Apocalypse now ou daqui a pouco?

Folha Online: 08/09/2006 – 17h17

Civilização surgiu após mudanças climáticas ocorridas há mais de 4 mil anos

Da France Presse, em Londres

As civilizações humanas nasceram em decorrência de grandes mudanças climáticas ocorridas entre 4 mil e 6 mil anos atrás, afirmou um pesquisador britânico especializado em meio ambiente. “A civilização não apareceu como resultado de um ambiente favorável”, afirmou Nick Brooks durante o Festival da Ciência de Norwich (leste da Inglaterra)…

Bem, quanto à desertificação do Saara, que era tão fértil quanto uma Amazônia, eu já sabia. O vale do Nilo, antes totalmente inabitável, porque pantanoso, tornou-se o habitat de populações que fugiram da tal desertificação. Mas, a que preço? Quantas vidas humanas isto custou? Quem sobreviveu?

Leia a notícia completa e sorria, pois isto nos dá alguma esperança de sobrevivência face ao apocalipse que estamos criando com a destruição do planeta! Em minha cidade, eu ponho o nariz lá fora e sinto o cheiro da fumaça das dezenas de queimadas diárias da cana. E me retraio depressa, porque a fuligem está caindo em minha cabeça! Os pulmões dos seres vivos desta região devem estar cheios de picumã… Lembra-se da picumã das velhas chaminés?


Assim, muitas dúvidas permanecem. Podemos sobreviver, mas a que preço? Quem vai sobreviver? Imaginação de ficção científica? Dez anos atrás, era. Agora, não mais.


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Especial – Ambiente

Estamos a caminho de uma severa catástrofe climática

A situação é tão severa que, ao ser constatado um nível de umidade relativa do ar de 4,8% em Ribeirão Preto, SP, às 16h00 de segunda-feira passada, dia 21, muitos metereologistas custaram a acreditar, pois não há registro de uma situação tão grave no país. Pode ser que tenha havido algum erro de medição como sugerem alguns, mas parece que a situação caminha para algo muito grave. E isto em termos globais. Veja a reportagem abaixo, de hoje.

Greenpeace prevê crise ambiental no Brasil no próximo século

da BBC Brasil: 23/08/2006 – 13h52

Litoral com ciclones tropicais e avanço do nível do mar, floresta amazônica e nordeste com paisagens de deserto e uma reorganização da produção agrícola brasileira.Esses são alguns cenários que a organização não-governamental Greenpeace prevê para o Brasil no próximo século, devido ao aquecimento global. A previsão está no documento “Mudanças do Clima, Mudanças de Vida. Como o aquecimento global já afeta o Brasil” apresentado pela ONG nesta quarta-feira, em São Paulo. O levantamento, que inclui pesquisas de universidades e órgãos ambientais nacionais e internacionais, mostra como o efeito estufa está afetando cada uma das regiões brasileiras e como seria o futuro do Brasil com o aumento global das temperaturas (cont.)

O Dia da Mata Atlântica

Cai taxa de devastação da mata atlântica

Uma boa notícia para comemorar hoje o Dia da Mata Atlântica: houve uma redução de 71% na taxa de desmatamento da floresta no período de 2000 a 2005, em comparação com o período anterior, de 1995 a 2000.

O dado preliminar é de um estudo feito pela Fundação SOS Mata Atlântica e pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), o Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica. A informação foi divulgada ontem, durante solenidade no parque Ibirapuera promovida pela fundação.

De acordo com o pesquisador e coordenador do atlas pelo Inpe, Flávio Jorge Ponzoni, os dados são parciais porque relacionam somente oito dos dez Estados abrangidos pelo levantamento normalmente. Os resultados finais estarão disponíveis no final deste ano –Minas Gerais e Bahia devem ser analisados nos próximos meses.

Dos Estados avaliados até agora, o que mais reduziu a taxa de desflorestamento nesse período foi o Espírito Santo, em 96%. Na sequência, vêm Rio de Janeiro (90%), Paraná (88%) e Rio de Grande do Sul e São Paulo, ambos com 84% de diminuição na taxa de desmatamento.

Valores brutos

“Apesar da queda da taxa de desflorestamento no atual período, o que deve ser comemorado, os valores brutos continuam elevados, especialmente levando-se em conta os altos índices de desflorestamento identificados nos últimos 20 anos. O que resta de floresta original deve ser efetivamente protegido”, afirma Márcia Hirota, uma das diretoras da SOS Mata Atlântica. Hoje, restam apenas 7% da floresta.

