Francisco e Gustavo Gutiérrez

O Papa se reuniu com Gustavo Gutiérrez

Tal como se esperava desde alguns dias, o papa Francisco recebeu em audiência privada o frei dominicano peruano Gustavo Gutiérrez, um dos pais da Teologia da Libertação.

A informação, já divulgada nas Notícias do Dia, 13/09/2013, é igualmente destacada no sítio do Conselho Episcopal Latino-Americano – CELAM, no dia de hoje.

Segundo o Celam, o Vaticano confirmou a audiência privada.

Fonte: IHU On-Line: Notícias do dia – 14/09/2013

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Gustavo Gutiérrez
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Teologia da Libertação

Mensagem de Casaldáliga a Francisco sobre a TdL

“Que a Igreja se reconcilie com a Teologia da Libertação”, pede Casaldáliga ao Papa – José Manuel Vidal: Religión Digital: 25/06/2013 – Publicado por Brasil de Fato em 27/06/2013

(…) Antes de visitar o Papa, na companhia do líder indígena Qom argentino, Félix Díaz, o Nobel argentino, Pérez Esquivel, telefonou para seu velho amigo Pedro, bispo emérito de São Félix do Araguaia, poeta, profeta dos pobres e pastor dos índios. E o bispo brasileiro de origem espanhola aproveitou a ocasião para enviar dois pedidos ao Papa: que defenda os indígenas e que reabilite a Teologia da Libertação. “Apresentei-lhe uma mensagem de Pedro Casaldáliga, que me disse: ‘Você verá Francisco, diga para ele que procure escutar, refletir e chegar a um acordo, uma reconciliação com os teólogos latino-americanos. Que se preocupe com toda a questão dos povos originários no continente’. Para mim, isso foi um sinal positivo”, afirmou o Nobel. Após a audiência com o Papa, Esquivel reconheceu: “É verdade que existiram problemas com muitos teólogos da libertação. É preciso revisar muitas coisas. As teologias nunca são definitivas, são caminhos para construir” (…) O Nobel argentino também revelou que, na reunião com o Papa, de 45 minutos, entregou-lhe uma cópia do chamado Pacto das Catacumbas, um manifesto assinado por 40 bispos, entre eles grandes personalidades latino-americanas, poucos dias antes do encerramento do Vaticano II. Esquivel disse que o Papa, ao ver entre os assinantes Helder Câmara, Luigi Betazzi, Manuel Larraín, Leónidas Proãno, Sergio Méndez Arceo e Faustino Zazpe, exclamou: “Ui! Quem está aqui!”. E o Nobel explica que o Papa se interessou muito pelo assunto e, embora não tenha se comprometido com nada, disse que iria pensar. De sua parte, Esquivel se comprometeu em “reunir os teólogos da Libertação, como Leonardo Boff e outros, que tanto contribuíram com a Igreja”.

Casaldáliga pide al Papa: “Que la Iglesia se reconcilie con la Teología de la Liberación” –  José Manuel Vidal: Religión Digital: 25/06/2013

(…) Antes de visitar al Papa, en compañía del líder indígena Qom argentino, Félix Díaz, el Nobel argentino, Pérez Esquivel, llamó a su viejo amigo Pedro, obispo emérito de Sao Felix do Araguaia, poeta, profeta del os pobres y pastor de los indios. Y el obispo brasileño de origen español aprovechó la ocasión para mandarle dos peticiones al Papa: que defienda a los indígenas y que rehabilite la Teología de la Liberación. “Le llevé un mensaje de Pedro Casáldáliga, quien me dijo: ‘Lo vas a ver a Francisco, decile que trate de escuchar, reflexionar y de llegar a un acuerdo, una reconciliación con los teólogos latinoamericanos. Que se preocupe por toda la cuestión de los pueblos originarios en el continente’. Eso, para mí, sería una señal positiva”, afirmó el Nobel. Tras la audiencia con el Papa, Esquivel reconoció: “Es verdad que existieron problemas con muchos teólogos de la liberación. Hay que revisar muchas cosas. Las teologías nunca son definitivas, son caminos a construir” (…) El Nobel argentino también desveló que, en la reunión con el Papa que duró 45 minutos, le entregó una copia del llamado “Pacto de las catacumbas”, un manifiesto firmado por 40 obispos, entre ellos grandes personalidades latinoamericanas, a los pocos días de la clausura del Vaticano II. Cuenta Esquivel que el Papa, al ver entre los firmantes a Helder Cámara, Luigi Betazzi, Manuel Larraín, Leónidas Proaño, Sergio Méndez Arceo o Faustino Zazpe, exclamó: “Uy, quiénes está ahí”. Y el Nóbel explica que el tema le interesó mucho al Papa y, aunque no se comprometió a nada, dijo que lo iba a ensar. Por su parte Esquivel se comprometió a “reunir a los teólogos de la Liberación, como Leonardo Boff y otros, que tanto aportaron a la Iglesia”

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Fim da guerra entre Roma e a Teologia da Libertação?

