Paulo: um místico visionário?

Livro novo publicado pela Paulus. Nada posso dizer sobre o conteúdo, pois ainda não o vi e nem é “meu terreiro”, digamos assim… Mas aí vai a dica:

MACHADO, J. O misticismo apocalíptico do Apóstolo Paulo. São Paulo: Paulus, 2009, 296 p. – ISBN: 9788534930895

Diz a editora:
“Esta obra apresenta Paulo de Tarso na perspectiva da experiência religiosa, com destaque para os elementos místicos visionários de sua carreira, que fizeram parte do judaísmo e da religiosidade do primeiro século. Tradicionalmente, ele tem sido visto como grande exegeta, pensador e teólogo da Antiguidade, no âmbito dos primórdios do cristianismo. Essa concepção criou uma caricatura anacrônica desse apóstolo, como se fora um teólogo produtor de textos – o que tem caracterizado o labor teológico ocidental dos últimos séculos. Ele vem sendo acusado até mesmo de ter sido o grande pervertedor dos ensinos de Jesus de Nazaré e, consequentemente, de ter sido o criador de uma nova religião que desembocou no cristianismo ocidental que conhecemos. Entretanto, seus próprios escritos, notoriamente as Cartas aos Coríntios, revelam as impressões digitais de um judeu místico apocalíptico, típico do primeiro século. Sua experiência mistica, mediada pela comunidade cristã que o acolheu, o tornou um seguidor de Jesus de Nazaré – cujos seguidores caracterizavam nada mais do que uma nova seita judaica naqueles dias. Bem diferente de um teólogo produtor de tratados teológicos, ou de um exegeta que faz análise gramatical de textos sagrados, Paulo foi um místico visionário, com crenças apocalípticas, cuja experiência de revelação lhe deu uma visão renovada das Escrituras e da tradição judaica. Foi um entusiasta carismático, que saiu pelo seu mundo fundando comunidades que vieram a compor as primeiras igrejas cristãs do Ocidente, tendo como base a revelação do Jesus ressuscitado que recebera. Essa perspectiva histórico-religiosa, que leva em conta a exegese dos textos paulinos, é fundamental para melhor compreensão de Paulo de Tarso e das origens do cristianismo”.

Quem é Jonas Machado? Clique aqui.

Roberto?

Esperança nas novas congregações

Ao questionar se Rodé vê sinais de esperança, ele quase invariavelmente fala sobre as novas congregações fundadas nas últimas décadas, em vez das ordens estabelecidas como os dominicanos, jesuítas e franciscanos. “Aqui no meu escritório, encontro pessoas todas as semanas que são fundadores, homens e mulheres, que vem aqui com novos projetos, novas ideias”, diz Rodé. “Na semana passada, um brasileiro com um rosto angelical esteve aqui. Ele está fundando uma comunidade que é uma nova edição do espírito franciscano. Eles andam por aí com a tonsura, como Santo Antônio, de sandálias, vestidos como os pobres. Eles estão nas favelas, trabalhando com os jovens em risco, os sem teto, e são pregadores itinerantes”. “As novas congregações são uma reação contra a tendência [na vida religiosa] para a secularização”, disse. “Elas vestem hábitos, sempre. Elas insistem na oração e na adoração eucarística. Elas insistem na vida em comum. E também têm um grande, grande foco na pobreza” (Trecho de reportagem de John L. Allen Jr., publicada no site National Catholic Reporter, em 28/10/2009, traduzida e reproduzida por Notícias – IHU On-Line em 30/10/2009. Título: Cardeal Franc Rodé: o homem no centro das tempestades)

Seria o Roberto?

 

The man at the center of the storms

Hope in new congregations

Ask Rodé where he sees signs of hope, and he almost invariably talks about new congregations founded in the last several decades, rather than established orders such as the Dominicans, Jesuits and Franciscans.

