di Milano nel conclave del 2005 che elesse Benedetto XVI. In una video-intervista (glistatigenerali.com), Fausti racconta due episodi. Uno riguardante la rinuncia di Papa Ratzinger e quell’ultimo colloquio con Martini, avvenuto a Milano il 2 giugno 2012, in occasione dell’incontro mondiale delle famiglie. Il porporato gesuita, gravemente ammalato di Parkinson (morirà tre mesi dopo), incontrò Ratzinger nel primo pomeriggio, in arcivescovado.
In quella occasione, secondo il racconto di Fausti, Martini disse a Benedetto XVI che era venuto il momento di dimettersi perché la Curia romana appariva irreformabile: «è proprio ora, qui non si riesce a fare nulla». Padre Fausti è una fonte di prima mano dato il rapporto che lo legava a Martini. È inoltre ben noto che Ratzinger e Martini si stimassero, pur da posizioni diverse. Non c’è da dubitare che con franchezza, in un frangente doloroso per la Santa Sede, nel pieno dello scandalo Vatileaks, l’arcivescovo emerito di Milano abbia suggerito a Benedetto la rinuncia.
È altrettanto noto che Papa Ratzinger aveva presente la possibilità di dimettersi già da tempo, probabilmente fin dall’inizio del suo pontificato. Aveva vissuto da vicino gli ultimi anni di Giovanni Paolo II, e aveva visto come la malattia del Pontefice avesse fatto crescere il potere dell’entourage. Del resto, ad attestare la riflessione di Benedetto XVI sulla possibilità della rinuncia è il libro-intervista con Peter Seewald («Luce del mondo»), pubblicato nel novembre 2010. Inoltre, per ammissione dei più suoi stretti collaboratori, si sa che la decisione venne presa da Ratzinger all’indomani del viaggio in Messico e a Cuba, del marzo 2012. Il Pontefice era tornato stremato da quella trasferta intercontinentale e aveva preso coscienza che non ce l’avrebbe fatta a compiere il già programmato viaggio in Brasile per la Giornata mondiale della Gioventù nel luglio 2013. Su questa situazione si è innestato lo scandalo di Vatileaks, che paradossalmente non ha accelerato la rinuncia, ma l’ha ritardata.
Il Segretario di Stato di Benedetto XVI, Tarcisio Bertone, ha dichiarato di aver ricevuto la comunicazione della decisione della rinuncia «a metà 2012», dunque presumibilmente nel mese di giugno. Lo stesso ha raccontato il vescovo Georg Gänswein, Prefetto della Casa Pontificia e segretario particolare di Ratzinger. Don Georg smentisce categoricamente che la ragione delle dimissioni sia legata a Vatileaks, facendo notare che l’annuncio è arrivato dopo la conclusione della vicenda, cioè dopo la fine del processo al maggiordomo Paolo Gabriele e l’udienza con Benedetto che lo perdonava. Sia Bertone che Gänswein avevano tentato – invano – di convincere Ratzinger a restare in carica. In questo contesto si collocano le parole di Martini. Non è possibile sapere se Benedetto XVI nell’ultimo breve incontro in arcivescovado del 2 giugno, abbia parlato a Martini delle sue intenzioni. È più probabile che sia stato il cardinale gesuita a parlargliene, come padre Fausti riferisce.
Molto più complesse da decifrare sono invece le confidenze di padre Fausti in merito al conclave del 2005, quando, secondo la sua ricostruzione, Martini avrebbe spostato i suoi consensi su Ratzinger per evitare «giochi sporchi» che puntavano a eliminare tutti e due per eleggere «uno di Curia, molto strisciante, che non ci è riuscito». Secondo Fausti, Ratzinger e Martini «avevano più voti, un po’ di più Martini». Ci sarebbe stata una manovra per eleggere un porporato curiale. «Scoperto il trucco, Martini è andato la sera da Ratzinger e gli ha detto: accetta domani di diventare Papa con i miei voti… Gli aveva detto: accetta tu, che sei in Curia da trent’anni e sei intelligente e onesto: se riesci a riformare la Curia bene, se no te ne vai».
Vista l’autorevolezza della fonte e il suo ruolo di confessore e direttore spirituale di Martini, non c’è motivo di dubitare sul fatto che l’arcivescovo emerito di Milano, in quel suo primo e unico conclave, abbia alla fine votato e fatto votare i suoi sostenitori per Ratzinger. Discutibile e discussa rimane invece la parte che assegna a Martini un pacchetto di voti importante e almeno inizialmente persino superiore a quelli di Ratzinger. Non c’è dubbio che in quella elezione papale l’unico gruppo organizzato, che aveva per tempo iniziato un’opera di convincimento presso gli altri cardinali, era quello dei sostenitori di Ratzinger. Lavoravano in questo senso il cardinale Bertone, all’epoca arcivescovo di Genova, per anni numero due del porporato bavarese alla Congregazione per la dottrina della fede; il cardinale curiale colombiano Alfonso Lopez Trujillo; diversi allievi di Ratzinger, tra i quali ad esempio l’arcivescovo di Vienna Christoph Schönborn.
Secondo le più accreditate ricostruzioni di quel conclave, il cardinale Joseph Ratzinger, personalità riconosciuta e rispettata anche da chi era su posizioni diverse che aveva condotto con grande equilibrio e sapienza da decano del collegio la fase del pre-conclave, era partito fin dalla prima votazione della sera con un consistente pacchetto di voti (tra i trenta e i quaranta, secondo alcuni; oltre i quaranta, secondo altri). Il gruppo dei sostenitori di Martini ne aveva totalizzati molti meno (una decina). L’arcivescovo emerito di Milano, già malato di Parkinson (lo stesso morbo che aveva colpito Giovanni Paolo II, il Papa appena scomparso) aveva accettato di fare il candidato ma soltanto «di bandiera», per permettere ai suoi sostenitori di contarsi, mettendo bene in chiaro che a causa delle sue condizioni di salute non avrebbe accettato l’elezione.
Il secondo votato in quel conclave non fu dunque Martini, ma Jorge Mario Bergoglio, arcivescovo di Buenos Aires, che secondo la ricostruzione offerta da Lucio Brunelli su «Limes» grazie alla pubblicazione del diario di un porporato, raggiunse nella terza votazione del conclave (la seconda della mattinata del giorno dell’elezione) ben quaranta voti. Una pacchetto consistente, che mise in agitazione i sostenitori di Ratzinger. Decisivo fu il momento del pranzo. Ritornati nella Sistina, i porporati alla quarta votazione elessero Benedetto XVI. Non è difficile immaginare che di fronte alla possibilità di soluzioni di ripiego nel caso di un empasse che avrebbe portato nel terzo giorno di conclave verso nuove candidature rispetto alle due principali che erano emerse, Martini abbia preferito sostenere una personalità come quella Ratzinger.
