Uma leitura pós-colonial de Israel

PERDUE, L. G.; CARTER, W. Israel and Empire: A Postcolonial History of Israel and Early Judaism. London: Bloomsbury T&T Clark, 2015, 344 p. – ISBN 9780567243287.

Diz a editora:PERDUE, L. G.; CARTER, W. Israel and Empire: A Postcolonial History of Israel and Early Judaism. London: Bloomsbury T& TClark, 2015
Israel and Empire introduces students to the history, literature, and theology of the Hebrew Bible and texts of early Judaism, enabling them to read these texts through the lens of postcolonial interpretation. This approach should allow students to recognize not only how cultural and socio-political forces shaped ancient Israel and the worldviews of the early Jews but also the impact of imperialism on modern readings of the Bible.

Perdue and Carter cover a broad sweep of history, from 1300 BCE to 72 CE, including the late Bronze age, Egyptian imperialism, Israel’s entrance into Canaan, the Davidic-Solomonic Empire, the Assyrian Empire, the Babylonian Empire, the Persian Empire, the Greek Empire, the Maccabean Empire, and Roman rule. Additionally the authors show how earlier examples of imperialism in the Ancient Near East provide a window through which to see the forces and effects of imperialism in modern history.

Sumário:
1. Beginnings

2. The Crisis of the Late Bronze Age and the Spawning of New Empires and Kingdoms (1250-1150 B.C.E.).

3. Egyptian Imperialism: The Origins of Ancient Israel in Egypt (LBA)

4. Liberated Colonies and the Formation of a Tribal Nation: Israel’s Entrance into Canaan and the Period of the Judges (Iron I)

5. Imperialism in Early Israel: The Davidic-Solomonic Empire (1000-922 B. C. E.)

6. Imperialism: The Establishment of the Northern Empire (922-722 B. C. E.)

7. Imperialism: The Assyrian Empire (745-612 B. C. E.)

8. Imperialism: The Babylonian Empire (612 – 539 B. C. E.)

9. Imperialism: The Persian Empire (539-332 B. C. E.)

10. Imperialism: The Greek Empire (332-164 B. C. E.)

11. Postcolonialism: the Maccabean Empire (164-63 B. C. E.)

12. Neo-Imperialism: The Roman Rule of Judea in the Late Republic (65 B. C. E.) and the Subsequent Empire (30 B. C. E.-72 C. E.)

Em um artigo, publicado na revista Estudos de Religião, vol. 28, n. 1 (2014), da UMESP, sob o título Hermenêutica bíblica: refazendo caminhos, José Ademar Kaefer diz sobre a hermenêutica pós-colonial:

Hermenêutica pós-colonial tomou forças no final do século XX, a partir, principalmente, dos estudos pós-coloniais nas antigas colônias que haviam passado por um recente movimento de independência, mas não se restringe a isso. É um movimento anticolonial e tem como foco a crítica à razão pós-colonial. Nenhum colonialismo se constrói fora de si. O colonizador constrói a si mesmo quando coloniza. Constrói a si e exclui o colonizado. Por isso é colonialismo. Quando sai da colônia, o colonizador não a deixa de fato, pois permanece aí sua filosofia, teologia, história, modo de organizar a sociedade etc. Ele desconhece, fecha-se e destrói outro modo de sociedade. Portanto, o colonizado não se tornou independente de fato. Ele continua dependente do modo de pensar do colonizador: “Pode um subalterno falar”? Portanto, é preciso descolonizar o modo de pensar, partindo da geopolítica, da corpopolítica, da interculturalidade e da alteridade, um pensar entre lugares. Descolonizar a partir de grupos culturais de lugares e do diálogo entre a diversidade. A hermenêutica bíblica pós-colonial tem raízes na teologia da libertação, mas se diferencia desta por sua internacionalidade. Enquanto que na teologia da libertação o campo de ação é predominantemente a partir dos empobrecidos da América Latina e Caribe, na teoria pós-colonial são os excluídos do mundo a falar da periferia do mundo.

Contexto histórico e cultural do Novo Testamento

SMITH, D. L. Into the World of the New Testament: Greco-Roman and Jewish Texts and Contexts. London: Bloomsbury T & T Clark, 2015, 256 p. – ISBN 9780567657022.

Resenha feita por Jim West em seu blog. Ele diz: I recommend it to those teaching New Testament introduction and to students taking New Testament introduction (evenSMITH, D. L. Into the World of the New Testament: Greco-Roman and Jewish Texts and Contexts. London: Bloomsbury T & T Clark, 2015 if it isn’t a required text).  And I commend it to the attention of those who are taking no courses, attending no school, seeking no grade; to those who simply want to know more about the New Testament itself. 