“Here in my office, I meet people every week who are founders, men and women, who come here with new projects, new ideas,” Rodé said. “Last week, a Brazilian with an angelic face was here. He’s founding a community that’s a new edition of the Franciscan spirit. They go around with the tonsure like St. Anthony, in sandals, dressed like the poor. They’re in the favelas, working with at-risk youth, the homeless, and they’re itinerant preachers.”

“The new congregations are a reaction against the tendency [in religious life] toward secularization,” he said. “They wear the habit, always; they insist upon prayer and eucharistic adoration; they insist upon the common life; and they also have a great, great focus upon poverty.”

As for the more established orders, Rodé says, “At least at the level of the governments of these congregations, the major superiors, there’s an awareness that we have to change.” He said he’s cheered by data, such as that contained in a recent report by the National Religious Vocations Conference in the United States, indicating that orders with a more traditional spirituality often have better luck attracting new members.

Rodé insists he still has great faith in the perennial vitality of religious life.

“Religious have always been, as the French say, le marchant … those who take the lead in a battle,” Rodé said. “Innovation, new ideas, fresh responses to the problems of the society and the times almost always come from the religious, and then later they’re taken over by the hierarchical church.”

“I think that the most dynamic element, the most innovative element in the church, where the new energy of the Spirit makes itself seen, is the religious,” he said.

Rodé clearly believes some kinds of innovation are better than others.

He cited the United States, which has two groups for women’s superiors: the Leadership Conference of Women Religious, which tends to represent the older and more liberal communities, and the Council of Major Superiors of Women Religious, with the newer and more conservative groups. While member communities of the Leadership Conference of Women Religious represent 80 percent of American women religious, Rodé asserted, the communities of the Council of Major Superiors of Women Religious have 80 percent of new vocations.

“In my opinion,” Rodé said — with a twinkle in his eye, but obviously not entirely in jest — “the spirit of Anglo-Saxon pragmatism for which you’re known ought to lead to the obvious conclusion.”

Hans Küng e Roma

Parece que L’Osservatore Romano e Hans Küng andam se estranhando na questão dos anglicanos

 

Teólogo critica duramente ao papa e Vaticano contesta realidade de argumentos – 28/10/2009

O teólogo dissidente Hans Küng criticou duramente seu antigo amigo Bento XVI por haver aberto as portas aos anglicanos, afirmando que se trata de “uma tragédia”, provocando uma resposta do Vaticano que disse que as acusações estão “muito longe da realidade”.

Küng, de 81, em artigo publicado hoje nos diários “The Guardian” (Reino Unido) e “La Repubblica” (Itália), intitulado “Esse papa que pesca nas águas da direita”, afirmou que a decisão de Joseph Ratzinger de acolher na Igreja Católica a todos os anglicanos que o desejem é uma “tragédia”.

Segundo o teólogo suíço, se trata de uma “tragédia” que se une “às já ocasionadas (por Bento XVI) aos judeus, aos muçulmanos, aos protestantes, aos católicos reformistas e agora à Comunhão Anglicana, que fica debilitada perante a astúcia vaticana”.

“Tradicionalistas de todas as igrejas, unir-vos sob a cúpula de São Pedro. O Pescador de homens pesca, sobretudo na margem direita do lago, embora ali as águas sejam turvas”, escreveu Küng que acusa o papa de querer restaurar “o império romano, em vez de uma Commonwealth de católicos”.

Segundo Küng, “a fome de poder de Roma divide o cristianismo e danifica sua Igreja” e o atual arcebispo de Canterbury, o chefe da Igreja Anglicana, Rowan Williams, “não esteve à altura da astúcia vaticana”.

Para o teólogo dissidente, as consequências da “estratégia” de Roma são três: “o enfraquecimento da Igreja Anglicana, a desorientação dos fiéis dessa confissão e a indignação do clero e o povo católico”, que veem – diz – como se aceitam sacerdotes casados enquanto se insiste de maneira “teimosa” no celibato dos padres católicos.