Esistono però anche altre testimonianze, secondo le quali al momento del pranzo di quel 19 aprile, alcuni porporati, tra i quali Martini, avrebbero avuto la percezione che la giornata si poteva chiudere senza l’elezione. E questo avrebbe eliminato dalla corsa sia Ratzinger – il quale aveva accettato la candidatura a patto che l’elezione fosse rapida e non spaccasse il collegio cardinalizio – sia il secondo più votato, cioè Bergoglio. Il che avrebbe fatto spuntare un terzo candidato, fino a quel momento rimasto nell’ombra.
Quando Martini disse a Ratzinger: ”A Cúria não muda. Você tem que sair” – IHU: 17/07/2015
O relato do padre Silvano Fausti: no conclave de 2005, o ex-arcebispo de Milão apontou para o alemão para evitar jogos sujos de um papável “rastejante”.
A reportagem é de Gian Guido Vecchi, publicada no jornal Corriere della Sera, 16-07-2015.
O padre Silvano Fausti contava que o momento tinha sido quando Bento XVI e Carlo Maria Martini se viram pela última vez. Milão, Encontro Mundial das Famílias, dia 2 de junho de 2012, o cardeal, doente há algum tempo, saíra do Aloisium de Gallarate para ir ao encontro do papa.
Foi então que se olharam nos olhos, e Martini, que morreria no dia 31 de agosto, disse a Ratzinger: a Cúria não se reforma, não lhe resta senão sair.
Bento XVI havia voltado exausto da viagem a Cuba no fim de março. No verão, ele começou a falar a respeito com os colaboradores mais próximos que tentavam dissuadi-lo. Em dezembro, convocou um consistório no qual criou seis cardeais e nenhum europeu para “reequilibrar” o Colégio. No dia 11 de fevereiro de 2013, declarou a sua “renúncia” ao pontificado.
Renúncia “já programada” desde o início do papado – se as coisas não andassem como deveriam –, desde que, no conclave de 2005, Martini deslocou os seus consensos para Ratzinger, para evitar os “jogos sujos” que visavam a eliminar os dois e eleger “um da Cúria, muito rastejante, que não conseguiu”, revela o padre jesuíta.
Silvano Fausti morreu no dia 24 de junho passado, aos 75 anos, depois de uma longa doença. Biblista e teólogo, uma das vozes mais ouvidas e lidas do pensamento cristão contemporâneo, era a pessoa mais próxima de Carlo Maria Martini. O cardeal o escolhera como guia espiritual e confessor, confiava nele.
Esses bastidores, confidenciados três meses antes de morrer ao sítio GliStatiGenerali.com – a entrevista em vídeo foi agora divulgada na rede (veja abaixo, em duas partes) – corresponde àquilo que o padre Fausti contava em privado na sua casa de campo de Villapizzone, na periferia de Milão, onde vivia há 37 anos com outros jesuítas na comunidade que tinha fundado.
Quase um testamento que, sobre Ratzinger e Martini, remonta aos dias do conclave de dez anos atrás. Eram as duas personalidades mais proeminentes e, conta Fausti, “os dois que tinham mais votos; Martini um pouco mais” (já então doente de Parkinson), um pelos “conservadores” e o outro pelos “progressistas”.
Havia uma manobra para “derrubar a ambos” e eleger um cardeal “muito rastejante” da Cúria. “Descoberto o truque, Martini foi à noite ao encontro de Ratzinger e lhe disse: ‘Aceite amanhã se tornar papa com os meus votos’.” Tratava-se de fazer limpeza. “Ele lhe dissera: ‘Aceite você, que está na Cúria há 30 anos e é inteligente e honesto: se conseguir reformar a Cúria, bom, senão vá embora”.
Martini, revela Fausti, disse que o papa, depois, fez um discurso “que denunciava essas manobras sujas e fez muitos cardeais corarem”. No dia 24 de abril de 2005, na homilia de início de pontificado, Bento XVI disse: “Rezem por mim, para que eu não fuja, por medo, diante dos lobos”.
O padre Fausti lembra também o gesto que Ratzinger faria no dia 28 de abril de 2009, na cidade de Aquila, devastada pelo terremoto. Estava prevista apenas uma homenagem, mas Bento XVI semeou o pânico cruzando a Porta Santa da basílica periclitante de Collemaggio para depositar o seu pálio na teca de Celestino V, o papa da “grande recusa”.
Ratzinger e Martini, embora diferentes, se reconheciam e se estimavam. “Sempre tentavam colocá-los contra, para gerar notícia. Enquanto, com Wojtyla, Martini apresentava todos os anos a renúncia…”
A renúncia de Bento XVI eram uma possibilidade desde o início do seu pontificado, explica Fausti. Até que, em Milão, naquele dia, Martini lhe disse: “É precisamente agora, aqui não se consegue fazer nada”. Na última entrevista, Martini falou de uma Igreja que “ficou 200 anos para trás: como é possível que ela não se sacuda?”.
Ratzinger não fugiu diante dos lobos, apesar dos ataques e dos venenos internos que, até o Vatileaks, marcaram o pontificado. Ele sabia que era urgente agir e fazer limpeza, mas sentia que não tinha mais forças. Era preciso uma sacudida.
Na sua renúncia “em plena liberdade”, ele diz que, “para governar o barco de São Pedro e anunciar o Evangelho, é necessário também o vigor tanto do corpo quanto da alma”, que, “nos últimos meses”, veio a lhe faltar.
O conclave, dali a um mês, elegeria Jorge Mario Bergoglio. Padre Fausti, no vídeo, sorri: “Quando vi Francisco como bispo de Roma, cantei o Nunc dimittis, finalmente! Eu esperava desde os tempos de Gregório Magno um papa assim!”.
«Quando Martini disse a Ratzinger: la Curia non cambia, devi lasciare» – Gian Guido Vecchi – Corriere della Sera: 16/07/2015
Il racconto di padre Silvano Fausti: al Conclave del 2005 l’ex arcivescovo di Milano puntò sul tedesco per evitare giochi sporchi di un papabile «strisciante»
CITTÀ DEL VATICANO Padre Silvano Fausti raccontava che il momento era stato quando Benedetto XVI e Carlo Maria Martini si videro per l’ultima volta. Milano, incontro mondiale delle Famiglie, 2 giugno 2012, il cardinale malato da tempo era uscito dall’Aloisium di Gallarate per raggiungere il Papa. Fu allora che si guardarono negli occhi e Martini, che sarebbe morto il 31 agosto, disse a Ratzinger: la Curia non si riforma, non ti resta che lasciare. Benedetto XVI era tornato sfinito dal viaggio a Cuba, a fine marzo. In estate cominciò a parlarne ai collaboratori più stretti che tentavano di dissuaderlo, a dicembre convocò il concistoro dove creò sei cardinali e neanche un europeo per «riequilibrare» il Collegio, l’11 febbraio 2013 dichiarò la sua «rinuncia» al pontificato. Dimissioni «già programmate» dall’inizio del papato – se le cose non fossero andate come dovevano -, fin da quando al Conclave del 2005 Martini spostò i suoi consensi su Ratzinger per evitare i «giochi sporchi» che puntavano a eliminare tutti e due ed eleggere «uno di Curia, molto strisciante, che non ci è riuscito», rivela il padre gesuita.