“O movimento eclesial e teológico da América Latina, conhecido como ‘teologia da libertação’, que depois do Vaticano II encontrou eco em todo o mundo, deve ser considerado, na minha opinião, entre as correntes mais significativas da teologia católica do século XX” (Gerhard Ludwig Müller, 2004).  

“Il movimento ecclesiale e teologico dell’America Latina, noto come ‘teologia della liberazione’, che dopo il Vaticano II ha trovato un’eco mondiale, è da annoverare, a mio giudizio, tra le correnti più significative della teologia cattolica del XX secolo” (Gerhard Ludwig Müller, 2004).

 

Roma e a Teologia da Libertação: fim da guerra – Gianni Valente: Vatican Insider. Traduzido para o português por Cepat e publicado por Notícias: IHU On-Line em 23/06/2013

“O movimento eclesial e teológico da América Latina, conhecido como ‘teologia da libertação’, que depois do Vaticano II encontrou eco em todo o mundo, deve ser considerado, na minha opinião, entre as correntes mais significativas da teologia católica do século XX”. Quem consagra a Teologia da Libertação com esta elogiosa e peremptória avaliação histórica não é nenhum representante sul-americano de tempos eclesiais do passado. O “certificado” de validade chega diretamente do arcebispo Gerhard Ludwig Müller, atual Prefeito do mesmo dicastério vaticano – a Congregação para a Doutrina da Fé – que durante os anos 1980, seguindo o impulso do Papa polonês e sob a direção do então cardeal Ratzinger, interveio com duas instruções para indicar os desvios pastorais e doutrinais que também incluíam os caminhos que as teologias latino-americanas haviam tomado.

A avaliação sobre a Teologia da Libertação não é uma declaração que escapou acidentalmente ao atual guardião da ortodoxia católica. O juízo, meditado, aparece nas densas páginas do volume do qual foi tirada a frase: uma antologia de ensaios escrita a quatro mãos, impressa na Alemanha, em 2004, e que agora está sendo publicada na Itália com o título “Da parte dos pobres, Teologia da Libertação, Teologia da Igreja” (Edizioni Messaggero Padova).

Atualmente, o livro aparece como um ato de encerramento das guerras teológicas do passado e dos resíduos bélicos que de tempos em tempos explodem para espalhar alarmes que representam ora interesses, ora pretextos. O livro é escrito pelo atual responsável pelo ex-Santo Ofício e pelo teólogo peruano Gustavo Gutiérrez, pai da Teologia da Libertação e inventor da fórmula utilizada para definir essa corrente teológica, cujas obras foram submetidas a exames rigorosos durante muito tempo pela Congregação para a Doutrina da Fé em sua longa temporada ratzingeriana, embora nunca tenha sido condenado.

O livro representa o resultado de um longo caminho comum. Müller nunca ocultou sua proximidade com Gustavo Gutiérrez, que conheceu em 1998 em Lima durante um seminário de estudos. Em 2008, durante a cerimônia para o doutorado honoris causa concedido ao teólogo Müller pela Pontifícia Universidade Católica do Peru, o então bispo de Regensburg definiu como absolutamente ortodoxa a teologia de seu mestre e amigo peruano. Nos meses anteriores à nomeação de Müller como presidente do dicastério doutrinal, foi exatamente sua relação com Gutiérrez que foi evocada por alguns como prova da não idoneidade do bispo teólogo alemão para o posto que ocupou (durante 24 anos) o então cardeal Ratzinger.

Nos ensaios da antologia, os dois autores-amigos se complementam reciprocamente. Segundo Müller, os méritos da Teologia da Libertação vão além do âmbito do catolicismo latino-americano. O Prefeito indica que a Teologia da Libertação expressou no contexto real da América Latina das últimas décadas a orientação para Jesus Cristo redentor e libertador que marca qualquer teologia autenticamente cristã, justamente a partir da insistente predileção evangélica pelos pobres. “Neste continente”, reconhece Müller, “a pobreza oprime as crianças, os idosos e os doentes”, e induz muitos a “considerar a morte como uma escapatória”. Desde as suas primeiras manifestações, a Teologia da Libertação ‘obrigava’ as teologias de outras partes a não criar abstrações sobre as condições reais da vida dos povos ou dos indivíduos. E reconhecia nos pobres a “própria carne de Cristo”, como agora repete o Papa Francisco.

Justamente com a chegada do primeiro Papa latino-americano surge com maior força a oportunidade para considerar esses anos e essas experiências sem os condicionamentos dos furores e das polêmicas daquela época. Mesmo afastando-se dos ritualismos dos “mea culpa” postiços ou das aparentes “reabilitações”, hoje é muito mais fácil reconhecer que certas veementes mobilizações de alguns setores eclesiais contra a Teologia da Libertação eram motivadas por certas preferências de orientação política mais que pelo desejo de guardar e afirmar a fé dos apóstolos. Os que pagaram a fatura foram os teólogos peruanos e os pastores que estavam completamente submergidos na fé evangélica do próprio povo, que acabaram “triturados” ou na sombra mais absoluta. Durante um longo período, a hostilidade demonstrada para com a Teologia da Libertação foi um importante fator para favorecer brilhantes carreiras eclesiásticas.

