Links para textos sobre os códices de chumbo

Em Explorator 13.50, publicado hoje por David Meadows, há duas dezenas de links sobre os citados códices de chumbo

Procure por:

The BBC picked up the lead codices story, and it exploded all over the web

Veja também, em Rogueclassicism, o post Lead Codices – Once More into the ‘Reach’, publicado hoje.

The Latest on the Fake Lead Codices – James F. McGrath: Exploring Our Matrix – Monday, April 4, 2011

O que é Explorator?
. Explorator é um boletim semanal sobre arqueologia e história, distribuído livremente via e-mail. Representa os frutos do trabalho da ‘divisão de pesquisa de mídia’ de The Atrium. Excelente fonte de informação sobre a arqueologia e a história do Antigo Oriente Médio e sobre a História Antiga em geral.
. Explorator is a free weekly newsletter representing the fruits of the labours of ‘media research division’ of The Atrium. Various on-line news and magazine sources are scoured on a daily basis for news of the ancient world (broadly construed: practically anything relating to archaeology or history prior to about 1700 or so is fair game) and they are delivered to your mailbox free of charge every Sunday morning.

Códices de chumbo do começo do cristianismo?

Podem ser falsos. Quase certamente são falsos…

É o que defende a maioria dos biblioblogueiros, embora o assunto ainda esteja em animada discussão.

A notícia da “descoberta” dos códices – veja fotos aqui – pode ser lida na reportagem da BBC Brasil:

Jordânia busca repatriação de relíquias tidas como ‘maior descoberta da história cristã’

Robert Pigott – Correspondente de temas religiosos da BBC News – BBC Brasil – Atualizado em 29 de março, 2011 – 10:57 (Brasília) 13:57 GMT

“O governo da Jordânia tenta repatriar livros feitos de chumbo que, segundo suspeitas de especialistas, parecem ser os mais antigos da história cristã, tendo sobrevivido quase 2 mil anos em uma caverna do país do Oriente Médio”.

As relíquias, que estão atualmente em Israel, poderiam trazer à luz novos dados para nosso entendimento sobre o nascimento do cristianismo e sobre a crucificação e a ressurreição de Jesus Cristo. O conjunto de cerca de 70 livros – cada um com entre 5 e 15 “folhas” de chumbo presas por aros de chumbo – foi aparentemente descoberto em um vale remoto e árido no norte da Jordânia, entre 2005 e 2007. Uma enchente expôs dois nichos dentro da caverna, um deles marcado com um menorá, candelabro que é símbolo do judaísmo. Um beduíno jordaniano abriu os nichos e o que encontrou ali dentro parece ser uma extremamente rara relíquia dos primórdios do cristianismo. Essa é a visão do governo da Jordânia, que alega que os livros foram contrabandeados para Israel por outro beduíno. O beduíno israelense que atualmente guarda os livros nega tê-los contrabandeado e alega que as antiguidades são peças que sua família possui há cem anos. O governo jordaniano disse que fará “todos os esforços, em todos os níveis” para repatriar as relíquias.


O diretor do Departamento de Antiguidades da Jordânia, Ziad Al-Saad, diz que os livros parecem ter sido feitos por seguidores de Jesus nas décadas seguintes a sua crucificação. “Talvez eles sejam mais significativos que os pergaminhos do Mar Morto (relíquias descobertas nos anos 1940 que contêm textos bíblicos)”, disse Saad. “Talvez eles precisem de mais interpretação e conferência de autenticidade, mas a informação inicial é muito animadora. Parece que estamos diante de uma descoberta importante e significativa, talvez a mais importante da história da arqueologia.” Ante alegações tão fortes, quais são as provas? As “folhas” dos livros – a maioria delas do tamanho de um cartão de crédito – contêm textos escritos em hebraico antigo, a maior parte em código. Se as relíquias forem de fato de origens cristãs, em vez de judaicas, são de grande significado. Um dos poucos a ter visto a coleção é David Elkington, acadêmico que estuda arqueologia religiosa e líder de uma equipe britânica empenhada em levar os livros a um museu na Jordânia. Elkington alega que os livros podem ser “a maior descoberta da história cristã”. “É de tirar o fôlego a ideia que tenhamos contato com objetos que podem ter sido portados pelos primeiros santos da Igreja.” O acadêmico diz que as relíquias contêm sinais que seriam interpretados, pelos cristãos da época, como imagens de Jesus e de Deus e da “chegada do messias”…

Leia o texto completo.