Silvano Fausti è morto il 24 giugno a 75 anni, dopo una lunga malattia. Biblista e teologo, una delle voci più ascoltate e lette del pensiero cristiano contemporaneo, era la persona più vicina a Carlo Maria Martini, il cardinale lo aveva scelto come guida spirituale e confessore, si confidava con lui. Il retroscena affidato tre mesi prima di morire a glistatigenerali.com – l’intervista video è stata ora diffusa in Rete – corrisponde a ciò che padre Fausti raccontava in privato nella cascina di Villapizzone, alla periferia di Milano, dove viveva da 37 anni con altri gesuiti nella comunità che aveva fondato. Quasi un testamento che, a proposito di Ratzinger e Martini, risale ai giorni del Conclave di dieci anni fa. Erano le due personalità più autorevoli e, racconta Fausti, «i due che avevano più voti, un po’ di più Martini» (già allora malato di Parkinson), uno per i «conservatori» e l’altro per i «progressisti». C’era una manovra per «far cadere ambedue» ed eleggere il cardinale «molto strisciante» di Curia. «Scoperto il trucco, Martini è andato la sera da Ratzinger e gli ha detto: accetta domani di diventare Papa con i miei voti» . Si trattava di fare pulizia. «Gli aveva detto: accetta tu, che sei in Curia da trent’anni e sei intelligente e onesto: se riesci a riformare la Curia bene, se no te ne vai».
Martini, rivela Fausti, disse che il Papa fece poi un discorso «che denunciava queste manovre sporche e ha fatto arrossire molti cardinali». Il 24 aprile 2005, nell’omelia di inizio pontificato, Benedetto XVI disse: «Pregate per me, perché io non fugga, per paura, davanti ai lupi». Padre Fausti ricorda anche il gesto che avrebbe fatto Ratzinger, il 28 aprile 2009 nell’Aquila devastata dal terremoto. Era previsto solo un omaggio, ma Benedetto XVI seminò il panico varcando la porta santa della basilica pericolante di Collemaggio per deporre il suo pallio sulla teca di Celestino V, il Papa del «gran rifiuto». Ratzinger e Martini, pur diversi, si riconoscevano e si stimavano. «Cercavano sempre di metterli contro per fare notizia. Mentre, con Wojtyla, Martini dava ogni anno le dimissioni…». Le dimissioni di Benedetto XVI erano una possibilità dall’inizio del pontificato, spiega Fausti. Finché a Milano, quel giorno, Martini gli disse «è proprio ora, qui non si riesce a fare nulla». Nell’ultima intervista, Martini parlò di una Chiesa «rimasta indietro di 200 anni: come mai non si scuote?».
Ratzinger non è scappato davanti ai lupi, nonostante attacchi e veleni interni che fino a Vatileaks ne hanno funestato il pontificato. Sa che è urgente agire e fare pulizia, ma sente di non averne più la forza. Ci vuole una scossa. Nella sua rinuncia «in piena libertà» dice che «per governare la barca di san Pietro e annunciare il Vangelo, è necessario anche il vigore sia del corpo, sia dell’animo» che «negli ultimi mesi» gli è venuto a mancare. Il conclave, di lì a un mese, eleggerà Jorge Mario Bergoglio. Padre Fausti, nel video, sorride: «Quando ho visto Francesco vescovo di Roma ho cantato il nunc dimittis , finalmente!, ho aspettato dai tempi di Gregorio Magno un Papa così…».
Os dois vídeos da entrevista de Silvano Fausti para o site Gli Stati Generali: aqui e aqui.
Fontes: CartaCapital / IHU On-Line / Vatican Insider / Gli Stati Generali
Sir Leonard Woolley and Ur of the Chaldees – By Harriet Crawford: The Bible and Interpretation – July 2015
The most prominent feature of the site of Ur in 1922 was the high mound which covered the remains of the great ziggurat or staged tower dedicated to the Moon God Sin. It was here that much of Woolley’s work was to be focussed. He was able to trace the history of the ziggurat over more than five thousand years and to uncover evidence for the temples, defensive walls and other buildings which surrounded it.
Leia o artigo.
Sobre o livro:
CRAWFORD, H. Ur: The City of the Moon God. London: Bloomsbury T & T Clark, 2015, 160 p. – ISBN 9781472524195. Para Kindle aqui.
Diz a editora:
The ancient Mesoptamian city of Ur was a Sumerian city state which flourished as a centre of trade and civilisation between 2800-2000 BCE. However, in the recent past it suffered from the disastrous Gulf war and from neglect. It still remains a potent symbol for people of all faiths and will have an important role to play in the future.
This account of Ur’s past looks at both the ancient city and its evolution over centuries, and its archaeological interpretation in more recent times. From the 19th century explorers and their identification of the site of Mukayyar as the Biblical city of Ur, the study proceeds to look in detail at the archaeologist Leonard Woolley and his key discoveries during the 1920s and 30s. Using the findings as a framework and utilising the latest evidence from environmental, historical and archaeological studies, the volume explores the site’s past in chronological order from the Ubaid period in the 5th millennium to the death of Alexander. It looks in detail at the architectural remains: the sacred buildings, royal graves and also the private housing which provides a unique record of life 4000 years ago. The volume also describes the part played by Ur in the Gulf war and discusses the problems raised for archaeologists in the war’s aftermath.
Quem é a autora?
Harriet Crawford is Senior Fellow at the McDonald Institute for Archaeological Research, University of Cambridge, and Reader Emerita at the Institute of Archaeology, University College London, UK. Her published works include Sumer and the Sumerians (2004), Dilmun and its Gulf Neighbours (1998) and The Sumerian World (2012). She has excavated in Iraq, Bahrain, Kuwait and Syria.
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Na tarde de terça-feira, 21 de julho de 2015, às 17h00, o Papa Francisco falou na Aula do Sínodo no Vaticano ao Workshop Modern Slavery and Climate Change: the Commitment of the Cities, organizado pela Pontifícia Academia das Ciências Sociais, do qual participaram mais de 60 prefeitos de grandes cidades do planeta, para enfrentar duas emergências interligadas: a crise climática e as novas formas de escravidão. Do Brasil participaram os prefeitos de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Curitiba, Porto Alegre e Goiânia.
O discurso de Francisco, em espanhol, começa assim:
Les agradezco sinceramente, de corazón el trabajo que han hecho. Es verdad que todo giraba alrededor del tema del cuidado del ambiente, de esa cultura del cuidado del ambiente. Pero esa cultura del cuidado del ambiente no es una actitud solamente – lo digo en buen sentido- “verde”, no es una actitud “verde”, es mucho más. Es decir, cuidar el ambiente significa una actitud de ecología humana. O sea, no podemos decir: la persona está aquí y el Creato, el ambiente, está allí. La ecología es total, es humana. Eso es lo que quise expresar en la Encíclica “Laudato Si”: que no se puede separar al hombre del resto, hay una relación de incidencia mutua, sea del ambiente sobre la persona, sea de la persona en el modo como trata el ambiente; y también, el efecto de rebote contra el hombre cuando el ambiente es maltratado. Por eso, frente a una pregunta que me hicieron yo dije: “no, no es una encíclica ‘verde’, es una encíclica social”. Porque dentro del entorno social, de la vida social de los hombres, no podemos separar el cuidado del ambiente. Más aun, el cuidado del ambiente es una actitud social, que nos socializa en un sentido o en otro -cada cual le puede poner el valor que quiere- y por otro lado, nos hace recibir – me gusta la expresión italiana cuando hablan del ambiente- del “Creato”, de aquello que nos fue dado como don, o sea, el ambiente (Encuentro sobre “Esclavitud moderna y cambio climático: el compromiso de las grandes ciudades” – Intervención del Santo Padre Francisco: 21 de julio de 2015).