Em um dos textos, Müller (que numa entrevista de 27 de dezembro de 2012 havia expressado a hipótese do cenário de um Papa latino-americano depois de Ratzinger) descreve sem meias palavras os fatores político-religiosos e geopolíticos que condicionaram certas “cruzadas” contra a Teologia da Libertação: “Com o sentimento triunfalista de um capitalismo que, provavelmente, se considerava definitivamente vitorioso”, refere o Prefeito do dicastério doutrinal vaticano, “misturou-se também a satisfação de ter negado desta maneira qualquer fundamento ou justificação da Teologia da Libertação. Acreditava-se que o jogo com ela era muito simples, lançando-a no mesmo conjunto da violência revolucionária e do terrorismo dos grupos marxistas”. Müller também cita o documento secreto, preparado para o presidente Reagan pelo Comitê de Santa Fé, em 1980 (ou seja, quatro anos antes da primeira Instrução sobre a Teologia da Libertação), no qual se solicitava ao governo dos Estados Unidos da América que agisse com agressividade contra a “Teologia da Libertação”, culpada por ter transformado a Igreja Católica em “arma política contra a propriedade privada e o sistema da produção capitalista”. “É desconcertante neste documento”, destaca Müller, “a desfaçatez com que seus autores, responsáveis por ditaduras militares brutais e por poderosas oligarquias, fazem de seus interesses pela propriedade privada e pelo sistema produtivo capitalista o parâmetro do que deve valer como critério cristão”.

Após terem passado décadas de batalhas e contraposições, justamente a amizade entre os dois teólogos (o Prefeito da Doutrina da Fé e aquele que durante um tempo foi perseguido pelo mesmo dicastério doutrinal) alimenta finalmente uma ótica capaz de distinguir as obsoletas armações ideológicas do passado da genuína fonte evangélica que impulsionava muitas das rotas do catolicismo latino-americano depois do Concílio. Segundo Müller, Gutiérrez, com seus 85 anos (e que pretende viajar à Itália e passar por Roma em setembro), expressou uma reflexão teológica que não se limitava às conferências nem aos cenáculos universitários, mas que se nutria da seiva das liturgias celebradas pelo sacerdote com os pobres, nas periferias de Lima. Ou seja, essa experiência básica graças à qual – como disse sempre simples e biblicamente o próprio Gutiérrez – “ser cristão significa seguir a Jesus”. É o próprio Senhor, acrescenta Müller ao comentar a frase de seu amigo peruano, quem “nos dá a indicação de nos comprometermos diretamente com os pobres. Fazer prevalecer a verdade nos leva a estar do lado dos pobres”.

 

Sobre o livro:

MÜLLER, G. L.; GUTIÉRREZ, G. Dalla parte dei poveri: Teologia della liberazione, teologia della Chiesa. Padova: EMP, 2013, 208 p. – ISBN 9788825036022 (publicação prevista para julho de 2013).

O original em alemão: An der Seite der Armen: Theologie der Befreiung. Augsburg: Sankt Ulrich Verlag, 2004, 184 p. – ISBN 9783936484403.

 

O texto original, em italiano:

Teologia della liberazione e Roma, la guerra è finita – Gianni Valente: Vatican Insider 21/06/2013

«Il movimento ecclesiale e teologico dell’America Latina, noto come “teologia della liberazione”, che dopo il Vaticano II ha trovato un’eco mondiale, è da annoverare, a mio giudizio, tra le correnti più significative della teologia cattolica del XX secolo». A consacrare la teologia “liberazionista” con questa lusinghiera e perentoria valutazione storica non è qualche attempato reduce sudamericano di stagioni ecclesiali tramontate. L’attestato di merito arriva direttamente dall’arcivescovo Gerhard Ludwig Müller, Prefetto in carica dello stesso dicastero vaticano – la Congregazione per la dottrina della fede (CdF) – che negli anni Ottanta, su impulso del Papa polacco e sotto la guida dell’allora cardinale Ratzinger,  intervenne con ben due istruzioni per segnalare le deviazioni pastorali e dottrinali che pure incombevano sui cammini imboccati dalle teologie latino-americane.

La decisa valorizzazione della Tdl non è una boutade sfuggita per incidente all’attuale custode dell’ortodossia cattolica. Lo stesso, soppesato giudizio pervade le dense pagine dell’intero volume da cui la frase è tratta: una raccolta di saggi scritta a quattro mani, già stampata in Germania nel 2004, che ora sta per essere pubblicato anche in Italia con il titolo Dalla parte dei poveri. Teologia della liberazione, teologia della Chiesa (Edizioni Messaggero Padova/Emp).

Il volume oggi appare quasi come un atto di congedo dalle guerre teologiche del passato e dai residuati bellici che di tanto in tanto vengono fatti brillare per spargere allarmi interessati quanto pretestuosi. A firmarlo, insieme all’attuale responsabile dell’ex Sant’Uffizio, è il teologo peruviano Gustavo Gutiérrez,  padre nobile della Teologia della liberazione, inventore della formula stessa usata per definire quella corrente teologica, le cui opere furono sottoposte per lungo tempo all’esame rigoroso della CdF nella sua lunga stagione ratzingeriana, senza mai subire alcuna condanna.

