História de Israel I 2023

Este curso de História de Israel I compreende 2 horas semanais, com duração de um semestre, o primeiro dos oito semestres do curso de Teologia. Os alunos recebem os roteiros de todas as minhas disciplinas do ano em curso nos formatos pdf e html. Os sistemas de avaliação e aprendizagem seguem as normas da Faculdade e são, dentro do espaço permitido, combinados com os alunos no começo do curso.

I. Ementa
Noções de geografia do Antigo Oriente Médio. As origens de Israel: as principais tentativas de explicação. A monarquia tributária israelita: os governos de Saul, Davi, Salomão, o reino de Judá e o reino de Israel.

II. Objetivos
Oferece ao aluno um quadro coerente da História de Israel e discute as tendências atuais da pesquisa na área. Constrói uma base de conhecimentos histórico-sociais necessários ao aluno para que possa situar no seu contexto a literatura bíblica veterotestamentária produzida no período.

III. Conteúdo Programático
1. Noções de geografia do Antigo Oriente Médio

2. As origens de Israel

3. A monarquia tributária israelita

3.1. Os governos de Saul, Davi e Salomão

3.2. O reino de Israel

3.3. O reino de Judá

IV. Bibliografia
Básica
FINKELSTEIN, I. ; SILBERMAN, N. A. A Bíblia desenterrada: a nova visão arqueológica do antigo Israel e das origens dos seus textos sagrados. Petrópolis: Vozes, 2018.

LIVERANI, M. Para além da Bíblia: história antiga de Israel. São Paulo: Loyola/Paulus, 2008.

MAZZINGHI, L. História de Israel das origens ao período romano. Petrópolis: Vozes, 2017.

Complementar
DA SILVA, A. J. História de Israel. Disponível na Ayrton’s Biblical Page. Última atualização: 10.01.2022.

DONNER, H. História de Israel e dos povos vizinhos. 2v. 7. ed. São Leopoldo: Sinodal/EST, 2017.

FINKELSTEIN, I. O reino esquecido: arqueologia e história de Israel Norte. São Paulo: Paulus, 2015.

GOTTWALD, N. K. As tribos de Iahweh: uma sociologia da religião de Israel liberto, 1250-1050 a.C. 2. ed. São Paulo: Paulus, 2004.

NAKANOSE, S.; DIETRICH, L. J. (orgs.) Uma história de Israel: leitura crítica da Bíblia e arqueologia. São Paulo: Paulus, 2022.

Hebraico Bíblico 2023

O curso de Hebraico Bíblico compreende apenas 30 horas no primeiro semestre do primeiro ano de Teologia. É um tempo insuficiente mesmo para a aprendizagem elementar do hebraico bíblico. Por isso o curso se propõe apenas familiarizar o estudante de Teologia com o universo da língua hebraica e o modo semítico de pensar. No transcorrer das aulas os três itens principais – ouvir, ler e escrever – são trabalhados simultaneamente e não sequencialmente. Este curso está disponível para download ou acesso online na Ayrton’s Biblical Page > Noções de Hebraico Bíblico.

I. Ementa
Texto-base: Gn 1,1-8. O alfabeto hebraico. A pronúncia, a transliteração e a análise morfológica de Gn 1,1-8. As sílabas, o shevá e o dâghēsh. O vav conjuntivo, o artigo e as preposições. O substantivo, o adjetivo e os numerais. O verbo, forte e fraco, e o vav consecutivo.

II. Objetivos
Trabalha conceitos semíticos importantes para a compreensão do texto bíblico veterotestamentário.

III. Conteúdo Programático
1. Ouvir
Ouvir repetidamente o hebraico, para se acostumar com os sons estranhos. Não há aqui a preocupação em entender. O objetivo é fixar a atenção nos sons e acompanhar o texto de cada versículo, palavra por palavra. Até começar a distinguir onde está o leitor, no caso, o cantor.

2. Ler
Nesta seção o objetivo é tentar ler o hebraico. Estão disponíveis, para cada versículo de Gn 1,1-8, a pronúncia, a transliteração e a análise do texto. A pronúncia está bem simplificada, somente chamando a atenção para as tônicas, sem dizer se a vogal é breve ou longa e se o seu som é aberto ou fechado. Já a transliteração, representação dos caracteres hebraicos em caracteres latinos, é mais complexa e tem que ser detalhada.