O discurso do papa aos prefeitos do mundo – IHU On-Line 22/07/2015
Na tarde desta terça-feira, 21 de julho, às 17h, o Santo Padre Francisco falou na Aula do Sínodo no Vaticano ao Workshop Modern Slavery and Climate Change: the Commitment of the Cities, organizado pela Pontifícia Academia das Ciências Sociais, do qual participaram os prefeitos de grandes cidades do planeta, para enfrentar duas emergências interligadas: a crise climática e as novas formas de escravidão.
Durante o encontro com os prefeitos provenientes de todo o mundo, o papa pronunciou de improviso um breve discurso em espanhol, do qual oferecemos uma transcrição.
O discurso foi publicado no sítio da Santa Sé, 21-07-2015. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Eis o texto.
Boa tarde, bem-vindos.
Agradeço-lhes sinceramente, de coração, pelo trabalho que fizeram. É verdade que tudo girava em torno do tema do cuidado do ambiente, dessa cultura do cuidado do ambiente. Mas essa cultura do cuidado do ambiente não é uma atitude somente – digo no bom sentido – “verde”, não é uma atitude “verde”, é muito mais.
Isto é, cuidar do ambiente significa uma atitude de ecologia humana. Ou seja, não podemos dizer: a pessoa está aqui, e a Criação, o ambiente está ali. A ecologia é total, é humana. Isso é o que eu quis expressar na encíclica Laudato si’: que não se pode separar o homem do resto, existe uma relação de incidência mútua, seja do ambiente sobre a pessoa, seja da pessoa no modo como trata o ambiente; e também o efeito de rebote contra o homem, quando o ambiente é maltratado.
Por isso, diante de uma pergunta que me fizeram, eu disse: “Não, não é uma encíclica ‘verde’, é uma encíclica social”. Porque, dentro do entorno social, da vida social dos homens, não podemos separar o cuidado do ambiente. Mais ainda, o cuidado do ambiente é uma atitude social, que nos socializa, em um sentido ou outro – cada um pode dar-lhe o valor que quiser –, e, por outro lado, nos faz receber – eu gosto da expressão italiana quando falam do ambiente – do “Criado”, daquilo que nos foi dado como dom, ou seja, o ambiente.
Por outro lado, por que esse convite que me pareceu uma ideia – da Academia de Dom Sánchez Sorondo – muito fecunda, de convidar os prefeitos das grandes cidades e não tão grandes, mas convidá-los aqui para falar disso? Porque uma das coisas que mais se nota quando o ambiente, a Criação não é cuidada é o crescimento desmedido das cidades.
É um fenômeno mundial. É como se as cabeças, as grandes cidades, tornam-se grandes, mas cada vez mais com cinturões de pobreza e de miséria maiores, onde as pessoas sofrem os efeitos de um descuido do ambiente. Nesse sentido, está envolvido o fenômeno migratório. Por que as pessoas vêm para as grandes cidades, para os cinturões das grandes cidades, as villas miseria, as chabolas, as favelas? Por que isso se arma? Simplesmente, porque o mundo rural para eles já não lhes dá oportunidades.
E um ponto que está na encíclica, e com muito respeito, mas deve ser denunciado, é a idolatria da tecnocracia. A tecnocracia leva a despojar o trabalho, cria desemprego, os fenômenos de desemprego são muito grandes, e as pessoas precisam ir migrando, buscando novos horizontes. O grande número de desempregados alerta. Eu não tenho as estatísticas, mas, em alguns países da Europa, especialmente entre os jovens, o desemprego juvenil, dos 25 anos para baixo, passa dos 40% e, em alguns, chega a 50%. Entre 40%, 47% – estou pensando em outro país –, 50%. Estou pensando em outras estatísticas sérias dadas pelos chefes de governo, os chefes de Estado diretamente.
E isso, projetado para o futuro, nos faz ver um fantasma, ou seja, uma juventude desempregada. E hoje que horizonte e que futuro se pode oferecer a ela? O que resta a essa juventude? Ou os vícios, ou o tédio, ou não saber o que fazer da sua vida – uma vida sem sentido, muito dura –, ou o suicídio juvenil – as estatísticas de suicídio juvenil não são publicados na sua totalidade –, ou buscar em outros horizontes, até mesmo em projetos guerrilheiros, um ideal de vida.
Por outro lado, a saúde está em jogo. A quantidade de doenças “raras” – assim são chamadas – que vêm de muitos elementos de fertilização dos campos – ou, sabe-se lá, ainda não se sabem bem as causas –, mas de um excesso de tecnificação. Entre os maiores problemas que estão em jogo é o oxigênio e a água. Isto é, a desertificação de grandes áreas por causa do desmatamento.
Aqui ao meu lado está o cardeal arcebispo encarregado da Amazônia brasileira [Claudio Hummes]. Ele pode dizer o que significa um desmatamento hoje em dia na Amazônia, que é o pulmão do mundo. Congo, Amazônia, grandes pulmões do mundo. O desmatamento na minha pátria, há alguns anos – há oito ou nove anos –, me lembro que houve, por parte do governo federal contra uma província, um julgamento para deter um desmatamento que afetava a população.
O que acontece quando todos esses fenômenos de tecnificação excessiva, de não cuidado do ambiente, além dos fenômenos naturais, incidem sobre a migração? O fato de não ter trabalho e, depois, o tráfico de pessoas. É cada vez mais comum o trabalho ilegal, um trabalho sem contrato, um trabalho arranjado por baixo da mesa. Como cresceu! O trabalho ilegal é muito grande, o que significa que uma pessoa não ganha o suficiente para viver. Isso pode provocar atitudes delitivas e tudo o que acontece em uma grande cidade por causa dessas migrações causadas pela tecnificação.
Sobretudo, refiro-me ao agronegócio ou ao tráfico de pessoas no trabalho minerário. A escravidão minerária ainda é muito grande e muito forte. E o que significa o uso de certos elementos de lavagem de minerais – arsênico, cianureto – que incidem em doenças da população.
Nisso, há uma responsabilidade muito grande. Ou seja, tudo rebota, tudo volta. É o efeito-rebote contra a mesma pessoa. Pode ser o tráfico de pessoas para o trabalho escravo, a prostituição, que são fontes de trabalho para poder sobreviver hoje em dia.
Por isso, alegro-me que vocês tenham refletido sobre esses fenômenos. Eu mencionei alguns, não mais, que afetam as grandes cidades.