Il libro a due firme rappresenta il sigillo di un lungo cammino comune. Müller non ha mai nascosto la sua prossimità con Gustavo Gutièrrez, che ha conosciuto nel 1988 a Lima nel corso di un seminario di studio. Nel 2008, durante la cerimonia per la laurea honoris causa concessa al teologo Müller dalla Pontificia Università cattolica del Perú, l’allora vescovo di Ratisbona aveva definito come pienamente ortodossa la teologia del suo maestro e amico peruviano. Nei mesi che hanno preceduto la nomina di Müller alla guida del Dicastero dottrinale, proprio la sua vicinanza a Gutiérrez era stata evocata da alcuni come prova della non idoneità del vescovo-teologo tedesco al ruolo occupato in precedenza – per 24 lunghi anni  – dal cardinale Ratzinger.

Nei saggi contenuti nel volume, i due autori-amici si forniscono assist a vicenda. Secondo Müller i meriti della Teologia della liberazione travalicano l’ambito del cattolicesimo latinoamericano. Il Prefetto ripete che la Tdl ha espresso nel contesto reale dell’America Latina degli ultimi decenni l’orientamento a Gesù Cristo redentore e liberatore che segna ogni teologia autenticamente cristiana, proprio a partire dalla riaffermata predilezione evangelica per i poveri. «In quel Continente» riconosce Müller «la povertà opprime bambini, vecchi, malati», inducendo molti a «considerare la morte come una via d’uscita». Già al suo primo apparire, la Tdl “costringeva” le teologie elaborate altrove a non fare astrazione delle condizioni reali di vita dei popoli e dei singoli. E riconosceva nei poveri la «carne stessa di Cristo», come adesso ripete Papa Francesco.

Proprio con l’avvento del primo Papa latinoamericano emerge con più forza la chance di guardare a quegli anni e a quelle esperienze senza essere condizionati dai furori polemici di allora. Pur sottraendosi al ritualismo dei mea culpa posticci o delle  riabilitazioni di facciata, oggi è più facile riconoscere che certe veementi mobilitazioni di settori ecclesiali contro la Tdl erano mosse da preferenze di orientamento politico più che dal desiderio di custodire e affermare la fede degli apostoli. A farne le spese furono anche teologi e pastori totalmente immersi nella fede evangelica del proprio popolo, finiti nel tritacarne o nel cono d’ombra. Per un lungo periodo, l’ostilità ostentata alla Tdl è stato un fattore prezioso per favorire brillanti ascese di carriera ecclesiastica.

In uno dei suoi interventi, Müller (che in un’intervista del 27 dicembre 2012 aveva ipotizzato lo scenario di un Papa latinoamericano dopo Ratzinger) descrive senza indugi i fattori politici e geo-politici che condizionarono certe “crociate” contro la Tdl: «Al sentimento trionfalistico di un capitalismo, che probabilmente si riteneva definitivamente vittorioso» riferisce il Prefetto del dicastero dottrinale vaticano «si mescolò anche la soddisfazione di aver così tolto qualsiasi fondamento e giustificazione alla tdl. Si pensò di aver gioco facile con essa, buttandola nello stesso fascio della violenza rivoluzionaria e del terrorismo di gruppi marxisti». Müller  fa riferimento anche al documento segreto, allestito per il presidente Reagan dal Comitato di Santa Fé nell’anno 1980 (cioè 4 anni prima della prima Istruzione vaticana sulla Tdl), dove si sollecitava il governo degli Stati Uniti d’America a procedere in maniera aggressiva contro la «Teologia della liberazione», rea di aver trasformato la Chiesa cattolica in  «arma politica contro la proprietà privata e il sistema della produzione capitalista». «È sconvolgente in questo documento» sottolinea Müller «la sfrontatezza con la quale i suoi estensori, responsabili di dittature militari brutali e di potenti oligarchie, fanno del loro interesse per la proprietà privata e per il sistema produttivo capitalistico il parametro di ciò che deve valere come criterio cristiano».

Dopo aver attraversato i decenni concitati delle battaglie e delle contrapposizioni, proprio l’amicizia tra i due teologi – il Prefetto dell’ex sant’Uffizio e quello un tempo inquisito dallo stesso dicastero dottrinale – alimenta uno sguardo finalmente in grado di discernere le caduche impalcature ideologiche del passato dalla genuina sorgente evangelica che animava tanti percorsi del cattolicesimo latinoamericano dopo il Concilio. Agli occhi di Müller, proprio l’85enne Gutièrrez – che ha in programma di venire in Italia e passare anche a Roma il prossimo settembre – ha espresso una riflessione teologica che non si estenuava nelle conferenze e nei cenacoli universitari, ma traeva la sua linfa dalle liturgie celebrate dal sacerdote con i poveri, nelle periferie degradate di Lima. Cioè da quella esperienza elementare per cui – come dice in maniera semplice e biblica lo stesso Gutiérrez – «Essere cristiani significa seguire Gesù». È il Signore stesso – aggiunge Müller, commentando quella frase del suo amico peruviano – che «ci dà l’indicazione di impegnarci in modo diretto per i poveri. Fare la verità ci porta a stare dalla parte dei poveri».

