Posts mais visualizados em 2011

Segundo o Google Analytics, os 10 posts do Observatório Bíblico mais visualizados durante 2011 foram os seguintes:

1. Jesus morreu na sexta-feira, 7 de abril de 30, quando tinha cerca de 36 anos de idade
Publicado em 06/04/2006 – Última atualização: 08/04/2007
Marcadores/Labels: Jesus Histórico/The Historical Jesus

2. O que está acontecendo no Egito hoje?
Publicado em 02/02/2011 – Última atualização: 08/12/2011
Marcadores/Labels: Oriente Médio/Middle East

3. Mês da Bíblia 2011: Ex 15,22-18,27 – Um
Publicado em 19/07/2011 – Última atualização: 10/08/2011
Marcadores/Labels: Antigo Testamento-Bíblia Hebraica/Old Testament-Hebrew Bible

4. O que está acontecendo no Egito?
Publicado em 13/06/2006 – Última atualização: 02/02/2011
Marcadores/Labels: Arqueologia do Antigo Oriente Médio/Archaeology

5. Ouvir, Ler e Escrever: o curso de Língua Hebraica Bíblica
Publicado em 11/01/2006 – Última atualização: 18/09/2011
Marcadores/Labels: Línguas do Antigo Oriente Médio/Languages

6. Dois estudos sobre o profeta Jeremias
Publicado em 07/07/2007 – Última atualização: 22/03/2010
Marcadores/Labels: Bibliografia Bíblica/Bibliography

7. Estudo do Cássio sobre a Verbum Domini
Publicado em 05/03/2011 – Última atualização: 05/03/2011
Marcadores/Labels: Métodos para a Leitura da Bíblia/Techniques & Methods of Study

8. Bíblias em hebraico e grego, em Unicode, para download e leitura online
Publicado em 17/01/2006 – Última atualização: 17/01/2006
Marcadores/Labels: Textos Originais e Traduções Antigas da Bíblia/Original Texts & Old Translations

9. RIBLA Online
Publicado em 11/07/2008 – Última atualização: 11/07/2008
Marcadores/Labels: Revistas/Journals

10. Mês da Bíblia 2010: o livro de Jonas
Publicado em 07/05/2010 – Última atualização: 19/07/2011
Marcadores/Labels: Antigo Testamento-Bíblia Hebraica/Old Testament-Hebrew Bible

Um oportuno vocabulário de exegese bíblica

Acaba de ser publicado em português, pela Loyola, um oportuno vocabulário de exegese bíblica.

ALETTI, J.-N.; GILBERT, M.; SKA, J.-L.; DE VULPILLIÈRES, S. Vocabulário ponderado da exegese bíblica. São Paulo: Loyola, 2011, 184 p. – ISBN 9788515038565.

O original – Vocabulaire raisonné de l’exégèse biblique. Les mots, les approches, les auteurs – foi publicado em francês, em 2005, por Les Éditions du Cerf, Paris. A tradução brasileira é de Cássio Murilo Dias da Silva, que me enviou um exemplar. O livro está na coleção Ferramentas Bíblicas. A tradução brasileira foi revista e corrigida pelos autores, que fizeram pequenas modificações em relação às edições francesa e italiana.

Por que oportuno? Porque “este vocabulário apresenta uma exposição clara e rigorosa das palavras úteis ao estudo, à explicação ou à simples leitura dos textos bíblicos. Seu objetivo é facilitar a compreensão dos termos técnicos, dos conceitos fundamentais e, em geral, da linguagem referente à Bíblia”, explica a editora.

Se, ao ler um livro sobre Bíblia, você já se perguntou o que significam Sitz im Leben, etiologia, topos, Wirkungsgeschichte, New Criticism, apodítico, intertestamentário, pésher, semiótica, Formgeschichte, Hipótese Documentária… ou quem são estes tão citados autores alemães, franceses, ingleses e norte-americanos, como Julius Wellhausen, Martin Noth, G. von Rad, R. de Vaux, Charles H. Dodd, William F. Albright, Lagrange, A. Schweitzer, Rudolph Kittel, R. Bultmann, Tischendorf, Albrecht Alt… então este livro é para você!

O livro tem 4 partes e 4 anexos:

:: A primeira parte, escrita por Maurice Gilbert, traz uma apresentação estruturada dos livros da Bíblia e do cânon das Escrituras. Os livros da Bíblia são passados em revista e são apresentados: a sua transmissão, o cânon da Escritura, as línguas usadas, as diversas versões e manuscritos. O autor termina indicando as várias análises críticas aplicadas ao texto bíblico e oferece uma lista da literatura judaica e cristã não canônica.

:: A segunda parte, escrita por Jean-Louis Ska, trata da constituição da exegese moderna e da sua evolução. Apresenta o vocabulário da abordagem diacrônica ou histórico-crítica, seguindo a ordem alfabética.

:: A terceira parte, escrita por Jean-Noël Aletti, apresenta o vocabulário da exegese sincrônica, segundo as diversas análises: narrativa, retórica, epistolar, incluindo a literatura judaica e cristã e as cartas de Paulo.

:: A quarta parte, escrita por Sylvie de Vulpillières, oferece certo número de termos utilizados na análise literária em geral, bem como um breve vocabulário de termos hebraicos, gregos, ingleses e alemães, que um leitor pode encontrar em textos um pouco especializados.

Os anexos trazem:
:: Alguns grandes nomes da exegese
:: Abreviações dos livros do AT e do NT
:: Abreviações de títulos de livros, de coletâneas e de revistas frequentemente citados
:: Alguns livros sobre o vocabulário da exegese

Informações sobre o livro em francês e inglês, na página de Les Éditions Du Cerf, Paris:

L’objet du présent «Vocabulaire raisonné de l’exégèse biblique» est la présentation des mots utilisés dans l’analyse de la Bible.

Exégètes chevronnés et professeurs d’Écriture sainte, les auteurs le savent : la lecture d’une définition ne permet pas toujours de se faire une idée claire de la signification d’un mot. Aussi ont-ils choisi de présenter le vocabulaire de l’exégèse en incluant toute définition dans un discours suivi ou en l’accompagnant d’exemples : ainsi mis en rapport les uns avec les autres, les vocables techniques sont saisis en situation et dans leurs diverses acceptions. L’index final joue le rôle de dictionnaire.