Finalmente, eu diria que isso deve interessar às Nações Unidas. Tenho muita esperança na Cúpula de Paris, de novembro, para que se alcance algum acordo fundamental e básico. Tenho muita esperança, mas, no entanto, as Nações Unidas têm que se interessar muito fortemente por esse fenômeno, sobretudo o tráfico de pessoas provocado por esse fenômeno ambiental, a exploração das pessoas.
Eu recebi há alguns meses uma delegação de mulheres das Nações Unidas, encarregadas pelo combate à exploração sexual de crianças nos países em guerra. Ou seja, as crianças como objeto de exploração. É outro fenômeno. E as guerras também são um elemento de desequilíbrio do ambiente.
Gostaria de terminar com uma reflexão que não é minha, é do teólogo e filósofo Romano Guardini. Ele fala de duas formas de incultura: a incultura que Deus nos entregou para que nós a transformássemos em cultura e nos deu o mandato de cuidar, e fazer crescer e dominar a terra; e a segunda incultura, quando o homem não respeita essa relação com a terra, não a cuida – é muito claro no relato bíblico, que é uma literatura de tipo místico ali. Quando não a cuida, o homem se apodera dessa cultura e começa a tirá-la do rumo. Ou seja, a incultura a tira do rumo e sai de controle, e forma uma segunda forma de incultura: a energia nuclear é boa, pode ajudar, mas até “aqui” – senão, pensemos em Hiroshima e em Nagasaki, ou seja, já se cria o desastre e a destruição, para dar um exemplo antigo.
Hoje em dia, em todas as formas de incultura, como as que vocês abordaram, essa segunda forma de incultura é a que destrói o homem. Um rabino da Idade Média, mais ou menos da época de São Tomás de Aquino – e talvez alguns de vocês já me ouviu falar sobre isso – explicava em um “midrash” o problema da Torre de Babel aos seus fiéis na sinagoga, e dizia que construir a Torre de Babel levou muito tempo e precisou de muito trabalho, principalmente para fazer os tijolos: isso supunha armar a lama, buscar a palha, amassar, cortar, deixar secar, depois pôr no forno, cozinhar. Ou seja, um tijolo era uma joia, valia muito. E iam subindo o tijolo para ir colocando na torre. Quando um tijolo caía, era um problema muito grave, e o culpado ou aquele que descuidou do trabalho e o deixou cair, era castigado. Quando caía um operário daqueles que estavam construindo, não acontecia nada.
Esse é o drama da segunda forma de incultura: o homem como criador de incultura, e não de cultura. O homem criador de incultura, porque não cuida do ambiente.
E por que esta convocatória da Pontifícia Academia das Ciências aos prefeitos, alcaldes, intendentes das cidades? Porque essa consciência, embora saia do centro para as periferias, o trabalho mais sério e mais profundo é feito a partir da periferia para o centro. Isto é, a partir de vocês para a consciência da humanidade.
A Santa Sé ou tal país, ou aquele outro poderão fazer um bom discurso nas Nações Unidas, mas se o trabalho não vier das periferias para o centro, não tem efeito. Daí a responsabilidade dos prefeitos, dos intendentes, dos alcaldes das cidades. Por isso, agradeço-lhes muitíssimo por terem se reunido como periferias sumamente sérias desse problema. Cada um de vocês tem dentro da sua cidade coisas como as que eu disse e que vocês têm que governar, solucionar etc. Eu lhes agradeço a colaboração.
Dom Sánchez Sorondo me disse que muitos de vocês falaram, e tudo isso é muito rico. Agradeço-lhes e peço ao Senhor que nos dê a todos a graça de poder tomar consciência desse problema da destruição que nós mesmos estamos levando adiante ao não cuidar da ecologia humana, ao não ter uma consciência ecológica como a que nos foi dada no princípio para transformar a primeira incultura em cultura e parar por aí, e não transformar essa cultura em incultura.
Muitíssimo obrigado.
No relatório da reunião dos Biblistas Mineiros de 13 de julho de 2015, Telmo José Amaral de Figueiredo nos enviou uma lista atualizada dos membros do grupo, observando que os membros que não manifestaram intenção de deixar o grupo, mesmo que não estejam comparecendo às reuniões, também foram incluídos nessa lista. Devido à ausência de informações e dificuldade de obtê-las na web, alguns membros não têm indicações a respeito de sua graduação, área/local de atuação e telefones para contato. No entanto, o e-mail atualizado de todos consta da relação [neste post, telefone fixo, celular e e-mail foram omitidos].
Por ordem alfabética:
1. Airton José da Silva: Mestre em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma (1976). Professor de Bíblia Hebraica / Antigo Testamento na Faculdade de Teologia da Arquidiocese de Ribeirão Preto, SP, desde 1979. Foi professor na mesma área na Faculdade de Teologia e Ciências Religiosas da PUC-Campinas, SP, de 1980 a 2006.
2. Alzir Sales Coimbra: Mestre em Exegese Bíblica pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (1990), realizou estudos de geografia e arqueologia bíblica pela École Biblique et Archéologique Française de Jérusalem (EBAF) e doutorou-se em Ciências da Religião pela Universidade Metodista de São Paulo (2007). Professor de Exegese e Língua Hebraica na Faculdade Católica de Pouso Alegre, MG.
3. Carlos Mesters: Mestre em Exegese Bíblica pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma e École Biblique et Archéologique Française de Jérusalem (EBAF). Doutorou-se em 1962, tendo defendido sua tese na Pontifícia Comissão Bíblica. Lecionou no Curso Teológico dos Carmelitas, em São Paulo (SP) de 1963 a 1967. Neste ano, é convidado a lecionar no Colégio Internacional Santo Alberto, em Roma (Itália). Em 1968, retornou ao Brasil, indo residir em Belo Horizonte, MG, e foi chamado para lecionar no Instituto Central de Teologia e Filosofia da Universidade Católica. Foi, e ainda é, assessor de grupos populares de estudos bíblicos por todo o Brasil, inspirador e fundador do CEBI (Centro de Estudos Bíblicos).
4. Danival Milagres Coelho: Mestre em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma. Professor de disciplinas bíblicas no Instituto de Teologia São José de Mariana, MG.
5. Elisabete Corazza: Mestre em Teologia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE), Belo Horizonte. Diretora e assessora do Serviço de Animação Bíblica (SAB) das irmãs Paulinas. Membro do Grupo de Pesquisa Bíblica em Leitura Cristã da FAJE.
6. Edson de Oliveira: Mestrando em Teologia pela FAJE. Membro do Grupo de Pesquisa Bíblica em Leitura Cristã da FAJE.
7. Emanuel Messias de Oliveira: Mestre em Exegese Bíblica pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (1975). Professor de Sagrada Escritura no Seminário Diocesano Nossa Senhora do Rosário, em Caratinga, MG. Bispo diocesano de Guanhães, MG, de 1998 a 2011. A partir de 2011 tornou-se bispo diocesano de Caratinga, MG. Desde 2023 é bispo emérito.