 

Sobre o Documento de Santa Fé: conferir o texto aqui e informações aqui. Em espanhol.

 

E leia também:

(…) os conselheiros de Ronald Reagan recorriam, no documento de Santa Fé de maio de 1980, ao clássico paradigma explicativo policial – a “infiltração”: “A política exterior dos Estados Unidos deve começar a afrontar (e não somente reagir a posteriori) a teologia da libertação… Na América Latina o papel da Igreja é vital para o conceito de liberdade política. Infelizmente, as forças marxistas-leninistas utilizaram a Igreja como arma política contra a propriedade privada e o sistema capitalista de produção, infiltrando a comunidade religiosa de idéias mais comunistas que cristãs” (Michael Löwy, Marxismo e cristianismo na América Latina, Lua Nova, no.19, São Paulo, Nov. 1989).

Francisco denuncia a ideologia do mercado

Este discurso, o mais complexo que até agora Francisco pronunciou sobre temas sociais, passou um pouco despercebido, apesar de conter uma denúncia precisa das causas do desequilíbrio social. E talvez tenha sido este o motivo da pouca atenção recebida. Francisco denunciou o fetichismo do dinheiro e a ditadura de uma economia sem rosto que considera o ser humano como um bem de consumo.

 

Francisco chama a atenção de quem fala em moralismo – IHU On-Line 21/05/2013.

O Papa Francisco, diante da multidão de fiéis, repetiu, neste domingo à tarde, que a Igreja não é uma organização política nem uma ONG. Além disso, fez julgamentos tão claros sobre a pobreza, a crise e suas causas como nenhum político parece capaz de fazê-lo.

A reportagem é de Andrea Tornielli e publicada no sítio Vatican Insider, 19-05-2013. A tradução é do Cepat.

“Há cortes nos investimentos, os bancos, todos se põem a dizer que é uma tragédia. Se as famílias estão mal, não têm o que comer, se as pessoas morrem de fome, então nada acontece… Esta é a nossa crise”. E a crise não é apenas “econômica ou cultural”, mas é uma “crise do homem”. “Na vida pública – explicou –, se não há ética, tudo é possível. Lemos, nos jornais, que a falta de ética faz mal a toda a humanidade”.

Estas palavras, pronunciadas durante a vigília de Pentecostes, em resposta a uma pergunta sobre a “Igreja pobre e para os pobres” que o primeiro Papa que leva o nome do pobrezinho de Assis afirmou desejar, estiveram presentes durante os discursos destes dias. Ao receber as cartas credenciais de quatro novos embaixadores na Santa Sé, na quinta-feira passada, Bergoglio falou sobre as raízes da crise financeira e o abismo que existe entre pobres e ricos, razão pela qual denunciou o “fetichismo” do dinheiro e a “ditadura” de uma economia sem rosto que considera o ser humano como um “bem de consumo”.

Este discurso, o mais complexo que até agora Francisco pronunciou sobre temas sociais, passou um pouco despercebido, apesar de que contivesse uma denúncia precisa (e talvez tenha sido este o motivo da pouca atenção recebida) das causas do desequilíbrio social. A causa, segundo o Papa, seriam as “ideologias que promovem a autonomia absoluta dos mercados e a especulação financeira, negando desta maneira o direito ao controle dos Estados, encarregados de prover o bem comum”.

No domingo, com os representantes dos movimentos, Francisco chamou à radicalidade evangélica, explicando que, diante da crise econômica e da ética pública, a contribuição mais eficaz que os cristãos podem oferecer é o de dar o testemunho do Evangelho: sair de si mesmo, dos próprios círculos autorreferenciais, deixar de ser “cristãos que discutem sobre teologia enquanto tomam chá” nos salões e ir ao encontro dos pobres, dos necessitados.

Explicou que a caridade não é “uma categoria sociológica”. E também disse que ir ao encontro dos pobres significa, para os cristãos, ir “para a carne de Cristo”, razão pela qual este compromisso concreto pertence à essência da experiência da fé vivida e testemunhada verdadeiramente. Uma mensagem forte dirigida a todos, mas que, com sua ênfase na ética pública, representa uma mensagem particular para todos os que pertencem ao mundo da política. Em muitos casos (e inclusive dentro da Igreja católica) as mensagens sobre a ética foram desatendidas e catalogadas de “moralismo” por aqueles que encobriram a imoralidade, influindo nas vidas concretas de muitas pessoas.

Desde que o novo Papa começou a dar seus primeiros passos, não faltaram círculos de intelectuais que o definissem como “pauperístico”, esquecendo que o novo Papa conhece e frequentou os pobres verdadeiramente (sobretudo nas favelas de Buenos Aires). E, além disso, esquecendo que os Evangelhos, escritos 17 séculos antes de O Capital, de Marx, também falam sobre os pobres.