O que dizem os biblioblogueiros?

No Biblical Studies Carnival 61, publicado hoje, Darrell Pursiful diz:

“The big archeological news at the end of the month had to do with a number of miniature lead codices that might possibly be very early Christian artefacts. Jim West provided the press release. Jim Davila, John Byron, and Doug Chaplin weighed in. Larry Hurtado (speaking, I think, for most if not all of us) told Ziad al-Saad, director of Jordan’s Department of Antiquities and author of the press release, to “Chill, dude.” Larry doesn’t like to be played when it comes to scholarly issues. James McGrath and Tom Verenna provided roundups of responses. The rogueclassicist thinks the whole thing is silly. April DeConick says, ‘Come on.'”

Mark Goodacre, em seu NT Blog, escreve hoje: The Lead Codices a Fake [Códices de chumbo, uma falsificação]. E fornece também alguns links. Confira.

Vamos aguardar…

Mais:
:: Random Thoughts on the fake metal codices – Jim Davila: PaleoJudaica – 02/04/2011 (Via Mark Goodacre)
:: Fake Metal Codices: Media Fail – Jim Davila: PaleoJudaica – 03/04/2011
:: Metal Codices To Be Examined by Multiple Labs – Todd Bolen: BiblePlaces Blog – 29/04/2011
:: A recap of the evidence that the metal codices are fakes – Jim Davila: PaleoJudaica – 29/04/2011

Descoberta, no Egito, a capital dos hicsos: Aváris

A notícia nem é tão recente assim, é do fim de junho. Mas fica o registro: a capital dos hicsos, Aváris, no Egito, do século XVII a.C., foi descoberta. Mapeada por radar, ainda está soterrada. Leia sobre a descoberta e veja fotos aqui, aqui, aqui e aqui.

Quem são os hicsos?

Maneton (Mánethôs) é um sacerdote egípcio de Heliópolis, ligado à política dos Ptolomeus, especificamente à introdução do culto de Serápis no Egito.

Os egípcios acreditam que o touro Ápis representa Osíris. A soma dos nomes Ápis e Osíris dá Osérapis, daí Serápis, para o qual se constroem os Serapeum. Mas Serápis é um deus que combina às suas características egípcias elementos tirados de deuses gregos como Zeus, Hades e Asclépios. Serápis é uma tentativa dos Ptolomeus de introdução de um deus comum a egípcios e gregos.

Maneton escreve a Aegyptiaca, em grego, na qual faz uma descrição da história passada do Egito, tornando-se, inclusive, o primeiro autor egípcio a fazer isso. Aí ele fala dos judeus. E fala mal. Ele é o primeiro escritor antissemita de uma série de escritores egípcios helenizados.

Seus textos sobre os judeus estão preservados no Contra Apionem de Flávio Josefo. Em Contra Apionem I, 73-91 Maneton fala da invasão do Egito pelos hicsos e aí dá a sua célebre etimologia de “hicsos” como “reis-pastores”, aliás, equivocada. “Hicsos” significa “chefes de povos estrangeiros”.

Os hicsos, pensávamos até recentemente, constituíam um conjunto de povos asiáticos, liderados por hurritas, que teriam invadido a Palestina e o Egito. No Egito eles se estabeleceram na região do delta, na capital Aváris, e governaram o Egito durante cerca de 100 anos (1670-1570 a.C. – observo, entretanto que estas datas podem variar em algumas dezenas de anos conforme a cronologia usada), constituindo as XV e XVI dinastias.

A arqueologia defende hoje que esta “invasão” parece ter sido muito mais uma ocupação cananeia gradual e pacífica do delta do que uma operação militar.

Mais sobre os hicsos? Veja aqui e aqui.