Segundo a fundação, o Paraná, que já foi campeão de desmatamento nos períodos de 1985 a 1990 e 1995 a 2000, teve uma redução de 88%. Mesmo assim, ainda são muitas as áreas desflorestadas.

Aumento

Nos Estados de Goiás e Santa Catarina, porém, em vez de diminuição houve aumento da destruição da mata. No primeiro, houve um crescimento de 18,1%, e, no segundo, de 8,2%.

Segundo o secretário de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, o período crítico de desmatamento da mata atlântica já ocorreu e, agora, caminha-se para uma estabilização desse processo. Contribuíram para esse fenômeno, diz ele, a maior consciência ecológica da população e uma legislação mais dura.

A comemoração do Dia da Mata Atlântica acontece até amanhã na marquise do parque Ibirapuera. A exposição “Viva a Mata” reúne projetos e instituições que ajudam a proteger o bioma. Os visitantes ganham uma muda de árvore típica da mata atlântica e podem fazer atividades como ioga e pilates ou separar lixo.

Ontem, muitas crianças e adolescentes que visitaram o MAM (Museu de Arte Moderna) aproveitaram para conhecer a mostra na marquise.

A estudante Cíntia Karine Basílico, 13, teve a oportunidade de ver e brincar pela primeira vez com uma jiboia –Jack– e uma arara-canindé –Cacau. “Imaginava que a pele da cobra era lisinha, mas não é. Deu muita adrenalina encostar nela.”

Fonte: Afra Balazina – Folha de S. Paulo: 27/05/2006

Em meio ao caos, pequeno alívio: camada de ozônio mostra sinais de recuperação

Do Cosmos ao Caos: assim poderíamos descrever a rota atual do planeta, em fatal antigênesis… Mas, em meio ao caos, certa notícia aparece com alguma expectativa nas manchetes mundo afora: Researchers See Signs of Recovery in Ozone Layer… Study reveals Earth’s ozone layer recovery…

Folha Online: 04/05/2006 – 10h58

Cientistas identificam lenta recuperação da camada de ozônio

da Efe, em Londres

A camada de ozônio da Terra, que protege o ambiente das radiações ultravioletas emitidas pelo Sol, passa por uma lenta recuperação, segundo um estudo divulgado nesta quinta-feira pela revista científica ‘Nature’. Uma equipe de cientistas americanos e dinamarqueses chegou a esta conclusão após comprovar a eficácia do Protocolo de Montreal (1987), ratificado por mais de 180 países, que proíbe a contaminação pelas emissões do gás CFC (clorofluorcarboneto). Os pesquisadores, orientados pela professora Betsi Weatherhead, da Universidade do Colorado (EUA), constataram que os níveis de ozônio se estabilizaram ou tiveram um pequeno aumento na última década. Os cientistas chegaram a esta conclusão após examinarem as informações transmitidas por satélites e observatórios terrestres, assim como dados de 14 estudos (cont.)


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Réchauffement : la couche d’ozone souffle mais les vents s’essoufflent

World Conservation Union: perda da biodiversidade está aumentando dramaticamente

BBC Brasil: 03/05/2006 – 13h31

Lista de espécies em extinção inclui 721 do Brasil

A Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas, divulgada pela União Conservacionista Mundial (IUCN, na sigla em inglês) nesta terça-feira, inclui 721 animais e plantas que vivem no Brasil. O número significa um acréscimo de 24 espécies em relação ao último levantamento, divulgado em 2004. Apenas no Brasil, os cientistas ligados ao IUCN avaliaram mais 186 espécies nos últimos dois anos (…) No total, a nova lista relaciona 16.119 animais e plantas do mundo inteiro, com um aumento de 530 espécies em relação a 2004. O número corresponde a cerca de 40% das mais de 40 mil espécies analisadas pelos especialistas ao longo dos últimos dois anos. A entidade diz, porém, que o número pode ser uma “subestimação grosseira”, já que menos de 3% das 1,8 milhão de espécies conhecidas foram analisadas pelos cientistas que elaboram a Lista Vermelha. Estima-se que existam cerca de 15 milhões de espécies no planeta. “A Lista Vermelha do IUCN mostra uma tendência clara: a perda da biodiversidade está aumentando, não desacelerando”, afirmou o diretor-geral da organização ambientalista, Achim Steiner. “As implicações dessa tendência para a produtividade e resistência dos ecossistemas e as vidas e sustento de bilhões de pessoas (cont.)