Une première partie est consacrée à la présentation des livres de la Bible, à leur transmission, au canon de l’Écriture, aux langues, aux versions, aux manuscrits. L’auteur termine en indiquant les diverses analyses critiques appliquées au texte biblique et donne la liste de la littérature juive et chrétienne non canonique. La deuxième partie traite de la constitution de l’exégèse moderne et de son évolution. Elle donne le vocabulaire de l’approche diachronique ou historico-critique. Une troisième partie présente le vocabulaire de l’exégèse synchronique selon les différentes analyses : narrative, rhétorique, épistolaire, incluant la littérature juive et chrétienne et les lettres de Paul. Les termes fréquemment utilisés en analyse littéraire générale, les mots hébreux, grecs, anglais et allemands qu’un lecteur est amené à rencontrer, ainsi que « quelques grands noms de l’exégèse » sont listés dans la dernière partie.

The aim of this book is to present and explain the terms we use when analyzing the Bible. As experienced exegetes and teachers of the Holy Scriptures, the authors know that the reading of a definition does not always allow one to gain a clear idea of its signification. That is why they have chosen to explain the vocabulary of exegetics by presenting all the definitions in a logical discourse, or by providing examples. The technical terms are brought into relation with each other, shown in situ and in their different accepted usages. The final index provides a straightforward dictionary.

Part One is devoted to the books of the Bible, their transmission, the Scriptural canon, languages, different versions, manuscripts. The author concludes this part by listing the diverse critical analyses applied to Biblical texts and non-canonical Jewish and Christian literature. Part Two deals with the constitution and evolution of modern exegetics. Here, we find the lexical of the diachronic approach. Part three presents the vocabulary of synchronic exegetics according to different analyses – narrative, rhetorical and epistolary – taking in Jewish and Christian literature and the Epistles of St. Paul. The terms often used in the analyses of general literature; Hebrew, Greek, English and German words the reader may encounter, are listed in this final part, as well as some of the “great names” in exegetics.

Nova tradução da Bíblia por Cássio e Irineu

Em 20 de setembro de 2009 noticiei aqui no blog: Cássio e Irineu fazem nova tradução da Bíblia.

Pois hoje recebi e-mail do Cássio com uma boa notícia: saiu, pela Loyola, a tradução dos Evangelhos e Atos dos Apóstolos, feita por Cássio Murilo Dias da Silva (PUC-Campinas) e Irineu Rabuske (PUCRS).

Evangelhos e Atos dos Apóstolos. Novíssima tradução dos originais. São Paulo: Loyola, 2011, 272 p. – ISBN 9788515038671.

Diz a editora:
Esta edição apresenta uma tradução totalmente nova e aderente ao texto grego, que preserva características literárias do original, sem abdicar da fluência e da clareza do português. Não se trata de mais uma nova versão dos textos bíblicos a partir dos originais. Esta publicação traz também inúmeras notas de caráter exegético, literário, teológico, histórico e filosófico, contendo as principais informações que o leitor necessita para compreensão adequada dos textos. Assim o leitor poderá, com maior proveito, rezar, meditar, estudar, anunciar, amar e praticar a Palavra de Deus.

Alguém noticiou o fim do minimalismo, mais uma vez

Desta vez foi Yosef Garfinkel, arqueólogo da Universidade Hebraica de Jerusalém, na BAR de maio/junho de 2011. Confira aqui e leia o artigo em pdf aqui.

Ele aponta como minimalistas Niels Peter Lemche, Thomas L. Thompson, Philip R. Davies e Keith Whitelam, mas põe na roda também Israel Finkelstein, arqueólogo da Universidade de Tel Aviv, pois seu artigo gira em torno do reino de Davi no século X a.C. e sua pièce de résistance é, claro, Khirbet Qeiyafa.

Não seria uma boa hora para se ler sobre arqueologia e geopolítica em Israel?

O artigo de Garfinkel suscitou, além de outros debates, uma recente réplica de Philip Davies, em The Bible and Interpretation: “The End of Biblical Minimalism?”

Que começa dizendo:

Seeing this epitaph on the cover of BAR (37:03, May/Jun 2011) immediately brought to mind one of Mark Twain’s celebrated sayings: “The reports of my death have been greatly exaggerated.”


In this case, not only exaggerated but also so often repeated over the last 30 years that my “minimalist” colleagues and I (all pictured in our youth) are feeling like Lazarus.


So why is so brave as to cry “wolf” yet again, when the basic principles of what its opponents call “minimalism” have become so widely adopted in biblical scholarship (it would be just as weary to cite the references let alone keep up with the reading). Well, it obviously demands some misrepresentation of what “minimalism” is (like most previous epitaphs). Its opponents regularly choose to define it in the way they think they can most easily attack it. No wonder so many people are confused about what it is. In this case, “minimalism” is defined, apparently, as the belief that David and Solomon and their “United Monarchy” did not exist. Well, “minimalists” have come to that conclusion, it is true, though there is a great deal of historical methodology, archaeological data, and textual exegesis lying behind that conclusion, and no minimalist that I know would regard the existence of David et al. as an essential tenet of minimalism. Without indulging in a detailed exposition, the issue is about how, why, and when the biblical books were written—a rather larger and more complex thesis than Garfinkel seems to appreciate, and a problem of which the historicity of otherwise any individual person or event forms only a rather small part.

Leia o artigo.

Por que o Natal é celebrado em 25 de dezembro?

Há controvérsias. Alguns dados são conhecidos, outros nem tanto.

A leitura de alguns textos pode ajudar. Aqui transcrevo alguns trechos, mas recomendo uma leitura completa dos textos.

 

:: Natal: por que 25 de dezembro? – Guilherme Lieven – IECLB
Nos relatos bíblicos não encontramos nenhuma referência sobre a data do nascimento de Jesus. Naquela época os calendários eram muito confusos. Os antigos calendários romanos tinham, às vezes, semanas de quinze dias e meses de dez dias, de acordo com a vontade do Imperador reinante. O povo em geral não conhecia as datas de nascimento, casamento ou falecimento. Não existem registros históricos a respeito de “Festas de Aniversário” na Antigüidade.