8. Gilvander Luís Moreira: Mestre em Exegese Bíblica pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma. Doutorando em Educação pela FAE/UFMG; assessor da CPT, CEBI, SAB e Via Campesina, em Minas Gerais. É Professor de Exegese e Teologia no Instituto Santo Tomás de Aquino (ISTA) em Belo Horizonte e no Seminário Maior de Mariana, MG. Já lecionou nos seminários teológicos de Diamantina, MG, Caratinga, MG, e em Ilhéus, BA.
9. Fábio Cristiano Rabelo: Mestrando em Teologia pela FAJE. Membro do Grupo de Pesquisa Bíblica em Leitura Cristã da FAJE.
10. Felipe Curcio Ferreira Silva: Mestrando em Teologia pela FAJE. Membro do Grupo de Pesquisa Bíblica em Leitura Cristã da FAJE.
11. Gilmar Ferreira da Silva: Professor no Instituto Metodista Izabela Hendrix, em Belo Horizonte.
12. Hélia Carla:
13. Jacil Rodrigues de Brito: especialização em Estudos Judaicos no Instituto Ratisbonne de Jerusalém (Israel), Mestrado em Teologia pelo Institut Catholique de Paris e pós-graduação em Psicologia Transpessoal pela Faculdade Metropolitana de BH / Instituto Renascer da Consciência. É professor do Instituto Santo Tomás de Aquino (ISTA), em Belo Horizonte, e professor assistente III da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.
14. Jacir de Freitas Faria: Mestre em Exegese Bíblica pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (1996). Realizou estudos de arqueologia, geografia e topografia de Israel e Oriente Médio na École Biblique et Archéologique Française de Jérusalem (EBAF), e leitura popular da Bíblia, no México. É professor no Instituto Santo Tomás de Aquino (ISTA). Assessora o CEBI-MG e o Serviço de Animação Bíblica (SAB).
15. Jackson Câmara Silva: Graduando em Teologia na FAJE. Membro do Grupo de Pesquisa Bíblica em Leitura Cristã da FAJE.
16. Jaldemir Vitório: Mestre em Exegese Bíblica pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (1986). Doutor em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1995). Professor da FAJE.
17. Jarmil Sarmento Leal Júnior: Mestre em Teologia pela FAJE. Atua como pároco e assessor bíblico na Diocese de Ilhéus, Bahia.
18. Johan Maria Herman Jozef Konings: Mestre em Filologia Bíblica (1968) e Doutor em Teologia Bíblica pela Universidade Católica de Lovaina, Bélgica (1972). Veio ao Brasil, como sacerdote diocesano, em 1972. Foi professor de exegese bíblica na Pontifícia Universidade Católica de Porto Alegre (1972-1982) e na do Rio de Janeiro (1984). Em 1985 entrou na Companhia de Jesus (jesuítas) e, desde 1986, atua como professor de exegese bíblica na FAJE – Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia, em Belo Horizonte, onde recebeu o título de Professor Emérito em 2011. Faleceu em 21 de maio de 2022.
19. José Luiz Gonzaga do Prado: Mestre em Exegese Bíblica pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma. Assessor diocesano das CEBs em sua diocese de Guaxupé, MG. Lecionou disciplinas da área bíblica no Centro de Estudos da Arquidiocese de Ribeirão Preto – SP (CEARP) e na Faculdade Católica de Pouso Alegre, MG. Faleceu em 5 de março de 2024.
20. José Raimundo Rodrigues: Mestre e Doutor em Teologia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE). É professor na Faculdade Brasileira – MULTIVIX e no Colégio Darwin (Vitória – ES).
21. Júnior Vasconcelos do Amaral: Mestre em Teologia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE) e doutorando pela mesma instituição. Membro do Grupo de Pesquisa Bíblica em Leitura Cristã da FAJE.
22. Karina Garcia Coleta: Mestre em Teologia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE) e doutoranda em Administração pela Pontifícia Universidade Católica de Minas (PUC Minas). Membro do Grupo de Pesquisa Bíblica em Leitura Cristã da FAJE.
23. Luiz Felipe Xavier: Mestre em Filosofia da Religião pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE) e doutorando em Teologia pela mesma instituição. Professor de Teologia na Faculdade Batista de Minas Gerais e no Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix (IMIH), Belo Horizonte, MG.
24. Leyde Maria Maroni Leite: formação na PUC Minas e CEBI. Assessora Bíblica na região de Belo Horizonte.
25. Luciana Cangussu Prates: Mestranda em Teologia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE).
26. Luís Henrique Eloy e Silva: Mestre e Doutor em Exegese Bíblica pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma. É professor de Exegese do Novo Testamento no Instituto de Filosofia e Teologia Dom João Resende Costa da PUC Minas; no curso de pós-graduação stricto sensu em Teologia da Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE) e no curso de pós-graduação lato sensu em Teologia Bíblica da Faculdade São Bento do Rio de Janeiro. Em 18 de outubro de 2014 foi nomeado membro da Pontifícia Comissão Bíblica do Vaticano, pelo Papa Francisco.
27. Marco Aurélio Gubiotti: Mestre em Teologia com especialidade bíblica pela Pontifícia Faculdade Nossa Senhora da Assunção, em São Paulo. De 2000 a 2005 foi formador da Comunidade Teológica do Seminário Arquidiocesano de Pouso Alegre, MG e Diretor do ITISJ (Instituto Teológico Interdiocesano São José). De 2000 a 2013 foi professor na área de Sagrada Escritura do Curso de Teologia, no Instituto Teológico Interdiocesano São José e na FACAPA (Faculdade Católica de Pouso Alegre). Desde 16 de junho de 2013 é bispo diocesano de Itabira-Coronel Fabriciano, MG.
28. Marcus Aurélio Alves Mareano: Mestre em Teologia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE) e doutorando em Teologia pela mesma instituição.
29. Maria de Lourdes Augusta: Professora no Instituto de Teologia São José – Seminário Maior de Mariana, MG. Assessora do CEBI-MG.
30. Neuza Silveira de Souza: Mestranda em Teologia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE). Membro do Grupo de Pesquisa Bíblica em Leitura Cristã da FAJE. Professora de Pastoral na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas).
31. Pascal Jean André Roger Peuzé: Mestre em Letras na área de Língua e Literatura Hebraica pela Universidade de São Paulo (USP). Doutorando na mesma instituição e na mesma área. Especializou-se em hebraico e em estudos do judaísmo na Universidade Hebraica de Jerusalém e no Centro Ratisbonne na mesma cidade. Foi professor na Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE) e no Instituto São Tomás de Aquino (ISTA) em Belo Horizonte (MG). Assessora o Serviço de Animação Bíblica (SAB) e é membro do Centro Zanmi que apoia os imigrantes haitianos em Minas Gerais.
32. Paulo Jackson Nóbrega de Sousa: Mestre em Exegese Bíblica pelo Pontifício Instituto Bíblico, e doutor em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma. Foi professor na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas) e na Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE). Aos 20 de maio de 2015 foi nomeado pelo papa Francisco como bispo da Diocese de Garanhuns (PE). Ordenado bispo no dia 18 de julho, tomou posse no dia 23 de agosto de 2015. Foi nomeado arcebispo de Olinda e Recife em 14 de junho de 2023.