O livro de Daniel Lynwood Smith parece interessante especialmente para quem está começando a estudar o Novo Testamento, como os nossos alunos de graduação em Teologia.

Diz a editora:
Daniel Lynwood Smith orients readers of the New Testament to its historical and cultural settings, introducing the cast of characters, and illuminating key concepts by exploring their use in ancient texts. Smith includes quotations from many primary sources including Josephus, Tacitus, the Qumran Community, Pliny the Younger, and other carefully chosen texts from lesser-known ancient sources. These texts are all carefully woven together with commentary, to provide a narrative framework for the material and guide students through the text. A glossary of complex terms is provided, to make everything as clear as possible for the newcomer to New Testament studies.

This integrative approach both introduces the key sources to the reader and elaborates on their significance for understanding the New Testament. In an admirably concise format Smith is able to cover the military-political history of Israel-Palestine, the messianic movements of Second Temple Judaism, the ancient practice of crucifixion and the development of the Christian canon. Through immersion in these ancient Jewish, Christian, and Greco-Roman texts and contexts, contemporary readers take a step closer to experiencing the New Testament with first-century eyes and ears.

Sumário:
Preface
Chapter 1: What is the New Testament?

Part 1: The Setting
Chapter 2: The Kingdom of… God?
Chapter 3: When in Rome

Part 2: The Cast of Characters
Chapter 4: John the Baptist and other Movers and Shakers
Chapter 5: A Virgin, a King, a High Priest, a Governor, and a Rabbi
Chapter 6: Joshua the Carpenter’s Son…or the Christ, the Son of God?
Chapter 7: Learners
Chapter 8: The Jews
Chapter 9: “I am a Jew”

Part 3: Reading Words
Chapter 10: The Crux of the Matter
Chapter 11: Faith(fulness)
Chapter 12: Apocalypse Then
Post-Script: Loose Canons

Glossary: The Meaning of Words

Crítica marxista da Bíblia Hebraica

BOER, R. Marxist Criticism of the Hebrew Bible. 2. ed.  London: Bloomsbury T & T Clark, 2014, 328 p. – ISBN 9780567228413. Para Kindle, aqui.

O livro foi revisado e publicado, em segunda edição, em 18.12.2014. A primeira edição é de 2003.

Veja informações sobre o autor, Roland Boer, em sua página.

Diz a editora:
The only large-scale critical introduction to Western Marxism for biblical criticism. Roland Boer introduces the core concepts of major figures in the tradition, specifically Althusser, Gramsci, Deleuze and Guattari, Eagleton, Lefebvre, Lukács, Adorno, Bloch, Negri, Jameson, and Benjamin. Throughout, Boer shows how Marxist criticism is relevant to biblical criticism, in terms of approaches to the Bible and in the use of those approaches in the interpretation of specific texts.

In this second edition, Boer has added chapters on Deleuze and Guattari, and Negri. Each chapter has been carefully revised to make the book more useful on courses, while maintaining challenges and insights for postgraduate students and scholars. Theoretical material has been updated and sharpened in light of subsequent research and a revised conclusion considers the economies of the ancient world in relation to biblical societies.

Sumário:
Introduction: Touchstones for Marxist Criticism
1. Louis Althusser: The Difficult Birth of Israel in Genesis
2. Antonio Gramsci: The Emergence of the ‘Prince’ in Exodus
3. Deleuze and Guattari: Scapegoats and Resistance
4. Terry Eagleton: The Class Struggles of Ruth
5. Henri Lefebvre (and David Harvey): The Production of Space in 1 Samuel
6. Georg Lukács: The Contradictory World of Kings
7. Theodor Adorno: The Logic of Divine Justice in Isaiah
8. Ernst Bloch: Anti-Yahwism in Ezekiel
9. Antonio Negri: Job: Bending Transcendence to Immanence
10. Fredric Jameson: The Contradictions of Form in the Psalms
11. Walter Benjamin: The Impossible Apocalyptic of Daniel
Conclusion: Marxism and the Sacred Economy

Feliz 2015

Desejo a todos os visitantes do Observatório Bíblico e da Ayrton’s Biblical Page um Feliz 2015!

Happy New Year!

Feliz Año Nuevo!

Bonne Année!

Ein Gutes Neues Jahr!

Buon Anno!

Boff apoia Francisco contra Messori

Apoio ao Papa Francisco contra seus detratores

Esperava uma maior inteligência de fé e mais abertura de Vittorio Messori, não obstante seus méritos de católico, fiel a um modelo clássico de Igreja.

Está se articulando em várias partes do mundo, mas principalmente na Itália entre cardeais e pessoas da Cúria mas tambem entre grupos leigos conservadores uma dura resistência e demolição da figura do Papa Francisco. Escondendo-se atrás de um escritor leigo famoso, convertido, Vittorio Messori, mostram seu mal-estar.

