O ressentimento de classe e a indignação moral

… qualquer pessoa de esquerda sabe que quando um problema político vem embrulhado como se fosse um problema moral, são os defensores do status quo, os poderosos e as forças conservadoras que se beneficiam, escreve Idelber Avelar, em O Biscoito Fino e a Massa, no post A esquerda e o unicameralismo, em 17/07/2009 – 13h41

Já dei uns palpites sobre isso, em outro contexto, mas acho a frase acima a coisa mais acertada do mundo.

E meu colega da PUC-Campinas e amigo Luiz Roberto Benedetti já escrevia em sua tese de doutorado – Templo, Praça, Coração: a articulação do campo religioso católico. São Paulo: Humanitas/USP/FAPESP, 2000 – ISBN 8586087750 – que é mais do que evidente na classe média sua insegurança e, sobretudo, seu ressentimento social, mas que aparece, geralmente, disfarçado como indignação moral. Este é um mecanismo sob medida para a classe média desobrigar-se de um compromisso social efetivo, reduzindo os problemas do mundo a problemas morais [veja a citação em meu texto acima mencionado].

É o que mais se vê no modo como a grande mídia repercute a atual (atual?) “crise” (crise?) política brasileira.

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