33. Sidney de Moraes Sanches: Doutor em Teologia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE). Foi professor na Faculdade Teológica Sul Americana (Londrina – PR), Faculdade Unida de Vitória (ES) e atualmente leciona na Faculdade Nazarena do Brasil (Campinas – SP), onde também coordena o curso de Teologia.
34. Solange Maria do Carmo: Mestre em Teologia, área bíblica, pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE) e Doutora em Teologia, com especialização em catequese pela mesma instituição. Professora de Teologia no Instituto Dom João Resende Costa, da PUC Minas; no ISTA – Instituto Santo Tomás de Aquino, em Belo Horizonte; e no Instituto São José, da Arquidiocese de Mariana (2006-2008).
35. Telmo José Amaral de Figueiredo: Mestre em Exegese Bíblica pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (1997). Realizou estudos de geografia, arqueologia e história de Israel e do Oriente Médio Antigo na École Biblique et Archéologique Française de Jérusalem (EBAF). Especialização em Educação Popular sob orientação de Paulo Freire na Universidade de São Paulo – Campus de Ribeirão Preto (SP). Atualmente é doutorando em Letras, Área de Língua e Literatura Hebraica, na Universidade de São Paulo (USP), em São Paulo, capital. Lecionou disciplinas bíblicas no Centro de Estudos Superiores da Diocese de São José do Rio Preto (SP), instituição mantida pela Associação Rio-pretense Católica de Ensino (ARCE) de 1998 a 2010; e no Centro Universitário Salesiano de São Paulo (UNISAL), em cursos de extensão nos últimos dois anos.
36. Tereza Virgínia Ribeiro Barbosa: Mestre em Estudos Linguísticos pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG); doutora em Linguística e Língua Portuguesa pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP) com bolsa sanduíche Capes na Universidade de Coimbra (Portugal); pós-doutorado na Universidade de São Paulo (USP), com pesquisa sobre drama satírico grego; realizou estágio de aperfeiçoamento em teoria da tradução com Andreia Guerini, na Universidade Federal de Santa Catarina. É membro da Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos (SBEC) e pesquisadora do NEAM (Núcleo de Estudos Antigos e Medievais da FALE/ FAFICH-UFMG). Atualmente é professora associada da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG); é professora visitante na Universidad Nacional de La Plata (UNLP) Argentina.
37. Walmor Oliveira de Azevedo: Mestre em Exegese Bíblica pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma; doutor em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma. Atuou como professor de disciplinas bíblicas no curso de Teologia no Seminário Arquidiocesano Santo Antônio, em Juiz de Fora, MG; foi professor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), entre 1987 e 1998; professor do Centro de Ensino Superior, em Juiz de Fora (1986-1990); Professor na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1991-1994); Chefe do Departamento de Ciência da Religião, em 1995 na Universidade Federal de Juiz de Fora; e professor de cursos de férias na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas) de 1986 a 1991. No dia 21 de janeiro de 1998, o Papa São João Paulo II o nomeou bispo auxiliar de Salvador. Em 28 de janeiro de 2004, o Papa São João Paulo II o nomeou arcebispo de Belo Horizonte, onde tomou posse no dia 26 de março do mesmo ano.
38. Wolfgang Grün (ou: Gruen): atuou como professor no Instituto de Filosofia e Teologia Dom João Resende Costa (PUC Minas) e no Instituto Santo Tomás de Aquino (ISTA).
39. Zuleica Aparecida Silvano: Mestre em Exegese Bíblica pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma. Doutora em Teologia, área bíblica, pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE). Assessora do Serviço de Animação Bíblica (SAB) das Irmãs Paulinas, em Belo Horizonte.
Além destes 39 membros, gostaria de acrescentar alguns outros nomes de biblistas que já pertenceram ao nosso grupo:
:: Alberto Antoniazzi – Doutor em Filosofia pela Università Cattolica del Sacro Cuore, Milano, Italia (1962). Professor da PUC Minas. Exerceu várias cargos de direção e assessoria na Arquidiocese de Belo Horizonte, na PUC Minas e na CNBB. Organizador e primeiro Coordenador do grupo dos Biblistas Mineiros. Faleceu em 25 de dezembro de 2004.
:: Benjamim Carreira de Oliveira: Mestre em Exegese Bíblica pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (1974). Professor de exegese bíblica na PUC Minas. Faleceu em 23 de junho de 2005.
:: Cássio Murilo Dias da Silva: Doutor em Exegese Bíblica pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (2005). Professor de exegese bíblica na Faculdade de Teologia N. S. da Assunção, SP; na FTCR da PUC-Campinas; e, atualmente, na PUCRS.
:: Euclides M. Balancin: Mestre em Exegese Bíblica pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma. Foi professor de exegese bíblica na FTCR da PUC-Campinas e no ITESP, SP. Conhecido em todo o país por seu trabalho na editora Paulus e por suas muitas publicações, em grande parte em parceria com Ivo Storniolo.
:: Genilma Boehler: Doutora en Teologia pela EST – Escola Superior de Teologia da IECLB, São Leopoldo, RS, possui graduação em Teologia pela Faculdade de Teologia da Igreja Metodista, na Universidade Metodista de São Paulo (1985), mestrado em Ciências da Religião pela Universidade Metodista de São Paulo (2003), mestrado em Teologia Dogmática pelo Centro Universitário Assunção (2001). Atualmente é professora na Universidad Biblica Latinoamericana em Costa Rica.
:: Leonardo Alanati: Mestre em Língua Hebraica pelo Hebrew Union College, Jewish Institute of Religion, Cincinnati, USA – Rabino da Congregação Israelita Mineira.
:: Paulo Sérgio Soares: Mestre em Exegese Bíblica pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma.
:: Romi Auth: Bacharel em Filosofia e Teologia; Mestre em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma, Itália; coordenadora do Projeto Bíblia em Comunidade e assessora do Serviço de Animação Bíblica (SAB). Faleceu em 8 de dezembro de 2022.
:: Rosana Pulga: Bacharel em Filosofia e Teologia pela PUC-MG, cursou Pós-graduação em Teoria e Práticas da Comunicação pelo SEPAC (Serviço à Pastoral da Comunicação), pela Universidade São Francisco/SP, e é radialista profissional. Fundadora e assessora do Serviço de Animação Bíblica (SAB) em Belo Horizonte/MG. Assessora e co-fundadora do CEBIPAL-CELAM (Centro de Estudos e Pastoral Bíblica da Conferência dos Bispos da América Latina e Caribe), com sede em Bogotá.
No dia 13 deste mês de julho os Biblistas Mineiros estiveram reunidos na FAJE – Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia -, em Belo Horizonte, MG, debatendo sobre o próximo número da revista Estudos Bíblicos.
Como definido no ano passado, abordaremos o tema do sacrifício no próximo número de Estudos Bíblicos produzida pelos Biblistas Mineiros, que será o primeiro de 2016.
Como não pude estar presente, retomo aqui alguns pontos do relato de nosso Coordenador/Secretário Telmo José Amaral de Figueiredo.