Sobre o nascimento de Jesus sabemos muito pouco. Ele nasceu antes da morte de Herodes Magno (Mt 2.1; Lc 1.5), que faleceu na primavera de 750 da era romana, quer dizer: no ano 4 antes de Cristo. Conforme estudos o ano mais provável do nascimento de Jesus é 7 ou 6 antes da era cristã.

As primeiras comunidades cristãs não comemoravam o nascimento de Jesus. Somente a partir do ano 350 o Natal começou a ser comemorado no dia 25 de dezembro. Em torno da escolha desta data há uma longa história.

Os Celtas, por exemplo, tratavam o Solstício do Inverno, em 25 de dezembro, como um momento extremamente importante em suas vidas. O inverno ia chegar, longas noites de frio, por vezes com poucos gêneros alimentícios e rações para si e para os animais, e não sabiam se ficariam vivos até a próxima estação. Faziam, então, um grande banquete de despedida no dia 25 de dezembro. Seguiam-se 12 dias de festas, terminando no dia 6 de Janeiro.

Em Roma, o Solstício do Inverno também era celebrado muitos séculos antes do nascimento de Jesus. Os Romanos o chamavam de Saturnálias (Férias de Inverno), em homenagem a Saturno, o Deus da Agricultura, que permitia o descanso da terra durante o inverno.

Em 274 o Imperador Aureliano proclamou o dia 25 de dezembro, como “Dies Natalis Invicti Solis” (O Dia do Nascimento do Sol Inconquistável). O Sol passou a ser venerado. Buscava-se o seu calor que ficava no espaço muito acima do frio do inverno na Terra. O início do inverno passou a ser festejado como o dia do Deus Sol.

A comemoração do Natal de Jesus surgiu de um decreto. O Papa Júlio I decretou em 350 que o nascimento de Cristo deveria ser comemorado no dia 25 de Dezembro, substituindo a veneração ao Deus Sol pela adoração ao Salvador Jesus Cristo. O nascimento de Cristo passou a ser comemorado no Solstício do Inverno em substituição às festividades do Dia do Nascimento do Sol Inconquistável.

Outras curiosidades estão relacionadas com este dia 25 de dezembro. O calendário que adotamos hoje é uma forma recente de contar o tempo. Foi o Papa Gregório XIII que decretou o seu uso através da Bula Papal “Inter Gravissimus” assinada em 24 de fevereiro de 1582. A proposta foi formulada por Aloysius Lilius, um físico napolitano, e aprovada no Concílio de Trento (1545/1563). Nesta ocasião foi corrigido um erro na contagem do tempo, desaparecendo 11 dias do calendário. A decisão fez com que ao dia 4 de outubro de 1582 sucedesse imediatamente o dia 15 de outubro do mesmo ano. Os últimos a adotarem este calendário que usamos foram os russos em 1918.

O fato interessante desta correção é que o Solstício do Inverno foi deslocado para outra data. Dependendo do ano o início do inverno se dá entre o dia 21 e o dia 23 de dezembro. A razão fundamental para a comemoração do Nascimento de Jesus no dia 25 de Dezembro se perdeu com essa mudança no calendário. Mesmo assim o Natal continuou a ser comemorado no dia 25 de dezembro.

:: Natal – Wikipédia
Os primeiros indícios da comemoração de uma festa cristã litúrgica do nascimento de Jesus em 25 de dezembro é a partir do Cronógrafo de 354. Essa comemoração começou em Roma, enquanto no cristianismo oriental o nascimento de Jesus já era celebrado em conexão com a Epifania, em 6 de janeiro. A comemoração em 25 de dezembro foi importada para o oriente mais tarde: em Antioquia por João Crisóstomo, no final do século IV, provavelmente, em 388, e em Alexandria somente no século seguinte. Mesmo no ocidente, a celebração da natividade de Jesus em 6 de janeiro parece ter continuado até depois de 380.

Muitos costumes populares associados ao Natal desenvolveram-se de forma independente da comemoração do nascimento de Jesus, com certos elementos de origens em festivais pré-cristãos que eram celebradas em torno do solstício de inverno pelas populações pagãs que foram mais tarde convertidas ao cristianismo.

:: How December 25 Became Christmas – Andrew McGowan – BAR Magazine
How did the Christmas festival originate? How did December 25 come to be associated with Jesus’ birthday?

(…) Celebrations of Jesus’ Nativity are not mentioned in the Gospels or Acts; the date is not given, not even the time of year. The biblical reference to shepherds tending their flocks at night when they hear the news of Jesus’ birth (Luke 2:8) might suggest the spring lambing season; in the cold month of December, on the other hand, sheep might well have been corralled. Yet most scholars would urge caution about extracting such a precise but incidental detail from a narrative whose focus is theological rather than calendrical. The extrabiblical evidence from the first and second century is equally spare: There is no mention of birth celebrations in the writings of early Christian writers such as Irenaeus (c. 130–200) or Tertullian (c. 160–225). Origen of Alexandria (c. 165–264) goes so far as to mock Roman celebrations of birth anniversaries, dismissing them as “pagan” practices—a strong indication that Jesus’ birth was not marked with similar festivities at that place and time. As far as we can tell, Christmas was not celebrated at all at this point.

(…) Finally, in about 200 C.E., a Christian teacher in Egypt makes reference to the date Jesus was born. According to Clement of Alexandria, several different days had been proposed by various Christian groups. Surprising as it may seem, Clement doesn’t mention December 25 at all. Clement writes: “There are those who have determined not only the year of our Lord’s birth, but also the day; and they say that it took place in the 28th year of Augustus, and in the 25th day of [the Egyptian month] Pachon [May 20 in our calendar]…And treating of His Passion, with very great accuracy, some say that it took place in the 16th year of Tiberius, on the 25th of Phamenoth [March 21]; and others on the 25th of Pharmuthi [April 21] and others say that on the 19th of Pharmuthi [April 15] the Savior suffered. Further, others say that He was born on the 24th or 25th of Pharmuthi [April 20 or 21].” Clearly there was great uncertainty, but also a considerable amount of interest, in dating Jesus’ birth in the late second century. By the fourth century, however, we find references to two dates that were widely recognized—and now also celebrated—as Jesus’ birthday: December 25 in the western Roman Empire and January 6 in the East (especially in Egypt and Asia Minor). The modern Armenian church continues to celebrate Christmas on January 6; for most Christians, however, December 25 would prevail, while January 6 eventually came to be known as the Feast of the Epiphany, commemorating the arrival of the magi in Bethlehem. The period between became the holiday season later known as the 12 days of Christmas.

