The 11th Hour – A Última Hora

O impactante documentário “A Última hora”

O documentário a “Última Hora” (The 11th hour) é uma experiência capaz de expandir a nossa consciência e responsabilidade sobre a atual realidade ambiental do planeta. Dirigido pelas irmãs Nadia Conners e Leila Conners Petersen, a produção foi idealizada e teve sua pesquisa conduzida pelo ator americano Leonardo DiCaprio. Também é ele quem, em momentos estratégicos, surge no documentário para nos fazer refletir, observar e aprender.

O filme reúne em seus 90 minutos dezenas de entrevistas com 50 especialistas, entre cientistas, ambientalistas e líderes políticos de todo o mundo. A princípio, é revelado um cenário caótico e assustador, no qual as mudanças climáticas, a poluição, o lixo e uma série de desastres naturais mostram um mundo em crescente e sufocante estado de degradação.

Desta realidade, surge o sentimento de urgência. Ainda haverá tempo para salvar o planeta? Há algo a ser feito? E se há, estamos juntos para superar esse desafio? Muitas são as perguntas e, é claro, suas respostas não são exatamente simples. Mas o documentário apresenta possibilidades bastante surpreendentes e capazes de nos fazer sentir o peso da nossa responsabilidade.

O título do filme faz exatamente uma analogia ao momento que pode ser considerado o último para se fazer as mudanças necessárias. E, para inspirar, nos oferece o diálogo com personalidades diversas, por exemplo, o antigo primeiro-ministro soviético Mikhail Gorbachev, o cientista Stephen Hawking, o homem que chefiou a CIA, R. James Woolsey, além dos líderes de grandes projetos de sustentabilidade, como William McDonough e Bruce Mau.

Muitas são as surpresas apresentadas pelo filme. Nenhuma delas será revelada aqui, para que o impacto do documentário não se perca. Mas prepare-se para uma multiplicidade de pontos de vista e que certamente fará você pensar.

Fonte: Pensamento Verde: 21/03/2014

 

About the 11th Hour Film

The 11th Hour is a 2007 documentary film, made, handled and depicted by Leonardo Dicaprio, on the state of the earth.

“The 11th Hour” is the last moment when change is possible. The film explores how we’ve arrived at this moment – how we live, how we impact the earth’s ecosystems, and what we can do to change our course. Featuring ongoing dialogues of experts from all over the world, including former Soviet Prime Minister Mikhail Gorbachev, renowned scientist Stephen Hawking, former head of the CIA R. James Woolsey and sustainable design experts William McDonough and Bruce Mau in addition to over 50 leading scientists, thinkers and leaders who discuss the most important issues that face our planet and people. Narrated by Leonardo DiCaprio, written and directed by Leila Conners Petersen and Nadia Conners. The 11th Hour is produced by Chuck Castleberry, Brian Gerber, Conners Petersen and DiCaprio.

Global warming is not only the number 1 environmental challenge we face today, but one of the most important issues facing all of humanity … We all have to do our part to raise awareness about global warming and the problems we as a people face in promoting a sustainable environmental future for our planet (Leonardo DiCaprio)

 

The 11th Hour (no Brasil, A Última Hora; em Portugal, A 11ª Hora) é um documentário norte-americano de 2007 criado, produzido e narrado por Leonardo DiCaprio, financiado por Adam Lewis e Pierre André Senizergues, dirigido por Leila Conners Petersen e Nadia Conners e distribuído pela Warner Independent Pictures.

Sua Premiere Mundial foi realizada de 16 a 27 de maio de 2007 na 60ª Edição Anual do Festival de Cinema de Cannes e foi lançado em 17 de agosto nos Estados Unidos e 16 de novembro de 2007 no Brasil, ano cujo Quarto Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas das Nações Unidas foi publicado, e um ano depois do também documentário Uma Verdade Inconveniente, onde retrata, também, o Aquecimento Global.

Com a contribuição de mais de 50 cientistas, ativistas ambientais e políticos, incluindo o ex-líder soviético Mikhail Gorbachev, o físico Stephen Hawking, a vencedora do Nobel da Paz Wangari Maathai e o jornalista Paul Hawken, o documentário relata os graves problemas que os sistemas de vida da Terra estão enfrentando (Wikipédia)

IPCC

IPCC: Intergovernmental Panel on Climate Change. Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas.