Estavam presentes:
Ausências justificadas:
Os artigos são os seguintes:
Além disso foram debatidos outros assuntos:
:: Decidiu-se pela criação de uma “nuvem”, no Google Drive, que permita o acesso dos membros do grupo aos artigos em sua fase de composição. Isso possibilitará uma construção coletiva dos vários artigos. Assim sendo, tão logo essa “nuvem” estiver ativa, todos os colegas que estiverem redigindo ou já tenham redigido seus artigos são convidados a disponibilizar suas anotações nela. O responsável por esse projeto é o nosso colega Gilmar Ferreira da Silva.
:: Seminário com o Prof. Johannes Beutler
O Prof. Johannes Beutler nasceu em Hamburgo, Alemanha, em 1933. É teólogo e biblista jesuíta, especializado em Teologia do Novo Testamento e Teologia Fundamental. Ele lecionou na Philosophisch-Theologischen Hochschule Sankt Georgen em Frankfurt am Main (Alemanha), na Pontifícia Universidade Gregoriana (Roma) e no Pontifício Instituto Bíblico de Roma. Ele é especialista no evangelho segundo João e nas cartas joaninas. Ele estará presente em Belo Horizonte a fim de proferir um curso na FAJE de 05 a 23 de outubro deste ano. A proposta é aproveitar sua presença para realizar um seminário com a participação do Grupo de Estudo Bíblico da mesma instituição. Foi definido o seguinte:
a) Data: Dia 13 de outubro de 2015, terça-feira
b) Horário: 14h00 às 18h00
c) Local: FAJE – Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia
d) Tema: Tendências Atuais da Cristologia Joanina
e) Destinatários: interessados em geral pelo tema
:: Conferências com o Prof. Jean-Louis Ska
Aproveitando a presença dele no VII Congresso da ABIB (29/agosto a 01/setembro de 2016) articulou-se sua vinda a Belo Horizonte. A FAJE solicita à ABIB que forneça uma previsão das despesas que se terá com a vinda do Prof. Ska ao Brasil. Telmo Figueiredo ficou responsável em contatar o Professor Geraldo De Mori, Diretor da Teologia e Pós-Graduação da FAJE a fim de definir melhor os detalhes desse evento. A data mais provável: dias 1 e 2 de setembro de 2016.
:: Sobre a revista Estudos Bíblicos:
Diz Telmo: A revista foi rebaixada nos critérios de qualificação Qualis da CAPES, sendo que, a classificação anterior já não era boa! Devido esse fato, vários colegas biblistas relutam ou repensam em escrever artigos para a revista. Seria o caso de disponibilizar na web o conteúdo dos números atrasados. Pois, aquilo que não se encontra na internet, nos dias de hoje, é como se não existisse, como bem nos recordou nosso colega Airton José da Silva, [em texto enviado para a reunião]. Encaminharemos, mais uma vez, essa sugestão ao Fr. Ludovico Garmus, responsável pela revista na Editora Vozes. Para o futuro, quem sabe o fruto de nossos estudos em forma de artigos pudesse compor não um número de revista, mas um livro. Uma vez que o formato livro recebe, também, apreciação e avaliação do sistema Qualis-Capes. Essa é uma ideia a ser amadurecida melhor nas próximas reuniões.
:: A Identidade do Grupo dos Biblistas Mineiros:
Nosso colega Johan Konings, em sua comunicação ao grupo, teceu alguns comentários sobre nossa característica e objetivo. Ele mencionava que o atual grupo denominado de “Biblistas Mineiros” seria mais focado em elaborar artigos para a revista Estudos Bíblicos e não representaria, propriamente, o conjunto dos biblistas que atuam no Estado de Minas Gerais, aí incluindo, aqueles que são membros e grupos de estudos bíblicos existentes, especialmente nas instituições superiores de ensino. O grupo reagiu a essas observações reiterando que não há incompatibilidade entre o fato de existir outros grupos de estudos bíblicos e o nosso. Uma vez que, os grupos de estudos se caracterizam por serem provisórios. Os membros desses grupos, geralmente, são estudantes que terão um prazo de permanência naquela instituição que patrocina tal atividade. Muitos, após a conclusão dos estudos, não prosseguem nos grupos. O nosso grupo de “Biblistas Mineiros” se constitui, mais propriamente, em um “núcleo duro” de estudiosos que são permanentes e pode dar sustentação ao trabalho desses outros grupos de estudos bíblicos que possam existir ou passar a existir em Minas Gerais. Por isso, são bem vindos os membros desses grupos de estudos sejam da FAJE como de outras instituições. Atualmente, temos notícia da existência, somente do grupo da FAJE, mas o departamento de Teologia da PUC-Minas parece disposto a criar algo assim.
:: O próximo congresso da ABIB
:: O Seminário do PIB para professores de Bíblia em 2016
:: Israel Finkelstein no Brasil em outubro de 2015
A próxima reunião dos Biblistas Mineiros será em 11 de julho de 2016 na FAJE, Belo Horizonte, das 09h00 às 16h00.
Como dito aqui no blog, o Congresso Internacional da SBL de 2015 está começando hoje, 20 de julho, em Buenos Aires, Argentina e vai até o dia 24 próximo.
Com participação brasileira.
Veja o programa. Veja a participação brasileira aqui e aqui.
2015 International Meeting – Buenos Aires, Argentina
Meeting Begins: 7/20/2015 – Meeting Ends: 7/24/2015
Event Location
Pontificia Universidad Católica Argentina
Av. Alicia Moreau de Justo 1600
Buenos Aires
Argentina
C1107AAZ
Event Description
This meeting marks an exciting and historic opportunity for the Society. It is the first time the SBL International Meeting will be held in Latin America—the first of many to come—and many new partnerships have been forged. We welcome you to submit your proposal and hope to see you at the Universidad Católica Argentina in Buenos Aires July 20-24, 2015.
As seguintes resenhas foram recentemente publicadas pela Review of Biblical Literature:
Bob Becking, ed.
Reflections on the Silence of God: A Discussion with Marjo Korpel and Johannes de Moor
Reviewed by Ulrich Berges
Kathryn D. Blanchard and Jane S. Webster, eds.
Lady Parts: Biblical Women and The Vagina Monologues
Reviewed by Janet Everhart
Judy Fentress-Williams
Ruth
Reviewed by Mary Joan Leith
Bernd Janowski
Arguing with God: A Theological Anthropology of the Psalms
Reviewed by Walter Moberly
John MacGinnis
The Arrows of the Sun: Armed Forces in Sippar in the First Millennium BC
Reviewed by Russell Mack
Amy L. B. Peeler
You Are My Son: The Family of God in the Epistle to the Hebrews
Reviewed by Scott D. Mackie
Jerry L. Sumney
The Bible: An Introduction
Reviewed by Ryan Bonfiglio
Graham H. Twelftree
Paul and the Miraculous: A Historical Reconstruction
Reviewed by Clare K. Rothschild
Geza Vermes
The True Herod
Reviewed by John Painter
Jason A. Whitlark
Resisting Empire: Rethinking the Purpose of the Letter to the Hebrews
Reviewed by Arie W. Zwiep
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