Israel caiu na armadilha da guerrilha e guerrilheiros quase nunca são derrotados

BBC Brasil: 04/08/2006 – 09h26

Leia repercussão internacional sobre o conflito no Líbano

Uma reportagem publicada nesta sexta-feira no diário britânico Financial Times enxerga o conflito no Líbano como sintoma de uma política equivocada dos Estados Unidos para o Oriente Médio. O artigo compara o cenário otimista de março de 2005 – quando milhares de libaneses saíram às ruas pedindo o fim da influência Síria no Líbano – com a imagem “radicalmente transformada” de julho de 2006 (…) Um ano depois, o conflito no Líbano, a chegada ao poder do Hamas nos territórios palestinos, a escalada da violência no Iraque e a reversão da tendência à democracia no Egito alimentam uma conclusão pessimista do jornal. “Há um ano, florescia a visão da Casa Branca de que a democracia estava se disseminando. Hoje tudo está morto.” (…) O pessimismo e a crítica à política externa da grande potência são compartilhados pelos diários The Independent, de Londres, e Libération, de Paris. O jornal londrino estampa em sua capa um jogo de liga-pontos, com fotos do Afeganistão, Iraque, territórios palestinos, Israel e Líbano, e ironiza uma frase do primeiro-ministro britânico Blair: “é hora de ligar os pontos corretamente ao redor do mundo”, disse o premiê. Com uma capa também forte, o jornal francês estampa um soldado israelense dentro de um tanque de guerra, e titula: “Terra queimada”. Em editorial, o “Libération” questiona a maneira como a diplomacia internacional vem conduzindo as negociações para a crise. “O fato de estas negociações ocorrerem enquanto os canhões ainda soam constitui um fracasso inicial do que ninguém mais se atreve a chamar de ‘comunidade internacional’.” Para o alemão Der Tagesspiegel, Israel “tinha de reagir”, mas “caiu numa armadilha de guerrilhas”. “A história nos ensina que guerrilheiros quase nunca são derrotados…” (…) O israelense Haaretz lamenta que o conflito no Líbano tenha tirado a atenção de Israel para a resolução sobre o Irã aprovada no Conselho de Segurança da ONU no início da semana (cont.)

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