Guarde esta sigla e este nome. Todos nós vamos precisar.

Ao clicar em um dos itens do menu, abre-se a possibilidade da escolha de outras línguas em “Languages” para o acesso dos dados do site do IPCC. Escolha a de sua preferência.

Lembre-se: “Pobreza crescente, falta de água potável, derretimento de geleiras e o desaparecimento de uma série de espécies até meados deste século são parte da descrição de uma paisagem negativa apresentada por um pré-relatório do Painel Intergovernamental… Os continentes mais afetados serão África e Ásia, mas nos países latino-americanos calcula-se que entre 100 e 400 milhões de pessoas podem ter problemas de acesso à água potável no ano 2080. Nas piores hipóteses, dezenas de milhões de pessoas podem sofrer de fome. O aquecimento já está derretendo as geleiras dos Andes e ameaça a floresta amazônica, cujo perímetro pode se transformar aos poucos em uma savana. O aumento do nível do mar provocará graves problemas nas regiões pantanosas e com deltas, especialmente no Brasil, Equador e Colômbia…” É o que se lê em ONU prepara novo relatório

Aquecimento global pode provocar extinção de 30% das espécies, diz painel
De acordo com relatório do Painel Intergovernamental de Mudança Climática (IPCC, na siga em inglês – considerado a maior liderança mundial em mudança climática), até 30% das espécies do planeta enfrentam um risco crescente de desaparecerem se a temperatura global aumentar 2ºC acima da média dos anos 1980 e 1990. Para este século, a previsão do relatório é que as temperaturas aumentarão entre 1,8ºC e 4ºC. Áreas que atualmente sofrem com a falta de chuvas se tornarão ainda mais secas, aumentando o risco de fome e doenças no mundo, diz o relatório. O mundo enfrentará também ameaças crescentes de enchentes, tempestades e erosão. “É uma pequena visão de um futuro apocalíptico”, afirmou o grupo ambientalista Greenpeace sobre o relatório final (cont.) Fonte: Folha Online: 06/04/2007 – 09h43

 

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S.O.S H2O – Dia Mundial da Água

Movimento de defesa marca o Dia Mundial da Água no Brasil

Representantes de ONGs, de órgãos gestores dos recursos hídricos dos governos federal e estadual, além de grandes consumidores, assinam nesta quinta-feira –Dia Mundial da Água– um documento em defesa das águas brasileiras. A Carta de Princípios Cooperativos pela Água será o início da campanha batizada de “SOS H2O”.

O objetivo da ação é eliminar a poluição e os casos de doenças relacionadas à falta de saneamento, criar incentivos ao uso sustentável da água e adotar programas educacionais em torno do tema. A assinatura do documento ocorreu durante evento no Parque Tecnológico de Itaipu, em Foz do Iguaçu (PR).

Criado em 1992 pela ONU (Organização das Nações Unidas), o Dia Mundial da Água deste ano tem como tema a escassez. Segundo informações da ANA (Agência Nacional de Águas), pesquisas recentes apontam que, se mantidas as tendências atuais, mais de 45% da população mundial não poderá contar com a quantidade mínima de água para o consumo diário em 2050.

Ainda segundo a agência, em todo o planeta, cerca de 1,1 bilhão de pessoas não têm acesso à água potável. O Brasil, apesar de o país ter cerca de 12% da água doce do mundo, também enfrenta problemas em relação à disponibilidade do recurso.

O relatório GEO Brasil Recursos Hídricos aponta uma discrepância em relação à distribuição geográfica e populacional da água no país: sozinha, a região amazônica abriga 74% da disponibilidade de água, no entanto, é habitada por menos de 5% da população. Outro aspecto que colabora para a escassez em algumas regiões é a deficiência na coleta de esgoto –somente 54% domicílios brasileiros têm acesso ao serviço.

No entanto, mesmo diante de tais indicadores, o Brasil conseguiu aumentar a proporção de habitantes com acesso à água potável de 83% em 1990 para 90% em 2004.

O avanço permite que o Brasil se aproxime da meta de elevar o indicador para 91,5% , estabelecida pelos “Objetivos de Desenvolvimento do Milênio” –uma série de metas socioeconômicas que os países-membros da ONU (Organização das Nações Unidades) se comprometeram a atingir até 2015.

Uso da água

De acordo com a ANA, há uma tendência de uso abusivo da água, por motivos que vão desde problemas na irrigação até excessos no consumo doméstico.