3. Escrever
Nesta seção é possível aprender algumas regras básicas da gramática hebraica. Regras que permitirão uma escrita mínima de palavras e expressões. Mas a gramática é muito mais do que isto. Há sugestões de gramáticas e dicionários na bibliografia. E há revisões. Uma para cada versículo. As revisões ajudarão o estudante de hebraico verificar o seu nível de absorção do ouvir, do ler e do escrever. Poderão servir igualmente para as avaliações da disciplina.

IV. Bibliografia
Básica
FARFÁN NAVARRO, E. Gramática do hebraico bíblico. São Paulo: Loyola, 2010.

LAMBDIN, T. O. Gramática do hebraico bíblico. São Paulo: Paulus, 2003 [5. reimpressão: 2020].

MENDES, P. Noções de hebraico bíblico: texto programado. 2. ed. São Paulo: Vida Nova, 2011.

Complementar
DA SILVA, A. J. Noções de hebraico bíblico. Brodowski, 2001. Disponível para leitura online e download na Ayrton’s Biblical Page. Última atualização: 06.12.2022.

DA SILVA, A. J. Recursos para aprender hebraico – Na Play Store (Android) e no YouTube. Observatório Bíblico – 29 de julho de 2018.

ELLIGER, K.; RUDOLPH, W. Biblia Hebraica Stuttgartensia. 5. ed. [1997]. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 2011. A BHS está disponível também online ou para download gratuito.

KIRST, N. et alii Dicionário hebraico-português e aramaico-português. 33. ed. São Leopoldo/Petrópolis: Sinodal/Vozes, 2018.

ORTIZ, P. Dicionário do hebraico e aramaico bíblicos. São Paulo: Loyola, 2010.

Preparando meus programas de aula para 2023

Estou, nestes dias, preparando meus programas de aula de Bíblia para 2023. Começo a publicá-los no Observatório Bíblico. A intenção é de que possam servir, para além de meus alunos, a outras pessoas que, eventualmente, queiram ter uma noção de como se estuda a Bíblia em determinadas Faculdades de Teologia. Ou, pelo menos, parte da Bíblia, porque posso expor apenas os programas das disciplinas que leciono. Tomo aqui como referência o currículo do CEARP, onde trabalho. Já fiz isso em outros anos.

Quatro elementos serão levados em conta, em uma leitura da Bíblia que eu chamaria de sócio-histórica-redacional:

:: contextos da época bíblica
:: produção dos textos bíblicos
:: contextos atuais
:: leitores atuais dos textos

O sentido da Escritura, segundo este modelo, não está nem no nível dos contextos da época bíblica e/ou dos contextos atuais, nem no nível dos textos bíblicos ou da vivência dos leitores, mas na articulação que se forma entre a relação dos textos bíblicos com os seus contextos, por um lado, e entre os leitores atuais e seus contextos específicos.

Ou seja: “Da Escritura não se esperam fórmulas a ‘copiar’, ou técnicas a ‘aplicar’. O que ela pode nos oferecer é antes algo como orientações, modelos, tipos, diretivas, princípios, inspirações, enfim, elementos que nos permitam adquirir, por nós mesmos, uma ‘competência hermenêutica’, dando-nos a possibilidade de julgar por nós mesmos, ‘segundo o senso do Cristo’, ou ‘de acordo com o Espírito’, das situações novas e imprevistas com as quais somos continuamente confrontados. As Escrituras cristãs não nos oferecem um was [que], mas um wie [como]: uma maneira, um estilo, um espírito. Tal comportamento hermenêutico se situa a igual distância tanto da metafísica do sentido (positivismo) quanto da pletora das significações (biscateação). Ele nos dá a chance de jogar a sério o círculo hermenêutico, pois que é somente neste e por este jogo que o sentido pode despertar” explica BOFF, C. Teologia e Prática: Teologia do Político e suas mediações. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 1993, p. 266-267.