The earliest mention of December 25 as Jesus’ birthday comes from a mid-fourth-century Roman almanac that lists the death dates of various Christian bishops and martyrs. The first date listed, December 25, is marked: natus Christus in Betleem Judeae: “Christ was born in Bethlehem of Judea.” In about 400 C.E., Augustine of Hippo mentions a local dissident Christian group, the Donatists, who apparently kept Christmas festivals on December 25, but refused to celebrate the Epiphany on January 6, regarding it as an innovation. Since the Donatist group only emerged during the persecution under Diocletian in 312 C.E. and then remained stubbornly attached to the practices of that moment in time, they seem to represent an older North African Christian tradition.

In the East, January 6 was at first not associated with the magi alone, but with the Christmas story as a whole.

So, almost 300 years after Jesus was born, we finally find people observing his birth in midwinter. But how had they settled on the dates December 25 and January 6?

There are two theories today: one extremely popular, the other less often heard outside scholarly circles (though far more ancient)…

:: Natal – Observatório Bíblico: 22/12/2010
Dois antropólogos italianos falam sobre nossas festas de dezembro. Marino Niola, da Università degli Studi Suor Orsola Benincasa, Napoli, em artigo publicado no jornal La Repubblica em 20/12/2010. E Augusto S. Cacopardo, da Università di Firenze, que publicou recentemente um livro sobre as festas de inverno no Hindu Kush, entre o Afeganistão e a Caxemira. Para reencontrar as origens do Natal, é preciso ir aos altiplanos do Hindu Kush, entre o Afeganistão e a Caxemira, onde vivem os últimos pagãos. São os orgulhosos Kalasha (foto), ciumentos protetores das suas remotíssimas tradições indo-europeias. Esses homens que sabiam de antiguidade ainda em 330 antes de Cristo, quando Alexandre Magno os encontrou durante a sua marcha para Jalalabad, nos revelam as raízes da nossa história e da nossa religião. O seu grandioso rito solsticial de inverno, 12 dias que iniciam com a descida do deus entre os homens e se concluem com o início do novo ano, é, de fato, a arqueologia viva da natividade. A afirmação é do antropólogo Augusto Cacopardo, em um livro recém publicado pela editora Sellerio. O título, mais do que eloquente, é Natale pagano (Ed. Sellerio, 476 páginas). O tema é a milenar gestação de uma festa que não teria sido inventada pelo cristianismo, mas que começou muito antes.

:: Natal: uma mitologia? – Notícias: IHU On-Line – 23/12/2008
A revista Riforma, n° 49, 19-12-2008, publicação semanal dos evangélicos batistas, metodistas e valdenses italianos, publicou em sua última edição uma carta de um de seus leitores questionando a credibilidade do Natal, que mais parece, segundo sua opinião, uma lenda, um “mito de fundação”. Questionado pelo leitor, Paolo Ricca, colaborador da revista, mais adiante, responde à carta. (…) Como nasceu (tardiamente) o Natal? E por que foi fixado no dia 25 de dezembro? A essas perguntas, responde um livrinho do professor Oscar Cullmann, que apareceu no longínquo 1947, intitulado “Il Natale nella chiesa antica” [O Natal na igreja antiga] e publicado em versão italiana editada pelo pastor Franco Sommani já em 1948. Eis aqui os dados essenciais…

:: Natal: mito de fundação ou manifesto político? – Observatório Bíblico: 23/12/2008
Acaba de sair em português o livro de BORG, M. J.; CROSSAN, J. D. O primeiro Natal: O que podemos aprender com o nascimento de Jesus. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2008, 304 p. – ISBN 9788520921470. Para os autores, “o tema comum por trás das narrativas [do nascimento e infância de Jesus] é a rejeição do projeto imperial de Roma, que dominava um quarto da população do planeta na época, em favor de um projeto alternativo para a humanidade, representado por Jesus e seu evangelho. ‘As histórias do primeiro Natal são, em geral, anti-imperiais. Em nosso contexto, isso significa afirmar, seguindo as histórias da natividade, que Jesus é o Filho de Deus (e o imperador não é), que Jesus é o Salvador do mundo (e o imperador não é), que Jesus é o Senhor (e o imperador não é), que Jesus é o caminho para a paz (e o imperador não é)’, escrevem os autores”, explica Reinaldo José Lopes na reportagem Histórias bíblicas de Natal têm viés político, diz pesquisa, publicada no G1 em 22/12/2008 – 09h32.

:: Nascimento de Jesus e visita dos Magos – Observatório Bíblico: 24/12/2006
Está na hora de se ler A Visita dos Magos: Mt 2,1-12, texto que escrevi na Ayrton’s Biblical Page. Entre os temas tratados, com indicação de ampla bibliografia, estão:
. O método de leitura a ser usado
. O sentido de Mt 1-2
. Herodes Magno
. A data do nascimento de Jesus
. Jesus nasceu em Belém ou em Nazaré?
. Quem são os Magos e que papel exercem em Mateus?
. As várias hipóteses sobre a estrela de Belém

:: As Viagens dos Reis Magos – Observatório Bíblico: 02/01/2008
Jadir de Morais PESSOA e Madeleine FÉLIX, As Viagens dos Reis Magos. Goiânia: Ed. da UCG, 2007, 256 p. ISBN: 8571033706. “É bonito e emocionante, sim, ver a diversificação das formas e vozes das folias num grande encontro de companhias, em uma praça ou em um ginásio de esportes. Mas a folia é, na sua essência, o giro, a viagem para Belém, em cada casa por onde ela passa (…) Nasceu daí a vontade de escrever sobre os Reis Magos, tomando-os como viajantes”, escreve Jadir.