Dados da agência mostram que 69% dos 840 mil litros de água consumidos no Brasil a cada segundo são destinados à agricultura; o uso urbano e o uso com animais são de 11%, cada um; o consumo industrial é de 7%, e o rural, de 2%.

Fonte: Folha Online – 22/03/2007

 

Oferta de água no Oriente Médio pode cair pela metade até 2050, diz Bird

O Banco Mundial (Bird) alertou que se os países do Oriente Médio quiserem evitar um agravamento na falta de água na região, terão de cooperar uns com os outros.

Esta é uma das recomendações de um relatório divulgado recentemente pelo órgão, que traça um futuro seco para o Oriente Médio se não forem implementadas mudanças na administração da água.

“A disponibilidade de água per capita vai cair pela metade até 2050, com sérias conseqüências aos já sobrecarregados lençóis subterrâneos e sistemas hidrográficos naturais”, alerta o documento.

A história recente do Oriente Médio não inspira grandes esperanças: o ex-primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, teria dito que a Guerra dos Seis Dias, em 1967, começou quando engenheiros sírios tentaram desviar parte do fluxo de água de Israel.

Após assinar o tratado de paz com o Estado israelense, em 1979, o presidente do Egito, Anwar Sadat, disse que seu país nunca mais lutaria em uma guerra, exceto para proteger suas fontes de água. O rei Hussein, da Jordânia, também já deu declarações neste sentido.

A questão da água está sempre presente nas negociações de paz entre israelenses e palestinos, já que os lençóis de água que abastecem Israel ficam na Cisjordânia e o rio Jordão corre por uma parte dos territórios ocupados.

Porém, na opinião da especialista em administração de recursos naturais, co-autora do estudo do Banco Mundial, Julia Bucknall, a falta de água atualmente “pode ser muito mais um veículo condutor para a paz do que para a guerra, como era antigamente”.

“No nível técnico, até israelenses e palestinos estão conversando o tempo todo. A partir do momento em que os países perceberam que o problema da falta de água pode se tornar insolúvel se não for resolvido logo, os governos começaram a cooperar muito mais uns com os outros.”

Oásis

O Oriente Médio é a região com menos disponibilidade de água por habitante –enquanto que 5% da população mundial vive na área, ela conta com apenas 1% da água fresca existente no planeta. Países como Egito, Argélia e Marrocos gastam entre 20% e 30% de seus orçamentos em suprimentos de água.

“Na medida em que as economias dos países da região e as estruturas populacionais mudarem nas próximas décadas, a demanda de água e os serviços de irrigação vão mudar, assim como a necessidade de tratar do problema da poluição industrial e urbana”, alertou Bucknall.

Outro fator que deve tornar a situação ainda mais difícil é o aquecimento global. Quando o beduíno Salim Ataig, de 23 anos, era garoto, muitas pessoas da região onde ele mora, no sudoeste da Península do Sinai, no Egito, costumavam ir até um imenso oásis na região de Wadi Kid para pegar água e levar para casa.

“Hoje o oásis não existe mais. Agora, as pessoas da cidade de Dahab têm de usar água do mar desalinizada para tomar banho e lavar a louça”, diz Ataig.

A opção para beber e cozinhar é comprar água coletada em oásis mais distantes, como o de Bir Ogda. Sessenta litros custam 16 libras egípcias (o equivalente a cerca de R$ 6) e costumam durar um ou dois dias para uma família de três ou quatro pessoas.

“Há cinco anos passou a chover muito menos aqui no Sinai. Antes disso, chovia todos os anos, mas agora não chove mais. Acho que se continuar assim vamos ter muitos problemas no futuro”, prevê Ataig.

A diminuição de água de chuva por causa das mudanças climáticas também é um dos problemas mencionados no relatório do Bird. Porém, seus autores são otimistas e dão várias alternativas para solucionar o problema.

Comércio exterior

“Um dos fatores animadores é que 85% da água são usados para agricultura. Eles vão ter de passar a usar a água deles para as coisas que gerem a maior quantidade de dinheiro e emprego”, afirmou Bucknall.

De acordo com ela, por ser mais fácil importar comida do que água, a região, que é abundante em sol, deve se concentrar em plantações de produtos como uvas, tomates, melões e morangos e importar produtos cujo plantio seja menos rentável.

