Seminário teológico pede mais ação das igrejas
Teólogos participantes do Seminário sobre os desafios da Igreja no século XXI, realizado em Pindamonhangaba entre os dias 18 e 20 de maio, enfatizaram a necessidade de reformulação na Igreja para que esta possa acompanhar as mudanças vivenciadas pela sociedade hoje. Modificação no trato com as minorias, reformas em sua estrutura hierarquizada e consideração das peculiaridades dos povos latino-americanos e caribenhos foram apontados pelos participantes como fundamentais para um exercício pleno de fé no continente. No segundo dia do encontro (19), o teólogo brasileiro Agenor Brighenti defendeu a necessidade de um processo constante de reformulação e reflexão dentro da Igreja. “O desafio está em encarnar toda a fé dentro de toda a vida, numa busca comum, porque comum é o destino”, avaliou (cont.)
Fonte: Adital -21.05.2007
Teologia da Libertação: 17 países participam de seminário
Representantes de 17 países participaram neste fim de semana em Pindamonhangaba (SP) do I Seminário Latino-americano de Teologia organizado pelo Conselho Nacional do Laicato do Brasil (CNLB), que reuniu teólogos ligados a Teologia da Libertação. Com o tema “América Latina, Cristianismo e Igreja no século XXI”, o seminário reuniu teólogos como o padre chileno Pablo Richard e os padres brasileiros Benedito Ferraro, Paulo Sues e Agenor Brighenti, além de leigos como Pedro Ribeiro Oliveira, Maria Clara Bingemer e Eva Aparecida de Moraes, Carlos Signorelli e Paulo Fernando Carneiro de Andrade.
“Sentimo-nos desafiados a assumir com firmeza a opção pelos pobres, afirmando-a como irreversível e irrenunciável, como um imperativo do seguimento de Jesus e de fidelidade ao Deus da justiça”, afirma um dos oito desafios divulgados pelos participantes do seminário, divulgados na “Carta ao povo cristão da América Latina e do Caribe”. A carta aponta, ainda, como desafios a serem assumidos pelos cristãos, o reconhecimento do protagonismo dos empobrecidos na evangelização, a construção de relações de gênero mais iguais, a presença de Deus nas diversas culturas e a presença de bispos e padres em “experiências libertadoras” nas paróquias e dioceses.
A Carta denuncia a agressão à vida, o “aprofundamento da pobreza e da desigualdade social”, a violência e a “destruição de povos e da cultura negra e indígena”. Atribui ao neoliberalismo a dureza da miséria e da exclusão social e reconhece que a Igreja passa por “situação de profunda crise”. Diante dos desafios enumerados, os participantes do seminário assumiram nove compromissos, entre os quais o aprofundamento da “Teologia da Libertação como inspiração que nasce da rica experiência eclesial e da profunda religiosidade dos povos latino-americanos”.
O encontro teve início na sexta-feira e terminou neste domingo e reuniu 250 pessoas, representantes da Argentina, Bolívia, Chile, Costa Rica, Equador, México, Uruguai, Venezuela, Colômbia, Guatemala, El Salvador, Haiti, Nicarágua, Brasil, Canadá, França e Itália. O seminário fez parte da programação do “Fórum de Participação” formado para acompanhar da V Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e do Caribe, que está sendo realizada em Aparecida (SP) até o próximo dia 31. O Fórum apoiou, também, a “Romaria das Comunidades” que marchou 10 quilômetros, da localidade de Roseiras a Aparecida, na madrugada deste domingo e mantém, em Aparecida, a “Tenda dos Mártires” durante toda a Conferência.
Fonte: O Globo – 21.05.2007