Por isso, Francisco se perguntou: que mundo construímos, se um pobre que morre de frio já não é notícia, ou se a morte por fome de muitas crianças é uma realidade com a qual nos acostumamos? O Papa disse, na quinta-feira passada, aos novos embaixadores: “O papa ama a todos, ricos e pobres, mas o papa tem o dever, em nome de Cristo, de recordar ao rico que ele deve ajudar o pobre, respeitá-lo, promovê-lo”.

Menos mal que ainda resta alguém para nos recordar isso.

 

Un monito a chi parla di moralismo – Andrea Tornielli: Vatican Insider 19/05/2013

Il discorso, più impegnativo finora tenuto da Francesco sui temi sociali, è passato, almeno in Italia, piuttosto inosservato, nonostante contenesse una puntuale denuncia delle cause dello squilibrio sociale

Papa Francesco davanti alla folla di fedeli ha ripetuto ieri sera che la Chiesa non è un’organizzazione politica né una Ong. Eppure ha pronunciato giudizi così netti e chiari sulla povertà, sulla crisi e sulle sue cause, quali ormai quasi nessun leader politico sembra più in grado di fare.

«Se cadono gli investimenti, le banche, tutti a dire che è una tragedia. Se le famiglie stanno male, non hanno da mangiare se la gente muore di fame allora non fa niente… Questa è la nostra crisi». E la crisi non è «solo economica o culturale» ma è «una crisi dell’uomo». «Nella vita pubblica – ha spiegato – se non c’è l’etica tutto è possibile. Lo leggiamo i giornali quanto la mancanza di etica fa tanto male all’umanità intera».

Queste parole dette a braccio durante la veglia di Pentecoste, in risposta a una domanda su quella «Chiesa povera per i poveri» che il primo Papa con il nome del Poverello d’Assisi aveva detto di sognare all’indomani dell’elezione, seguono di tre giorni un altro suo importante discorso. Ricevendo le credenziali di quattro nuovi ambasciatori presso la Santa Sede, giovedì scorso, Bergoglio aveva parlato loro delle radici della crisi finanziaria e del divario tra poveri e ricchi, denunciando il «feticismo» del denaro e la «dittatura» di un’economia senza volto che considera l’essere umano «come un bene di consumo».

Questo discorso, il più impegnativo finora tenuto da Francesco sui temi sociali, è passato, almeno in Italia, piuttosto in sordina, nonostante contenesse una puntuale denuncia (o forse proprio per questa) delle cause dello squilibrio sociale. Derivante, a detta del Papa, «da ideologie che promuovono l’autonomia assoluta dei mercati e la speculazione finanziaria, negando così il diritto di controllo agli Stati pur incaricati di provvedere al bene comune».

Ieri, ai rappresentanti dei movimenti, Francesco ha richiamato la radicalità evangelica spiegando che di fronte alla crisi economica e alla crisi dell’etica pubblica, il principale e più efficace contributo che i cristiani possono dare è quello di testimoniare il Vangelo: uscire da se stessi, dai propri circoli autoreferenziali, smettere di essere «cristiani inamidati che discutono di teologia bevendo il tè» nei salotti, per andare davvero incontro ai poveri, a chi ha bisogno.

Ha spiegato che la carità «non è una categoria sociologica». E ha detto che per i cristiani andare verso i poveri significa andare «verso la carne di Cristo»: dunque questo impegno concreto è connaturale all’esperienza di fede veramente vissuta e testimoniata. Un messaggio forte indirizzato a tutti, ma che nell’accenno all’etica pubblica rappresenta un richiamo particolare a quanti sono impegnati in politica. In tanti, troppi casi, anche in casa cattolica, i richiami all’etica sono stati talvolta irrisi e bollati come «moralismo» da chi ha coperto l’immoralità e così facendo ha finito per incidere sulla vita concreta di tante persone.

Fin dai primi passi del nuovo pontificato, non sono mancati circoli intellettuali che hanno definito come «pauperistico» l’atteggiamento di Francesco, dimenticando che il nuovo Papa i poveri li ha conosciuti e frequentati davvero nelle «villas miserias» di Buenos Aires. E dimenticando pure che dei poveri si parla nei Vangeli scritti diciassette secoli prima del Capitale di Marx.

Che mondo abbiamo costruito, si è chiesto Francesco, se un barbone che muore di freddo non è più notizia o se la morte di tanti bambini per fame è una realtà alla quale abbiamo fatto l’abitudine? Il Papa, aveva detto giovedì agli ambasciatori, «ama tutti, ricchi e poveri» ma «ha il dovere, in nome di Cristo, di ricordare al ricco che deve aiutare il povero, rispettarlo, promuoverlo». Almeno è rimasto qualcuno a ricordarcelo.

SOTER 2013: Deus na Sociedade Plural

A SOTER – Sociedade de Teologia e Ciências da Religião – comunica que seu 26º Congresso Anual terá como tema Deus na Sociedade Plural. Fé – Símbolos – Narrativas e será realizado na PUC-Minas, em Belo Horizonte, de 8 a 11 de julho de 2013.