As disciplinas de Bíblia no curso de graduação em Teologia podem, segundo este modelo, ser classificadas em três áreas:

1. Disciplinas Contextuais:
:: História de Israel I e II

2. Disciplinas Instrumentais:
:: Introdução à Sagrada Escritura
:: Hebraico Bíblico
:: Grego Bíblico

3. Disciplinas Exegéticas:
:: Pentateuco
:: Literatura Profética I e II
:: Literatura Deuteronomista
:: Literatura Sapiencial
:: Sinóticos e Atos dos Apóstolos
:: Literatura Paulina
:: Literatura Joanina
:: Apocalipse

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Destas disciplinas, leciono:

No primeiro semestre:
:: História de Israel I: 2 hs/sem.
:: Hebraico Bíblico: 2 hs/sem.
:: Literatura Profética I: 2 hs/sem.
:: Literatura Deuteronomista: 2 hs/sem.

No segundo semestre:
:: História de Israel II: 2 hs/sem.
:: Pentateuco: 4 hs/sem.
:: Literatura Profética II: 2 hs/sem.

Uma história de Israel

NAKANOSE, S.; DIETRICH, L. J. (orgs.) Uma história de Israel: leitura crítica da Bíblia e arqueologia. São Paulo: Paulus, 2022, 360 p. – ISBN 9786555626551.

Neste livro sobre a história de Israel, procuramos pôr em prática as perspectivas desse nosso mestre [Milton Schwantes]. Procuramos, a partir das transformações e dasNAKANOSE, S.; DIETRICH, L. J. (orgs.) Uma história de Israel: leitura crítica da Bíblia e arqueologia. São Paulo: Paulus, 2022 novas interpretações dos achados arqueológicos – feitas de modo mais firmemente amparado em uma vasta gama de ciências, e com autonomia diante da narrativa bíblica – e dos estudos críticos da Bíblia, elaborar uma história de Israel com os mais recentes achados e descobertas desses campos.

Sabedores da precariedade de todas as histórias que são construídas, nossa pretensão é tão somente expor nossas ideias e reflexões como mais uma contribuição nas áreas da história de Israel e da história da Bíblia, desde séculos estremecidas pelos métodos críticos e ultimamente mais abaladas pelas novas interpretações arqueológicas.

O livro inicia com uma introdução a respeito da necessidade de novas elaborações sobre a história de Israel e a da Bíblia. E, nos capítulos seguintes, aborda diferentes períodos dessas histórias.

O primeiro capítulo procura levantar o que se pode afirmar sobre os inícios do povo de Israel, partindo de datas ao redor dos anos 1300 a.C.

O segundo capítulo faz o mesmo para as primeiras experiências monárquicas, porém sem a pressuposição das doze tribos unidas no grande Império Davídico-Salomônico, noções a tempo descartadas pela arqueologia.

O terceiro capítulo apresenta a história dos reinos de Israel Norte e de Judá como duas entidades políticas que nunca estiveram unidas e que foram bastante desiguais, pois Israel Norte, durante todo o tempo que existiu, foi sempre mais forte do que Judá, tendo Judá somente alcançado peso e importância sociopolítica na região dentro do período assírio, após a destruição da Samaria.

O quarto capítulo aborda o período da dominação babilônica, mostrando que as deportações não deixaram a Judeia como uma “terra vazia” e desarticulada, e descreve as organizações remanescentes na terra; expõe também as diferenças entre o primeiro grupo de deportados e o segundo, bem como suas relações entre si e com os remanescentes.

O quinto capítulo se debruça sobre o período persa, especialmente sobre as diferentes propostas e projetos de reconstrução política e teológica dos vários grupos que retornam do exílio e as relações que propõem estabelecer com os remanescentes que ficaram na terra, na então província de Yehud.

Por último, o sexto capítulo procura dissecar a história e os movimentos religiosos de adaptação e de resistência ao domínio grego e à cultura helênica. A par dos impactos sociais e econômicos, a religião e a sabedoria, em suas diferentes perspectivas e espiritualidades, serão fortemente desafiadas nesse período. Novelas e escritos apocalípticos estão entre os textos canônicos, deuterocanônicos e extracanônicos que nascem nesse contexto.

