Alerta vermelho para a espécie humana

Los problemas más graves del planeta continuan, advierte el informe de la ONU

Nairobi/Nueva York, 25 de octubre: El Programa de las Naciones Unidas para el Medio Ambiente informa de que amenazas graves como el cambio climático, el índice de extinción de las especies y el reto de alimentar a una población en crecimiento, se encuentran entre las que aún están sin resolver. Todas ellas ponen en peligro a la Humanidad. Esta advertencia está incluida en la Perspectiva del Medio Ambiente Mundial del PNUMA: Un informe sobre un medio ambiente para el desarrollo (GEO-4) publicado 20 años después de que la Comisión Mundial para el Medioambiente y Desarrollo (la Comisión Brundtland) publicase su informe principal, “Nuestro Futuro Común”. GEO-4, el último de una serie de informes emblemáticos del PNUMA, evalúa el estado actual de la atmósfera, de la tierra, del agua y de la biodiversidad mundiales, describe los cambios acontecidos desde 1987 e identifi ca una serie de prioridades de actuación. El GEO-4 es el informe más completo de la ONU sobre el medio ambiente; ha sido preparado por unos 390 expertos y revisado por más de 1000 de todo el mundo…

 

Planet’s Tougher Problems Persist, UN Report Warns

Nairobi/New York, 25 October:The United Nations Environment Programme says that major threats to the planet such as climate change, the rate of extinction of species, and the challenge of feeding a growing population are among the many that remain unresolved, and all of them put humanity at risk. The warning comes in UNEP’s Global Environment Outlook: environment for development (GEO-4) report published 20 years after the World Commission on Environment and Development (the Brundtland Commission) produced its seminal report, Our Common Future. GEO-4, the latest in UNEP’s series of flagship reports, assesses the current state of the global atmosphere, land, water and biodiversity, describes the changes since 1987, and identifies priorities for action. GEO-4 is the most comprehensive UN report on the environment, prepared by about 390 experts and reviewed by more than 1 000 others across the world…

 

‘Será que estamos entrando na sexta grande extinção?’, diz brasileira sobre estudo da ONU de espécies ameaçadas

Relatório indica que um milhão de espécies de animais e plantas estão ameaçadas de extinção. A última vez em que um número tão elevado de seres vivos foi exterminado ocorreu há 65 milhões de anos, com o fim dos dinossauros.

Por RFI  – 06/05/2019

O relatório mais completo dos últimos 50 anos sobre o estado de conservação da natureza no mundo foi divulgado nesta segunda-feira (6), em Paris, pela Plataforma Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES), das Nações Unidas (ONU). O documento afirma que uma destruição de espécies animais e vegetais “sem precedentes” está em curso: 1 milhão de seres vivos estão ameaçados.

“Desde que o homem existe, já houve extinções como essa. Mas será que estamos entrando na sexta grande extinção?”, afirma a antropóloga Manuela Carneiro da Cunha, uma das maiores especialistas em povos indígenas do Brasil e que participou da cúpula, realizada na Unesco.

A última vez em que um número tão elevado de seres vivos foi exterminado ocorreu há 65 milhões de anos, com o fim dos dinossauros. Desde o século 17, os estudos e a documentação sobre o tema são abundantes.

“É bastante assustador porque a extinção se acelerou muito nos últimos 50 anos. Não significa que não existisse antes – o homem sempre teve um ‘problema’ para conservar a natureza. Mas há uma aceleração evidente do ritmo da devastação.”

Um milhão de espécies de plantas e animais estão ameaçadas de extinção, segundo relatório da ONU

Mudanças possíveis

No lançamento do documento, o presidente do IPBES, Robert Watson, ressaltou que, ao destruir os ecossistemas, o homem “está acabando com os fundamentos da sua própria economia, seus meios de subsistência, segurança alimentar, saúde e qualidade de vida”. Ele indica que o desmatamento, a agricultura intensiva, a pesca excessiva, a urbanização desmedida e a extração mineral “alteram gravemente” 75% do meio ambiente terrestre e 66% do ambiente marinho. As mudanças climáticas e a poluição também são fatores que interferem nesse cenário de destruição.

Mas o relatório ressalta que a natureza ainda pode ser conservada e regenerada, desde que uma “mudança profunda” seja implementada na sociedade, destacou Watson. “Ainda existe possibilidade de mudança, mas já estamos atrasados. Ou passamos para a ação, ou vamos perder esse bonde”, afirmou Carneiro da Cunha. “Precisamos de mudanças no modo de fazer comércio e de explorar os recursos. Uma mudança estrutural.”

Conhecimento dos índios valorizado

Uma particularidade desse relatório é que incorpora o conhecimento de povos indígenas e comunidades locais sobre o estado de preservação da natureza. “Há estudos que mostram que esses povos manejam mais de um quarto as áreas terrestres. Esse conhecimento tradicional foi incorporado aos estudos científicos”, diz a antropóloga.

O relatório é resultado de três anos de pesquisas de mais de 450 cientistas, de 50 países. Eles apontam que, entre as ferramentas para enfrentar o problema da devastação, o sistema agroalimentar está em primeiro plano. Será necessária uma transformação da produção agrícola para métodos mais sustentáveis, a fim de alimentar 10 bilhões de pessoas em 2050. O documento indica, por exemplo, os efeitos negativos para a natureza do consumo de carne e produtos derivados no leite, mas não pede para que haja uma redução do consumo.

Fonte: G1 – 06/05/2019

 

Sexta extinção em massa na Terra ameaça mais de meio milhão de espécies

Como frear a destruição da natureza? Governos e cientistas se reunirão na próxima semana, em Paris, para alertar sobre o estado dos ecossistemas do planeta, golpeados pela ação do homem.

A reportagem é publicada por Clarín, 25-04-2019. A tradução é do Cepat.

Esta avaliação mundial é a primeira em quase 15 anos: 150 especialistas de 50 países trabalharam durante três anos, reunindo milhares de estudos sobre biodiversidade.

Seu relatório, de 1.800 páginas, será submetido, a partir de segunda-feira, aos 130 Estados membros da Plataforma Intergovernamental Científico-normativa sobre Biodiversidade e Serviços dos Ecossistemas (IPBES), que discutirão ponto por ponto.

“O patrimônio ambiental mundial – a terra, os oceanos, a atmosfera e a biosfera -, da qual depende a humanidade, está sendo alterado em um nível sem precedentes, com impactos em cascata sobre os ecossistemas locais e regionais”, aponta o rascunho do resumo do relatório, que poderá ser modificado, segundo informou a agência AFP.

Água potável, ar, insetos polinizadores, matas que absorvem CO2…, a constatação sobre estes recursos é tão alarmante como o último relatório do Painel Intergovernamental de Especialistas sobre a Mudança Climática (IPCC), que no ano passado destacou a lacuna crescente entre as emissões de gases do efeito estufa e o objetivo de limitar a mudança climática.

Segundo o texto, os dois fenômenos – perda de biodiversidade e aquecimento global – estão acentuados pelos mesmos fatores, entre eles, as práticas agrícolas e o desmatamento, responsáveis por cerca de um quarto das emissões de CO2.

Por sua vez, a exploração de terras e recursos (pesca, caça) é a maior causa da perda de biodiversidade, seguida pela mudança climática, poluição e espécies invasivas.

O resultado é “uma aceleração rápida, iminente, do nível de extinção de espécies”, segundo aponta o rascunho do relatório. Das 8 milhões de espécies no planeta (das quais 5,5 milhões são de insetos), “entre meio milhão e um milhão estarão ameaçadas de extinção, muitas delas nas próximas décadas”, destaca o texto.

Estas projeções correspondem às advertências de muitos cientistas que estimam que a Terra está começando a “6ª extinção massiva”.

No entanto, várias fontes do setor lamentaram que o projeto da ONU não fosse tão claro, ao não mencionar esta extinção em massa.

“Não há dúvida que nos dirigimos à sexta extinção em massa, e a primeira causada pelo homem”, declarou à AFP o presidente do IPBES, Robert Watson. “Contudo, não é algo que o público consiga ver facilmente”.

Para que haja uma tomada de consciência, “é preciso dizer que estamos perdendo insetos, matas, espécies carismáticas”. Também “os governos e o setor privado devem começar a levar a sério a biodiversidade, tanto como o aquecimento”, insistiu este cientista.

Um ano antes da aguardada reunião dos Estados-membros do Convênio da ONU sobre Diversidade Biológica (COP15), na China, muitos especialistas esperam que o relatório do IPBES signifique uma etapa crucial para um acordo de envergadura como o assinado em Paris, em 2015, contra a mudança climática, ou seja, que se fixem “objetivos de alto nível”.

“Se queremos um planeta sustentável em 2050, devemos contar com uma meta muito agressiva para 2030”, apontou Rebecca Shaw, cientista-chefe da ONG. “Assim como em relação ao clima, devemos mudar de trajetória nos próximos 10 anos”.

No entanto, dado que os “remédios” contra o aquecimento global relacionados às mudanças no sistema produtivo e de consumo suscitam, já, grandes resistências, os especialistas se perguntam o que acontecerá com a biodiversidade…

“Será ainda mais difícil porque as pessoas são menos conscientes dos problemas da biodiversidade”, afirmou Jean-François Silvain, presidente da Fundação francesa para a Investigação sobre a Biodiversidade. “Precisarão ser lúcidos”, concluiu.

Fonte: IHU – 26/04/2019

 

Planet’s tougher problems persist, UN report warns

The United Nations Environment Programme says that major threats to the planet such as climate change, the rate of extinction of species, and the challenge of feeding a growing population are among the many that remain unresolved, and all of them put humanity at risk.

The warning comes in UNEP’s Global Environment Outlook: environment for development (GEO-4) report published 20 years after the World Commission on Environment and Development (the Brundtland Commission) produced its seminal report, Our Common Future. GEO-4, the latest in UNEP’s series of flagship reports, assesses the current state of the global atmosphere, land, water and biodiversity, describes the changes since 1987, and identifies priorities for action. GEO-4 is the most comprehensive UN report on the environment, prepared by about 390 experts and reviewed by more than 1 000 others across the world.

It salutes the world’s progress in tackling some relatively straightforward problems, with the environment now much closer to mainstream politics everywhere. But despite these advances, there remain the harder-to-manage issues, the “persistent” problems. Here, GEO-4 says: “There are no major issues raised in Our Common Future for which the foreseeable trends are favourable.”

Failure to address these persistent problems, UNEP says, may undo all the achievements so far on the simpler issues, and may threaten humanity’s survival. But it insists: “The objective is not to present a dark and gloomy scenario, but an urgent call for action.”

Achim Steiner, UN Under-Secretary General and UNEP Executive Director, said: “The international community’s response to the Brundtland Commission has in some cases been courageous and inspiring. But all too often it has been slow and at a pace and scale that fails to respond to or recognize the magnitude of the challenges facing the people and the environment of the planet”.

