Cosmologia, cosmogonia, antropogonia e teogonia

Kevin M. McGeough, em artigo sobre Cosmologia do Antigo Oriente Médio, nas Bibliografias Oxford (Oxford Bibliographies) explica:

Os termos “cosmologia” e “cosmogonia” às vezes são usados ​​de forma inconsistente nos estudos do Antigo Oriente Médio.

Cosmologia
Uma cosmologia geralmente é entendida como uma concepção do mundo e do universo, possivelmente considerada como um mapa cognitivo da Terra em relação a vários corpos celestes e outras características.

Cosmogonia
Cosmogonia, no uso científico, geralmente se refere a qualquer descrição das origens e criação do universo. Nos estudos sobre o Antigo Oriente Médio, as cosmogonias geralmente tomam a forma de textos mitológicos e, em geral, nossa evidência mais clara da cosmologia antiga vêm na forma de cosmogonias preservadas na literatura. Embora existam evidências de cosmologia presente na arte e na cultura material, as interpretações são menos claras.

Antropogonia
As cosmologias são distintas das antropogonias, que são relatos da origem – em geral, criação – dos seres humanos, embora esses tópicos separados sejam frequentemente vinculados.

Teogonia
Da mesma forma, as teogonias são relatos sobre as origens dos deuses, geralmente divindades primitivas.

Evidencias de crenças cosmológicas também podem ser encontradas em alguns textos científicos, especialmente aqueles que lidam com questões astronômicas ou que tratam do calendário. Nesses casos, no entanto, as crenças cosmológicas geralmente precisam ser inferidas, já que os autores antigos não tendem a fornecer extensas descrições para suas observações. Alguns tipos de textos de adivinhação, especialmente textos astrológicos, também fornecem evidências para concepções cosmológicas.

A relação entre cosmologia e ritual religioso é mais controversa. Os estudiosos da escola “mito e ritual” tendem a ver muitos rituais como evocação de concepções cosmológicas; outros estudiosos contestam fortemente essas ideias. Seja qual for a relação específica entre mito e ritual, alguns textos de rituais religiosos, como textos funerários egípcios, certamente preservam indiretamente a evidência sobre a cosmologia antiga.

Kevin M. McGeough é professor de arqueologia no Departamento de Geografia da Universidade de Lethbridge, Canadá.

 

Kevin M. McGeough: Near East Cosmology Oxford Bibliographies

Last Reviewed: 05 May 2017
Last Modified: 30 November 2015

The terms “cosmology” and “cosmogony” are sometimes used inconsistently within Near Eastern studies. A cosmology is usually understood to be a conception of the world and universe, possibly thought of as a cognitive map of the Earth in relation to various celestial bodies and other features. Cosmogony, in scientific use, usually refers to any account of the origins and creation of the universe. In Near Eastern studies, cosmogonies usually take the form of mythological texts, and generally, our clearest evidence of ancient cosmology comes in the form of cosmogonies preserved in literature (see also the Oxford Bibliographies article “Myth in the Hebrew Bible”). While there is evidence of cosmology present in art and material culture, interpretations are less clear-cut. Cosmologies are distinct from anthropogonies, which are accounts of the origin (usually creation) of humans, although these separate topics are often linked (for more on biblical anthropogonies, see the Oxford Bibliographies article “Adam and Eve”). Similarly, theogonies are accounts about the origins of gods, usually primeval deities. Evidence for cosmological beliefs can also be found in some scientific texts, especially those dealing with astronomical or calendrical issues. In those instances, however, cosmological beliefs usually need to be inferred, as the ancient authors did not tend to provide extensive background descriptions for their observations. Some types of divination texts, especially astrological texts, also provide evidence for cosmological conceptions. The relationship between cosmology and religious ritual is more controversial. Scholars from the “myth and ritual” school tend to see many rituals as evocative of cosmological conceptions; other scholars heavily contest these ideas. Whatever the specific relationship between myth and ritual is or was, some religious ritual texts, such as Egyptian funerary texts, certainly preserve evidence about ancient cosmology indirectly.

Kevin M. McGeough is a Professor of Archaeology in the Department of Geography at the University of Lethbridge, Canada.

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