Diz a SOTER:

“Após ter se empenhado em discutir o papel da religião em nossa sociedade em seus últimos congressos – Religiões e Paz (congresso 2010), Religião, Educação e Cidadania (congresso 2011), Mobilidade Social e Religiosa (congresso 2012) -, a SOTER volta-se no 26º Congresso Internacional para a fonte mesma da experiência religiosa e de sua interpretação pela Teologia, Ciências da Religião e Áreas Afins: Deus. Por que este retorno a Deus ou de Deus no próximo congresso anual organizado pela SOTER? O que, na atual situação das religiões em geral e das diferentes confissões cristãs em particular, justifica esse interesse e essa atenção pela questão de Deus em nosso país?

Uma primeira aproximação ao mapa religioso do Brasil, como a do último Censo do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística –, mostra que Deus – a fé, os símbolos e as narrativas que engendra –, os deuses, o sagrado e/ou o divino – as crenças, ritos e relatos de que são objeto –, são onipresentes no imaginário nacional. O aumento dos sem religião, por exemplo, não necessariamente é sinônimo de ateísmo ou agnosticismo, mas colocam uma clara fronteira entre experiência religiosa e experiência institucional. A pluralização do campo religioso e a explosão de novas espiritualidades e religiosidades apontam para outras formas de experiências do divino, algumas ressemantizando a compreensão do Deus do cristianismo, outras resgatando as divindades dos povos originários e afrodescendentes, outras enfim valorizando o Deus do judaísmo, do islã e das religiões orientais. Esta constatação parece confirmar a opinião segundo a qual o processo de secularização, que em muitos países ocidentais levou ao indiferentismo e à negação de Deus, não teve o mesmo impacto entre nós.

Uma análise mais aprofundada do atual pluralismo religioso, das imagens, símbolos e narrativas do divino que veicula ou revisita, levanta, porém, uma série de questões. Quem é o Deus desta nossa sociedade plural? É a fonte e o horizonte do sentido ou um dos muitos “ídolos” fabricados pelo indivíduo pós ou hipermoderno? Ele oferece razões para crer, esperar e amar ou é um simples “consolo” face ao absurdo de uma existência feita de violência, solidão e injustiças, na qual o indivíduo é apenas “número” ou mero consumidor? Até quando o imaginário pré-moderno do divino, tão presente nas inúmeras recomposições do religioso em nosso país, poderá competir com o imaginário tecnológico-instrumental, para o qual Deus não é necessário para explicar o mundo? Até que ponto a variedade de imagens, símbolos e narrativas do divino não são mera projeção do processo de diversificação das individualidades nas sociedades complexas?”

O texto continua…

Leia o texto completo e veja a programação na página da SOTER.

Semana Teológica no CEARP em 2013

A Faculdade da Arquidiocese de Ribeirão Preto (FARP), situada em Brodowski, SP, promove de 27 a 29 de maio de 2013, a IV Semana Teológica, com o tema As alegrias e as esperanças para a Igreja na Constituição Gaudium et Spes.

 

  • Dia 27 às 08h00: Ano da Fé, com Alfeu Piso, Professor da FARP (= CEARP)
  • Dia 28 às 08h00: A Gaudium et Spes: uma releitura, com Dom Angélico Sândalo Bernardino, bispo emérito de Blumenau, SC, autor do livro Concílio da Primavera na Igreja. São Paulo: Paulus, 2012, 72 p. – ISBN 9788534934770.
  • Dia 29 às 08h00: Grupos de Trabalho

Leia Mais:
Alguns livros e artigos sobre o Vaticano II
Semana Teológica no CEARP em 2012
O Vaticano II no Observatório Bíblico

Jung Mo Sung: sobre a entrevista de Clodovis Boff

A fé cristã nasce em Cristo, mas a teologia não é fé, é uma reflexão sistemática sobre a nossa experiência de fé. As melhores teologias são aquelas que não tomam o lugar da fé e nem deixam que esta tome o seu.

Artigo publicado na Adital em 11.03.2013.