More species slide to extinction

The polar bear and hippopotamus are for the first time listed as species threatened with extinction by the world’s biodiversity agency. They are included in the Red List of Threatened Species published by the World Conservation Union (IUCN) which names more than 16,000 at-risk species. Many sharks, and freshwater fish in Europe and Africa, are newly included. The IUCN says loss of biodiversity is increasing despite a global convention committing governments to stem it. “The 2006 Red List shows a clear trend; biodiversity loss is increasing, not slowing down,” said IUCN director-general Achim Steiner (cont.)

O homem está devorando o planeta: e depois?

Humanidade já consome metade da energia do planeta, diz livro

Existem muitos jeitos de examinar o complicado sistema que os cientistas chamam de biosfera, a camada de vida que reveste a Terra. Um deles é perceber que esse conjunto funciona como um conversor de energia ridiculamente grande: o processo começa com a luz que vem do Sol e com os organismos que conseguem usá-la como bateria, e atravessa todas as formas de vida que precisam comer ou parasitar outros organismos.

Fazer a conta de como essa Itaipu de dimensões planetárias converte tanta energia em matéria viva pode parecer missão impossível, mas o biólogo britânico Stuart Pimm, da Universidade Duke (Estados Unidos) encarou o desafio em seu livro “Terras da Terra”, lançado recentemente no Brasil. O resultado da conta, ainda que provisório, não é nada bom: a ação de uma única espécie, a humana, está perigosamente próxima de monopolizar a conta de luz do planeta. Nem é preciso dizer que, num caso desses, a multa pelo consumo excessivo de energia está além do que a humanidade pode pagar.

De calculadora na mão, Pimm faz um tour pelos ecossistemas terrestres e marinhos do planeta para estimar, em cada caso, que fatia do bolo energético da Terra o homem anda mordendo. A somatória incessante é um dos poucos entraves à leitura do livro –ainda mais porque quase não precisava, brinca o biólogo.

É que, sem querer e fazendo piada, Pimm atinou com a resposta certa. Ele conta que outro biólogo, Paul Ehrlich, da Universidade Stanford, fez a pergunta fatídica durante uma viagem da dupla ao Havaí. “Que percentual do crescimento anual das plantas terrestres nós consumimos, direta ou indiretamente?”, questionou Ehrlich. Debochando do amigo, Pimm teria retrucado “A resposta é 42%”. Um parêntese para o leitor não-nerd: 42 é a resposta dada pelo Deep Thought, o computador mais potente do cosmos, para “a pergunta definitiva, sobre a vida, o Universo e tudo o mais”, na série de ficção científica “O Guia do Mochileiro das Galáxias”, de Douglas Adams.

Pimm achou menos graça na piada quando Ehrlich soltou um palavrão e disse: “Levamos meses para obter essa cifra. Como você conseguiu seu número assim tão rápido?”. De fato, a conta de Ehrlich e companhia realmente ficava muito perto de 42% –para ser mais exato, 45%.

Usar a produtividade total das plantas, no caso dos ambientes terrestres, é bastante razoável porque são elas que convertem a energia solar numa forma utilizável pelas outras formas de vida, que podem então comer a biomassa vegetal (no caso dos herbívoros) ou se alimentar da biomassa herbívora. Continuando com a metáfora energético-econômica, é como se as atividades humanas engolissem quase metade do “juro” produzido pela conta biológica do planeta por ano. Pimm resume a conta em linguagem de manchete sensacionalista: “O homem come o planeta! Dois quintos já se foram!”.

Perigo em alto mar

A contabilidade terrestre ocupa boa parte do livro e viagens aventurescas da Polinésia ao Brasil, mas a situação dos mares da Terra também ganha destaque –não por acaso. No último século, as frotas pesqueiras do planeta suaram um bocado para provar que Thomas Huxley (1825-1895), naturalista britânico e defensor número um de Charles Darwin, tinha falado bobagem. Numa palestra em 1883, ele declarara: “Acredito… que todos os grandes pescados marinhos são inexauríveis”. Mais de 120 anos depois, é difícil achar uma espécie de peixe muito apreciada comercialmente que não esteja sob risco de extinção.

Há muitas razões para essa situação alarmante, além da capacidade industrial dos atuais barcos de pesca. Uma delas é que os recursos do mar, na verdade, são surpreendentemente escassos, apesar da vastidão oceânica. Boa parte do mar é estéril: a vida se concentra em lugares como as plataformas próximas dos continentes ou em “montanhas” submersas, onde há nutrientes. A região perto dos continentes e as poucas manchas com riqueza de vida em alto-mar, assim, são sistematicamente saqueadas, explica Pimm.