A administração da água também tem de melhorar, segundo o relatório. “O mais importante é o poder público considerar a questão da água uma grande prioridade política”, disse a autora.

As mudanças propostas incluem planejamento para integrar quantidade e qualidade de água, reforma tarifária para o fornecimento de água –muitos países subsidiam serviços de má qualidade quando os consumidores prefeririam pagar por um serviço de melhor qualidade–, além do fortalecimento de agências de governo.

“Nós sabemos que as opções que nós estamos dando não são fáceis e que elas envolvem mudanças dolorosas, mas a outra opção é pior.”

Fonte: BBC Brasil – 22/03/2007

 

Water for Life

We’re finally at the end of the UN Decade for Water 2005-2015 – It is time to say good-bye

After 10 years, we’re finally at the end of the UN Water for Life Decade 2005-2015. Since 2005, we have been managing complexity on a global scale. Interactions have increased exponentially thanks to social media and the Internet; but we can’t help but regret the missed opportunities. There were many. And now we have a full stop.

Our goal during the Water for Life Decade was to promote efforts to fulfill international commitments in the water sphere by 2015. We’ve tried to raise the profile of water in the global agenda, and to focus the world’s attention on the groundbreaking, lifesaving, empowering work done by those implementing water programs and projects. We’ve tried to be a bridge, to further cooperation between governments and other stakeholders, between nations and diverse communities, between economic interests and the needs of ecosystems and the poor. And we’ve promoted efforts to ensure the participation of women in water and sanitation. We’ve done all this to contribute to achieving the water goals of the Millennium Declaration, the Johannesburg Plan of Implementation of the World Summit for Sustainable Development and Agenda 21.

For almost as long as we can remember, 2015 has been considered a critical year for the international water and sanitation agenda. Not least because we anticipated – and it has come to pass – that the General Assembly has agreed the Sustainable Development Goals in its 70th session.

In September 2015, the General Assembly finally agreed on a stand-alone water goal (number 6), “Ensure the availability and sustainable management of water and sanitation for all.” This reflects that water and sanitation has become a key priority for member states. UN and stakeholders, experts and the water community at large have contributed, engaging with politicians, policy makers, governments and water managers in water and sanitation programs and projects, in knowledge generation and management, in advice based on good practices and appropriate technologies.

The decade has been one of progress and many have contributed. The activities of the UN office to support the International Decade for Action “Water for Life” 2005-2015 of the knowledge hub, best practice programmme, communications, are being integrated in its work by the UN-Water technical advisory unit. We are especially proud of the activities of the civil society and of the UN-Water for Life Award winners. The Water for Life logo users and the partnerships which the decade has helped boost and create will respond to the challenge of the 2030 Sustainable Development Agenda of the need to be transformative and to bring about change. A call for Business “unusal”. The Canadian Water for Life Partnership, the Cultivating Water for life global partnership, the work of the Women for Water Partnership to cite a few with take the torch and continue with the spirit which has guided the Office´s actions.

Their work is necessary because 663 million people still drew water from an unimproved source in 2015, and for these people our statistics mean nothing. From 1990 to 2015, 2.1 billion people gained access to a latrine, flush toilet or other improved sanitation facilities, helping to comprise a total of 68% of the global population. Yet we missed the MDG target for sanitation by 9 percentage points. We have to keep working.

Etanol, desmatamento e aquecimento global

Etanol não é solução para aquecimento global, diz jornal

O diário britânico The Independent questiona em sua reportagem de capa e em seu editorial desta segunda-feira as vantagens do etanol, alertando para os possíveis problemas ambientais causados pelo aumento na produção do combustível e afirmando que a substituição do petróleo pelo álcool não é a solução para combater o aquecimento global.

O jornal afirma que a visita do presidente George W. Bush ao Brasil nesta semana e a perspectiva da criação de uma “Opep do etanol”, nos moldes do cartel dos produtores de petróleo, “vem atraindo frenéticos investimentos em biocombustíveis nas Américas”.

A reportagem observa que “para seus defensores, o etanol, que pode ser produzido a partir de milho, cevada, trigo, cana-de-açúcar ou beterraba, é uma panaceia verde – uma fonte de energia renovável e limpa, que nos veria trocar poços de petróleo decadentes por plantações sem limite para satisfazer nossas necessidades de energia”.