“Over the past 20 years, the international community has cut, by 95 per cent, the production of ozone-layer damaging chemicals; created a greenhouse gas emission reduction treaty along with innovative carbon trading and carbon offset markets; supported a rise in terrestrial protected areas to cover roughly 12 per cent of the Earth and devised numerous important instruments covering issues from biodiversity and desertification to the trade in hazardous wastes and living modified organisms,” he added.

“But, as GEO-4 points out, there continue to be ‘persistent’ and intractable problems unresolved and unaddressed. Past issues remain and new ones are emerging?from the rapid rise of oxygen ‘dead zones’ in the oceans to the resurgence of new and old diseases linked in part with environmental degradation. Meanwhile, institutions like UNEP, established to counter the root causes, remain under-resourced and weak,” said Mr Steiner.

On climate change the report says the threat is now so urgent that large cuts in greenhouse gases by mid-century are needed. Negotiations are due to start in December on a treaty to replace the Kyoto Protocol, the international climate agreement which

obligates countries to control anthropogenic greenhouse gas emissions. Although it exempts all developing countries from emission reduction commitments, there is growing pressure for some rapidly-industrializing countries, now substantial emitters themselves, to agree to emission reductions.

GEO-4 also warns that we are living far beyond our means. The human population is now so large that “the amount of resources needed to sustain it exceeds what is available… humanity’s footprint [its environmental demand] is 21.9 hectares per person while the Earth’s biological capacity is, on average, only 15.7 ha/person…”.

And it says the well-being of billions of people in the developing world is at risk, because of a failure to remedy the relatively simple problems which have been successfully tackled elsewhere.

GEO-4 recalls the Brundtland Commission’s statement that the world does not face separate crises – the “environmental crisis”, “development crisis”, and “energy crisis” are all one. This crisis includes not just climate change, extinction rates and hunger, but other problems driven by growing human numbers, the rising consumption of the rich and the desperation of the poor.

Examples are:

– decline of fish stocks;

– loss of fertile land through degradation;

– unsustainable pressure on resources;

– dwindling amount of fresh water available for humans and other creatures to share; and

– risk that environmental damage could pass unknown points of no return.

GEO-4 says climate change is a “global priority”, demanding political will and leadership. Yet it finds “a remarkable lack of urgency”, and a “woefully inadequate” global response.

Several highly-polluting countries have refused to ratify the Kyoto Protocol. GEO-4 says: “… some industrial sectors that were unfavourable to the… Protocol managed successfully to undermine the political will to ratify it.” It says: “Fundamental changes in social and economic structures, including lifestyle changes, are crucial if rapid progress is to be achieved.”

Among the other critical points it identifies are:

Water: Irrigation already takes about 70 per cent of available water, yet meeting the Millennium Development Goal on hunger will mean doubling food production by 2050. Fresh water is declining: by 2025, water use is predicted to have risen by 50 per cent in developing countries and by 18 per cent in the developed world. GEO-4 says: “The escalating burden of water demand will become intolerable in water-scarce countries.”

Water quality is declining too, polluted by microbial pathogens and excessive nutrients. Globally, contaminated water remains the greatest single cause of human disease and death.

Fish: Consumption more than tripled from 1961 to 2001. Catches have stagnated or slowly declined since the 1980s. Subsidies have created excess fishing capacity, estimated at 250 per cent more than is needed to catch the oceans’ sustainable production.

Biodiversity: Current biodiversity changes are the fastest in human history. Species are becoming extinct a hundred times faster than the rate shown in the fossil record. The Congo Basin’s bushmeat trade is thought to be six times the sustainable rate. Of the major vertebrate groups that have been assessed comprehensively, over 30 per cent of amphibians, 23 per cent of mammals and 12 per cent of birds are threatened.

The intrusion of invasive alien species is a growing problem. The comb jellyfish, accidentally introduced in 1982 by US ships, has taken over the entire marine ecosystem of the Black Sea, and had destroyed 26 commercial fisheries by 1992.

A sixth major extinction is under way, this time caused by human behaviour. Yet to meet our growing demand for food will mean either intensified agriculture (using more chemicals, energy and water, and more efficient breeds and crops) or cultivating more land. Either way, biodiversity suffers.

One sign of progress is the steady increase in protected areas. But they must be effectively managed and properly enforced. And biodiversity (of all sorts, not just the “charismatic megafauna” like tigers and elephants) will increasingly need conserving outside protected areas as well.

Regional Pressures: This is the first GEO report in which all seven of the world’s regions emphasize the potential impacts of climate change. In Africa, land degradation and even desertification are threats; per capita food production has declined by 12 per cent since 1981. Unfair agricultural subsidies in developed regions continue to hinder progress towards increasing yields. Priorities for Asia and the Pacific include urban air quality, fresh water stress, degraded ecosystems, agricultural land use and increased waste. Drinking water provision has made remarkable progress in the last decade, but the illegal traffic in electronic and hazardous waste is a new challenge. Europe’s rising incomes and growing numbers of households are leading to unsustainable production and consumption, higher energy use, poor urban air quality, and transport problems. The region’s other priorities are biodiversity loss, land-use change and freshwater stresses.

Latin America and the Caribbean face urban growth, biodiversity threats, coastal damage and marine pollution, and vulnerability to climate change. But protected areas now cover about 12 per cent of the land, and annual deforestation rates in the Amazon are falling. North America is struggling to address climate change, to which energy use, urban sprawl and freshwater stresses are all linked. Energy efficiency gains have been countered by the use of larger vehicles, low fuel economy standards, and increases in car numbers and distances travelled. For West Asia the priorities are freshwater stresses, degradation of land, coasts and marine ecosystems, urban management, and peace and security. Water-borne diseases and the sharing of international water resources are also concerns. The Polar Regions are already feeling the impacts of climate change. The food security and health of indigenous peoples are at risk from increasing mercury and persistent organic pollutants in the environment. The ozone layer is expected to take another half-century to recover.

The Future

GEO-4 acknowledges that technology can help to reduce people’s vulnerability to environmental stresses, but says there is sometimes a need “to correct the technology-centred development paradigm”. It explores how current trends may unfold by 2050 in four scenarios.

The real future will be largely determined by the decisions individuals and society make now, GEO-4 says: “Our common future depends on our actions today, not tomorrow or some time in the future.”

For some of the persistent problems the damage may already be irreversible. GEO-4 warns that tackling the underlying causes of environmental pressures often affects the vested interests of powerful groups able to influence policy decisions. The only way to address these harder problems requires moving the environment from the periphery to the core of decision-making: environment for development, not development to the detriment of environment.

“There have been enough wake-up calls since Brundtland. I sincerely hope GEO-4 is the final one. The systematic destruction of the Earth’s natural and nature-based resources has reached a point where the economic viability of economies is being challenged and where the bill we hand on to our children may prove impossible to pay,” said Mr Steiner.

The GEO-4 report concludes that “while governments are expected to take the lead, other stakeholders are just as important to ensure success in achieving sustainable development. The need couldn’t be more urgent and the time couldn’t be more opportune, with our enhanced understanding of the challenges we face, to act now to safeguard our own survival and that of future generations” ends.

Key facts from the report

Atmosphere

There is now “visible and unequivocal” evidence of the impacts of climate change, and consensus that human activities have been decisive in this change: global average temperatures have risen by about 0.7 °C since 1906. A best estimate for this century’s rise is expected to be between a further 1.8°C and °C. Some scientists believe a 2°C increase in the global mean temperature above pre-industrial levels is a threshold beyond which the threat of major and irreversible damage becomes more plausible.

Ice cores show that the levels of carbon dioxide (CO2) and methane are now far outside their ranges of natural variability over the last 500 000 years: the Earth’s climate has entered a state unparalleled in recent prehistory. The average temperatures in the Arctic are rising twice as rapidly as in the rest of the world.

Sea-level rise caused by thermal expansion of water and the melting of glaciers and ice sheets will continue for the foreseeable future, with potentially huge consequences: over 60 per cent of the population worldwide lives within 100 kilometres of the coast.

Growing ocean acidification and warmer temperatures will probably also affect global food security. Diarrhoea and malaria will become more widespread.

Present trends do not favour greenhouse gas stabilisation. Aviation saw an 80 per cent increase in miles flown between 1990 and 2003, while shipping rose from billion tonnes of goods loaded in 1990 to 7.1 billion tonnes in 2005: each sector makes huge and increasing energy demands.

Some greenhouse gases may persist in the atmosphere for up to 50 000 years.

Despite “impressive” success in phasing out ozone-depleting substances, the spring “hole” in the stratospheric ozone layer over the Antarctic is now larger than ever, allowing harmful ultraviolet solar radiation to reach the Earth.

Acid rain is now much less of a problem in Europe and North America (“one of the success stories of recent decades”), but more challenging in countries like Mexico, India and China.

Pollution

More than 50 000 compounds are used commercially, hundreds more are added annually, and global chemical production is projected to increase by 85 per cent over the next 20 years.

Environmental exposure causes almost a quarter of all diseases. More than two million people worldwide are estimated to die prematurely every year from indoor and outdoor air pollution.

Some of the progress achieved in reducing pollution in developed countries has been at the expense of the developing world, where industrial production and its impacts are now being exported.

Food

Losses in total global farm production, due to insect pests, have been estimated at about 1 per cent.

Since 1987 the expansion of cropland has slackened, but land use intensity has increased dramatically. Annually on average, a farmer then produced one tonne: output is now 1. tonnes. A hectare of cropland, which then yielded on average 1.8 tonnes, now produces 2.5 tonnes.

Unsustainable land use is causing degradation, a threat as serious as climate change and biodiversity loss. It affects up to a third of the world’s people, through pollution, soil erosion, nutrient depletion, water scarcity, salinity, and disruption of biological cycles.

The food security of two-thirds of the world’s people depends on fertilisers, especially nitrogen.

Population growth, over-consumption and the continued shift from cereal to meat consumption mean food demand will increase to 2.5?3.5 times the present figure.

By 2030 developing countries will probably need 120 million more hectares to feed themselves.

The loss of genetic diversity may threaten food security: 1 animal species make up 90 per cent of all livestock, and 30 crops dominate agriculture, providing an estimated 90 per cent of the world’s calories.

Biodiversity

About 60 per cent of the ecosystem services that have been assessed are degraded or used unsustainably; populations of freshwater vertebrates declined on average by nearly 50 per cent from 1987 to 2003, much faster than terrestrial or marine species.

Over half the world’s 6 000 languages are endangered, and some believe up to 90 per cent of all languages may not survive this century.

Water

Of the world’s major rivers, 10 per cent fail to reach the sea for part of each year because of irrigation demands.

In developing countries some 3 million people die annually from water-borne diseases, most of them under-five-year-olds. An estimated 2.6 billion people lack improved sanitation services. By 2025, water withdrawals are predicted to have risen by 50 per cent in developing countries and by 18 per cent in the developed world.

