Para ler Francisco

Os fundamentos geopolíticos do Pontificado de Francisco. “O Papa é a única voz política com autoridade moral transversal” – IHU On-Line: 07.03.2017

O 1º Encontro Ibero-americano de Teologia contou com a voz de mulheres teólogas, estas grandes desconhecidas. Suas falas mostraram a cor e a presença que faltam à Igreja em todos os níveis. Dentre elas, estava a jovem teóloga argentina Emilce Cuda, que acaba de publicar ‘Para leer a Francisco’ (Manantial), que contribui trazendo os fundamentos geopolíticos do pontificado de Francisco.

A entrevista é de José Manuel Vidal, publicada por Religión Digital, em 04.03.2017.

Quem é Emilce Cuda?

Sou natural da Argentina, de Buenos Aires. Sou doutora em Teologia pela Universidade Pontifícia da Argentina e também sou professora, na Argentina, na Faculdade de Teologia da Universidade Católica. Além disso, sou professora em uma universidade pública, a UVA, como é chamada. E também na Univesidade Arturo Jauretche, uma universidade na conurbação de Buenos Aires, em uma região muito pobre.

Minha especialidade, na teologia, é a política. Trabalho há 30 anos como pesquisadora e estou aqui, no Boston College, há vários anos, em um intercâmbio, como professora na área de Ética e Política.

O Boston College tem uma organização chamada Catholic Theological Ethics in the World Church, que reúne teólogos eticistas católicos de todo o mundo. São 1000 teólogos e eu sou a responsável pela coordenação da América Latina e do Caribe. E também sou presidente da IPSA (Associação Internacional de Ciência Política), para a área da religião e política.

Acaba de publicar um livro

Acabei de publicar um livro sobre o papa, que não é uma biografia. É interessante fazer esta distinção porque a maioria dos livros que existem são biografias de Francisco, muitas delas muito boas. Mas este livro é uma tentativa de explicar a teologia e a política argentina, que esclarece muito o discurso do Papa (continua)

CULDA, E. Para leer a Francisco. Buenos Aires: Manantial, 2016

Emilce Cuda: “El Papa es la única voz política que tiene autoridad moral transversal” – Religión Digital: 04.03.2017

El pasado I Encuentro Iberoamericano de Teología contó con la voz de las mujeres teólogas, esas grandes desconocidas. Sus ponencias han mostrado el color y la presencia que falta en la Iglesia a todos los niveles. Entre ellas, intervino la joven teóloga argentina Emilce Cuda, que acaba de publicar ‘Para leer a Francisco’ (Manantial), que nos aporta las claves geopolíticas del pontificado de Francisco.

¿Quién es Emilce Cuda?

Soy de Argentina, de Buenos Aires. Soy doctora en Teología por la Universidad Pontificia de Argentina, y soy profesora también en Argentina en la Facultad de Teología de la Universidad Católica. Además, soy profesora en Universidad pública, la UVA, se llama. Y también en la Univesidad Jauretche que es una universidad del conurbano bonaerense en un asentamiento muy pobre.

Mi especialidad, dentro de la Teología, es la política. Trabajo hace 30 años como investigadora y estoy aquí, en Boston College, desde hace varios años. Hago intercambio como profesora en el área de Ética y Política.

Boston College tiene una organización que se llama Catholic Theological Ethics in the World Church, que significa teólogos eticistas católicos alrededor del mundo. Son 1000 teólogos, y yo estoy a cargo de la coordinación de Latinoamérica y el Caribe. Y también soy presidenta de IPSA (International Political Science Association), para el área de religión y política.

Y acabas de publicar un libro.

Acabo de publicar un libro sobre el Papa, que no es una biografía. Es interesante distinguirlo porque la mayoría de los libros que hay son biografías sobre Francisco, muy buenas muchas de ellas. Pero este libro es un intento de explicar la teología y la política argentina, que aclara mucho el discurso del Papa (continua)

O livro

CULDA, E. Para leer a Francisco. Buenos Aires: Manantial, 2016, 260 p. – ISBN 9789875002180.