Há, porém, outro problema: o uso da biomassa marinha pelo homem consegue ser ainda mais perdulário do que o que acontece em terra. Quando se olha a cadeia alimentar oceânica, que começa com o minúsculo fitoplâncton (“plantas” microscópicas) e vai subindo até predadores que comem vários outros predadores, como os atuns, o impacto humano se exerce sobre quem está no alto dela. É como se os restaurantes estivessem servindo filé de leão ou tigre no lugar de carne bovina. O desperdício é quantificável: “Na próxima vez que você comer um delicioso filé de espadarte, digamos um quarto de quilo grelhado na manteiga”, escreve Pimm, “pense que um quarto de tonelada de fitoplâncton foi morto pelo zôoplancton para tornar possível tal situação”.

E que tal acabar com todo esse desperdício de níveis tróficos (como os cientistas chamam os degraus da cadeia alimentar) e ir direto à fonte, por assim dizer? A ex-União Soviética bem que tentou. Em meados da década de 1980, conta Pimm, barcos soviéticos capturavam mais de 400 mil toneladas anuais de krill, um camarãozinho herbívoro e extremamente abundante da Antártida.

Acontece que os bichos adquirem gosto de capim quando estão se alimentando, além de estragar depressa. As máquinas descascadoras das caudas dos crustáceos estragavam cerca de três quartos da colheita. O principal produto derivado dos camarões, batizado de “Okean”, não passava de proteína coagulada. Compreensivelmente, ninguém na Rússia pós-comunista (aliás, no mundo) quer comer krill com catupiry no almoço de domingo. O mesmo vale para quase todas as espécies que ainda são abundantes no mar: não são fáceis de explorar comercialmente nem saborosas.

A grande crise

Tamanha voracidade humana, alerta o pesquisador, está cobrando seu preço. Está cada vez mais difícil negar que o planeta passa pela pior crise de extinções de espécies dos últimos milhões de anos. Os cálculos mais recentes, embora imprecisos, falam numa taxa de desaparecimento de espécies entre mil e 10 mil vezes maior que a registrada em condições normais (na qual uma ave se extinguiria a cada cem anos).

Fonte: Reinaldo José Lopes – Folha de S. Paulo: 30/04/2006

 

Rutgers University Press

Humans use 50 percent of the world’s freshwater supply and consume 42 percent of its plant growth. We are liquidating animals and plants one hundred times faster than the natural rate of extinction. Such numbers should make it clear that our impact on the planet has been, and continues to be, extreme and detrimental. Yet even after decades of awareness of our environmental peril, there remains passionate disagreement over what the problems are and how they should be remedied (cont.)

 

O livro
PIMM, S. Terras da Terra: O que sabemos sobre o nosso planeta. Londrina: Editora Planta, 2005, 308 p.
PIMM, S. L. A Scientist Audits the Earth. Reprint Edition. Piscataway, NJ: Rutgers University Press, 2004, 304 p. ISBN 0813535409

 

O autor
Stuart L. Pimm is Doris Duke Chair of Conservation Ecology at the Nicholas School of the Environment and Earth Sciences at Duke University. He is the author of more than 150 scientific papers, as well as three books, and numerous articles in publications such as New Scientist, The Sciences, Nature, and Science.

A fome se transformou numa silenciosa arma de destruição em massa

Lula cobra ricos no combate à destruição do ambiente

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva abriu ontem em Curitiba a reunião de ministros do Ambiente da COP-8 (8ª Conferência das Partes) da Convenção da Biodiversidade da ONU, cobrando mais responsabilidade das nações ricas no combate à fome e à destruição progressiva do ambiente.

“Não é aceitável que os países pobres continuem a sofrer o principal ônus da degradação ambiental resultante de padrões insustentáveis de produção e consumo determinados pelas nações industrializadas”, disse Lula.

Segundo ele, “as economias industrializadas gastam US$ 900 bilhões por ano para proteger suas fronteiras, mas destinam menos de US$ 60 bilhões para ajudar as nações pobres, onde a fome se transformou numa silenciosa arma de destruição em massa”.

Lula defendeu posições semelhantes às de entidades ambientalistas em relação aos temas polêmicos em debate na MOP-3 (3ª Reunião das Partes do Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança) e da COP-8, que se encerra nesta sexta-feira.