There is rising concern about the potential impacts on aquatic ecosystems, of personal-care products and pharmaceuticals such as painkillers and antibiotics.

The Unequal World

The world has changed radically since 1987, economically, socially and politically. Population has increased by almost 3 per cent, trade is almost three times greater, and average income per head has gone up by about 0 per cent.

Consumption has been growing faster than population, but unequally: the total annual income of nearly 1 billion people, the population of the richest countries, is almost 15 times that of the 2.3 billion people in the poorest countries.

There are fewer resources to share: the amount of land per capita is about a quarter of what it was a century ago, and is expected to fall to about one-fifth of the 1900 level by 2050.

Urbanization is a significant pressure: by 2025 coastal populations alone are expected to reach six billion. The year 2007 is the first in human history when more than half of all people live in cities.

Fonte : PNUE/UNEP

Leia Mais:
Entenda as alterações climáticas causadas pelo aquecimento global

Um animal ou uma máscara?

 

 

Um peixe. Peixe-cofre, um Boxfish. Da família dos Ostraciidae.

Cientistas descobrem espécies inéditas em mar filipino
Cientistas filipinos e americanos anunciaram nesta terça-feira, 16, terem descoberto novas espécies marinhas em uma das regiões de maior diversidade biológica do mundo, o Mar de Celebes, no Pacífico, ao Sul das Filipinas. Diversas espécies inéditas de vertebrados e invertebrados foram registradas a profundidades de até cinco quilômetros. O estudo, liderado pelo Instituto Oceanográfico Woods Hole, de Massachusetts [WHOI, Woods Hole Oceanographic Institution], em parceria com a revista National Geographic, concluiu que as espécies podem ter sido isoladas por milhões de anos no oceano. A região onde foram encontradas as espécies fica no “triângulo de coral” do Pacífico, entre a Malásia, a Indonésia e as Filipinas…

Fonte: Estadão.com.br: terça-feira, 16 de outubro de 2007, 15:08. Foto: AP.

Ostraciidae?
Os ostraciídeos ou ostraciontídeos (Ostraciidae), vulgarmente designados como peixes-cofre, são peixes da ordem dos Tetraodontiformes. Caracterizam-se por terem o corpo encerrado numa caixa óssea (daí o nome de “cofre”), composta por placas hexagonais, deixando de fora, apenas, a barbatana caudal. Algumas das espécies são designadas como Peixe-vaca (com ou sem “chifres” – protuberâncias ósseas localizadas na cabeça). O revestimento das diferentes espécies varia do verde-pálido com manchas e listas azuis até ao amarelo e castanho, com manchas azuis, brancas ou púrpuras. O seu habitat preferencial são os recifes de coral, em águas tropicais.

Quando vejo tão grande diversidade de vida, uma estranho sentimento de mundo toma conta de mim. E penso que temos a obrigação mesmo, olho no olho, falando de cara fechada, testa franzida, de tomar conta deste nosso precioso pequeno mundo tão ameaçado.

Olhe bem na cara desse peixinho – de milímetros – e veja se ele está achando graça no que estamos fazendo com o mundo!

A atual guerra do Peloponeso contra o fogo

Não a antiga guerra, entre Atenas e Esparta, de 431 a 404 a.C., mas a atual, contra os devastadores incêndios que se espalharam pela Grécia, em especial na região do Peloponeso. As ruínas da antiga Olímpia foram salvas com muito esforço.

Se não tomarmos juízo, a pequena nave, vulgo Planeta Terra, pode ficar muito danificada para sustentar a vida.

Por aqui, região de Ribeirão Preto, região de canaviais, o clima está muito ruim, com uma névoa seca que tomou conta do ar, de ontem para cá, com atmosfera totalmente cinza, enfumaçada.

Haze, em inglês, aponta o Weather Watcher para a região: névoa seca, em associação com a poeira, fumaça e outros poluentes.

Grecia em chamas, patrimonio cultural em risco


Informe-se:
Fight to save Olympic birthplace – BBC News: 26 August 2007, 18:52 GMT (com mapa dos incêndios)
Grécia já conta 56 mortos em incêndios; Olímpia é salva – Folha Online: 26/08/2007 – 15h25 (com imagem de satélite da Nasa)
Incêndios ameaçam ruínas antigas de Olímpia na Grécia – BBC Brasil: 26 de agosto, 2007 – 10h10 GMT (com galeria de fotos)

Como seria a Terra sem humanos?

E se todos os seres humanos fossem varridos de repente do planeta Terra? Como seria o mundo sem o Homo sapiens?

 

WEISMAN, A. O Mundo sem Nós. São Paulo: Planeta, 2007, 384 p. ISBN 9788576653028.

WEISMAN, A. O Mundo sem Nós. São Paulo: Planeta, 2007, 384 p. ISBN 9788576653028.São muitas as questões levantadas pelo Professor de Jornalismo da Universidade do Arizona Alan Weisman nesta investigação científica, que acabou de sair aqui com o título de O Mundo sem Nós. Após entrevistar especialistas – zoólogos, biólogos, engenheiros e paleontólogos, – Weisman faz revelações fascinantes e, ao mesmo tempo, perturbadoras sobre o impacto da humanidade no planeta. Nós fomos responsáveis pela extinção de várias espécies, e a natureza sobreviveu. Mas o que aconteceria se, atacados por um vírus, desaparecêssemos? Quais seriam as primeiras criações humanas a sumir? E as últimas?

 

:: WEISMAN, A. The World Without Us. New York: St. Martin’s Press, 2007, 336 p. ISBN 9780312347291.

In The World Without Us, Alan Weisman offers an utterly original approach to questions of humanity’s impact on the planet: he asks us to envision our Earth, without us (…) In this far-reaching narrative, Weisman explains how our massive infrastructure would collapse and finally vanish without human presence; which everyday items may become immortalized as fossils; how copper pipes and wiring would be crushed into mere seams of reddish rock; why some of our earliest buildings might be the last architecture left; and how plastic, bronze sculpture, radio waves, and some man-made molecules may be our most lasting gifts to the universe.

:: Livro escancara divórcio fatal entre os humanos e o planeta: Folha Online: 12/08/2007

 

Terra sem humanos – Entrevista com Alan Weisman

Uma nova forma de avaliar o impacto da humanidade sobre o ambiente é pensar como o mundo se sairia se todas as pessoas desaparecessem

Por Steve Mirsky – Scientific American Brasil: agosto de 2007

INTRODUÇÃO

É uma fantasia comum imaginar que você é a última pessoa viva na Terra. Mas e se todos os seres humanos fossem varridos de repente do planeta? Tal premissa é o ponto de partida de The world without us (O mundo sem nós), nova obra do autor de livros científicos Alan Weisman, professor associado de jornalismo da University of Arizona. Nesse longo exercício de pensamento, Weisman não especifica exatamente o que elimina o Homo sapiens, em vez disso ele simplesmente assume o desaparecimento repentino de nossa espécie e projeta a seqüência de eventos que provavelmente ocorreria nos anos, décadas e séculos a seguir.

Segundo Weisman, uma grande parte de nossa infra-estrutura física começaria a ruir quase que imediatamente. Sem equipes para a manutenção das ruas, nossos grandes bulevares e rodovias começariam a rachar e a ficar abaulados em questão de meses. Nas décadas seguintes, muitas casas e edifícios comerciais ruiriam, mas alguns itens comuns resistiriam à degradação por um tempo extraordinariamente longo. Panelas de aço inoxidável, por exemplo, poderiam durar milênios, especialmente se ficassem enterradas nos sítios pré-históricos cobertos por ervas daninhas em que nossas cozinhas se transformariam. E certos plásticos comuns permaneceriam intactos por centenas de milhares de anos, não se decompondo até que micróbios evoluíssem para adquirir a capacidade de consumi-los.

O editor da SCIENTIFIC AMERICAN Steve Mirsky entrevistou Weisman recentemente para descobrir por que ele escreveu o livro e que lições podem ser tiradas de sua pesquisa. Veja trechos da entrevista nas páginas seguintes.,Se os seres humanos desaparecessem amanhã, o magnífico horizonte de Manhattan não sobreviveria por muito mais tempo. Weisman descreve como a floresta de concreto de Nova York voltaria a ser uma floresta real.

“O que aconteceria a todas as nossas coisas se não estivéssemos mais aqui? Será que a natureza conseguiria eliminar todos os nossos vestígios? Há alguma coisa que fizemos que seja indestrutível ou indelével? Será que, por exemplo, a natureza transformaria a cidade de Nova York na floresta que a ocupava quando Henry Hudson a viu pela primeira vez, em 1609?

Tive uma conversa fascinante com engenheiros e profissionais de manutenção em Nova York sobre o que seria necessário para conter a natureza. Descobri que nossa infra-estrutura imensa, imponente e opressiva, que parece tão indestrutível, é na verdade bastante frágil e continua existindo e funcionando graças aos poucos seres humanos dos quais todos nós realmente dependemos. O nome Manhattan vem de um termo indígena que se refere a colinas. Ela era uma ilha cheia de morros. A região acabou aplanada para receber a grade de ruas. Ao redor das colinas costumavam fluir cerca de 40 ribeirões diferentes e havia várias nascentes por toda a ilha. O que aconteceu a toda aquela água? A quantidade de chuvas ainda é praticamente a mesma, mas hoje a água está dominada. No subterrâneo. Parte da água escorre pelo sistema de drenagem, mas ele nunca é tão eficiente quanto a natureza. Assim, há muita água correndo no subsolo, tentando sair. Mesmo em um dia claro e ensolarado, as pessoas responsáveis pela manutenção do metrô em Manhattan precisam bombear 49 milhões de litros de água para fora, ou os túneis inundariam.

Há lugares em Manhattan onde eles lutam o tempo todo contra o afloramento de rios subterrâneos que corroem os trilhos. Nas salas de bombeamento você vê uma quantidade enorme de água jorrando. E lá embaixo, em uma pequena caixa, estão as bombas que levam a água embora. Mas se os seres humanos desaparecessem amanhã, uma das primeiras coisas a ocorrer seria o desligamento da eletricidade. Nossa energia elétrica vem em grande parte de usinas nucleares ou movidas a carvão, que têm chaves de segurança automáticas para garantir que não saiam do controle no caso de ninguém estar monitorando o sistema. Assim que a energia elétrica fosse cortada, as bombas deixariam de funcionar, e os túneis do metrô começariam a se encher de água. Em 48 horas haveria muitas inundações em Nova York, algumas delas visíveis na superfície. Poderia acontecer transbordamento das bocas-de-lobo. Elas ficariam rapidamente entupidas com detritos – para começar, com os inúmeros sacos plásticos que o vento sopraria pela cidade e, mais tarde, como ninguém apararia a vegetação dos parques nem recolheria a vegetação seca, com o acúmulo de folhas e material orgânico.,Mas o que aconteceria no subsolo? Corrosão. Pense nas linhas de metrô abaixo das avenidas. Enquanto espera pelo trem, observe aquelas colunas de aço que sustentam o teto, que na verdade é a rua. Tudo começaria a sofrer corrosão e, ao final, ruiriam. Após algum tempo surgiriam crateras nas ruas – possivelmente em apenas duas décadas. E em pouco tempo algumas ruas voltariam a ser os riachos de superfície que existiam em Manhattan antes.