Francisco, profeta y pastor, desenmascara las causas de la pobreza desacralizando estructuras injustas que han sido divinizadas, y llama a la misericordia como otro modo de justicia. Sus gestos atraen la mirada internacional sobre el pensamiento teológico, ético y político latinoamericano y argentino, y al mismo tiempo despiertan preguntas difíciles de responder. ¿Su crítica al “sistema” es teológica o política? ¿Su pensamiento es producto de las luchas históricas por la liberación antes que por la libertad? ¿Es su discurso Teología de la Liberación o anacronismo setentista? ¿La Teología del Pueblo es marxista o peronista? ¿Es posible una teología nacional y popular? ¿Qué entiende por categorías como igualdad, libertad, pueblo, pobre, trabajo, cultura, misión? ¿Es eficaz su exhortación apostólica entre un público no católico, no creyente y despolitizado? ¿Su voz, una autorictas político-moral transversal a las soberanías nacionales, genera conflicto de doble obediencia al interior de los Estados? ¿Entra Francisco en el debate de una agenda terminológica marcada por los medios hegemónicos o planta de manera soberana nuevos temas a debatir? Este libro no pretende dar respuestas sino herramientas para leer a Francisco desde el punto de partida de la teología, la filosofía y la política latinoamericana. Plantear que es importante no desconocer que su origen es argentino y latinoamericano, y que su formación jesuita es tanto clásica y moderna, como universal y concreta, permite ver que ahora Bergoglio es Francisco, el Papa de toda la Iglesia Católica, para todo el mundo, interpelando a creyentes y no creyentes.

The Oriental Institute Open Access Publications

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Fonte: AWOL – 18.03.2016

Biomas brasileiros e defesa da vida

:. “Admirar os biomas é contemplar a obra do criador”, afirma cardeal Sergio da Rocha

Como bem sabemos, a importância da Campanha da Fraternidade tem crescido a cada ano, repercutindo não apenas no interior das comunidades católicas, mas também nos diversos ambientes da sociedade, especialmente pela sua natureza e pela iminência dos assuntos abordados”. Foi com estas palavras que o arcebispo de Brasília e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), cardeal Sergio da Rocha, abriu oficialmente a Campanha da Fraternidade 2017.

A cerimônia ocorreu na sede da entidade, nesta quarta-feira, 1º de março, em Brasília (DF). Com o tema “Fraternidade: biomas brasileiros e a defesa da vida”, este ano, a Campanha busca alertar para o cuidado e o cultivo dos biomas brasileiros: Cerrado, Mata Atlântica, Caatinga, Pampa, Pantanal e Amazônia. Além disso, enfatiza o respeito à vida e a cultura dos povos que neles habitam. O lema escolhido para iluminar as reflexões é “Cultivar e guardar a criação (Gn 2, 15)”.

Para dom Sergio, a temática é de extrema urgência. “Cada Campanha da Fraternidade quer nos ajudar a vivenciar a fraternidade em um campo específico da vida ou da realidade social brasileira que tem necessitado de maior atenção e empenho, e este ano o tema escolhido é de grande notoriedade”, enfatizou. Ainda de acordo com ele, é preciso que as pessoas conheçam os biomas a fundo para poderem “contemplar a beleza e a diversidade que estão estampados no próprio cartaz da Campanha da Fraternidade”.

Na mesa de abertura, dom Sergio disse ainda que não bastava apenas conhecer os biomas e que era preciso também refletir sobre a presença e sobre a ação humana nesses ambientes. Ele também ressaltou a valorização dos povos originários, que de acordo com ele são “verdadeiros guardiões dos biomas”. “Nós precisamos valorizar, defender a vida e a cultura desses povos, mas também somos motivados a refletir sobre as causas dos problemas que afetam os biomas como, por exemplo, o desmatamento, a poluição da natureza e das nascentes. Necessitamos também refletir sobre a ação de cada um de nós e nossas posturas nos biomas onde estamos inseridos”, disse.

Por último, o bispo destacou que pode haver um certo estranhamento por parte das pessoas em relação à Igreja ter escolhido este assunto para a Campanha, mas segundo ele, ninguém pode assistir passivamente à destruição de um bioma ou de sua própria casa, da Casa Comum. “O assunto de fato não pode ser descuidado, não pode ser deixado para depois, ele necessita da atenção e dos esforços de todos. O tema tem sim muito a ver com a fé em Cristo, com a fé no criador, com a palavra de Deus, e admirar os biomas é contemplar a obra do criador”, finalizou.

O presidente da Frente Parlamentar Ambientalista, deputado federal Alessandro Molon, compôs a mesa da cerimônia e, em sua fala, agradeceu pela escolha do tema por parte da Igreja no Brasil, considerando a iniciativa um serviço de extrema importância para o país e para a proteção do meio ambiente… (continua)

Fonte: CNBB

Campanha da Fraternidade 2017: biomas brasileiros e a defesa da vida

:. Degradação da natureza e agravamento da pobreza são frutos do sistema de produção, de consumo e de especulação que impera. Entrevista especial com Ivo Poletto – IHU On-Line: 03.03.2017
Biomas brasileiros e a defesa da vida é o tema da Campanha da Fraternidade (CF) deste ano. Não é a primeira vez que a dimensão socioambiental da vida é abordada, lembra o filósofo e cientista social Ivo Poletto. Em 2007, a temática foi Fraternidade e Amazônia; em 2011, a temática enfrentou as mudanças climáticas provocadas pelo aquecimento global.