Em todos os capítulos, procura-se situar o surgimento de narrativas, textos e livros bíblicos, colocando-se os elementos do contexto que consideramos as chaves de leitura essenciais para a compreensão das narrativas bíblicas e a formação da própria Bíblia.

Este livro resulta de trabalho em grupo, em mutirão, como tudo o que aprendemos no CEBI (Centro Ecumênico de Estudos Bíblicos) e no CBV (Centro Bíblico Verbo), que nos reuniu e nos acolheu, visto que, além do Prof. Milton Schwantes, aprendemos também com frei Carlos Mesters, Prof. Gilberto Gorgulho, Profa. Ana Flora Anderson e tantos outros e em tantos outros lugares nascidos na esteira da leitura popular da Bíblia.

Leia a apresentação e veja o sumário do livro em pdf, clicando aqui.

Feliz 2023

Desejo a todos os visitantes do Observatório Bíblico e da Ayrton’s Biblical Page um Feliz 2023!

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Bento XVI (1927-2022)

Morreu hoje Bento XVI, Papa Emérito, aos 95 anos de idade.

“É com pesar que informo que o Papa Emérito Bento XVI faleceu hoje às 9h34 [5h34 no horário de Brasília] no Mosteiro Mater Ecclesiae no Vaticano”, escreveu o perfil deBento XVI  1927-2022 notícias do Vaticano no Twitter.

Todas as postagens sobre Bento XVI publicadas no Observatório Bíblico. Em ordem cronológica, da mais recente à mais antiga:

:: O papel de Martini na eleição e renúncia de Ratzinger – 29.07.2015

:: Em carta a Küng, Bento XVI manifesta apoio a Francisco – 11.02.2014

:: Especiais sobre a renúncia de Bento XVI – 17.02.2013

:: A história dos quatro papas que renunciaram – 12.02.2013

:: A renúncia de Bento XVI: artigos e análises – 12.02.2013

:: Papa Bento XVI anuncia renúncia – 11.02.2013

:: Hans Küng e Roma – 31.10.2009

:: Martini e Doré apresentam livro do Papa em Paris – 25.05.2007

:: Geza Vermes resenha livro do Papa sobre Jesus – 20.05.2007

Leia também:

As mortes que marcaram 2022 – G1: 29.12.2022

Os grupos sociais por trás do Pentateuco

JEON, J. (ed.) The Social Groups Behind the Pentateuch. Atlanta: SBL Press 2021, 360 p. – ISBN 9781628374131.

Durante as últimas décadas estudiosos do Pentateuco sugeriram novos modelos de composição para substituir a Hipótese Documentária, mas nenhum consenso surgiu.JEON, J.  (ed.)  The Social Groups Behind the Pentateuch. Atlanta: SBL Press 2021 Os dez ensaios nesta coleção avançam na discussão, mudando o foco dos estudos da estratificação literária de diferentes camadas dos textos para as agendas sociais, econômicas, religiosas e políticas por trás deles.

Em vez de limitar o foco de seus estudos aos grupos de escribas e comunidades dentro do Yehud persa, os colaboradores olham além do Yehud para outras comunidades judaítas na diáspora, incluindo Elefantina e a comunidade samaritana, estabelecendo um contexto acadêmico adequado para definir as diversas vozes do Pentateuco como agora as entendemos.

Este volume consiste principalmente nos trabalhos apresentados na conferência “Quem escreveu o Pentateuco?” realizada na universidade de Lausanne, Suíça, em outubro de 2016, organizada por Thomas Römer e Jaeyoung Jeon.

Os ensaios incluídos nesta obra podem não fornecer as respostas definitivas à questão dos grupos sociais por trás da formação do Pentateuco. No entanto, espera-se que o volume estimule estudos mais amplos e aprofundados sobre esta importante questão.

Os colaboradores incluem Olivier Artus, Thomas B. Dozeman, Innocent Himbaza, Jürg Hutzli, Jaeyoung Jeon, Itamar Kislev, Ndikho Mtshiselwa, Dany Noquet, Katharina Pyschny, Thomas Römer e Konrad Schmid.

O livro está disponível para download gratuito no Projeto ICI da SBL.

Jaeyoung Jeon é professor na Universidade de Lausanne, Suíça.