Muitos dos prédios em Manhattan estão apoiados sobre leito rochoso. Mas mesmo se contarem com vigas de aço na fundação, essas estruturas não foram projetadas para ficar submersas o tempo todo. Assim, também os prédios começariam a ruir. E como a mudança climática deve causar eventos mais extremos, com mais furacões atingindo a costa leste, a queda de um prédio, num desses eventos, derrubaria mais alguns, criando uma clareira. Essas clareiras receberiam sementes de plantas lançadas pelo vento, e estas se estabeleceriam nas fendas do asfalto. As clareiras já estariam cobertas de folhas, mas a cal vinda do concreto moído criaria um ambiente menos ácido para várias espécies. A cidade começaria a desenvolver seu próprio ecossistema. Toda primavera, quando a temperatura estivesse oscilando em torno do ponto de congelamento, novas rachaduras apareceriam. A água entraria nas rachaduras e congelaria. As rachaduras aumentariam e mais sementes seriam levadas pelo vento para dentro delas. Isso aconteceria bem rapidamente.

Como os ecossistemas da Terra mudariam se os seres humanos estivessem fora da jogada? Weisman diz que podemos ter um vislumbre desse mundo hipotético observando bolsões “primitivos” onde as marcas da humanidade sejam mais leves.

Para ver como o mundo seria se os humanos desaparecessem, comecei indo a lugares abandonados, que as pessoas deixaram por diferentes motivos. Um deles é o último fragmento de floresta primitiva na Europa. É como num conto de fadas dos irmãos Grimm: uma floresta escura, fechada, com lobos uivando e toneladas de musgo pendurado nas árvores. E esse lugar existe. Ele fica na fronteira da Polônia com a Bielo-Rússia. Era uma reserva de caça, estabelecida nos anos 1300 por um duque lituano que mais tarde se tornou rei da Polônia. Uma série de reis poloneses e depois czares russos a mantiveram como área de caça particular. Houve pouco impacto humano. Após a Segunda Guerra Mundial, ela se tornou um parque nacional. Você vê carvalhos e freixos de mais de 45 metros de altura e 3 metros de diâmetro, com sulcos tão profundos na casca que pica-paus os enchem de pinhas. Além de lobos e alces, essa floresta abriga o último rebanho selvagem de Bison bonasus, o bisão europeu nativo.

Também visitei a zona desmilitarizada coreana. Nela há um pequeno trecho de terra – com cerca de 240 km de extensão por 4 km de largura – junto do qual dois dos maiores exércitos do mundo ficam posicionados um diante do outro. Entre eles fica uma reserva “involuntária” de vida selvagem. É possível ver espécies que poderiam estar extintas se não fosse por aquele pedacinho de terra. Às vezes você ouve os soldados gritando uns com os outros por alto-falantes ou exibindo sua propaganda política de um lado a outro, e no meio de toda aquela tensão é possível ver bandos de garças azuis que passam o inverno lá.,Mas para realmente compreender um mundo sem os seres humanos percebi que é preciso aprender como o mundo era antes da nossa evolução. Então fui para a África, onde os seres humanos surgiram, e o único continente onde ainda há animais selvagens de grande porte. Antigamente havia animais de grande porte em todos os continentes e em muitas das ilhas. Tínhamos criaturas enormes na América do Norte e do Sul – preguiças-gigantes maiores que mamutes; castores do tamanho de ursos. O motivo de sua dizimação é controverso, mas muitos indícios apontam para nós. As extinções em cada massa de terra parecem coincidir com a chegada dos seres humanos. Mas a África é o local onde os seres humanos e os animais evoluíram juntos e os bichos de lá aprenderam estratégias para evitar nossa ação predatória. Sem os seres humanos, a América do Norte provavelmente se tornaria em curto prazo um bom habitat para cervos gigantes. À medida que as florestas se restabelecessem por todo o continente, herbívoros maiores se desenvolveriam, no tempo evolutivo, para tirar proveito de todos os nutrientes presentes nas espécies lenhosas. Predadores maiores também evoluiriam seguindo o mesmo padrão.

Pensar em uma Terra sem humanos pode ter benefícios práticos. Weisman explica que sua abordagem pode trazer uma nova luz aos problemas ambientais.

Não estou sugerindo que temos de nos preocupar com o desaparecimento repentino dos seres humanos amanhã, com algum raio alienígena mortal que nos eliminaria a todos. Pelo contrário, o que descobri é que essa forma de olhar para nosso planeta – fazendo-nos sumir apenas teoricamente – revelou ser tão fascinante que desarma os temores das pessoas ou a terrível onda de depressão que pode nos envolver quando lemos sobre os problemas ambientais que criamos e os possíveis desastres que poderemos enfrentar no futuro. Porque, francamente, sempre que lemos sobre essas coisas, nossa preocupação é: oh, meu Deus, nós vamos morrer? Será este o fim? Meu livro elimina essa preocupação bem no começo ao dizer que o fim já aconteceu. Por qualquer motivo, nós, seres humanos, desaparecemos, então agora vamos relaxar e ver o que acontece em nossa ausência. É uma maneira deliciosa de reduzir todo temor e ansiedade. E olhar para o que aconteceria em nossa ausência é outra forma de enxergar melhor o que acontece em nossa presença.

Por exemplo, pense em quanto tempo levaria para eliminar algumas das coisas que criamos. Algumas das invenções mais formidáveis têm uma longevidade que ainda não podemos prever, como alguns dos poluentes orgânicos persistentes que começaram como pesticidas ou produtos químicos industriais. Ou nossos plásticos, que têm uma presença gigantesca em nossa vida e no ambiente. E quase todas essas coisas só surgiram após a Segunda Guerra Mundial. Você começa a pensar que provavelmente não há como termos resultado positivo, e que estamos testemunhando uma maré esmagadora de proporções geológicas desencadeada pela raça humana na Terra. Eu levanto a possibilidade, quase no final do livro, de os seres humanos poderem continuar fazendo parte do ecossistema de forma muito mais equilibrada com o resto dos ocupantes do planeta.

É algo que abordo ao olhar primeiro não apenas para as coisas horríveis que criamos, e que são tão assustadoras – como a radioatividade e os poluentes, alguns dos quais poderão ainda persistir até o fim do planeta –, mas também para algumas das coisas belas que fizemos. Levanto a questão: não seria uma triste perda a humanidade ser extirpada do planeta? E quanto aos nossos maiores atos de arte e expressão? Nossa mais bela escultura? Nossa melhor arquitetura? Algum sinal que indique que estivemos aqui a certa altura resistirá? Essa é a segunda reação que obtenho junto às pessoas. A princípio elas pensam: esse mundo seria lindo sem nós. Mas então reconsideram: não seria triste não estarmos aqui? E não acho que o desaparecimento de todos nós da face da Terra seja necessário para voltarmos a um estágio mais saudável.,Dizem que a natureza abomina o vácuo. Se os seres humanos desaparecessem, alguma outra espécie poderia evoluir para um animal que fabricasse ferramentas, tivesse plantações, usasse linguagem e fosse capaz de dominar o planeta? Segundo Alan Weisman, os babuínos poderiam ter uma chance razoável. Eles têm o maior cérebro entre os primatas, com exceção do Homo sapiens, e, como nós, se adaptaram a viver nas savanas à medida que os habitats florestais na África encolheram. Weisman escreve em The world without us: “Se os ungulados dominantes nas savanas – o gado – desaparecessem, os gnus se multiplicariam para ocupar seu lugar. Se os humanos desaparecessem, os babuínos ocupariam o nosso? Será que sua capacidade craniana permaneceu suprimida durante o Holoceno porque saímos à frente deles, sendo os primeiros a descer das árvores? Sem os humanos no seu caminho, será que o potencial mental deles aumentaria e os levaria a um avanço evolucionário repentino em todas as fissuras de nosso nicho abandonado?”.

Hollywood, com sua longa série de filmes Planeta dos macacos, parece concordar com Weisman. Um segundo cenário fora da África poderia se desenrolar centenas de milhares de anos após o primeiro. Alguém se perguntaria como os arqueólogos babuínos do futuro interpretariam os extraordinários artefatos humanos – esculturas, cutelaria, sacos plásticos – enterrados sob seus pés. Weisman acha que “o desenvolvimento intelectual de qualquer criatura que os escavasse poderia ser abruptamente elevado para um plano evolucionário mais alto pela descoberta de ferramentas já prontas”. Mesmo como fantasmas, poderíamos continuar moldando o futuro. – Edward Bell,Nosso fim seria uma boa notícia para muitas espécies. Abaixo, uma pequena amostra dos animais e plantas que se beneficiariam com o desaparecimento dos seres humanos.

AVES: Sem os arranha-céus e linhas de transmissão para atrapalhar o vôo, pelo menos 1 bilhão de aves evitariam quebrar o pescoço a cada ano.

ÁRVORES: Em Nova York, carvalhos e bordos, juntamente com a invasora alianto, tomariam a cidade.

MOSQUITOS: Com o fim dos esforços de extermínio e o aumento dos charcos, grandes nuvens de insetos se alimentariam do restante da vida selvagem.

GATOS DOMÉSTICOS SELVAGENS: Eles provavelmente se sairiam bem alimentando-se de pequenos mamíferos e aves no mundo pós-humano.,Não há dúvida: nossos parasitas e animais de criação sentiriam nossa falta. Abaixo, uma lista das espécies que provavelmente sofreriam em conseqüência de nosso desaparecimento.

GADO DOMESTICADO: Eles se tornariam refeição deliciosa para leões-da-montanha, coiotes e outros predadores.

RATOS: Privados de nosso lixo, passariam fome ou seriam devorados pelas aves de rapina aninhadas nas ruínas dos prédios.

BARATAS: Sem os prédios aquecidos para ajudá-las a sobreviver no inverno, desapareceriam das regiões temperadas.

PIOLHOS: Como esses insetos são particularmente adaptados aos seres humanos, nosso desaparecimento levaria à sua extinção.

 

Plastics and the environment. Organizado por Anthony Andrady. John Wiley & Sons, 2003.

Twilight of the mammoths: ice age extinctions and the rewilding of America. Paul S. Martin. University of California Press, 2005.

Extinction: how life on Earth nearly ended 250 million years ago. Douglas H. Erwin. Princeton University Press, 2006.

A vingança de gaia. James Lovelock. Intrínseca, 2006.

