Internet cresce, mídia impressa encolhe

:: Ibope: internet dispara, jornais impressos afundam – Brasil 24/7: 07/03/2014
Levantamento nacional divulgado nesta sexta-feira 7 pelo ministro-chefe da Secretaria da Comunicação Social, Thomas Traumann, aponta internet como o meio de comunicação que mais cresce entre os brasileiros; um quarto da população já acessa a rede diariamente, com uma intensidade média de 3h39 minutos por dia; é mais tempo do que os telespectadores passam em frente à TV; crise da mídia impressa é total: 75% dos entrevistados afirmaram que não leem mais jornais; mídia mudou de forma veloz, radical e irreversível.

:: Internauta passa quase quatro horas por dia na web – Paulo Victor Chagas: Agência Brasil 07/03/2014
Apesar de ser acessada costumeiramente por menos de metade da população, a internet é o meio de comunicação que mais toma tempo dos brasileiros. De acordo com pesquisa divulgada hoje (7) pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom-PR), o brasileiro gasta em média 3h41 do seu dia navegando na internet (…) Segundo a Pesquisa Brasileira de Mídia 2014 – Hábitos de Consumo de Mídia pela População Brasileira, 26% das pessoas acessam a internet todos os dias. Percentual que se reduz à medida que diminuem os dias de acesso na semana, até atingir o mínimo de 4% de brasileiros que dizem entrar na internet pelo menos uma vez na semana.

:: TV é o meio de comunicação preferido dos brasileiros, revela pesquisa – Karine Melo: Agência Brasil 07/03/2014
A televisão é o meio predileto de comunicação dos brasileiros (76,4%), seguido da internet (13,1%). Os dados fazem parte  da Pesquisa brasileira de mídia 2014 – Hábitos de consumo de mídia pela população brasileira, divulgada hoje (7) pela Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República.

:: Mídia pública ainda não é lembrada por brasileiros – Paulo Victor Chagas: Agência Brasil 07/03/2014
Os meios de comunicação públicos ainda não são citados espontaneamente pela população. Os brasileiros não mencionam a TV Brasil nem a Rádio Nacional, por exemplo, quando perguntados qual emissora de TV ou estação de rádio mais acessam. Os dados são da Pesquisa Brasileira de Mídia, divulgada hoje pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom-PR). De acordo com a publicação Hábitos de Consumo de Mídia pela População Brasileira, encomendada pela Secom e feita pelo Ibope Inteligência, programas da TV Brasil e emissoras de rádio da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) apenas são lembrados pelos cidadãos brasileiros quando seus nomes são estimulados pelos entrevistadores. A empresa foi criada em 2007 para fortalecer o caráter público e cidadão da mídia brasileira e é responsável pela Agência Brasil, por oito emissoras de rádio, pela TV Brasil, TV Brasil Internacional, Radioagência Nacional e Portal EBC. Com autonomia para definir a produção de programas, os veículos da EBC disseminam conteúdos jornalísticos, educativos, culturais e de entretenimento para levar informações de qualidade ao público.

Declarações de gente invisível

Isso existe. E: declarações de gente invisível podem ser inventadas e sustentadas… Isso é visível.

Dilma, Lula e as intrigas da mídia

Por Altamiro Borges: Blog do Miro – 04/03/2014

Talvez movidos pelas recentes pesquisas, que apontam a possibilidade de reeleição de Dilma Rousseff já no primeiro turno em outubro próximo, eles resolveram jogar na divisão do campo governista. A Folha tucana liderou a campanha de fofocas, o que levou sua ombudswoman a criticar a cobertura. Para ela, o jornal abusou de declarações “off the record”, com base no anonimato e no sigilo da fonte, para instigar a cizânia. Vale conferir o seu artigo:

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Na segunda-feira (24), a Folha informava na capa que o ex-presidente Lula anda criticando o governo Dilma em conversas com políticos e empresários. Lula teria dito que confia na reeleição de sua ex-ministra, mas que ela precisa mudar em 2015. A atual equipe econômica estaria com o “prazo de validade vencido”.

A reportagem foi toda construída com declarações “off the record” (“fora dos registros”), feitas em condição de anonimato a pedido dos entrevistados. São citados “interlocutores do mundo político e empresarial”, pessoas da “equipe de Lula” e um “amigo próximo do ex-presidente”.

