Ciberteologia começa a ser estudada na Gregoriana

A ciberteologia começa a ser estudada na Universidade Gregoriana, em Roma, neste ano acadêmico de 2013-2014. E o professor é Antonio Spadaro.

Descrição do curso no site da Gregoriana:
La Rete e la cultura del cyberspazio pongono nuove sfide alla nostra capacità di formulare e ascoltare un linguaggio simbolico che parli della possibilità e dei segni della trascendenza nella nostra vita. Forse è giunto il momento di considerare la possibilità anche di una cyberteologia intesa come l’intelligenza della fede al tempo della Rete. Essa sarebbe il frutto della fede che sprigiona da se stessa un impulso conoscitivo in un tempo in cui la logica della Rete segna il modo di pensare, conoscere, comunicare, vivere. 

Sobre isso li hoje:

“A ciberteologia virou matéria na Universidade Gregoriana… Este ano eu fui convidado para lecionar essa matéria. Vou tentar, dentro dos limites de tempo e de disponibilidade que eu tenho. Fiquei impressionado com o interesse que ela tem despertado, não só na Itália, mas em várias partes do mundo. A inclusão dessa matéria no currículo teológico me confirma que chegou a hora de processar melhor esta reflexão”, disse Antonio Spadaro a Zenit em 9 de outubro de 2013.

“É chegado o momento de considerar o que chamo de ciberteologia, entendida como a inteligência da fé no tempo da rede, isto é, a reflexão sobre a conceptibilidade da fé à luz da lógica da rede”. A reflexão é de Antonio Spadaro, padre jesuíta, em entrevista concedida por e-mail à IHU On-Line. Segundo ele, a ciberteologia “não é reflexão sociológica sobre a religiosidade na internet, mas é fruto da fé que emite de si própria um impulso cognitivo em um momento em que a lógica da rede marca a maneira de pensar, conhecer, comunicar, viver”. E complementa: “As redes sociais não dão expressão a um conjunto de indivíduos, mas a um conjunto de relações entre indivíduos. O conceito-chave não é mais a ‘presença’ na internet, mas a ‘conexão’. A sociedade digital não é mais concebível e compreensível somente por intermédio dos conteúdos. Não há, em princípio, as coisas, mas as ‘pessoas’. Há acima de tudo as relações: a troca dos conteúdos que ocorre nos relacionamentos entre as pessoas. A base relacional do conhecimento na internet é radical. Dela derivam desafios e perspectivas interessantes para a Igreja” (IHU On-Line 403, 24.09.2012)

Antonio Spadaro é autor do livro Cyberteologia: Pensare il cristianesimo al tempo della rete. Milano: Vita e Pensiero, 2012, 150 p. – ISBN 9788834321447.

Já traduzido em várias línguas. Em português é Ciberteologia: Pensar o Cristianismo nos tempos da rede. São Paulo: Paulinas, 2013, 184 p. – ISBN 9788535633252.

Diz a editora sobre o livro:
Programas de busca, smartphone, aplicativos, rede social: as recentes tecnologias digitais penetraram com impacto nossa vida diária. Entretanto, não como apenas instrumentos externos a serem usados para simplificar a comunicação e a relação com o mundo: elas, na verdade, desenharam um espaço antropológico novo que está mudando o nosso modo de pensar, de conhecer a realidade e de manter relações humanas. A revolução digital influencia de alguma forma nossa fé? Será que não se deveria começar a refletir sobre como o Cristianismo deva ser pensado e falado neste novo cenário humano? Talvez seja hora de se considerar a possibilidade de uma “ciberteologia” entendida como uma inteligência da fé (intellectus fidei) nos tempo da rede. Não se trata, porém, de simplesmente procurar na rede novos instrumentos para a evangelização ou fazer uma reflexão sociológica a respeito da religiosidade na internet. Ao contrário – e aqui está a novidade pioneira deste livro -, trata-se de encontrar os pontos de contato e de interação produtiva entre a rede e o pensamento cristão. A lógica da rede, com suas poderosas metáforas, proporciona ocasiões inéditas para nossa capacidade de falar de comunhão, dom, transcendência. E, por sua vez, o pensamento teológico pode ajudar o homem na rede a encontrar novos caminhos em sua trajetória para Deus. É um território ainda inexplorado que o autor aborda com um indiscutível background teológico e grande competência técnica, principalmente com o espírito de confiança na capacidade do Cristianismo e da Igreja de estarem presentes onde o homem desenvolve sua capacidade de conhecimento e relacionamento. A rede é um contexto em que a fé é chamada a se exprimir não por causa de uma mera “vontade de presença”, mas uma conaturalidade do Cristianismo com a vida do ser humano. O desafio, portanto, não está em como “usar” bem a rede, mas como “viver” bem nos tempos da rede.

Visite o site e o blog de Antonio Spadaro, onde se fala mais do livro.

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