Revista “Estudos Bíblicos”: chegamos ao n. 100

Acabo de receber o número 100 da Revista Estudos Bíblicos, que tem 136 páginas: Contribuições para o estudo da Bíblia – 25 anos

Escreve Milton Schwantes no Editorial:
“Este número 100 de Estudos Bíblicos procura celebrar caminhos já trilhados. Realmente é uma festa poder comemorar tantos anos de atividade, de criatividade, de encontros e alguns desencontros (…) Um dos segredos que nos caracteriza é a ampla participação de biblistas, exegetas, historiadores, teólogas e teólogos, de leigas e leigos. Estamos em um amplo mutirão na criação, na escrita e na difusão da revista. Esta certamente foi, na própria constituição desta nossa revista, uma das decisões mais sábias: a de fazê-la nascer em regiões diferentes. Cada grupo regional, encarregado de um número, se reúne autonomamente e vai à tarefa (…) Também cabe ressaltar que Estudos Bíblicos tem raiz na comunidade. Este certamente é um aspecto que deveríamos tornar ainda mais marcante. Muitos são os artigos que retratam experiências populares e comunitárias (…) Pode-se dizer que Estudos Bíblicos é uma revista de pastoral, para animar pessoas às tarefas bíblicas em meio ao povo. Certamente, esta é nossa intenção. Mas, para poder seguir por este caminho faz-se necessário ‘des-cobrir’ os textos em dimensões novas (…) O presente vol. 100 não se pôs como meta a elaboração de ensaios típicos para Estudos Bíblicos. Houve um só acordo: escrever em memória ao centésimo número. Mas a temática e o enfoque ficaram por conta de cada autora e de cada autor. A diferença foi, pois, desejada…”

Ludovico Garmus, por sua vez, relembrando o nascimento de Estudos Bíblicos, vai dizer em seu artigo Estudos Bíblicos – 1984-2008:
…”Assim, em 1984, no vol. 44, fascículo 173 da REB, nasceu como apêndice o primeiro número de ‘Estudos Bíblicos’, com 66 páginas. O título era: ‘A Bíblia como memória dos pobres’. O editorial era assinado por Leonardo Boff e Ludovico Garmus, responsáveis pela nova série por parte da Editora Vozes. Os autores do primeiro número eram Carlos Mesters, Pablo Richard, Milton Schwantes e Alberto Antoniazzi (…) Até o número 12 (1986), Estudos Bíblicos era um anexo da Revista Eclesiástica, mas publicado também em cadernos separados para os não assinantes da REB e comercializado nas livrarias como livro. A partir do n. 13, em 1987, a série ‘Estudos Bíblicos’ ganha maturidade: deixa de ser um anexo da REB e passa a ser publicada em separado, podendo os números ser adquiridos por assinatura (…) A redação é volante. Os números são produzidos pelos colaboradores das várias regiões do país. Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Centro-Oeste, Nordeste e Norte. As regiões se revezam na produção dos vários números, escolhem o tema e o seu coordenador (…) Publicaram-se até agora 99 números, com a média de 86 páginas cada número, ou seja, quase 9.000 páginas…”

Os artigos deste número 100:
. Ludovico Garmus: Estudos Bíblicos – 1984-2008
. Júlio Paulo Tavares Zabatiero: Texto, estranho texto
. José Comblin: Ler a Bíblia
. Marcelo Barros: As revelações do Mistério Uno e Múltiplo – Releitura macroecumênica do nome divino em Êxodo 3
. Mercedes Lopes: A terra está de luto e seus habitantes murcham (Oséias 4,1-3) – Uma profecia que mostra a relação entre humanidade e natureza
. Milton Schwantes: Solidariedade e conhecimento de Deus – Enfoques proféticos em Oséias 6,1-11
. Tércio Machado Siqueira: Os Cânticos das Subidas – Observações sobre o contexto histórico
. Valmor da Silva: Sabedoria em Provérbios – As várias faces da realidade
. Haroldo Reimer e Ivoni Richter Reimer: Sábado e vida digna
. Cássio Murilo Dias da Silva: Quando o mensageiro divino é vingativo
. Carlos Mesters e Francisco Orofino: Paulo apóstolo – Viver em conversão permanente
. Irineu José Rabuske: As Cartas Pastorais (1-2Timóteo e Tito)
. Pedro Lima Vasconcellos: Sobre verdade e hospitalidade – Anotações sobre 2 e 3João

. Resenha: RÖMER, T. A chamada história deuteronomista: Introdução sociológica, histórica e literária. Petrópolis: Vozes, 2008, 207 p. – Por Cássio Murilo Dias da Silva