:: A Historian’s Take on a Different Kind of “Silent Night”  – James Tabor – Tabor Blog

December 25th as the date of the birth of Jesus can be traced back to the early 3rd century CE although it did not achieve more universal recognition until the late 4th century. It is common to hear the charge that “Christmas is pagan,” based on the popularity of the Roman winter festivals of Saturnalia (Dec 16-24), and Sol Invictus, that marked the Winter Solstice (Dec 21st), or “birth of the sun.” Certainly the celebration of such winter festivals in various cultures where Christianity spread, perpetuated in our day at office parties and social gatherings, have contributed to the seasonal popularity of December 25th, with or without much focus on the birth of Jesus.

However, as far as we can tell the designation of December 25th as the date of the birth of Jesus had nothing to do with pagan customs and practices. Rather it was based upon the detailed chronological calculations of early Christians such as Julius Africanus (c. 200 CE). Africanus who put the conception of Jesus around the Vernal Equinox (March 20th), which gave him his date of December 25th, nine months later, for Jesus’ birth. It is possible that the view common in some Jewish circles that Adam was created in the Spring, at the time of the Equinox, contributed to the idea that Jesus, as a “second Adam,” was incarnated on this day as well.

The New Testament gives us precious little about the chronology of the birth of Jesus. No month or season is explicitly mentioned in either Matthew’s or Luke’s birth stories. Luke does mention three things that chronologists, both ancient and modern, have used to attempt to get a more precise date. He puts the conception of John the Baptist shortly after Zechariah, his father, carried out his priestly duty in Jerusalem as part of a cycle of priests known as the “Abijah” group (Luke 1:5, 8; see 1 Chronicles 24 where these “courses” of priests are listed). He then tells us that Jesus and John are about six months apart in age (Luke 1:26), and he notes that when Jesus is baptized he is “about 30 years old” (Luke 3:23). It is upon this tiny thread of Luke, which most historians would place wholly in the realm of the theological, that any attempts to place the time of the birth of Jesus have hung (see the extensive discussion of Raymond Brown, The Birth of the Messiah, Yale University Press, updated 1999).

According to Josephus each priestly section served for periods of eight days, from noon on one Sabbath to noon on the following Sabbath, twice a year, with everyone serving during the three festivals, Passover, Pentecost, and Tabernacles. The cycle began on Nisan 1st, which was in the Spring, just before Passover, and the “Abijah” group was eighth in line. Scholars have worked this out in various ways and the major proposals are surveyed in Jack Finegan’s A Handbook of Biblical Chronology (Hendrickson, 1998).

Reconstructing the chronology of Luke’s  “thirty-something” Jesus who dies in April, 30 CE, puts the baptism of Jesus by John in the Fall of 26 AD, around the time he turned 30, which would also place his birth date in the Fall (September), rather than the Winter (December). This assumes that the time of the birth of John the Baptist, six months earlier (March), is related to Zechariah’s service in the Temple as part of the Abijah section that finished its duty in June of the previous year. Thus one gets:

Conception of John the Baptist: late June, 6 BC

Conception of Jesus: late December, 6 BC

Birth of John the Baptist: late March, 5 BC

Birth of Jesus: late September, 5 BC

Given such a construction, ironically, Christmas would turns out to be the time of the young teenaged Mary becoming pregnant, with Jesus’ birth in late September, nine months later. The source of that pregnancy is a matter of debate among believers in a literal “virgin birth,” (Jesus had no human father), most academic scholars of early Christianity (his father was Joseph and the virgin birth story theological myth), and a minority view that Miriam became pregnant from an unnamed father in circumstances unknown to us. (see Jane Schaberg, The Illegitimacy of Jesus, Sheffield, 2006).  Subsequently, Joseph took her as his wife, but was not the father of the unborn child.  Part of the profile of Jesus then was that he and his mother faced the scandal and gossip throughout their lives associated with the charge that he was a mamzer–that is illegitimate (John 8:41).

So, if one is imagining this season, and imagining is all we have can do given our scanty sources, one might honor Miriam, the Jewish mother of Jesus, in whose heart were kept secrets to be judged only by her and by God. This would include hard times she must have endured during the ensuing months of her pregnancy through the winter of 6-5 BC when she fled her home-town area of Sepphoris to hide out in the hill country of Judea with her relative Elizabeth (all according to Luke again!) I am thinking here of a different kind of “Silent Night,” but with thoughts and emotions every bit as touching as those of a manger scene.

Outra Teologia é possível e necessária

Este livro de Juan José Tamayo, teólogo espanhol, saiu recentemente.

TAMAYO, J. J. Otra teología es posible. Pluralismo religioso, interculturalidad y feminismo. Herder: Barcelona, 2011, 416 p. – ISBN 9788425427886

“Hace casi 30 años que le conozco y he podido seguir su evolución constante hacia una racionalización del hecho religioso. Su punto de partida es el interrogante de porqué las religiones se empeñan tanto en responder a preguntas que a la sociedad actual no le interesan ni les preocupan (…)

En este nuevo libro, Tamayo lo que propone es el marco sociocultural en el que la teología tendría que realizarse para poder sintonizar con las inquietudes y anhelos de nuestra sociedad, para que no sea un cuerpo extraño, e incluso incómodo a tan amplios sectores sociales en todos los continentes.

El autor centra su análisis en tres aspectos concretos: el pluralismo religioso, la interculturalidad y el feminismo. Cada apartado mencionado está exhaustivamente documentado, estudiado y analizado. Si algo tiene Tamayo es su capacidad de retener y asimilar todo lo que lee, que es muchísimo. La documentación aportada a cada tema es enciclopédica. Lo que nos indica que sus propuestas no son ocurrencias individuales.

A partir de su ingente conocimiento sobre lo que escribe, él hace su muy enriquecedora aportación sobre la que construye un libro de 416 páginas, de doce capítulos en los que el lector sentirá la sensación de que se le abren puertas y ventanas por donde entra aire fresco y regenerador de ideas que nos sitúan en una realidad más acorde con nuestro tiempo y que las religiones deberían tomar como referencia. Lo contrario es lo que produce el divorcio que estamos constatando cada día entre una sociedad dinámica e innovadora, y una religión instalada en otra época que nada tiene que ver con la de hoy y a la que nada le dice” (Ana Rodrigo: Otra teología es posible y necesaria – Atrio: 13/12/2011)

Juan José Tamayo Acosta é teólogo espanhol, doutor em teologia pela Universidade de Salamanca, é diretor da cátedra de Teologia e Ciências das Religiões “Ignácio Ellacuría” da Universidad Carlos III, de Madrid.

