Leitura 1: caso nojento!

A denúncia em off da Veja – Por Luis Nassif – 17/07/2010

Antes, Veja soltava uma denúncia. Imediatamente a matéria era reproduzida pelos seus próprios blogueiros. Espalhava-se como um raio pela Internet. Na maioria das vezes, era desmontada também que nem um raio pela blogosfera, seja por falta de verossimilhança, seja por falta de evidências, por menores que fossem e por falta de consistência jornalística

Agora, mudou.

Sai a nova denúncia sobre o suposto encontro da ex-Secretária da Receita Federal Lina Vieira com a ex-Ministra Chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Vai-se até o site da revista, e nada. Não está disponível no site nem nos blogs de seus blogueiros. A informação é de que novas edições da revista só estarão no site (na edição digital) a partir de sexta-feira da semana seguinte.

A revista conseguiu subverter um princípio universal de mídia: quem assinar o impresso tem direito a acessar o online na frente dos outros. Agora, não. A razão é simples: dar uma sobrevida aos factoides. Em vez de durar um dia, as denúncias ganham uma sobrevida de cinco dias de baixa repercussão.

Pelo que se lê por aí (não li a edição impressa, por estar fora de São Paulo) a testemunha é um sujeito que diz ter existido uma gravação do dia do encontro. Estaria negociando as informações com quem pagasse mais. Mas tem apenas seu testemunho individual, nenhuma prova.

Ou seja, um sujeito que vende seu testemunho, para a revista mais vendida.

 

Luis Nassif: As peças do caso Lina – 23/08/2009

O economista Luis Nassif aponta, neste domingo (23), a grande ligação entre o senador José Agripino e a ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira como indício da pesada campanha deflagrada pelo jornal paulistano Folha de S.Paulo contra a chefe da Casa Civil do governo Lula, Dilma Roussef.

“José Agripino foi o principal articulador, dentro do DEM, da ofensiva contra o senador José Sarney e, depois, contra Dilma Rousseff, em cima do episódio Lina”, comenta Nassif.

Em Observação

1. O papel de José Agripino.

A grande ligação de Lina Vieira é com seu conterrâneo José Agripino, senador pelo Rio Grande do Norte. A prefeita de Natal é do PV, mas criatura de Agripino. Aliás, a prefeitura é das poucas bases do DEM no nordeste. E é de lá que sai o contrato de publicidade com a família de Lina Vieira. José Agripino foi o principal articulador, dentro do DEM, da ofensiva contra o senador José Sarney e, depois, contra Dilma Rousseff, em cima do episódio Lina.

2. A matéria da Folha, que deflagrou essa crise.

É de, 9 de agosto, domingo. Para sair domingo, possivelmente foi preparada entre 5 e 7 de agosto.

3. Reunião com Serra.

No dia 3 de agosto o Twitter do senador Agripino dá conta de uma relevante reunião em São Paulo, com o governador José Serra. Relevante por ter juntado o líder do PSDB no Senado, Sérgio Guerra, mais seu braço-direito para ações no Parlamento, Alberto Goldmann, mais os DEM Rodrigo Maia e ACM Neto.

A respeito da reunião, a Folha disse o seguinte, com Serra fazendo questão de enfatizar que não estava nas articulações barra-pesadas. É de uma sutileza ímpar:

Na noite de segunda-feira, o impacto da crise esteve na pauta da reunião de Serra com tucanos e democratas. A avaliação dos participantes foi a de que Lula se dedica à contenção da crise, em vez de se lançar na campanha da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. A retração de Lula alivia a pressão sobre Serra para que se declare candidato agora. (…) Serra, no entanto, desconversou quando o líder do DEM no Senado, Agripino Maia (RN), sugeriu que levantasse munição para a CPI da Petrobras. Segundo um participante, o governador paulista disse que essa não era sua área de atuação durante o governo FHC.

4. Dois dias depois, a Folha dá início às pesquisas que conduzem à manchete do dia 9.

São apenas indícios, que necessitam ser aprofundados. Mas bons indícios, convenhamos, sobre como começam todas as crises políticas brasileiras dos últimos 18 meses.

Fonte: Blog do Nassif

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