Pinturas antigas de alguns apóstolos de Jesus

Arqueólogos acham pinturas mais antigas dos apóstolos de Jesus

Arqueólogos e restauradores de arte usando nova tecnologia a laser descobriram o que acreditam ser as pinturas mais antigas dos rostos dos apóstolos de Jesus Cristo. As imagens encontradas em um ramal das catacumbas de Santa Tecla, perto da Basílica de São Pedro, do lado de fora das muralhas da Roma antiga, foram pintadas no fim do século 4 ou início do século 5. Arqueólogos acreditam que essas imagens podem estar entre as que mais influenciaram os retratos feitos por artistas posteriores dos mais importantes entre os primeiros seguidores de Cristo. “São as primeiras imagens que conhecemos dos rostos desses quatro apóstolos”, disse o professor Fabrizio Bisconti, diretor de arqueologia das catacumbas de Roma, que pertencem ao Vaticano e são administradas por ele. Os afrescos eram conhecidos, mas seus detalhes vieram à tona durante um projeto de restauração iniciado dois anos atrás e cujos resultados foram anunciados nesta terça-feira (22) em coletiva de imprensa. Os ícones de rosto inteiro incluem as faces de São Pedro, Santo André e São João, que fizeram parte dos 12 apóstolos de Jesus, e São Paulo, que se tornou apóstolo após a morte de Cristo.


Fonte: Notícias: IHU On-Line – 23/06/2010

Abelhas em Israel: descobertas antigas colmeias

Arqueólogos acham abelhas domésticas mais antigas do mundo

Em Tel Rehov, norte de Israel, no vale do rio Jordão. As colmeias devem ser do século X a.C. As abelhas foram trazidas da região da atual Turquia.

The charred remains of bees have been found within a honeycomb from the hives at Tel Rehov, Israel. Scientists say the bees had been imported from Turkey.

Fonte: Reinaldo José Lopes, na Folha.com: 08/06/2010 – 05h00

Leia Mais:
Evidence of Honeybees in Ancient Israel – Todd Bolen: BiblePlaces Blog – June 08, 2010

As cartas de Tell el- Amarna transliteradas

O que são as Cartas de Tell el-Amarna? Veja aqui e aqui.

Diz Shlomo Izre’el em The Amarna Tablets:
“The Amarna tablets are named after the site Tell el-Amarna (in middle Egypt) where they were discovered. The first Amarna tablets were found by local inhabitants in 1887. They form the majority of the corpus. Subsequent excavations at the site have yielded less than 50 out of the 382 itemized tablets and fragments which form the Amarna corpus known to date. The majority of the Amarna tablets are letters. These letters were sent to the Egyptian Pharaohs Amenophis III and his son Akhenaten around the middle of the 14th century B.C. The correspondents were kings of Babylonia, Assyria, Hatti and Mitanni, minor kings and rulers of the Near East at that time, and vassals of the Egyptian Empire. Almost immediately following their discovery, the Amarna tablets were deciphered, studied and published. Their importance as a major source for the knowledge of the history and politics of the Ancient Near East during the 14th Century B.C. was recognized. The tablets presented several difficulties to scholars. The Amarna tablets are written in Akkadian cuneiform script and present many features which are peculiar and unknown from any other Akkadian dialect. This was most evident in the letters sent from Canaan, which were written in a mixed language (Canaanite-Akkadian). The Amarna letters from Canaan have proved to be the most important source for the study of the Canaanite dialects in the pre-Israelite period”.

Continue a ler sobre esta Electronic version of the Amarna tablets.

Aniversário de Israel Finkelstein

E por falar em arqueologia [post anterior, sobre o C-14]…

Hoje o arqueólogo Israel Finkelstein está comemorando 61 anos de vida.

Parabéns, Professor Finkelstein!

Sobre o mais importante arqueólogo da Palestina na atualidade, suas pesquisas e publicações, cf. aqui.

Novo método não destrutivo de datação por C-14

“Cientistas apresentam novo método de datação por carbono 14 [Como funciona a datação por Carbono 14?] que poderia ser usado para avaliar objetos históricos (…) A famosa análise que determina a idade de artefatos antigos é muitas vezes rejeitada por museus e historiadores porque exige que um pedaço da peça seja removido.

O novo método, apresentado na terça feira [23 de março de 2010] durante o 239º Encontro Nacional da Sociedade Americana de Química (ACS) em São Francisco, dispensa essa e outras etapas que destroem parte da amostra. Ele foi criado por uma equipe liderada pelo Dr. Marvin Rowe, professor emérito da Universidade Texas A&M.

