40 anos da TdL

Teologia que interessa ao mundo – Marcelo Barros: Adital 14/11/2011

Por onde passo, escuto a pergunta: “Dizem que a Teologia da Libertação está morta!. É verdade?”. Quase todos se refugiam em um impessoal “dizem”. Poucos assumem que eles/as mesmos/as pensam isso. Há alguns anos, personagens da cúpula católica declararam que a Teologia da Libertação tinha morrido. Disseram isso para expressar que estavam livres de um problema incômodo. Afirmaram a morte desse caminho espiritual mais para desejar que isso aconteça do que por estarem convictos de que fosse real. Entretanto, como, nas últimas décadas, as Igrejas parecem mais conservadoras e mais centradas em si mesmas, alguns concluem que, por isso, não existe mais essa relação entre fé e compromisso social. Por tudo isso, vale a pena recapitular: Chama-se “Teologia da Libertação” toda reflexão que liga a fé e a espiritualidade com o compromisso de transformar esse mundo e servir às causas da justiça, da libertação dos oprimidos e da paz. Nesse ano, estamos justamente celebrando os 40 anos do surgimento desse tipo de reflexão teológica na América Latina. Em 1971 aparecia no Peru o livro “Teologia da Libertação” de Gustavo Gutiérrez, seguido de outros escritos. No Brasil, Rubem Alves e Richard Schaull, professores do Seminário Presbiteriano de Campinas, foram pioneiros nesse tipo de reflexão. Foram perseguidos pela ditadura militar e incompreendidos pela hierarquia de sua Igreja. Na Igreja Católica, Leonardo Boff, Hugo Assmann e outros jovens trilharam o mesmo caminho. Desde o começo, a Teologia da Libertação se diversificou em vários ramos e setores. Alguns autores aprofundaram mais a relação entre o compromisso cristão e a economia. Outros pesquisaram como aplicar à Teologia alguns conceitos vindos da análise da realidade, feita pelos socialistas. Homens e mulheres aprofundaram uma leitura da Bíblia a partir da realidade do povo. O que fez de pensadores tão diversos companheiros de uma mesma causa foi o compromisso de sempre tomarem como base a realidade de sofrimento injusto dos empobrecidos para servirem à sua libertação. Eles e elas elaboraram uma teologia que expressa a fé com palavras atuais e de modo a ser melhor compreendida pelo homem e pela mulher de hoje. Pela primeira vez, a teologia passou a interessar a muita gente do mundo inteiro, independentemente das pessoas terem ou não fé religiosa. Muitos jovens e intelectuais passaram a sentir-se ligados à caminhada cristã.

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