 

During the last several decades, scholars in pentateuchal studies have suggested new compositional models to replace the Documentary Hypothesis, yet no consensus has emerged. The ten essays in this collection advance the discussion by shifting the focus of pentateuchal studies from the literary stratification of different layers of the texts to the social, economic, religious, and political agendas behind them.

Rather than limiting the focus of their studies to scribal and community groups within Persian Yehud, contributors look beyond Yehud to other Judahite communities in the diaspora, including Elephantine and the Samaritan community, establishing a proper academic context for setting the diverse voices of the Pentateuch as we now understand them.

Jaeyoung Jeon This volume consists mainly of the papers presented at the conference “Who Wrote the Pentateuch?” held at the university of Lausanne in October 2016, organized by Thomas Römer and Jaeyoung Jeon.

The ten essays included in this volume may not provide the final answers to the question of the social groups behind the formation of the Pentateuch. Nevertheless, I hope that the volume will stimulate broader and deeper studies on this significant issue.

Contributors include Olivier Artus, Thomas B. Dozeman, Innocent Himbaza, Jürg Hutzli, Jaeyoung Jeon, Itamar Kislev, Ndikho Mtshiselwa, Dany Noquet, Katharina Pyschny, Thomas Römer, and Konrad Schmid.

Jaeyoung Jeon: M.A. Hebrew Bible (The Hebrew University of Jerusalem); Ph.D. Hebrew Bible (Tel-Aviv University); since 2013, SNF Senior Researcher at University of Lausanne.

Morreu o professor David Clines (1938-2022)

David J. A. Clines, importante estudioso de Bíblia, de origem australiana, morreu em Sheffield no dia 8 de dezembro de 2022.

David J. A. Clines nasceu em Sydney, Austrália, em novembro de 1938 e morreu em Sheffield, em 8 de dezembro de 2022. Ele viveu na Inglaterra desde 1961, masDavid J. A. Clines (1938-2022) permaneceu cidadão australiano. Seu primeiro diploma, na Universidade de Sydney, foi em grego e latim. Continuou seus estudos em Cambridge, especializando-se em Estudos Orientais (hebraico, aramaico e siríaco). Em 1964 foi nomeado Professor no Departamento de Estudos Bíblicos da Universidade de Sheffield, onde passou toda a sua carreira acadêmica.

Sua especialidade sempre foi a Bíblia hebraica e sua contribuição foi a introdução de novos métodos de leitura da Bíblia, ao mesmo tempo em que trabalhava com as formas tradicionais de estudo como, por exemplo, seu comentário sobre Jó e a redação do Dicionário de Hebraico Clássico.

 

David J.A. Clines, a leading biblical scholar in the UK, was born in Sydney, Australia, in November 1938 and died in December 2022 (funeral, memorial service and memorial symposium details now available). He lived in England from 1961, but remained an Australian citizen. His first degree, at the University of Sydney, was in Greek and Latin (BA 1960). He won a travelling scholarship to continue his studies at St John’s College, Cambridge, where he read the Oriental Tripos in Hebrew, Aramaic and Syriac (BA 1963, MA 1967). In 1964 he was appointed Assistant Lecturer in the Department of Biblical Studies at the University of Sheffield, where he spent the whole of his academic career (apart from a temporary appointment in California in 1974–75), becoming in turn Lecturer, Senior Lecturer and Reader. In 1985 he was appointed Professor of Biblical Studies.

His specialism has always been the Hebrew Bible, and his distinctive contribution has been the introduction of new methods of biblical criticism (e.g. rhetorical criticism, reader-response criticism, deconstruction, feminist criticism). At the same time, he has made significant contributions to traditional forms of study, for example his commentary on Job and his editorship of the Dictionary of Classical Hebrew.

Leia A short academic obituary. Veja uma lista das obras de David J. A. Clines.

Adeus à tradição sacerdotal (P) do Pentateuco?

HARTENSTEIN, F.; SCHMID, K. (eds.) Farewell to the Priestly Writing? The Current State of the Debate. Atlanta: SBL Press, 2022, 296 p. – ISBN 9781628372656.