A Privataria Tucana está causando rebuliço

Está causando rebuliço o livro de Amaury Ribeiro Jr. A privataria tucana. São Paulo: Geração Editorial, 2011, 344 p. – ISBN 9788561501983.

O livro é o resultado final de anos de investigações do repórter Amaury Ribeiro Jr. na senda da chamada Era das Privatizações, promovida pelo governo Fernando Henrique Cardoso. A expressão “privataria”, utilizada por Amaury Ribeiro Jr., faz um resumo feliz e engenhoso do que foi a verdadeira pirataria praticada com o dinheiro público em benefício de fortunas privadas, por meio das chamadas “offshores”, empresas de fachada do Caribe, região tradicional e historicamente dominada pela pirataria.

Alguns exemplos:

:: Chega às livrarias ‘A Privataria tucana’, de Amaury Ribeiro Jr. CartaCapital relata o que há no livro – CartaCapital – 08/12/2011
Não, não era uma invenção ou uma desculpa esfarrapada. O jornalista Amaury Ribeiro Jr. realmente preparava um livro sobre as falcatruas das privatizações do governo Fernando Henrique Cardoso. Neste fim de semana chega às livrarias “A Privataria Tucana”, resultado de 12 anos de trabalho do premiado repórter, que durante a campanha eleitoral do ano passado foi acusado de participar de um grupo cujo objetivo era quebrar o sigilo fiscal e bancário de políticos tucanos. Ribeiro Jr. acabou indiciado pela Polícia Federal e tornou-se involuntariamente personagem da disputa presidencial.

:: Amaury Ribeiro Jr.: Quem é o Doutor Escuta: leia um dos capítulos do livro A privataria tucana – Luiz Carlos Azenha: Vi o Mundo – 08/12/2011
Derrotado na disputa à Presidência da República, José Serra gastou boa parte da campanha eleitoral de 2010 resmungando contra “espiões” que estariam bisbilhotando a vida de sua filha Verônica e de ilustríssimas figuras de seu partido. Sua aliada, a mídia encarregou-se de reverberar seus protestos, turbinando-os com altos decibéis. A arapongagem teria raiz no “núcleo de inteligência” montado por petistas, cuja existência nunca foi provada. Serra sempre refutou, também com veemência, adotar práticas semelhantes às que supunha ver praticadas por seus adversários.

:: Ribeiro Júnior dispara contra tucanos e imprensa; e critica até o PT – Fábio M. Michel: Rede Brasil Atual – 09/12/2011
Em entrevista transmitida ao vivo pela internet na noite de sexta-feira (9), o jornalista Amaury Ribeiro Júnior deu detalhes de algumas das operações financeiras fraudulentas que descreve em seu livro, “A Privataria tucana”. A obra trata de desvios de recursos durante as privatizações de empresas públicas no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Sobre o episódio em que foi acusado de montar dossiês contra lideranças do PSDB durante a eleição de 2010, o jornalista reiterou a versão apresentada à época, de que houve “fogo amigo” dentro do próprio PT.

:: Como o PiG vai tentar desconstruir o Amaury – Paulo Henrique Amorim: Conversa Afiada – 10/12/2011
O Farol de Alexandria, que iluminava a Antiguidade e o PiG, hoje, já deu a senha, na “coletiva” palpitante que concedeu ao UOL (…) O Farol disse que o Amaury já foi processado. Sim, o Amaury explica no livro. Foi processado numa trampa tucana, como explica Leandro Fortes, na CartaCapital.

:: Esgotada primeira edição de Privataria Tucana: os 15 mil exemplares publicados pela Geração Editorial – Luiz Carlos Azenha: Vi o Mundo – 10/12/2011
Luiz Fernando Emediato, da Geração Editorial, experimentou ontem a força dos blogues sujos. E, obviamente, da capa da CartaCapital. O fato é que, na noite de ontem, a editora já não tinha mais cópias do livro Privataria Tucana, de Amaury Ribeiro Jr. Todos os 15 mil exemplares tinham sido despachados. A editora foi pega completamente de surpresa pela força de divulgação dos internautas e, durante o dia, teve de improvisar para dar conta de atender aos pedidos das livrarias, que não paravam de chegar.

:: A Privataria Tucana: a reportagem investigativa da década – Luis Nassif: Luis Nassif Online – 10/12/2011
Fui ontem à coletiva do repórter Amaury Ribeiro Jr, sobre o livro que lançou. Minha curiosidade maior era avaliar seu conhecimento dos mecanismos do mercado financeiro e das estruturas de lavagem de dinheiro. Amaury tem um jeito de delegado de polícia, fala alto, joga as ideias de uma forma meio atrapalhada – embora o livro seja surpreendentemente claro para a complexidade do tema. Mas conhece profundamente o assunto.

:: A privataria tucana – Jorge Furtado em seu blog, reproduzido por Carta Maior – 12/12/2011
O ensurdecedor silêncio dos grandes jornais e programas jornalísticos sobre o livro “A privataria tucana” é um daqueles momentos que nos faz sentir vergonha pelo outro. A imprensa, que não perde a chance – com razão – de exigir liberdade para informar, emudece quando a verdade contraria seus interesses empresariais e/ou o bom humor de seus grandes anunciantes. Onde estão as manchetes escandalosas, as charges de humor duvidoso, os editoriais inflamados sobre a moralidade pública?

:: Emediato: “Silêncio da mídia com o livro do Amaury será rompido em breve” – Gilberto Maringoni: Carta Maior – 12/12/2011
Editor de A privataria tucana percebeu que tinha uma bomba nas mãos ao conhecer a documentação reunida pelo autor. Segundo ele, muita gente vai se decepcionar com José Serra. “Resta a ele vir a público dizer que não sabia de nada. Mas falar que não sabia das movimentações milionárias da filha é algo difícil de acreditar”, afirma Emediato.