O diretor do jornal vespertino vaticano “L’Osservatore Romano”, Giovanni María Vian, respondeu hoje que “mais uma vez, uma decisão de Bento XVI volta a ser pintada com rasgos fortes, preconceituosos e, sobretudo, muito afastados da realidade”.

“Infelizmente Küng faz outra das dele, antigo colega e amigo com quem o papa em 2005, só cinco meses após sua escolha, se reuniu, com amizade, para discutir as bases comuns éticas das religiões e a relação entre razão e fé”, escreveu Vian.

O diretor do jornal assegurou que Küng voltou a criticar seu antigo companheiro na Universidade de Tübingen (Alemanha) “com aspereza e sem fundamento”.

O gesto do papa, segundo Vian, tem como objetivo “reconstituir a unidade querida por Cristo e reconhece o longo e fatigante caminho ecumênico realizado neste sentido”.

“Um caminho que vem distorcido e representado enfaticamente como se tratasse de uma astuta operação de poder político, naturalmente de extrema direita”, acrescentou Vian, que ressaltou que “não vale a pena ressaltar as falsidades e as inexatidões” de Küng.

O representante vaticano criticou as acusações vertidas contra o líder da Igreja Anglicana e expressou sua “amargura” perante este “enésimo ataque à Igreja Católica Apostólica Romana e a seu indiscutível compromisso ecumênico.

No último dia 20, o Vaticano anunciou a disposição do papa a acolher na Igreja Católica todos os anglicanos que o desejem e a aprovação, com esse objetivo, de uma Constituição Apostólica (norma de máxima categoria) que prevê, entre outras, a ordenação de clérigos anglicanos já casados como sacerdotes católicos.

No mundo são cerca de 77 milhões fiéis anglicanos e nos últimos anos sua igreja viveu momentos de crise e de forte divisão interna, devido à ordenação de mulheres e homossexuais declarados como bispos e a bênção de casamentos entre pessoas do mesmo sexo.

Por enquanto se desconhece o número exato de anglicanos que desejam rumar à Roma, embora segundo fontes do Vaticano esse número pode estar na casa de meio milhão, entre eles meia centena de bispos.

Fontes: EFE e G1

Livro sobre os 30 anos do CEBI

Como se dizia antigamente, “no apagar das luzes” do mês de outubro de 2009, anoto, para os interessados na leitura popular da Bíblia, esta referência bibliográfica do CEBI.

CEBI, 30 Anos – Lendo a Bíblia e vestindo a camisa do povo. São Leopoldo: CEBI, 2009, 40 p. – ISBN 9788577330805

Diz o site do CEBI sobre o livro:

Um livro para olhar, ler e guardar como recordação. Essa é a proposta do livro “30 anos, lendo a Bíblia e vestindo a camisa do povo”, que o CEBI acaba de lançar alusivo ao seu trigésimo aniversário. No livro, a história do CEBI é narrada a partir das imagens estampadas em camisetas, produzidas em cada estado onde o CEBI construiu a sua caminhada, lendo a Bíblia e engajando-se nas realidades em favor da libertação e da transformação da vida das pessoas. A ideia de fazer um livro assim, que mistura depoimentos, história e estampas de camisas nasceu durante a 17ª Assembleia Nacional do CEBI, em Belo Horizonte, quando Frei Carlos Mesters comentou com a equipe da Dimensão de Espiritualidade como “seria bonito conhecer as camisas do CEBI que já foram feitas em todo Brasil”. O comentário nos levou a costurarmos a ideia de pedir aos estados que reunissem as camisas confeccionadas em todas as regiões. Esta tecitura virou este livrotestemunho da espiritualidade bíblica, da espiritualidade libertadora que o CEBI se propõe viver com sua Leitura Popular da Bíblia e que se mostra em desenhos e símbolos estampados em camisas…

Fonte: CEBI: – 28 de outubro de 2009