 

The World Without Us: Suppose Humans Just Vanished–Then What?

By Steve Mirsky – Scientific American: June 27, 2007

In this episode, journalist Alan Weisman, Laureate Associate Professor in Journalism and Latin American Studies at the University of Arizona, discusses his new book “The World Without Us,” a massive thought experiment about the aftermath of humanity’s sudden disappearance. Plus we’ll test your knowledge of some recent science in the news.

Welcome to Science Talk, the weekly podcast of Scientific American for the seven days starting June 27th. I am Steve Mirsky. This week on the podcast, journalist Alan Weisman conducts a gigantic thought experiment [on] what would the Earth be like if human beings suddenly disappeared a week from now, a year from now, a century from now, and thousands of years down the road. Plus, we will test your knowledge about some recent science in the news. First up, Alan Weisman. He is a veteran journalist and a senior producer at Homelands Productions—that’s a journalism collective that produces independent public radio documentaries. He is a professor of journalism at the University of Arizona and the author of a new book about this idea of the events that would unfold if humanity just vanished. I called him at his office in Tucson.

Steve: Alan, good to talk to you today.

Weisman: It’s my pleasure.

Steve: Your book is called The World without Us. It’s a fairly self-explanatory title, but why don’t you give us the nickel tour of the idea of this book?

Weisman: Well, it started about the summer of 2003. I got a call from an editor at Discover magazine, who asked me to do a piece for the magazine on what would the world be like without human beings in it, and I said, “You mean what’s going to be left here after we eat ourselves into extinction and drag down many other species with us?” and she said, “No”, and she said, “I read about [that] all the time. What I want to know is what if we just disappear tomorrow, what would be left, how would nature respond in our absence?” And I replied that that was rather unlikely; and then we started to talk about a few scenarios, you know, space aliens [taking us](unclear 1:51) away to some zoo across the galaxy or [a] homo sapiens-specific virus picks us all off. Once that was established thought that it could happen, however slim the chances were, it began to dawn on me that this was a very interesting way of looking at the world. What if we just theoretically take human beings off it? And this gives us a much clearer idea of what else is here, and if we can see how it would respond without all of our daily pressures, it would in turn make us look at our impact.;that’s sort of from the other direction. And [I said] I think, you know, this is a very interesting idea, where did you get [it?] And she said, “Well, I got it from you,” and I said “I am completely lost here”; and she explained to me that she had seen in 1994 a piece I did for Harper’s magazine about [Chernobyl]her Nobel. I went there seven years after the explosion and among other things I reported how in the absence of human beings in villages around the reactor that had been abandoned, how the rest of nature was rushing in to fill the void, how neatly trimmed hedges and landscaping were now growing wild. They were virtually hiding houses, tree roots were breaking up pavement, and it was rather remarkable to go to—its the scenes of one of humanit[y’s]ies greatest devastation and see that nature was, kind of, having filled it. And she said at that time she thought that was such an alarming article; that over years of editing stories on environmental destruction it began to be one of the most hopeful articles that she could recall. So, she said what would happen if this deploys everywhere, if suddenly human beings were gone. I began my research by going to a couple of abandoned places, places where human beings had left for very different reasons. One of them is the last fragment of primeval forest in Europe. It’s that one that you kind of see in your mind’s eyes when you are a kid and someone is reading Grimms’ fairy tales to you. The dark, brooding forest with many metric tons of moss hanging off these trees and wolves howling; and there is such a place. It still exists on the Poland/Belarussian border. It was a game preserve that had been satisfied in the 1300s by a Lithuanian duke who later became king of Poland and then a series of Polish kings and then Russian Czars kept it as their own private little hunting ground—very little human impact [for] about half a million acres—and you go in there and you see these enormous trees. It’s a temperate forest like many of us have grown ups around, certainly here in the United States where any of us who, you know, apart from growing up in a desert or down in these southern forests or say Florida—this place is familiar; and yet it’s a much bigger version, and yet it does not feel strange to us; it almost feels right, like something feels complete in there, and there are some surprises that we wouldn’t even think of. There are bison in there for example. The bison is directly related to the American bison—in fact our American bison came from Europe originally—and there are still a herd of 600 of them in there. So, that was rather remarkable to see what Europe might have been like had not human beings become so populous therein and overrun it and sort of civilized and turned what used to be wilderness into a park-like environment. I went to the Korean DMZ, and if you get to this little scratch of land—it’s about 180 miles long and two-and-a-half miles wide—that has two of the world’s biggest armies faced off against each other across it and in between it’s become an inadvertent wildlife preserve. It’s remarkable to be standing there and you see species that might be extinct if it weren’t for this one little piece of land that has held in this incredible tension. You sometimes will hear each side screaming at each other through loudspeakers or flashing their propaganda back and forth and in the middle of this thing will float flocks of cranes, which are some of the most beautiful and some of the most endangered species on Earth that went through this; and were [it] not for the state of war that has existed since 1953—it’s actually before—between the two Koreas that has been this interminable truth—if peace were declared these species might not have a home anymore. So, from those examples I started to get an idea of what the world might look like without us. But then it occurred to me to really understand, I would also have to get a baseline for: What was the world like before us? What was it like before there were any human beings at all? So, I went back to Africa, to the place where humans originally evolved—and this is the continent where there are still huge animals roaming around—and it turns out that weve used to have huge animals in all the other continents as well and then many of the islands; [it] seems that one after another were discovered by human beings and the great populations of large animals were extirpated rather quickly after human arrival.

Steve: When I talked just briefly about what happens to the actual structures—you spent part of the book just talking about what happens to the buildings when we disappear.

Weisman: Well, I found a couple of things really interested people when I started talking to them about what I was writing. One was their initial reaction to a world without people? I was surprised that about 90 percent of the people would say, “Oh! That just sounds so nice,” and (laughs) it was like this refreshing concept.

Steve: What was it that Sartre said, “Hell is other people”.

Weisman: Well, I guess there is something to that, and I think that they were rating on [a] lot of levels, but I think one of them was sort of this primal nostalgia for something that we know we have lost even though most of us have never seen it. It was sort of like my feeling when I went into this forest in Poland. I had never seen a forest this complete, but it didn’t feel strange to me. It felt recognizable. So, that was a very strong reaction, but another one that people would put to me immediately was, well, what would happen to all of our stuff if we weren’t here anymore and, you know, could nature wipe out all of our traces? Are there some things that we have done that are indestructible or indelible? If nature could for example take New York City and take it back to the forest that was there when Henry Hudson first saw in 1609, I mean how would it actually happen? So, I had a fascinating time. I started it in New York, and I went to several other places too. I had a fascinating time talking to city engineers, talking to city maintenance people, for example the people that you know keep subways going, about what it takes to hold off nature; and I discovered that our huge imposing overwhelming infrastructures that seem so monumental and indestructible are actually these fairly fragile concepts that continued to function and to exist day by day thanks to [a] few human beings out there upon whom the infrastructure and all of us really depend, but guys who keep the subways clear in New York. New York City—the name Manhattan actually comes from an Indian term referring to its hills. It used to be a very hilly island and of course the city was flattened eventually to have a grid of the streets imposed on it. Around all those hills used to flow lots of streams. There were about 40 different streams and numerous springs all over Manhattan Island. Well, what happened to that water? That water was runoff water from rainfall and from the water table. Well, there is still this [just as] much rainfall as ever on Manhattan; that water has now been suppressed—its underground. Some of it runs through the sewage system; that sewage system is never as efficient as nature a[t]nd leaking away water—the capacity isn’t as flexible as nature’s capacity. So, there is a lot of ground water rushing around underneath and it’s trying to get out; and even on a clear sunny day, the subway guys have to pump 13 million gallons of water away. Otherwise, the subway tunnels will start to flood.

Steve: I have lived here all my life; I never heard that before.

Weisman: Well, I walked around underneath the subways. We went to see some pumping stations in Brooklyn, and I was told about places in Manhattan where they are constantly fighting rising underground rivers that are corroding away the tracks; but you stand in these pump rooms and you see an enormous amount of water gushing in. It’s really impressive and down there in a little box are these pumps that are pumping it away and the[n] pumping that uphill, of course, because this stuff is underground. So, when, say, if human beings disappear tomorrow, one of the first things that would happen is that the power would go off. A lot of our power comes out of nuclear plants or coal fire plants that have automatic switches. They are fail-safe switches to make sure that in the event of no humans monitoring the system that plants don’t go out of control, and I have a whole chapter in nuclear plant describing what would happen if there were no humans. You know minding the system there. Once the power goes off, the subway starts filling. Within 48 hours, you are going to have lot of flooding in New York City. Now, some of this would be visible on the surface. You might have some sewers overflowing. The sewers themselves would very quickly become clogged with debris. In the beginning, we will be talking about plastic bags. There are innumerable plastic bags that are blowing around the city, and later, as nobody is trimming the hedges in the park, it would going to start to get leaflet[s] or things like that that is[are] going to be clogging up the sewers, but what would be happening underground would be corrosion. You know, just think of the 4, 5 and 6 lines down Lexington Avenue. You stand under there and are waiting for the trains—there is[are] always steel columns that are holding up the roof—which is really the street—and as these things start to corrode, they will eventually start to collapse. According to the city engineers and some people at universities like [at]a Cooper Union in[and] Columbia who I talked to, that after a while, the streets are going to start cratering; and this could happen within just a couple of decades and pretty soon some of the streets were going to revert to the surface rivers that we used to have in Manhattan before we built all of this stuff. Many of the buildings in Manhattan Island like many cities in the world are anchored to bedrock, but they were not—these foundations even, if they are still being foundations—they were not designed to be waterlogged all the time. So, a professor from Cooper Union described to me—and this is someone who deals with structural integrity of building seal[s], now consults all over the world to how to make a building terrorist proof. His vision is of buildings that would eventually start to topple and fall, some water rock foundations that give the way for it, hurricane winds—and we are bound to have some more hurricanes in the East Coast as climate change gives us more extreme weather—and so a building will fall down and will take down a couple of others as it goes, very much the same way when a tall tree falls in the forest it takes down a few others and it creates a clearing; and into those clearings will be blowing seeds from plants and those seeds will establish themselves in cracks. They will already be brooding in leaf litter anyhow, but the addition of lime from powdered concrete from broken buildings will create less of an acidic environment for various species, where—you sort of get the idea—a city will start to create its own little ecosystem and plants will be growing in leaf litter on top of pavement. Plants will be going through cracks in pavement. Every spring when the temperature hovers on one side or other, freezing, cracks will be appearing, water will dip down into them. The water will freeze. It will widen the crack and leave the seed to blow in there. It happens very quickly.

Steve: It’s fascinating stuff. I am curious you are a professor of journalism as well as of Latin American studies. I have walked down the Avenue of the Dead in Teotihuacán in Mexico and I am assuming you have too.

Weisman: Yes, I did walk on [it], yes.