Nas discussões sobre a origem do Pentateuco a tradição sacerdotal (P) constitui tradicionalmente um ponto de referência indiscutível para os diferentes modelos críticosHARTENSTEIN, F.; SCHMID, K. (eds.) Farewell to the Priestly Writing? The Current State of the Debate. Atlanta: SBL Press, 2022, 296 p. das fontes, e é a única camada literária com vocabulário característico e uma concepção teológica que pode ser diferenciada de outros textos não sacerdotais.

Esta tradução em inglês de Abschied von der Priesterschrift? Zum Stand der Pentateuchdebatte (Leipzig: Evangelische Verlagsanstalt, 2015) revisita o debate acadêmico em torno da Hipótese Documentária e a posição do chamado material sacerdotal, seja como uma fonte escrita independente ou como uma redação dentro dos livros de Gênesis a Números. Os colaboradores incluem Christoph Berner, Erhard Blum, Jan Christian Gertz, Christoph Levin, Eckart Otto, Christophe Nihan e Thomas Römer.

Friedhelm Hartenstein é professor de Antigo Testamento na Universidade Ludwig Maximilian de Munique, Alemanha. Konrad Schmid é professor de Bíblia Hebraica e Judaísmo Antigo na Universidade de Zurique, Suiça.

 

No Prefácio da obra os organizadores explicam que a identificação da tradição sacerdotal do Pentateuco, a conhecida fonte P, vista como um escrito independente, é um dos resultados mais significativos da pesquisa histórico-crítica.

Três características nos permitem identificar a tradição P no Pentateuco:
. Os textos duplicados, como, por exemplo, Gn 1 e 2, duas diferentes histórias da criação
. O uso de “Elohim” para falar de Deus ao longo do livro do Gênesis e na primeira parte do livro do Êxodo
. Os conceitos linguísticos e teológicos típicos do pensamento sacerdotal que permeiam vários textos.

No entanto, os últimos quarenta anos – ou seja, a partir dos anos 80 do século XX – testemunharam reviravoltas significativas nas discussões da literatura sacerdotal no Pentateuco. Desde a obra de Frank Moore Cross e de Rolf Rendtorff, o caráter de P como fonte independente tem sido questionado, e desde a obra de Lothar Perlitt e Thomas Pola, o problema de seu final literário tornou-se cada vez mais controverso. Na pesquisa atual, não se pode mais presumir que os textos sacerdotais constituíam uma fonte anteriormente independente, nem que P se estende de Gn 1 a Nm 36.

Independentemente de como alguém avalia essas questões debatidas, continua sendo verdade que a resposta a elas afetará o modelo de composição do Pentateuco de modo significativo. Muitos julgamentos fundamentais sobre o desenvolvimento do Pentateuco, bem como a história da religião e teologia do antigo Israel e Judá, dependem de avaliações crítico-literárias do escrito P. Tanto as hipóteses documentárias mais antigas quanto as mais recentes o consideram a narrativa básica do Pentateuco. A tradição P está, portanto, no centro das mais importantes teorias histórico-literárias sobre a formação da Bíblia Hebraica.

HARTENSTEIN, F.; SCHMID, K. (eds.) Abschied von der Priesterschrift? Zum Stand der Pentateuchdebatte. Leipzig: Evangelische Verlagsanstalt, 2015, 264 p. - ISBN 9783374033614Quer alguém mantenha, abandone ou modifique a hipótese da tradição P, os ensaios neste volume oferecem observações e argumentos a favor de cada uma dessas posições, que devem informar as decisões acadêmicas em qualquer direção.

O presente volume contém os textos da conferência “Adeus ao Código Sacerdotal? O estado atual do debate sobre o Pentateuco” parte da seção Bíblia Hebraica/Antigo Testamento na Wissenschaftlichen Gesellschaft für Theologie, que aconteceu em Stuttgart-Hohenheim, Alemanha, de 17 a 19 de maio de 2012.

Agradecemos aos palestrantes Christoph Levin (Munique), Erhard Blum (Tübingen), Jan Christian Gertz (Heidelberg), Christoph Berner (Göttingen, agora Kiel), Eckart Otto (Munique), Christophe Nihan (Lausanne) e Thomas Römer (Lausanne e Paris) por suas contribuições que fornecem um panorama do estado atual das discussões sobre os textos sacerdotais no Pentateuco.