Mas o Independent observa que um crescente número de economistas, cientistas e ambientalistas vêm alertando para os problemas que o crescimento acelerado na produção de etanol pode provocar.

“A perspectiva de um aumento súbito na demanda por etanol está provocando preocupações sérias até mesmo no Brasil”, diz o jornal. “A indústria do etanol tem sido ligada à poluição do ar e da água em escala épica, além do desmatamento tanto na Amazônia como nas florestas tropicais atlânticas e à destruição do cerrado brasileiro.”

O editorial do jornal afirma que o problema é que os americanos e europeus esperam que a substituição do petróleo pelo álcool combustível ocorra sem sobressaltos e não altere seus estilos de vida.

O texto lembra que o desmatamento de florestas para o cultivo de matérias-primas para o etanol, como milho ou cana-de-açúcar, pode provocar ainda mais aquecimento do que combater as mudanças climáticas, e que o aumento nos preços dos alimentos provocado pela demanda por terra ameaça a população mais pobre.

“Simplesmente substituir o uso de combustíveis fósseis pelo etanol não vai nos livrar de nosso dilema. Isso não vai ‘salvar o planeta’, pelo menos não por si só. Isso vai exigir também uma redução aguda no consumo de combustível”, conclui o editorial.

Visita de Bush

A visita de Bush ao Brasil é “a parada mais importante” em sua viagem à América Latina, segundo reportagem publicada nesta segunda-feira pelo Wall Street Journal.

“Bush pretende acelerar sua iniciativa em prol dos combustíveis alternativos, anunciando uma pareceria estratégica com o Brasil para ampliar o mercado mundial para o etanol”, relata o jornal.

A reportagem observa que Lula deve reivindicar uma redução nas tarifas de importação que os Estados Unidos impõem sobre o etanol brasileiro, mas avalia que “as possibilidades de conseguir isso são pequenas no Congresso dos Estados Unidos, onde parlamentares eleitos por regiões agrícolas tendem a proteger a produção local de álcool do milho”.

Fonte: BBC Brasil: 05/03/2007

Plantar energia vai aumentar a fome e a sede no mundo?

Diante da fome e da escassez de água potável, o que significa plantar energia?

A utilização de parcela crescente das terras agriculturáveis do mundo para o plantio de matéria prima de biocombustíveis levanta questão sobre os problemas da fome e da falta d’água que atingem cerca de um bilhão de pessoas.

O etanol, combustível muito em voga depois da recente divulgação das perspectivas sombrias do aquecimento global, há tempos tem jogado um papel importante no cenário agrícola mundial, uma vez que se trata de energia produzida, basicamente, a partir da cana de açúcar, do milho e de madeira.

Para o mercado internacional, é fato que o etanol é muito mais uma alternativa aos altos preços do petróleo do que uma preocupação ambiental, o que alimenta todo tipo de especulações sobre o seu potencial de crescimento. Segundo o pesquisador Luis Cortez, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o mercado mundial produz atualmente algo como 40 bilhões de litros de etanol; para se substituir 10% da gasolina no mundo, será preciso aumentar este volume para cerca de 150 bilhões de litros.

No Brasil, responsável hoje pela produção de cerca de 16 bilhões de litros de álcool combustível, a cana ocupa uma área agrícola de cerca de 5,5 milhões de hectares. Num exercício de futurismo, Luiz Cortez avalia que, se se planejasse atingir no país a marca de 110 bilhões de litros anuais – meta proposta ano passado por Jeb Bush, irmão do presidente dos EUA, para todo o continente americano -, os canaviais teriam que ocupar 75 milhões de hectares, o que ultrapassaria os 55 milhões que perfazem toda a área usada hoje pela agricultura nacional. Portanto, para o mercado o grande desafio agora é detectar os potenciais campos de biocombustível para atender a crescente demanda.

Segundo o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID, cujo presidente, Luis Alberto Moreno, lançou recentemente, junto com o ex-Ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, e o mesmo Jeb Bush, a Comissão Interamericana do Etanol), a União Européia estaria fora do jogo, já que teria que utilizar 70% de sua área agriculturável para atingir a meta de 10% de substituição dos fósseis por etanol. Já os EUA, que querem trocar 20% da gasolina por etanol até 2017, mesmo utilizando o potencial máximo de sua agricultura para a produção de milho (matéria prima usada no país), chegariam apenas aos 15%.