A datação de carbono convencional estima a idade de artefatos baseado na taxa de decaimento do isótopo radioativo carbono-14 – uma variante do carbono que existeComo funciona a datação por carbono-14? em todos os seres vivos. Isso significa que todo material de origem animal ou vegetal (como tecidos, ossos, couro) pode ser datado por meio desse método. O primeiro passo é remover uma amostra dos objetos que será tratada com um ácido forte e uma base forte e, em seguida, queimada em uma pequena câmara de vidro. Esse processo irá produzir o gás dióxido de carbono cujo carbono 14 será analisado. Cientistas então comparam a quantidade do isótopo encontrada na amostra com a quantidade de C-14 que estaria presente na atmosfera de um período específico da historia.

Na nova técnica do dr. Rowe, chamado de ‘datação de carbono não destrutiva’, o artefato é colocado em uma câmara especial com um plasma (um gás eletricamente carregado). De forma lenta e suave, este gás oxida a superfície do objeto e produz carbono 14 para análise sem danificá-lo. Isso significa que o objeto não é mutilado. Os pesquisadores usaram o método para analisar cerca de 20 substâncias orgânicas que já haviam passado pela análise antiga, entre elas madeira, couro, pelo de coelho, um osso com carne mumificada e um tecido egípcio de 1.350 anos. Todos os resultados bateram com aqueles da datação convencional. Tanto o método antigo como o novo podem estimar objetos de até 50 mil anos. Como a câmara de vidro pode ser feita para acomodar grandes objetos, os pesquisadores estão entusiasmados com o método, que pode ser adotado para analisar objetos dos quais não é possível retirar freqüentes amostras…”

Fonte: Paula Rothman – INFO Online – 26 de março de 2010 – 09h44

 

New method could revolutionize dating of ancient treasures
“Scientists today described development of a new method to determine the age of ancient mummies, old artwork, and other relics without causing damage to these treasures of global cultural heritage. Reporting at the 239th National Meeting of the American Chemical Society (ACS), they said it could allow scientific analysis of hundreds of artifacts that until now were off limits because museums and private collectors did not want the objects damaged. ‘This technique stands to revolutionize radiocarbon dating,’ said Marvin Rowe, Ph.D., who led the research team. ‘It expands the possibility for analyzing extensive museum collections that have previously been off limits because of their rarity or intrinsic value and the destructive nature of the current method of radiocarbon dating’ (…) Rowe explained that the new method is a form of radiocarbon dating, the archaeologist’s standard tool to estimate the age of an object by measuring its content of naturally-occurring radioactive carbon. A professor emeritus at Texas A&M University College Station, Rowe teaches at a branch of the university in Qatar. Traditional carbon dating involves removing and burning small samples of the object. Although it sometimes requires taking minute samples of an object, even that damage may be unacceptable for some artifacts. The new method does not involve removing a sample of the object. Conventional carbon dating estimates the age of an artifact based on its content of carbon-14 (C-14), a naturally occurring, radioactive form of carbon. Comparing the C-14 levels in the object to levels of C-14 expected in the atmosphere for a particular historic period allows scientists to estimate the age of an artifact. Both the conventional and new carbon dating methods can determine the age of objects as far back as 45,000 to 50,000 years, Rowe said. In conventional dating methods, scientists remove a small sample from an object, such as a cloth or bone fragment. Then they treat the sample with a strong acid and a strong base and finally burn the sample in a small glass chamber to produce carbon dioxide gas to analyze its C-14 content. Rowe’s new method, called ‘non-destructive carbon dating,’ eliminates sampling, the destructive acid-base washes, and burning. In the new method, scientists place an entire artifact in a special chamber with a plasma, an electrically charged gas similar to gases used in big-screen plasma television displays. The gas slowly and gently oxidizes the surface of the object to produce carbon dioxide for C-14 analysis without damaging the surface, he said. Rowe and his colleagues used the technique to analyze the ages of about 20 different organic substances, including wood, charcoal, leather, rabbit hair, a bone with mummified flesh attached, and a 1,350-year-old Egyptian weaving. The results match those of conventional carbon dating techniques, they say (…) The scientists are currently refining the technique…”

Fonte: Phys.org – March 23, 2010