 

In discussions of the origin of the Pentateuch, the Priestly source traditionally constitutes an undisputed reference point for different source-critical models, and it is the only literary layer with concise terminology and a theological conception that can be extracted from a non-Priestly context. This English translation of Abschied von der Priesterschrift? Zum Stand der Pentateuchdebatte revisits the scholarly debate surrounding the Documentary Hypothesis and the so-called Priestly material’s position either as an independent written source or as a redaction within the books of Genesis through Deuteronomy. Contributors include Christoph Berner, Erhard Blum, Jan Christian Gertz, Christoph Levin, Eckart Otto, Christophe Nihan, and Thomas Römer.

Friedhelm Hartenstein is Professor of Old Testment at Ludwig Maximilian University of Munich. He is the author of Die bleibende Bedeutung des Alten Testaments (2016), coeditor of Psalmen und Chronik (2017), and coauthor of The Hermeneutics of the Ban on Images: Exegetical and Systematic Theological Approaches (2021).

Konrad Schmid is Professor of Hebrew Bible and Ancient Judaism at the University of Zurich. Schmid is the author of A Historical Theology of the Hebrew Bible (2019), coauthor of The Making of the Bible (2021) and coeditor of A Farewell to the Yahwist? The Composition of the Pentateuch in Recent European Interpretation (2006).

 

Foreword

Identifying the Pentateuch’s Priestly Code as an originally independent source is one of the most prominent and recognized results of historical biblical scholarship. The success of this hypothesis is due to three basic observations, which have been described and expressed many times ever since biblical criticism’s beginnings. First, there are the notable doublets of certain narrative materials. Second, the theological conception of ‫אלהים‬ is a characteristic of these writings, which, like the first feature of doublets, is essentially limited to Genesis and the first part of the book of Exodus. And third, linguistically and theologically peculiar concepts have greatly supported theFriedhelm Hartenstein identification of Priestly text segments. Particularly striking is how frequently these first two observations overlap, with traditions of doublets often using ‫אלהים‬ terminology in one of the versions.

However, the last forty years have witnessed significant developments in discussions of the Priestly literature in the Pentateuch. Since the work of Frank Moore Cross and Rolf Rendtorff, P’s character as an independent source has been questioned, and since the work of Lothar Perlitt and Thomas Pola, the problem of its literary ending has become increasingly controversial. In current research, one can no longer presume that the Priestly texts were a formerly independent source, nor that P extends from Gen 1 to Nm 34.

Regardless of how one assesses these debated questions, it remains true that the response to them will impact one’s model of the Pentateuch’s composition in fundamental ways. Many foundational judgments regarding the Pentateuch’s development, as well as ancient Israel and Judah’s history of religion and theology, depend on literary-critical assessments of the Priestly texts. Both the older and newer documentary hypotheses have considered it the Grundschrift of the Pentateuch, and some more recent approaches to the Pentateuch’s composition argue that it either inaugurates or at least propagates the canonical portrait of a transition from the ancestral to the exodus narratives. The Priestly Code is thus at the center of crucial literary-historical theories about the formation of the Hebrew Bible.

Konrad Schmid

Whether one maintains, abandons, or modifies the hypothesis of the Priestly Code, the essays in this volume offer observations and arguments in favor of each of these positions, which should inform scholarly decisions in either direction.

The present volume contains proceedings from the conference “Farewell to the Priestly Code? On the State of the Pentateuchal Debate,” part of the Hebrew Bible/Old Testament section at the Wissenschaftlichen Gesellschaft für Theologie, which took place in Stuttgart-Hohenheim on 17–19 May 2012.

We thank the speakers Christoph Levin (Münich), Erhard Blum (Tübingen), Jan Christian Gertz (Heidelberg), Christoph Berner (Göttingen, now Kiel), Eckart Otto (Munich), Christophe Nihan (Lausanne), and Thomas Römer (Lausanne and Paris) for their contributions that supply a picture of the current state of discussions about the Priestly texts in the Pentateuch.

Friedhelm Hartenstein and Konrad Schmid
Munich and Zurich, July 2022