Já a América Latina, afirma o BID, apresenta as condições ideais de clima e espaço para a produção de matéria prima (cana e milho). “Com o Brasil na liderança da produção de etanol, uma densidade demográfica baixa, no geral com clima úmido, e o potencial de melhorar a eficiência da agricultura, a América Latina apresenta grandes vantagens no sentido de se tornar um grande produtor de biocombustível” , avalia o banco,
apostando também em inovações tecnológicas que permitirão produzir com maior eficiência etanol de madeira e celulose.

As vantagens para os países latinos, diz o BID, são geração de postos de trabalho nos diferentes estágios de produção do combustível, e fortalecimento das economias nacionais. O banco reconhece, no entanto, que haverá impactos negativos, como “concentração de terra, redução de empregos [no campo] por conta da mecanização, e aumento dos preços dos insumos agrícolas”. Por outro lado, “o agronegócio terá seu lucro assegurado”, bem como os grandes monocultivos e distribuidores de combustível.

Por fim, África e Ásia fecham, ainda com menor peso, as apostas para o mercado de etanol. Pioneira na África do Sul, a empresa Ethanol África, uma holding composta de várias multinacionais, traça um esboço do que espera da região. “Os africanos têm o potencial de se tornar os Árabes da indústria de biocombustíveis. Temos um potencial para utilizar vastas áreas deste continente massivo para produção destes combustíveis, só precisamos de água e fornecimento de energia”, diz Johan Hoffman, diretor executivo da empresa, que já programou a construção de oito usinas na África do Sul.

Etanol e a fome

Em um mundo onde, de acordo com as Nações Unidas, 1 bilhão de pessoas sofre de fome crônica e má nutrição, e 24 mil morrem diariamente de causas relacionadas a esses problemas – entre estes, 18 mil são crianças -, faz-se necessário questionar se as terras do planeta se destinarão preferencialmente a atender aos cerca de 800 milhões de proprietários de automóveis, ou à garantia da segurança alimentar mundial. E mais, se o Sul continuará a desempenhar o papel de fornecedor da matéria prima necessária para possibilitar ao Norte manter seu padrão de consumo.

O caso mais conhecido de impactos da demanda por etanol sobre a segurança alimentar vem ocorrendo no México, atualmente grande fornecedor de milho para fabricação de biocombustível para os EUA. Nos últimos anos, a exportação do grão levou a um aumento exponencial (em algumas regiões chegou a 100%) do preço da tortilla de milho, base da alimentação de mais de 50% da população mexicana. Em proporção parecida, também houve aumento da ração animal (gado, aves, suínos e outros) e das sementes para plantio.

O questionamento a se fazer então, segundo o jornalista econômico americano Ronald Cook, é: “se os preços do milho vem crescendo até 55% ao ano, isso não aumentará o preço da carne, do frango, do peixe, do leite e dos ovos? Ou do cornflakes, do óleo de milho, e de milhares de outros alimentos que usam o grão como base? [Nos EUA], desde 2000 o preço da carne subiu 31%, do ovo 50%, do adoçante de milho, 33% e do cornflakes, 10%”.

“Distúrbios” na produção, oferta e preços de alimentos são um fenômeno comum onde os investimentos em biocombustíveis têm aumentado. Kelly Naforte, membro da coordenação do MST em Ribeirão Preto (SP), o maior pólo canavieiro do país, constata que, há muito, a maior parte dos alimentos consumidos no município vem de fora. Nos últimos anos, até frutas e legumes não são mais produção própria, afirma. “Ainda temos alguns pequenos agricultores [produtores de alimentos] na região, mas a cana e o eucalipto estão fechando o cerco sobre eles também”, comenta Kelly.

Etanol e a sede

A observação do diretor executivo da Ethanol África, Johan Hoffman, de que “só precisamos de água e fornecimento de energia” para transformar o continente africano em um gigante bioenergético, contém um elemento interessante: a produção de matéria prima para o etanol, e a fabricação do próprio combustível, é dependente de uma grande oferta de água.

Segundo o consultor ambiental e editor da revista inglesa New Scientist, Fred Pearce, “a cana é uma das culturas mais sedentas do planeta. Na maior parte do mundo, utiliza-se caros sistemas de irrigação que têm atingido grandes rios e lençóis freáticos. A medida de consumo da cana é de 600 toneladas de água para uma tonelada de produto”. Atualmente, adenda, 1 bilhão de pessoas não tem acesso à água potável.