Cristo e os pobres: sobre a entrevista de C. Boff na Folha

O jornal Folha de São Paulo publicou nesta segunda-feira, 11/03/2013, uma entrevista com Clodovis Boff criticando a Teologia da Libertação (TL) no contexto da eleição do novo papa (…) Vou propor algumas breves reflexões sobre 3 pontos da entrevista. Uma das críticas que ele faz à TL é que suas correntes hegemônicas não teriam entendido “a primazia da libertação espiritual, perene, sobre a libertação social, que é histórica” e por preferir não entender essa distinção se degeneraram em ideologia. Como essa distinção está explicitada no livro “Teologia da Libertação” de Gutiérrez, é difícil imaginar quais seriam essas correntes hegemônicas. Em todo caso, uma das novidades da TL não foi negar ou afirmar a primazia da libertação espiritual sobre a histórica, mas propor uma nova forma de compreender a relação entre as duas. O que os principais teólogos/as da libertação sempre afirmaram é que, em situações de tanta injustiça e morte, a fé em Jesus se torna concreta, se encarna, na experiência espiritual de encontrar na face do pobre a face de Jesus, conforme nos ensina o evangelho de Mateus, cap. 25. Isso nos leva a outra crítica C. Boff: “Jon Sobrino diz: ‘A teologia nasce do pobre’. Roma simplesmente responde: ‘Não, a fé nasce em Cristo e não pode nascer de outro jeito’. Assino embaixo.” Na forma como está escrito é facilmente perceptível que há dois temas em discussão: de onde nascem a teologia e a fé. É claro que a fé cristã nasce em Cristo, mas a teologia não é fé, é uma reflexão sistêmica sobre a nossa experiência de fé e, portanto, não necessariamente precisa começar com Cristo. Eu não sou especialista no pensamento de Sobrino, mas pelo que estudei dele posso afirmar que para ele o ponto de partida da reflexão teológica – que é diferente da fé – é o pobre enquanto nele encontramos a face de Cristo entre nós. Em outras palavras, o ponto de partida de teologia é a relação entre Cristo e o pobre (…) Por fim, C. Boff diz: “O ‘cristianismo anônimo’ constituía uma ótima desculpa para, deixando de lado Cristo, a oração, os sacramentos e a missão, se dedicar à transformação das estruturas sociais” e endossa a afirmação de dom Rommer de que “Não basta fazer o bem para ser cristão. A confissão da fé é essencial”. Eu realmente tenho dificuldade em achar que alguém tenha usado a tese rahneriana de “cristianismo anônimo” como desculpa, mas concordo que não basta fazer o bem para ser cristão. Pois, isso negaria que um budista ou um ateu pudesse fazer o bem sendo budista ou ateu, sem querer ser cristão, muito menos cristão anônimo. Aliás, na parábola do “juízo final” (Mt 25) a identidade religiosa ou ideológica das pessoas nem entra em discussão.

:: Quem é Jung Mo Sung? Veja aqui e aqui.

Clodovis Boff reafirma postura conservadora

Está em entrevista de Clodovis Boff, mais conhecido pela mídia como irmão de Leonardo Boff, à Folha de S. Paulo de hoje.

Leia Irmão de Leonardo Boff defende Bento 16 e critica Teologia da Libertação

Fonte: Alexandre Gonçalves – Folha de S. Paulo: 11/03/2013 – 04h48

Leia Mais:
Clodovis Boff e a Teologia da Libertação
O texto de Clodovis Boff sobre a TdL e a pastoral

Obs.: estou considerando, até prova em contrário, a possibilidade da Folha ter reproduzido a entrevista corretamente, o que não teria ocorrido em casos recentes com Leonardo Boff e José Oscar Beozzo.

O que está em jogo nas controvérsias sobre o Vaticano II

Dez formas para confundir os ensinamentos do Vaticano II

Não é fácil interpretar qualquer grande evento, por isso não é de se admirar que hoje há discordância sobre como interpretar o Concílio Vaticano II. Aqui, eu quero inverter a questão para indicar como “não” interpretá-lo. (É claro, os leitores astutos verão que essa é apenas uma forma sorrateira de apresentar pontos positivos.) Alguns desses princípios são, de fato, uma preocupação direta apenas para historiadores ou teólogos. As questões que subjazem a eles, no entanto, deveria ser motivo de preocupação para todos os católicos que prezam pela herança do concílio. Estes 10 princípios negativos são simplesmente uma forma duvidosa de nos lembrar do que está em jogo nas controvérsias sobre a interpretação do concílio.

Leia o artigo de John O’Malley, publicado na revista America, nos Estados Unidos, número de fevereiro de 2013. Reproduzido por Notícias: IHU On-Line em 29/01/2013.

Quem é John O’Malley?

Leia Mais:
Alguns livros e artigos sobre o Vaticano II

Os 50 anos do Vaticano II na REB

O fascículo 288 da REB, de outubro de 2012, é dedicado aos 50 anos do Vaticano II.

Destaco os de:

  • Antonio José de Almeida: Critérios básicos para a interpretação do Vaticano II
  • Francisco de Aquino Júnior: Igreja dos pobres. Do Vaticano II a Medellín e aos dias atuais
  • Paulo Suess: A “virada popular” inibida. Proposta missionária do Vaticano II no cinquentenário de sua abertura à luz da pastoral latino-americana
  • Agenor Brighenti: Sinodalidade eclesial e colegialidade episcopal. A relevância ofuscada das conferências episcopais nacionais
  • Antonio Luiz Catelan Ferreira: A noção eclesiológica de comunhão na obra de Jean Jérôme Hamer

Na seção de comunicados:

  • Demétrio Valentini: 50 anos de recepção do Concílio na Igreja da América Latina

Em apreciações:

  • FAGGIOLI, M. Vatican II: The Battle for Meaning. Mahwah, NJ: Paulist Press, 2012, 224 p. – ISBN 9780809147502 – Resenha escrita por Rodrigo Coppe Caldeira (disponível online aqui)