Steve: Right! And you have also seen the Mayan ruins that are [so] completely overgrown you can’t even find them without help from NASA sometimes, and I am just curious if those experiences informed either your curiosity or your outlook in any way.

Weisman: No question. The first time that I went into the Mayan ruins of western Guatemala, I had to hike half a day into an archaeological dig; and the archaeologists who were accompanying me explained to me that the hills and the ridges that we were going over were actually buried cities. The hills were pyramids, the ridges were walls, and yet there was a mature mahogany forest growing out of them. And I said “Wow! Why don’t you guys excavate all these?” And they said, “We would love to—there is not enough money in the world to excavate all of the archaeology that is sitting beneath our feet and all over the world. There are civilizations that have been silted over, buried and life springs anew from their very rooftop.” It’s a fairly common experience you having mentioned—Teotihuacán in Mexico—you know, the Pyramid of the Sun is one of the largest structures on Earth and much of that was completely hidden until it was, you know, really cleared away in the 19th century.

Steve: Yeah! So your book is looking at a situation that, you know, on the surface it sounds pretty far fetched, but we have seen it in microcosm played out over and over again throughout history.

Weisman: Well, I am not suggesting that we have to worry about human beings suddenly disappearing tomorrow, you know, some alien (unclear 19:00) comes and takes us away; in fact on the contrary, what I am finding is that this way of looking at our planet by theoretically just removing us for a minute turns out to be such a fascinating way of looking at it that it kind of disarms people’s fears; or the terrible way that depression that can engulf you when we read directly about the environmental problems that we have created and the challenges that we are facing and possible disasters that we may be facing in the future. Because frankly whenever we read about those things—because we are organisms [and] like any other organisms are survivalists hardwired—and our concern is “Oh my god! Are we going to die?”, you know, “Is this going to be the end?” My book just eliminates that one right in the beginning by saying, you know, the end has already taken place. For whatever reason human beings are gone and yet we get to know sit back and look to see what happens in our absence. And it’s just sort of a delicious little way of reducing all the fear and anxiety and being able to look at an enormous number of different approaches to, you know, “what would happen in our absence”, which is another way of looking at, “well, what goes on in our presence”; and I raised an opportunity towards the end of the book of human beings continuing to be part of this ecosystem, but yet doing it in much more balance with the rest of the planet. It’s something that I approach by first looking at not just the horrible things that we have created that, that are so frightening, such as our radioactivity, such as our pollutants—some which maybe around until the end of the planet—but also some of the beautiful things that we have done. And I raised the question, you know, wouldn’t it be a sad loss if humanity was extirpated from the planet? What about our greatest acts of art and expression? Our most beautiful sculpture, our finest architecture, will there be any signs of us at all that would indicate that we were here at one point? And this is a sort of a second reaction that I always get from people. At first, they are thinking how this would be beautiful without us, but then, “Wouldn’t it be sad not to have us here?” And I don’t think it’s necessary for us to all disappear in order for the Earth to come back to a healthier state before our industrialization began to tinker with it.

Steve: And maybe your book can be a blueprint for a part of that process. It’s a terrific book.

Weisman: Well, I appreciate that.

Steve: Alan Weisman, thank you very much for speaking with us today. And I hope everybody will go out and read it.

Weisman: Well, thanks a lot Steve. The World without Us has been an enormously gratifying experience for me, hardly enough; you can’t write about “the world without us” without the help of [an] enormous number of human beings, and therein lies the clues the way to a healthy world may come through human beings.

Steve: This was an edited version of my interview with Weisman; another edited version of the entire interview—including material not included in what you just heard—is published in the July issue of Scientific American magazine. It’s also available free on our Web site, www.sciam.com. We will be right back.

Male voice: Wandering around? Visit Scientific American: Mobile Edition on your Web-enabled mobile device; go to wap.sciam.com for the latest science news and analysis plus daily trivia questions. That’s wap.sciam.com on your mobile’s browser.

Steve: Now it’s time to play TOTALL…….Y BOGUS. Here are four science stories, but only three are true. See if you know which story is TOTALL…….Y BOGUS.

Story number 1: Geologists say that new housing in Galveston, Texas would destroy a ridge that protects the barrier island from storms.

Story number 2: A British light welterweight boxer was tested and found to pack a punch about ten times harder than a non-pugilist.

Story number 3: Also from the world of sports, sort of—Takeru Kobayashi may not be able to defend his Nathan’s Famous 4th of July Hot Dog Eating Contest championship because of a medical condition.

And story number 4: Also from the world of food, sort of—red wine may have some good cardiovascular benefits, but a new study shows that red wine may contribute to tooth decay.

Time is up.

Story number 1 is true. The L.A. Times reports that Galveston city leaders are going to re[ap]prove the construction of four thousand new homes and two hotels, even though geologists they commissioned warned them that they will destroy the [city’s]cities natural storm protection. So, everybody in Galveston, you might want to pick up a copy of The World Without Us.

Story number 2 is true. Light welterweight champ, Ricky “The Hitman” Hatton, could punch with a force of some 400 kilograms—about 900 pounds; a civilian tested with the same equipment topped out at 38 kilograms of force. For more, check out the June 25th edition of the daily Sciam podcast 60-Second Science. On Saturday, Hatton beat Jose Luis Castillo with a fourth round knockout on a body blow to retain his light welterweight championship—that’s the 136- to-140-pound weight class.

Story number 3 is true. Takeru Kobayashi may be sidelined from the Hot Dog Eating Championship because of an arthritic jaw. The 165-pound Kobayashi has won the Coney Island Hot Dog Cramming Contest six years in a row. Last year, he ate 53 and three-quarter hot dogs in 12 minutes, but it looks like this year he won’t be able to cut the mustard.

All of which means that story number 4 about red wine promoting tooth decay is TOTALL…….Y BOGUS. Because a study coming out in the July 11th issue of the Journal of Agricultural and Food Chemistry found that both red and white wine appear to be agents against tooth decay because they control the growth of several strands of Streptococci bacteria involved in tooth decay and even some cases of sore throats. So, if you drink, don’t drive to the dentist.

Álcool sujo

Europa “não quer álcool sujo do Brasil”, diz jornal

O termo é uma referência à desconfiança do bloco dos 27 em relação às práticas de cultivo de açúcar brasileiras, vistas por líderes europeus como potencialmente danosas ao ambiente (…) “Bruxelas advertiu o país amazônico que não importará seu biocombustível se for produzido de forma insustentável”.

 

Uma reportagem do jornal espanhol “El Mundo” diz nesta sexta-feira que a União Europeia não quer “álcool sujo” do Brasil.

O termo é uma referência à desconfiança do bloco dos 27 em relação às práticas de cultivo de açúcar brasileiras, vistas por líderes europeus como potencialmente danosas ao ambiente.

Em uma conferência internacional sobre biocombustíveis em Bruxelas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva procurou convencer a audiência européia de que o Brasil inspecionará seu álcool de exportação, para certificar que o produto respeita critérios ambientais, sociais e trabalhistas.

“O presidente Lula falava ontem em tom idealista sobre ‘o cuidado com o planeta Terra’. Mas os europeus não esquecem a queima maciça dos campos no processo de produção do álcool, e a tentação de estender ao Amazonas os cultivos de açúcar para obtê-lo”, disse o jornal.

“Bruxelas advertiu o país amazônico que não importará seu biocombustível se for produzido de forma insustentável”.

Escravidão

A desconfiança em relação ao álcool brasileiro foi manifestada também pelo italiano “La Repubblica”, que recordou a recente libertação de 1.106 trabalhadores forçados de uma fazenda de cana-de-açúcar no Pará.

Segundo o jornal, Lula – descrito como o líder “que faz o papel de apóstolo dos biocombustíveis”– “não disse [em Bruxelas] que as duas notícias estão interligadas”.

“A operação de maquiar as condições de trabalho nas plantações de cana-de-açúcar indica que o presidente precisa enfrentar as críticas contra a solução do álcool, que se tornou o próximo grande negócio da economia brasileira.”

O “La Repubblica” reconhece que o combate ao trabalho forçado no Brasil aumentou nos últimos anos, mas ressalva que o “espetacular aumento da produção de cana-de-açúcar” levanta preocupações em relação ao tema.

“Nas plantações de cana-de-açúcar, milhares de camponeses emigrados do nordeste vivem da miserável paga de um euro por tonelada, sujeitos aos abusos dos patrões e da precariedade.”

Ambiente

Já o britânico “Financial Times” centrou sua matéria nas consequências ambientais do cultivo de cana-de-açúcar.

Abrindo amplo espaço para os argumentos do governo brasileiro, o diário econômico disse que as novas áreas de plantação de cana-de-açúcar seriam abertas em locais planos, nos quais a automação eliminaria a necessidade da queima da lavoura.

“A cana também não seria cultivada na Amazônia por razões climáticas, embora críticos digam que as plantações podem substituir culturas como a soja, que penetrariam na floresta amazônica.”

Segundo o jornal, usineiros brasileiros disseram que “os principais obstáculos ao crescimento das exportações de álcool não são ambientais, mas a carência de infraestrutura de transporte e, principalmente, tarifas e subsídios adotados nos mercados desenvolvidos”.

Fonte: BBC Brasil – 06/07/2007

Meio Ambiente na VIII Semana Cultural do CEARP

O Diretório Acadêmico do CEARP – Centro de Estudos da Arquidiocese de Ribeirão Preto – promoveu, em Brodowski, de 4 a 6 de junho, a sua VIII Semana Cultural. O tema foi o Meio Ambiente, celebrado ontem em todo o mundo.

Quero destacar – além das criativas atividades dos alunos – as palestras do Dr. Marcelo Pedroso Goulart, Promotor do Meio Ambiente, de Ribeirão Preto, que abordou A relação do homem com a natureza, e do Professor Gilberto Abreu, Vereador de Ribeirão Preto pelo PV, que tratou do tema A relação da ecologia com a economia.

Dia Mundial do Meio Ambiente

05 de Junho — Dia Mundial do Meio Ambiente

Em 1972, durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, em Estocolmo, a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu o Dia Mundial do Meio Ambiente, que passou a ser comemorado todo dia 05 de junho. Essa data, que foi escolhida para coincidir com a data de realização dessa conferência, tem como objetivo principal chamar a atenção de todas as esferas da população para os problemas ambientais e para a importância da preservação dos recursos naturais, que até então eram considerados, por muitos, inesgotáveis.

Nessa Conferência, que ficou conhecida como Conferência de Estocolmo, iniciou-se uma mudança no modo de ver e tratar as questões ambientais ao redor do mundo, além de serem estabelecidos princípios para orientar a política ambiental em todo o planeta. Apesar do grande avanço que a Conferência representou, não podemos afirmar, no entanto, que todos os problemas foram resolvidos a partir daí.