Em entrevista concedida por e-mail à IHU On-Line, Poletto lembra que na primeira Campanha não foi fácil mobilizar as pessoas em favor da Amazônia, pois era vista como uma realidade distante. “Foi neste ano, com certeza, que nasceu a reivindicação em favor de uma CF que encarasse a realidade de todos os biomas do país”, avalia.

Poletto considera que a escolha do tema de 2017 se relaciona “com o avanço da consciência de muitos cristãos/ãs e, de modo especial, os animados pelas pastorais sociais, pela Cáritas e pelo Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Social”. Isso decorre do fato de que “todos os biomas estão sendo afetados por ações humanas e precisam, por isso, de uma atenção cuidadosa e de práticas que ajudem a Terra a recuperar as suas características originais”. Há outro motivo, que é “o insistente convite do papa Francisco a todas as pessoas – de modo especial na sua encíclica Laudato Si’ – sobre o cuidado da casa comum – para que se deem conta de como a vida está ameaçada no planeta Terra e de como é urgente a mudança estrutural do sistema econômico dominante e do estilo de vida dos que estão envolvidos no produtivismo e no consumismo”.

O tema não é fácil de tratar, reconhece Poletto. “Na maior parte das vezes, a visão eclesial esteve centrada no ser humano, no seu direito a um ambiente saudável. Tem sido difícil superar o antropocentrismo, justificado até mesmo por leituras do Gênesis, em que a narrativa da Criação afirmaria o ser humano como centro, como destinatário de tudo que Deus fez”, afirma. “Não é correto dizer que a humanidade enfrenta duas crises, a social e a ambiental. Só há uma crise, de caráter socioambiental. Tanto a degradação da natureza quanto o agravamento da pobreza são frutos do sistema de produção, de consumo e de especulação que domina a terra e as pessoas.”

Ivo Poletto é filósofo e cientista social. Trabalha atualmente como assessor educacional no Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Social, que articula movimentos, entidades e pastorais sociais em torno da defesa dos direitos sociais da população afetada pelas mudanças climáticas provocadas pelo aquecimento global. Entre 1975 e 1992, foi o 1º secretário executivo da Comissão Pastoral da Terra; de 1993 a 2002, foi assessor da Cáritas Brasileira; em 2003 e 2004, foi membro da Equipe de Mobilização Social do Programa Fome Zero, do governo federal – sobre esse período, escreveu o livro Brasil: oportunidades perdidas – Meus dois anos no Governo Lula (Editora Garamond, 2005). Confira a entrevista.

:. Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida – IHU On-Line: 24.02.2017
“A Campanha da Fraternidade 2017 nos ajuda a entender mais profundamente o sentido da Quaresma, que é um tempo forte de mudança de vida e de preparação para a Páscoa: passagem para a Vida Nova em Cristo, vida de amor verdadeiro, baseado na gratuidade e na busca de radicalidade. Sem esse amor verdadeiro não há Fraternidade (ou Irmandade)”, escreve Marcos Sassatelli, frade dominicano, doutor em Filosofia (USP) e em Teologia Moral (Assunção – SP) e professor aposentado de Filosofia (UFG)

:. Campanha pelos biomas brasileiros – IHU On-Line: 10.02.2017
“O Brasil em sua vasta dimensão territorial possui seis biomas: a Amazônia, a Caatinga, o Cerrado, a Mata Atlântica, o Pantanal e o Pampa. Cada determinação se caracteriza, pois, pela dinâmica de semelhança que forma o ecossistema, isto é, pela similaridade de vegetação, de clima e formação histórica”, escreve Felipe Augusto Ferreira Feijão, estudante de Filosofia Faculdade Católica de Fortaleza (FCF).

:. Cerrado. O pai das águas do Brasil e a cumeeira da América do Sul – Revista IHU On-Line n. 382 – 28.11.2011
Considerado o celeiro do mundo e o berço das águas do Brasil, o Cerrado brasileiro desfruta de uma biodiversidade ainda pouco conhecida por muitos brasileiros e brasileiras. A IHU On-Line desta semana dá continuidade à série referente aos diferentes biomas brasileiros. A revista já abordou os biomas Floresta Amazônica, o Pampa, o Pantanal e a Floresta de Araucária. Buscando conhecer um pouco mais a cumeeira da América do Sul e o pai das águas do Brasil, vários pesquisadores e pesquisadoras contribuem nesta edição.

Os biomas brasileiros e a teia da vida – Evento IHU: 15 de março a 14 de junho de 2017. Clique aqui