:: Um sucesso de vendas cercado por um muro de silêncio – Maria Inês Nassif: Carta Maior – 12/12/2011
O livro “A Privataria Tucana”, de Amaury Ribeiro Jr., foi lançado há quatro dias e já é um fenômeno de vendas cercado por um muro de silêncio. Produto de doze anos de trabalho – e, sem dúvida, a mais completa investigação jornalística feita sobre o submundo da política neste século -, o livro consegue mapear o esquema de corrupção e lavagem de dinheiro que teria sido montado em torno do tucano José Serra. De quebra, coloca o PT em duas saias justas. Ao atirar para os dois lados, o livro-bomba do jornalista acabou conseguindo a façanha de ser ignorado pela mídia tradicional, pelo PT e pelo PSDB.

:: ‘Privataria’ chega ao Senado, e PT e PSDB se enfrentam em plenário – André Barrocal: Carta Maior – 15/12/2011
Líder petista pede providências ao Ministério Público e desafia PSDB a debater ‘capítulo triste’. Serrista fala em ‘calúnia’ para abafar denúncias contra governo e expõe atrito interno, ao negar aparte a Aécio. Na Câmara, líder do PMDB diz que ‘não vai embarcar em CPI’, para a qual segue coleta de assinaturas, e ilustra efeito de silêncio da mídia: ‘Livro tem documentos mesmo?’

:: PSDB e FHC defendem privatizações e atacam livro – Carta Maior – 16/12/2011
Em duas notas oficiais divulgadas nesta quinta-feira (15), o ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, e o PSDB atacam o livro “A Privataria Tucana” e seu autor, o jornalista Amaury Ribeiro Jr. O PSDB defende as privatizações e classifica de “levianas” as denúncias. Já o ex-presidente classifica as denúncias como “infâmia’ e procura desqualificar seu autor como “um jornalista indiciado pela Polícia Federal por haver armado outro dossiê contra José Serra.

>> Vários textos foram reunidos por Altamiro Borges em seu Blog do Miro. Confira a partir de 08/12/2011.

Sinônimos de confusão, segundo o Dicionário Eletrônico Houaiss [versão 1.0, de 2001]:
açougada, acracia, adevão, alarma, alarme, alteração, alvoroço, alvoroto, anarquia, angu, angu-de-caroço, anguzada, aperta-chico, aranzel, argel, arregaço, atabalhoação, atrapalhação, auê, bababi, babel, babilônia, bacafuzada, bachinche, badanal, baderna, bafa, bafafá, bagaço, bagunça, bagunçada, balborda, balbórdia, balbúrdia, bambá, bambaquerê, bananosa, bandoria, banguelê, banzé, banzé-de-cuia, banzeiro, barafunda, baralha, baralhada, barrilada, bereré, berzabum, bilbode, bochinche, bochincho, bode, bolo, bololô, brenha, briga, bronca, bruega, bulha, burundanga, cambulhada, caos, chinfrim, chinfrineira, chinfrinice, choldra, choldraboldra, cinza, cocoré, coisa-feita, coluvião, complicação, confa, confusa, cu-de-boi, cu-de-mãe-joana, danação, dédalo, desalinho, desarranjo, desarrumação, desgoverno, desmancho, desmanho, desmaranho, desordem, desorganização, desorientação, destempero, deus-nos-acuda, dificuldade, distúrbio, emaranhamento, embananamento, embaralhação, embrulhada, embrulhamento, embrulho, encrenca, enrolação, entuviada, envolta, esbregue, escangalho, esculhambação, esparrame, esparramo, estalada, estrago, estralada, estripulia, estropelia, estrupício, fandango, fecha, fecha-fecha, felga, ferga, flamengaria, forrobodó, frege, frevo, fritada, fubá, fula-fula, furdúncio, furdunço, fuzuê, galho, gambérria, gangolina, garabulha, garbulha, gódia, grude, imbróglio, indisciplina, inferneira, inferno, insubordinação, joldra, lambança, langará, lubambo, maçarocada, maranha, maria-da-fonte, massagada, mastigada, matinada, melê, melê-de-cuia, mexerufada, mexida, miscelânea, mistela, mistifório, mistura, misturada, mixórdia, motinada, movimentação, movimento, paçoca, pampeiro, pandemônio, pega-pega, pega-pra-capar, perequê, perereco, perplexidade, perturbação, pipoco, poeirada, porqueira, presepada, quebra-quebra, quebra-rabicho, quelelê, quilelê, reboldosa, reboldrosa, rebordosa, rebulício, rebuliço, recacau, rififi, roldão, rolo, ruge-ruge, rusga, salada, salgalhada, salsada, salseiro, sangangu, saragata, sarapatel, sarilho, sarrabulhada, sarrabulho, sarrafascada, sarrafusca, seribolo, sinagoga, sororó, surumbamba, sururu, tempo-quente, tiborna, tibornice, touraria, trabuzana, trança, trapalhada, trapalhice, tribuzana, tropel, tropelia, trovoada, tumulto, turbamulta, turbulência, turumbamba, turundundum, ula, valverde, vavavá, xirimbamba, zaragalhada, zaragata, zona, zorra, zungu.

Edição histórica de Grande Sertão: Veredas

Os caminhos do sertão de João Guimarães Rosa

Nova Fronteira e Saraiva lançam edição histórica de Grande Sertão: Veredas

Daniel Louzada

“Seria preciso ser um inventor de palavras, como foi João Guimarães Rosa, para cobrir minimamente as qualificações que merece Grande Sertão: Veredas. Obra-prima da literatura, fundamental para a compreensão de nossa identidade, empreendimento artístico monumental, influência para tantos escritores, tratado universal sobre o homem. São muitas as sentenças que poderiam ser elencadas para ressaltar esse romance atemporal, um dos mais importantes do século XX.

Foi essa relevância que no início de 2011 motivou a Editora Nova Fronteira e a Livraria Saraiva a realizarem um grande projeto em conjunto: uma edição especial que trouxesse outra dimensão da obra por meio da divulgação de um material nunca publicado. Assim, surgiu a caixa Os Caminhos do Sertão de João Guimarães Rosa.

O ponto de partida foi o entusiasmo em colocar em livro pela primeira vez o importante texto A Boiada, até então restrito aos arquivos do IEB-USP. A Boiada é um documento fundamental para entender não só a construção das obras de Guimarães, mas também, de maneira geral, o esforço que precede uma grande obra literária, o seu fazer, o trabalho árduo do escritor.