Atualmente existe uma grande preocupação em torno do meio ambiente e dos impactos negativos da ação do homem sobre ele. A destruição constante de habitat e a poluição de grandes áreas, por exemplo, são alguns dos pontos que exercem maior influência na sobrevivência de diversas espécies.

Tendo em vista o acentuado crescimento dos problemas ambientais, muitos pontos merecem ser revistos tanto pelos governantes quanto pela população para que os impactos sejam diminuídos. Se nada for feito, o consumo exagerado dos recursos e a perda constante de biodiversidade poderão alterar consideravelmente o modo como vivemos atualmente, comprometendo, inclusive, nossa sobrevivência.

Dentre os principais problemas que afetam o meio ambiente, podemos destacar o descarte inadequado de lixo, a falta de coleta seletiva e de projetos de reciclagem, consumo exagerado de recursos naturais, desmatamento, inserção de espécies exóticas, uso de combustíveis fósseis, desperdício de água e esgotamento do solo. Esses problemas e outros poderiam ser evitados se os governantes e a população se conscientizassem da importância do uso correto e moderado dos nossos recursos naturais.

Em razão da importância da conscientização e da dimensão do impacto gerado pelo homem, o Dia Mundial do Meio Ambiente é uma data que merece bastante destaque no calendário mundial. Entretanto, não basta apenas plantar uma árvore ou separar o lixo nesse dia, é necessário que sejam feitas campanhas de grande impacto que mostrem a necessidade de mudanças imediatas nos nossos hábitos de vida diários.

Apesar de muitos acreditarem que a mudança deve acontecer em escala mundial e que apenas uma pessoa não consegue mudar o mundo, é fundamental que cada um faça a sua parte e que toda a sociedade reivindique o cumprimento das leis ambientais. Todos devemos assumir uma postura de responsabilidade ambiental, pois só assim conseguiremos mudar o quadro atual.

“A proteção e o melhoramento do meio ambiente humano é uma questão fundamental que afeta o bem-estar dos povos e o desenvolvimento econômico do mundo inteiro, um desejo urgente dos povos de todo o mundo e um dever de todos os governos.” (Declaração de Estocolmo sobre o ambiente humano – 1972)

Fonte: Brasil Escola – Por Ma. Vanessa dos Santos

 

Declaração de Estocolmo – 1972

A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, reunida em Estocolmo de 5 a 16 de junho de 1972, e, atenta à necessidade de um critério e de princípios comuns que ofereçam aos povos do mundo inspiração e guia para preservar e melhorar o meio ambiente humano,

Proclama que:

1. O homem é ao mesmo tempo obra e construtor do meio ambiente que o cerca, o qual lhe dá sustento material e lhe oferece oportunidade para desenvolver-se intelectual, moral, social e espiritualmente. Em larga e tortuosa evolução da raça humana neste planeta chegou-se a uma etapa em que, graças à rápida aceleração da ciência e da tecnologia, o homem adquiriu o poder de transformar, de inúmeras maneiras e em uma escala sem precedentes, tudo que o cerca. Os dois aspectos do meio ambiente humano, o natural e o artificial, são essenciais para o bem-estar do homem e para o gozo dos direitos humanos fundamentais, inclusive o direito à vida mesma.

2. A proteção e o melhoramento do meio ambiente humano é uma questão fundamental que afeta o bem-estar dos povos e o desenvolvimento econômico do mundo inteiro, um desejo urgente dos povos de todo o mundo e um dever de todos os governos.

3. O homem deve fazer constante avaliação de sua experiência e continuar descobrindo, inventando, criando e progredindo. Hoje em dia, a capacidade do homem de transformar o que o cerca, utilizada com discernimento, pode levar a todos os povos os benefícios do desenvolvimento e oferecer-lhes a oportunidade de enobrecer sua existência. Aplicado errônea e imprudentemente, o mesmo poder pode causar danos incalculáveis ao ser humano e a seu meio ambiente. Em nosso redor vemos multiplicar-se as provas do dano causado pelo homem em muitas regiões da terra, níveis perigosos de poluição da água, do ar, da terra e dos seres vivos; grandes transtornos de equilíbrio ecológico da biosfera; destruição e esgotamento de recursos insubstituíveis e graves deficiências, nocivas para a saúde física, mental e social do homem, no meio ambiente por ele criado, especialmente naquele em que vive e trabalha.

4. Nos países em desenvolvimento, a maioria dos problemas ambientais estão motivados pelo subdesenvolvimento. Milhões de pessoas seguem vivendo muito abaixo dos níveis mínimos necessários para uma existência humana digna, privada de alimentação e vestuário, de habitação e educação, de condições de saúde e de higiene adequadas. Assim, os países em desenvolvimento devem dirigir seus esforços para o desenvolvimento, tendo presente suas prioridades e a necessidade de salvaguardar e melhorar o meio ambiente. Com o mesmo fim, os países industrializados devem esforçar-se para reduzir a distância que os separa dos países em desenvolvimento. Nos países industrializados, os problemas ambientais estão geralmente relacionados com a industrialização e o desenvolvimento tecnológico

5. O crescimento natural da população coloca continuamente, problemas relativos à preservação do meio ambiente, e devem-se adotar as normas e medidas apropriadas para enfrentar esses problemas. De todas as coisas do mundo, os seres humanos são a mais valiosa. Eles são os que promovem o progresso social, criam riqueza social, desenvolvem a ciência e a tecnologia e, com seu árduo trabalho, transformam continuamente o meio ambiente humano. Com o progresso social e os avanços da produção, da ciência e da tecnologia, a capacidade do homem de melhorar o meio ambiente aumenta a cada dia que passa.

6. Chegamos a um momento da história em que devemos orientar nossos atos em todo o mundo com particular atenção às consequências que podem ter para o meio ambiente. Por ignorância ou indiferença, podemos causar danos imensos e irreparáveis ao meio ambiente da terra do qual dependem nossa vida e nosso bem-estar. Ao contrário, com um conhecimento mais profundo e uma ação mais prudente, podemos conseguir para nós mesmos e para nossa posteridade, condições melhores de vida, em um meio ambiente mais de acordo com as necessidades e aspirações do homem. As perspectivas de elevar a qualidade do meio ambiente e de criar uma vida satisfatória são grandes. É preciso entusiasmo, mas, por outro lado, serenidade de ânimo, trabalho duro e sistemático. Para chegar à plenitude de sua liberdade dentro da natureza, e, em harmonia com ela, o homem deve aplicar seus conhecimentos para criar um meio ambiente melhor. A defesa e o melhoramento do meio ambiente humano para as gerações presentes e futuras se converteu na meta imperiosa da humanidade, que se deve perseguir, ao mesmo tempo em que se mantém as metas fundamentais já estabelecidas, da paz e do desenvolvimento econômico e social em todo o mundo, e em conformidade com elas.

7. Para se chegar a esta meta será necessário que cidadãos e comunidades, empresas e instituições, em todos os planos, aceitem as responsabilidades que possuem e que todos eles participem eqüitativamente, nesse esforço comum. Homens de toda condição e organizações de diferentes tipos plasmarão o meio ambiente do futuro, integrando seus próprios valores e a soma de suas atividades. As administrações locais e nacionais, e suas respectivas jurisdições, são as responsáveis pela maior parte do estabelecimento de normas e aplicações de medidas em grande escala sobre o meio ambiente. Também se requer a cooperação internacional com o fim de conseguir recursos que ajudem aos países em desenvolvimento a cumprir sua parte nesta esfera. Há um número cada vez maior de problemas relativos ao meio ambiente que, por ser de alcance regional ou mundial ou por repercutir no âmbito internacional comum, exigem uma ampla colaboração entre as nações e a adoção de medidas para as organizações internacionais, no interesse de todos. A Conferência encarece aos governos e aos povos que unam esforços para preservar e melhorar o meio ambiente humano em benefício do homem e de sua posteridade.

II

PRINCÍPIOS

Expressa a convicção comum de que:

Princípio 1

O homem tem o direito fundamental à liberdade, à igualdade e ao desfrute de condições de vida adequadas em um meio ambiente de qualidade tal que lhe permita levar uma vida digna e gozar de bem-estar, tendo a solene obrigação de proteger e melhorar o meio ambiente para as gerações presentes e futuras. A este respeito, as políticas que promovem ou perpetuam o apartheid, a segregação racial, a discriminação, a opressão colonial e outras formas de opressão e de dominação estrangeira são condenadas e devem ser eliminadas.

Princípio 2

Os recursos naturais da terra incluídos o ar, a água, a terra, a flora e a fauna e especialmente amostras representativas dos ecossistemas naturais devem ser preservados em benefício das gerações presentes e futuras, mediante uma cuidadosa planificação ou ordenamento.

Princípio 3

Deve-se manter, e sempre que possível, restaurar ou melhorar a capacidade da terra em produzir recursos vitais renováveis.

Princípios 4

O homem tem a responsabilidade especial de preservar e administrar judiciosamente o patrimônio da flora e da fauna silvestres e seu habitat, que se encontram atualmente, em grave perigo, devido a uma combinação de fatores adversos. Consequentemente, ao planificar o desenvolvimento econômico deve-se atribuir importância à conservação da natureza, incluídas a flora e a fauna silvestres.

Princípio 5

Os recursos não renováveis da terra devem empregar-se de forma que se evite o perigo de seu futuro esgotamento e se assegure que toda a humanidade compartilhe dos benefícios de sua utilização.

Princípio 6

Deve-se por fim à descarga de substâncias tóxicas ou de outros materiais que liberam calor, em quantidades ou concentrações tais que o meio ambiente não possa neutralizá-los, para que não se causem danos graves o irreparáveis aos ecossistemas. Deve-se apoiar a justa luta dos povos de todos os países contra a poluição.

Princípio 7

Os Estados deverão tomar todas as medidas possíveis para impedir a poluição dos mares por substâncias que possam por em perigo a saúde do homem, os recursos vivos e a vida marinha, menosprezar as possibilidades de derramamento ou impedir outras utilizações legítimas do mar.

Princípio 8

O desenvolvimento econômico e social é indispensável para assegurar ao homem um ambiente de vida e trabalho favorável e para criar na terra as condições necessárias de melhoria da qualidade de vida.

Princípio 9

As deficiências do meio ambiente originárias das condições de subdesenvolvimento e os desastres naturais colocam graves problemas. A melhor maneira de saná-los está no desenvolvimento acelerado, mediante a transferência de quantidades consideráveis de assistência financeira e tecnológica que complementem os esforços internos dos países em desenvolvimento e a ajuda oportuna que possam requerer.

Princípio 10

Para os países em desenvolvimento, a estabilidade dos preços e a obtenção de ingressos adequados dos produtos básicos e de matérias primas são elementos essenciais para o ordenamento do meio ambiente, já que há de se Ter em conta os fatores econômicos e os processos ecológicos.