Segundo o pesquisador da Embrapa Meio Ambiente, José Maria Ferraz, os gastos de água embutidos tanto na produção de cana quanto na do próprio etanol – na produção de um litro de álcool gasta-se 13 litros de água, e ainda sobram 12 litros de vinhoto, sub-produto extremamente poluente normalmente utilizado na adubação dos canaviais – não é considerada no preço de venda, o que, do ponto de vista econômico, é uma grande desvantagem para o produtor, uma vez que a água está se tornando um bem altamente valorizado.

Em que medida os governos e o mercado têm direito de transformar a agricultura de produtora de alimentos em produtora de combustível é um debate ético urgente. Ou, mais que ética, quando esta em jogo a sobrevivência mais básica da população mundial e seu direito fundamental à comida e à água, a questão se torna política. Perante as ameaças do aquecimento global, potencializado por um doentio e insustentável padrão de consumo principalmente dos países ricos, não se pode deixar de acessar todo e qualquer instrumento que se contraponha à catástrofe ambiental.

Mas há que se pesar quais são realmente as mudanças mais necessárias: se o hábito de comer e beber dos mais pobres, ou a insanidade consumista dos mais ricos.

Fonte: Verena Glass – Agência Carta Maior: 2 de março de 2007

Chamado de Paris

Folha Online: 03/02/2007 – 10h09

da Efe, em Paris

Mais de 40 países pedem organização da ONU para o meio ambiente

Mais de 40 países apóiam a criação de uma organização da ONU para o Meio Ambiente proposta na conferência internacional “Cidadãos da Terra”, que terminou nesta sábado em Paris com um chamado ao combate contra a degradação do planeta. “Hoje, sabemos que a humanidade está destruindo, a uma velocidade aterrorizadora, os recursos e equilíbrios que permitiram seu desenvolvimento e que determinam seu futuro“, diz o “Chamado de Paris”, lido no fim da conferência pelo anfitrião do encontro, o presidente da França, Jacques Chirac (cont.)

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Especial Mudanças Climáticas
Humans blamed for climate change

Aquecimento global nos atinge com severidade

Folha Online: 02/01/2007 – 11h18

Ano de 2007 será o mais quente já registrado, dizem especialistas

da Efe, em Londres

O efeito estufa e o fenômeno climático conhecido como El Niño farão de 2007 o ano mais quente já registrado – com conseqüências para todo o planeta -, afirma o professor Phil Jones, diretor da Unidade de Pesquisa sobre Clima da Universidade de East Anglia, na Inglaterra. Segundo previsões de Jones, publicadas no jornal britânico “The Independent”, o ano que acaba de começar será marcado por condições climáticas extremas em todo o mundo, que podem causar secas na Indonésia e inundações na Califórnia (EUA). Para o “Independent”, essa advertência evidencia que 2007 será um ano crucial para determinar a resposta que o mundo dará ao aquecimento global e seus efeitos (…) O cientista americano Jim Hansen, que em 1988 alertou sobre as mudanças climáticas, diz que o aquecimento global pode ficar fora de controle e mudar totalmente o planeta, a menos que medidas sejam tomadas rapidamente para reverter o aumento das emissões de carbono. Também em entrevista ao “Independent”, Hansen disse que a mudança climática pode aumentar o nível dos mares e causar a extinção de espécies. Sua opinião é compartilhada pelo assessor científico do governo britânico, David King (…) Essas opiniões coincidem com a advertência da Organização Mundial de Meteorologia, organismo da ONU que trata do clima no mundo todo (cont.)

World faces hottest year ever, as El Niño combines with global warming

The Independent – By Cahal Milmo – Published: 01 January 2007

A combination of global warming and the El Niño weather system is set to make 2007 the warmest year on record with far-reaching consequences for the planet, one of Britain’s leading climate experts has warned. As the new year was ushered in with stormy conditions across the UK, the forecast for the next 12 months is of extreme global weather patterns which could bring drought to Indonesia and leave California under a deluge. The warning, from Professor Phil Jones, director of the Climatic Research Unit at the University of East Anglia, was one of four sobering predictions from senior scientists and forecasters that 2007 will be a crucial year for determining the response to global warming and its effect on humanity. Professor Jones said the long-term trend of global warming – already blamed for bringing drought to the Horn of Africa and melting the Arctic ice shelf – is set to be exacerbated by the arrival of El Niño, the phenomenon caused by above-average sea temperatures in the Pacific. Combined, they are set to bring extreme conditions across the globe and make 2007 warmer than 1998, the hottest year on record. It is likely temperatures will also exceed 2006, which was declared in December the hottest in Britain since 1659 and the sixth warmest in global records (cont.)