Em maio de 1952, João Guimarães Rosa juntou-se à comitiva de Manoel Nardy, que inspirou o famoso personagem Manuelzão, e fez uma travessia pelo sertão mineiro. Mais do que o reencontro com sua terra natal, havia um nítido interesse do autor em cartografar esse espaço e aprender mais sobre a cultura de boiadeiros e sertanejos.

A leitura das duas cadernetas escritas nessa viagem, as quais chamou de A Boiada 1 e A Boiada 2, dão a medida desse interesse. Tanto que mais tarde as anotações foram aproveitadas especialmente na elaboração das novelas de Corpo de Baile.

O conteúdo das cadernetas é fragmentário e muito detalhado, um composto de frases, palavras, cenas, paisagens, desafios, lundus, quadras, cantigas, além de histórias e comentários a respeito do cotidiano dos homens com quem o escritor conviveu nesse período.

A partir desses fragmentos, é possível recompor o percurso de Guimarães pelo sertão e por sua literatura, pois o itinerário revelado nas anotações, apenas aparentemente sem sistematização, revela a olhos mais atentos interseções com os caminhos trilhados pelos jagunços de Grande Sertão: Veredas.

A caixa Os Caminhos do Sertão de João Guimarães Rosa, com tiragem numerada e limitada de 10 mil exemplares, é produto de extenso trabalho editorial da equipe da Nova Fronteira. Valoriza-a um novo projeto gráfico e a série de belas ilustrações que o arquiteto Paulo Mendes da Rocha produziu exclusivamente para a edição.

A caixa é composta dos seguintes livros:

Grande Sertão: Veredas – Edição exclusiva, tendo por capa a primeira página do fac-símile da obra, em que Guimarães define o título, riscando de próprio punho a sua primeira proposição datilografada: Veredas Mortas. A edição é acompanhada, ainda, por um texto explicitando o trabalho fonético da escrita rosiana e como se estabelece o Acordo ortográfico em João Guimarães Rosa. O livro também apresenta algumas capas nacionais e internacionais do romance que ganhou o mundo.

A Boiada – O fac-símile, todo impresso em cores, o original datilografado de Guimarães registrando a viagem pelo sertão. Nas margens das páginas, em canetas de cores diferentes, ele indica: Corpo de Baile, Miguilim, Grande Sertão, Batalha… Um verdadeiro registro genealógico e raro da construção da obra do autor. O volume ainda conta com a contribuição de Sandra Vasconcelos, professora de literatura brasileira do IEB-USP e de Mônica Meyer, professora e bióloga da UFMG.

Livro de Depoimentos – Com texto de apresentação da Nova Fronteira e da Saraiva, traz depoimentos inéditos em livro de nomes como Antonio Candido e Haroldo de Campos sobre o Grande Sertão: Veredas” (Matéria exclusiva do Almanaque Saraiva)

Leia o texto completo.

João Guimarães Rosa

Veja ainda no site da Saraiva: Conheça mais sob a edição – Todas as edições de Grande Sertão: Veredas – Veja detalhes do livro A Boiada – Saiba mais sobre Guimarães Rosa

Leia Mais:
Grande Sertão: Veredas – Sequências Narrativas
Saem do baú inéditos de Guimarães Rosa – Josélia Aguiar: Folha.com – 03/12/2011

Morreu o doutor Sócrates

Nota de Falecimento
(São Paulo, 4 de dezembro de 2011, 5h30)

O Hospital Israelita Albert Einstein informa com profundo pesar o falecimento do ex-jogador Sócrates Brasileiro Sampaio de Sousa Vieira de Oliveira às 4h30, em consequência a um choque séptico.

Médicos Responsáveis
Dr. Fernando Luis Pandullo
Dr. Ben-Hur Ferraz Neto

Diretor de Prática Médica
Dr. Oscar Fernando Pavão dos Santos

 

Sócrates, bom de bola e de cabeça – Por Altamiro Borges – Blog do Miro: 4 de dezembro de 2011

O jogador Sócrates, bom de bola e de cabeça, faleceu hoje, às 4h30, no hospital Albert Einstein, em São Paulo, em decorrência de infecção generalizada. Aos 57 anos, ele não conseguiu resistir à terceira internação consecutiva neste ano. A sua morte entristece o Brasil.

Sócrates não era ídolo apenas da torcida do Corinthians. Além de ser reconhecido como um dos maiores craques do futebol brasileiro, ele era admirado por suas posições críticas e progressistas. Foi um dos líderes da “democracia corintiana”, que ajudou na luta contra a ditadura militar. Nos últimos tempos, era comentarista da TV Cultura e colunista do jornal Agora e da revista CartaCapital.

“Curtir lampejos de humanidade”

Sem papa na língua e com espírito inquieto, o craque Sócrates nunca se intimidou diante dos poderosos. Em recente entrevista à Folha, após sofrer sua primeira internação, ele não vacilou ao responder à provocação do jornalista:

Em toda essa impressionante onda de carinho que cercou você nesses dias, há também quem diga que de democrata você não tem nada porque deu o nome de Fidel ao seu caçula. É mais uma de suas contradições?

De fato, estou tirando muita coisa de positivo neste meu quase nascer de novo. Quanto ao Fidel Castro, símbolo da Revolução Cubana, como Che Guevara, as pessoas estão mal informadas. No nosso país se conhece muito pouco o que acontece fora daqui e mesmo aqui dentro. A estrutura política cubana é extremamente democrática. Eu queria que meu filho nascesse lá, eu queria ser um cubano.

Nós estivemos lá agora, fomos passear! Peguei minha mulher e fui lá, passear, curtir lampejos de humanidade. Um povo como aquele, numa ilhota, que há mais de 50 anos briga contra um império, só pode ser muito forte, e ditadura alguma faz um povo tão forte… Em Cuba, o povo participa de tudo, em cada quarteirão. E aqui? Pra quem você reclama? Você vota e não tem pra quem reclamar.

O doutor” Sócrates deixará saudades!

 

:: Lista completa dos gols do Magrão

:: Sócrates – Especial da Folha

:: Ex-jogador Sócrates morre em São Paulo aos 57 – Folha.com: 04/12/2011 – 06h05