O segundo destaque de política, nesse mesmo dia, eram as preocupações de empresários com o intervencionismo na economia e com a formação do ministério de um eventual novo mandato de Dilma. Mais uma vez, tudo “off the record”. Os anônimos eram “líderes do agronegócio”, “o dirigente de uma grande indústria”, “banqueiros de peso” e “empreiteiros”.

Declarações anônimas são um instrumento importante do jornalismo, porque, muitas vezes, não há outra forma de obter uma informação valiosa. Só que seu uso não pode ser banalizado, deve ser um último recurso da reportagem.

Quando dá espaço a vozes sem dono ou crava uma informação baseada em “a Folha apurou…”, o jornal está exigindo um voto de confiança do leitor. É como se dissesse: “Não posso contar quem afirmou isso nem como consegui o dado, mas está correto, acredite”.

A informação “off the record” costuma ser negada no dia seguinte e aí o jornal garante que as fontes são “seguras”. No caso das críticas de Lula a Dilma, na própria segunda-feira, a presidente gentilmente mandou a Folha parar de fazer fofoca: “Eu acho que vocês podem tentar de todas as formas criar qualquer conflito, barulho ou ruído entre mim e o presidente Lula, que vocês não vão conseguir”.

O ideal é que a declaração anônima seja o ponto de partida de uma apuração maior, que o repórter busque documentos e entrevistas que comprovem o que foi dito. Nas reportagens sobre as ressalvas à gestão Dilma, dá para entender a dificuldade de convencer o entrevistado a mostrar a cara, mas é inegável que textos assim, sem nenhum nome citado, parecem intriga.

Para diminuir essa má sensação, o jornal deveria explicar por que aceita reproduzir declarações de gente invisível. Algo na linha “a Folha aceitou o anonimato porque os empresários temem represálias do governo” ou “a Folha ouviu quatro petistas e dois banqueiros, que não revelaram seus nomes porque Lula pediu sigilo nas conversas”.

Aposto que, se exigir que o “off” seja justificado, o jornal constatará que ele é, muitas vezes, dispensável. A presença de anônimos deveria reduzir-se ao mínimo necessário.

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Apesar das ponderadas críticas da ombudswoman, a Folha não fez qualquer autocrítica e manteve sua linha de “intrigas”. O mesmo ocorreu em outros veículos. A coluna de futricas de Felipe Patury, na revista Época, chegou a afirmar que “quase metade dos deputados do PT defende ‘Volta Lula”, sem apresentar provas. Até Nelson Motta, que deixou de lado suas críticas musicais para virar um franco-atirador da oposição, escreveu no jornal O Globo, na sexta-feira (28), que “alguns oposicionistas já preferem até a volta de Lula aos riscos da continuação de Dilma. Aceitam abrir mão de um candidato de oposição em favor de Lula só para se livrar de Dilma e de sua equipe, seu estilo e sua gestão econômica”.

O tucaninho disfarçado de colunista global afirma, no maior cinismo, que “os mais cínicos dizem que teria saído mais barato ao país ter dado um terceiro mandato a Lula”. Na sua visão tacanha – que beira o machismo –, Dilma “tem ideias próprias [sobre a economia], é ‘desenvolvimentista’ com DNA marxista/brizolista”. Para ele, a proposta do “volta Lula” decorre dos erros da atual presidenta. “A tragédia anunciada da Venezuela e o avanço da Argentina para o abismo confirmam a falência do modelo bolivariano e o desastre do kirchnerismo, que têm em comum, além do esquerdismo e da incompetência na gestão econômica, a perseguição à imprensa e aos adversários políticos”.

Diante da onda de intrigas da mídia, a própria presidenta Dilma Rousseff fez questão de rechaçar os boatos. Direto de Bruxelas, onde participou da Cúpula Brasil-União Europeia, ela afirmou em entrevista aos jornalistas brasileiros: “Eu acho que vocês podem tentar de todas as formas criar qualquer conflito, barulho ou ruído entre mim e o presidente Lula. Mas vocês não vão conseguir… A imprensa é livre e tem direito de expressão e eu e o presidente Lula não temos divergências a não ser as normais”. Apesar do desmentido categórico, a Folha tucana estampou o título canalha na matéria: “Dilma minimiza divergências com Lula”. Ela não minimizou, mas negou. Os conselhos de Suzana Singer não servem mesmo para nada!