O presidente defendeu a criação de regras para que empresas ou países que explorem comercialmente determinado recurso genético paguem ao país e aos povos de origem pelo uso do conhecimento tradicional. Disse que tudo o que possa “ameaçar ou conspirar contra” a repartição eqüitativa dos benefícios dos recursos naturais e do patrimônio natural dos povos “deve ser rejeitado como ameaça à sobrevivência da humanidade e da Terra”.

Reafirmou a posição da delegação do Brasil pela proibição de uso das sementes estéreis, as chamadas Terminator. Também justificou como “solução prudente e progressiva” a posição que o Brasil adotou em defesa da identificação clara de produtos transgênicos no comércio internacional.

A convenção, o Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) e o Ministério do Meio Ambiente brasileiro concordaram que as chamadas metas de Johannesburgo, de redução da perda da biodiversidade até 2010, estão longe de ser atingidas.

“O tempo está passando, o relógio não pára e o que temos são esforços de países [em ações isoladas]”, disse o secretário-geral da CDB, o argelino Ahmed Djoghlaf. Na abertura da COP-8, ele apresentou um relatório da ONU que mostra que o planeta sofreu uma devastação ambiental sem precedentes nos últimos 25 anos.

Para o chefe do Pnuma, Klaus Töpfer, “ainda que o capital natural seja mais importante do que o monetário, continua a sofrer abuso de uso e a receber investimentos aquém do necessário”, o que diz ser uma tragédia. “Nesse passo, as metas de Johannesburgo não serão atingidas.”

A ministra Marina Silva disse que o debate sobre a justa repartição dos recursos genéticos tem resultados inexpressivos até aqui. Ela defende o tema como de extrema relevância para o Brasil.

Fonte: Mari Tortato – Folha Online: 28/03/2006

Impulsionar novas medidas que contribuam para frear a perda de biodiversidade

Folha Online: 25/03/2006 – 06h41

Países debatem em Curitiba como frear perda de biodiversidade

da Efe, em Curitiba

A comunidade internacional se reúne em Curitiba para debater sobre a conservação de ecossistemas e o uso sustentável dos recursos biológicos, com a intenção de impulsionar novas medidas que contribuam para frear a perda de biodiversidade. Delegações de 188 países participam da 8ª Conferência das Partes do Convênio de Diversidade Biológica da ONU, iniciada no último dia 20, embora a partir desta segunda-feira comecem as reuniões de “alto nível”, nas quais está prevista a participação de mais de 100 ministros da área de meio ambiente. A conferência encerra um mês de debates e de atos realizados na cidade paranaense relacionados com a biossegurança e a biotecnologia, concretamente sobre o uso de transgênicos e as normas que devem reger seu comércio, e com a exploração dos recursos genéticos, que podem trazer benefícios às comunidades indígenas. As delegações participantes da conferência centrarão a discussão a partir de segunda-feira (cont.)

Sua casa de praia poderá ser acessada somente por submarino em 2100

Folha Online: 24/03/2006 – 09h42

Degelo nos polos é catastrófico, diz revista

Ricardo Bonalume Neto – da Folha de S. Paulo

O derretimento das geleiras da Groenlândia e da Antártida acelerou mais em anos recentes com o aquecimento do planeta provocado pelo efeito estufa. Cientistas preveem que no final do século o clima lembrará o de 130 mil anos atrás, quando o nível dos mares estava seis metros mais alto. Ou seja, aquela casa de praia que você gostaria de legar a seus netos e bisnetos só deverá ser acessível por submarino em 2100. Um conjunto de artigos na revista científica “Science” mostra que os pesquisadores temem que o aquecimento global “possa estar levando a um aumento do nível do mar catastrófico”, nas palavras da normalmente discreta publicação. Com o mar subindo tanto, cerca de meio bilhão de pessoas teria de fugir da orla marítima para o interior mais elevado (cont.)

Sea rise could be ‘catastrophic’

By Paul Rincon

A study in the US journal Science suggests a threshold triggering a rise in sea level of several metres could be reached before the end of the century. Scientists used an ancient period of warming to predict future changes. Greenland could be as warm by 2100 as it was 130,000 years ago, when melting ice raised sea levels by 3-4m. The implication is that Greenland would – eventually – melt by as much in response to present warming. The findings come from two studies published in Science by Dr Jonathan Overpeck, of the University of Arizona in Tucson, and colleagues (cont.)