Leia também:
2007 é eleito por cientistas como o “Ano Polar Internacional”

Livro do Curso de Verao 2007

Se você já viu o programa do Curso do Verão 2007, veja também na Paulus o livro de José Oscar Beozzo.


Com muito ânimo e esperança, o Curso de Verão 2007 insere-se na preocupação, cada vez mais difundida, com o meio ambiente e com o esforço de enfrentar as questões a ele conexas dentro da sociedade e das igrejas, a partir da perspectiva dos movimentos populares e das comunidades.

Ecologia: cuidar da vida e integridade da criação

Curso de Verão de 2007 – Ano XX

Ecologia: cuidar da vida e integridade da criação

Data: 08 a 20/01/2007

Local: São Paulo, SP

As informações abaixo são do site do CESEP.

Apresentação
O Curso de Verão é um programa de formação popular a partir das questões de hoje, à luz da Bíblia, Teologia, Pastoral e da militância cristã na sociedade. É espaço ecumênico de convivência, partilha, troca de experiências, celebração e compromisso. Acolhe participantes de distintas igrejas e comunidades, na busca da unidade entre os cristãos e do diálogo mais amplo entre mulheres e homens comprometidos nas lutas pela justiça e a solidariedade. Em 2007, festejamos 20 anos do Curso, mantendo a mística de um grande mutirão, em que pessoas, famílias, comunidades, movimentos populares e instituições educativas e religiosas colocam-se, a serviço de sua realização, preparando-o ao longo de todo o ano. O curso de verão é massivo, para um grande número de participantes, mas preocupado com que cada um encontre seu espaço em grupos menores e no encontro pessoal, dentro da metodologia da Educação Popular. Seu âmbito é nacional, possibilitando uma rica troca de experiências entre pessoas de todos os Estados do Brasil e mesmo de alguns países da América Latina, do Caribe, da África e da Europa.

Destinatárias/os
Jovens e pessoas comprometidas com trabalhos pastorais, comunitários e com os movimentos populares e suas causas.

Conteúdo e Assessoras/es
. Meio Ambiente: mapeando a situação, problemas e desafios
Adriana Ramos – Instituto Sócio Ambiental – ISA – Brasília, DF.

. Políticas públicas para o Meio Ambiente
Tilden Santiago – Ex-secretário do Meio Ambiente do Governo de Minas Gerais e Embaixador do Brasil em Cuba.

. Movimentos Populares e Meio Ambiente
Dirceu Benincá (coord.) – Mestre em Ciências Sociais – PUC-SP.

. Bíblia e Criação
Ivoni Reimer – Biblista da IECLB e professora da Universidade Católica de Goiânia, GO.

. Ecologia: Teologia e Espiritualidade
Leonardo Boff – Teólogo e Escritor. Professor emérito da UFRJ, Petrópolis, RJ.

. CF 2007: “Fraternidade e Amazônia”
Jean Hébette – Professor e Pesquisador da Universidade Federal do Pará, Belém, PA.

Leia mais sobre o Curso de Verão no site do CESEP, Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e Educação Popular. Todos os Cursos realizados pelo CESEP são em horário integral e têm como sede a cidade de São Paulo, SP.

O CESEP é um centro de formação popular, ecumênico e Latino-americano, fundado em 1982, com o objetivo de prestar serviços às diferentes Igrejas cristãs, na América Latina e no Caribe, em seus trabalhos pastorais e de promoção humana.

Diretoria para o triênio 2007-2009:
– Presidente: Pe. Benedito Ferraro, professor de Teologia da FTCR da PUC-Campinas – ICR
– Vice-presidente: Revdo. Cláudio de Oliveira Ribeiro, professor da UMESP, pastor – Igreja Metodista
– Tesoureira: Ir. Maria Eunice Wolff, religiosa das Filhas de Maria Auxiliadora – ICR
– Secretário: Wagner Lopes Sanchez, professor da PUC-SP e das Faculdades São Luiz – ICR.