Princípio 11

As políticas ambientais de todos os Estados deveriam estar encaminhadas par aumentar o potencial de crescimento atual ou futuro dos países em desenvolvimento e não deveriam restringir esse potencial nem colocar obstáculos à conquista de melhores condições de vida para todos. Os Estados e as organizações internacionais deveriam tomar disposições pertinentes, com vistas a chegar a um acordo, para se poder enfrentar as consequências econômicas que poderiam resultar da aplicação de medidas ambientais, nos planos nacional e internacional.

Princípio 12

Recursos deveriam ser destinados para a preservação e melhoramento do meio ambiente tendo em conta as circunstâncias e as necessidades especiais dos países em desenvolvimento e gastos que pudessem originar a inclusão de medidas de conservação do meio ambiente em seus planos de desenvolvimento, bem como a necessidade de oferecer-lhes, quando solicitado, mais assistência técnica e financeira internacional com este fim.

Princípio 13

Com o fim de se conseguir um ordenamento mais racional dos recursos e melhorar assim as condições ambientais, os Estados deveriam adotar um enfoque integrado e coordenado de planejamento de seu desenvolvimento, de modo a que fique assegurada a compatibilidade entre o desenvolvimento e a necessidade de proteger e melhorar o meio ambiente humano em benefício de sua população.

Princípio 14

O planejamento racional constitue um instrumento indispensável para conciliar as diferenças que possam surgir entre as exigências do desenvolvimento e a necessidade de proteger y melhorar o meio ambiente.

Princípio 15

Deve-se aplicar o planejamento aos assentamento humanos e à urbanização com vistas a evitar repercussões prejudiciais sobre o meio ambiente e a obter os máximos benefícios sociais, econômicos e ambientais para todos. A este respeito devem-se abandonar os projetos destinados à dominação colonialista e racista.

Princípio 16

Nas regiões onde exista o risco de que a taxa de crescimento demográfico ou as concentrações excessivas de população prejudiquem o meio ambiente ou o desenvolvimento, ou onde, a baixa densidade d4e população possa impedir o melhoramento do meio ambiente humano e limitar o desenvolvimento, deveriam se aplicadas políticas demográficas que respeitassem os direitos humanos fundamentais e contassem com a aprovação dos governos interessados.

Princípio 17

Deve-se confiar às instituições nacionais competentes a tarefa de planejar, administrar ou controlar a utilização dos recursos ambientais dos estado, com o fim de melhorar a qualidade do meio ambiente.

Princípio 18

Como parte de sua contribuição ao desenvolvimento econômico e social deve-se utilizar a ciência e a tecnologia para descobrir, evitar e combater os riscos que ameaçam o meio ambiente, para solucionar os problemas ambientais e para o bem comum da humanidade.

Princípio 19

É indispensável um esforço para a educação em questões ambientais, dirigida tanto às gerações jovens como aos adultos e que preste a devida atenção ao setor da população menos privilegiado, para fundamentar as bases de uma opinião pública bem informada, e de uma conduta dos indivíduos, das empresas e das coletividades inspirada no sentido de sua responsabilidade sobre a proteção e melhoramento do meio ambiente em toda sua dimensão humana. É igualmente essencial que os meios de comunicação de massas evitem contribuir para a deterioração do meio ambiente humano e, ao contrário, difundam informação de caráter educativo sobre a necessidade de protege-lo e melhorá-lo, a fim de que o homem possa desenvolver-se em todos os aspectos.

Princípio 20

Devem-se fomentar em todos os países, especialmente nos países em desenvolvimento, a pesquisa e o desenvolvimento científicos referentes aos problemas ambientais, tanto nacionais como multinacionais. Neste caso, o livre intercâmbio de informação científica atualizada e de experiência sobre a transferência deve ser objeto de apoio e de assistência, a fim de facilitar a solução dos problemas ambientais. As tecnologias ambientais devem ser postas à disposição dos países em desenvolvimento de forma a favorecer sua ampla difusão, sem que constituam uma carga econômica para esses países.

Princípio 21

Em conformidade com a Carta das Nações Unidas e com os princípios de direito internacional, os Estados têm o direito soberano de explorar seus próprios recursos em aplicação de sua própria política ambiental e a obrigação de assegurar-se de que as atividades que se levem a cabo, dentro de sua jurisdição, ou sob seu controle, não prejudiquem o meio ambiente de outros Estados ou de zonas situadas fora de toda jurisdição nacional.

Princípio 22

Os Estados devem cooperar para continuar desenvolvendo o direito internacional no que se refere à responsabilidade e à indenização às vítimas da poluição e de outros danos ambientais que as atividades realizadas dentro da jurisdição ou sob o controle de tais Estados causem à zonas fora de sua jurisdição.

Princípio 23

Sem prejuízo dos critérios de consenso da comunidade internacional e das normas que deverão ser definidas a nível nacional, em todos os casos será indispensável considerar os sistemas de valores prevalecentes em cada país, e, a aplicabilidade de normas que, embora válidas para os países mais avançados, possam ser inadequadas e de alto custo social para países em desenvolvimento.

Princípio 24

Todos os países, grandes e pequenos, devem ocupar-se com espírito e cooperação e em pé de igualdade das questões internacionais relativas à proteção e melhoramento do meio ambiente. É indispensável cooperar para controlar, evitar, reduzir e eliminar eficazmente os efeitos prejudiciais que as atividades que se realizem em qualquer esfera, possam Ter para o meio ambiente,, mediante acordos multilaterais ou bilaterais, ou por outros meios apropriados, respeitados a soberania e os interesses de todos os estados.

Princípio 25

Os Estados devem assegurar-se de que as organizações internacionais realizem um trabalho coordenado, eficaz e dinâmico na conservação e no melhoramento do meio ambiente.

Princípio 26
É’ preciso livrar o homem e seu meio ambiente dos efeitos das armas nucleares e de todos os demais meios de destruição em massa. Os Estados devem-se esforçar para chegar logo a um acordo – nos órgãos internacionais pertinentes- sobre a eliminação e a destruição completa de tais armas.

Prioridade: sobreviver

Nova agenda para Aparecida

A agenda es­ta­be­le­cida pela V Con­fe­rência do CELAM em Apa­re­cida gira ao redor do se­gui­mento de Jesus para que todos te­nham vida. A pre­sença so­lene do Papa veio ava­lizá-la na forma mais alta. En­tre­tanto, nos úl­timos meses, fatos novos ocor­reram, não pre­vistos nos textos pre­pa­ra­tó­rios ao evento, fatos que estão mo­di­fi­cando a cons­ci­ência co­le­tiva da hu­ma­ni­dade. Eles re­pre­sentam um de­safio para toda a hu­ma­ni­dade e não dei­xarão de afetar também a Igreja uni­versal e con­ti­nental. Tais fatos são de tal gra­vi­dade que de­ve­riam mudar a agenda dos bispos em Apa­re­cida.

A partir de fe­ve­reiro, vi­emos saber com 90% de cer­teza que o aque­ci­mento global é consequência do modo de pro­dução e de con­sumo hu­manos e re­pre­senta um dado ir­re­ver­sível. Até esse mo­mento, a es­tra­tégia mun­dial era de pre­servar e cuidar da Terra com com­pre­ensão, com­paixão e amor. E não de­ve­ríamos ul­tra­passar o li­mite in­trans­po­nível que trans­porto mo­di­fi­caria todo o es­tado da Terra.

Esse li­mite foi trans­posto: es­tamos já dentro do aque­ci­mento global, que pode va­riar entre 1,4 até 6 graus Cel­sius, es­ta­bi­li­zando-se pos­si­vel­mente em 3 graus. As consequências desta rup­tura de­verão ser de­sas­trosas: ha­verá grande de­gelo e o mar su­birá sig­ni­fi­ca­ti­va­mente, inun­dando ci­dades ma­rí­timas onde vivem 60% da hu­ma­ni­dade; os climas serão dra­ma­ti­ca­mente afe­tados, ocor­rendo grandes secas em certas re­giões e in­co­men­su­rá­veis inun­da­ções em ou­tras, di­zi­mando em ambos os casos co­lheitas ne­ces­sá­rias para a ali­men­tação hu­mana e animal; a bi­o­di­ver­si­dade será ca­tas­tro­fi­ca­mente atin­gida, oca­si­o­nando o de­sa­pa­re­ci­mento de mi­lhares de es­pé­cies, rom­pendo o sempre frágil equi­lí­brio dos ecos­sis­temas; mi­lhões de pes­soas cor­rerão o risco de de­sa­pa­recer e re­giões in­teiras da face da Terra se tor­narão inós­pitas para a ha­bi­tação hu­mana (grande parte do Brasil).

Estes dados não são fan­ta­si­osos mas em­pí­ricos, re­co­lhidos pelos mi­lhares de ci­en­tistas es­pa­lhados em 130 países que com­põem o or­ga­nismo da ONU cha­mado Painel In­ter­go­ver­na­mental sobre Mu­danças Cli­má­ticas (IPCC em in­glês). Duas es­tra­té­gias são apre­sen­tadas como ur­gentes: adaptar-se à nova si­tu­ação e mi­norar os efeitos ma­lé­ficos.

Este fato muda as pri­o­ri­dades: a questão agora não é tanto o de­sen­vol­vi­mento sus­ten­tável, mas a con­ti­nui­dade da Terra e da Hu­ma­ni­dade. A nova cen­tra­li­dade não po­derá ser mais: como será a evan­ge­li­zação da Igreja na Amé­rica La­tina e como sustar a evasão de ca­tó­licos para ou­tras igrejas de cunho pen­te­costal e po­pular, mas: em que me­dida as igrejas todas, com o ca­pital es­pi­ri­tual que pos­suem, ajudam a Terra a ser be­ne­vo­lente para com toda a vida e em que me­dida ga­rantem um fu­turo comum para toda a Hu­ma­ni­dade.

Os bispos como pas­tores devem se cons­ci­en­tizar desta nova res­pon­sa­bi­li­dade que de­verão as­sumir: de cons­ci­en­tizar os fiéis e re­e­ducá-los para a nova si­tu­ação da hu­ma­ni­dade. Es­tarão pre­sentes bispos de toda a Pan-Amazônia, que re­cobre parte de nove países la­tino-ame­ri­canos. Sa­bemos que estas flo­restas úmidas são o fator prin­cipal de equi­lí­brio de todo o sis­tema cli­má­tico da Terra, do re­gime dos ventos e das chuvas. A Igreja, her­deira da­quele que disse: “vim trazer vida e vida em abun­dância”, de­verá se an­te­cipar em ações res­pon­sá­veis. Ela tem a vo­cação de ser a guardiã da vida e da sal­va­guarda de todo o criado. Apa­re­cida não po­derá ficar aquém deste de­safio, sob pena de não cum­prir sua missão sa­grada. E será co­brada por toda a hu­ma­ni­dade.

Fonte: Leonardo Boff – Adital: 09/05/2007