Assim que com tristeza li um artigo de Vittorio Messori, no Corriere della Sera de Milão com o titulo:”As opções de Francisco: dúvidas sobre a virada do Papa Francisco”(24/12-2014). Esperou a véspera do Natal para atingir mais profundamente o Papa. O que lhe critica é especilmente a sua “imprevisibilidade que continua perturbando a tranquilidade do católico médio”. Ele admira a perspectiva linear “do amado Joseph Ratzinger”. E sob palavras piedosas instila insidiosamente muito veneno. E o faz, como confessa, em nome de muitos que não têm coragem de expor-se.

Quero propor um contraponto às dúvidas de Messori. Este não percebe os novos sinais dos tempos trazidos por Francisco de Roma. Ademais demonstra três insuficiências: duas de natureza teológica e uma de interpretação da relevância da Igreja do Terceiro Mundo.

Ele se escandalizou com a “imprevisibilidade” deste Pastor “que continua perturbando a tranquilidade do católico médio”. Há de se perguntar pela qualidade da fé deste “católico médio” que sente dificuldade de entender um pastor que tem “odor de ovelhas” e anuncia “a alegria do evengelho”. São geralmente católicos culturais, habituados à figura faraônica de um Papa com todos os símbolos do poder dos imperadores romanos pagãos. Agora comparece um Papa “franciscano”que confere centralidade aos pobres, não “veste Prada”, critica corajosamente o sistema econômico que produz tantos pobres no mudo, que abre a Igreja a todos os seres humanos sem julgá-los, mas acolhendo-os no espírito que ele chamou de “revolução da ternura”, falando aos bispos latinoamericanos.

Há um notável vazio no pensamento de Messori. Estas são as duas insuficiências teológicas: a quase ausência do Espírito Santo e o cristomonismo. Quer dizer: só Cristo conta. Não há propriamente um lugar para o Espírito Santo. Tudo na Igreja se resolve unicamente com Cristo, coisa que não corresponde ao que ensinou Jesus. Por que digo isso? Porque o que ele deplora na ação pastoral do Papa é a “imprevisibilidade”. Ora, esta é a caracterítisca do Espírito no dizer de São João:”Ele sopra onde quer e lhe ouves voz mas não sabes de onde vem nem para onde vai”(3,8). Sua natureza é a irrupção imprevista.

Messori é refém de uma visão linear, própria de seu “amado Joseph Ratzinger” e de outros Papas anteriores. Ora, importa reconhecer que foi exatamente esta visão linear que transformou a Igreja numa fortaleza, incapaz de comprender a complexidade do mundo moderno, isolada no meio das demais Igrejas e caminhos espirituais, sem dialogar e aprender dos outros, também iluminados pelo Espírito Santo. Seria blasfemar contra o Espírito imaginar que os outros somente pensaram erros. Por isso é sumamente importante uma Igreja aberta, como o quer o Papa Francisco, para perceber as irrupções imprevistas do Espíprito na história. Não sem razão alguns teólogos o chamam a “fantasia de Deus”, em razão de sua criatividade e novidade para a história e a Igreja.

Sem o Espírito Santo a Igreja se tornaria uma instituição pesada, e sem criatividade. No fundo, teria pouco a dizer ao mundo a não ser doutrinas sobre doutrinas, sem levar a um encontro vivo com Cristo e sem suscitar esperança e alegria de viver.

Significa um dom do Espírito o fato de que este Papa tenha vindo fora da velha e cansada cristandade européia. Não se apresenta como refinado teólogo, mas como um zeloso Pastor que realiza o mandato de Jesus a Pedro:”confirma os irmãos e as irmãs na fé”(Lc 22,31). Carrega consigo a esperiência das Igrejas do Terceiro mundo, particularmente, da América Latina.

Esta é outra insuficiência de Messori: o de não ter dimensionado o fato de que hoje por hoje, o Cristianismo é uma religião do Terceiro Mundo, como tantas vezes o tem enfatizado o teólogo alemão J. B. Metz. Na Europa os católicos não chegam a 25%, enquant que no Terceiro Mundo alcançam quase 73% e na América Latina cerca de 49%.

Por que não acolher a novidade que se deriva destas Igrejas já que não são mais Igrejas-espelho das velhas Igrejas européias, mas Igrejas-fonte com seus mártires, confessores e teólogos?

Podemos imaginar que num futuro não muito distante a sede do primado não continue mais em Roma com a Cúria, com todas as contradições recentemente denunciadas com coragem pelo Papa Francisco com palavras somente ouvidas da boca de Lutero e no meu livro Igreja: carisma e poder (1984), que lido na ótica de hoje é antes um livro inocente que crítico. Faria sentido que a sede primacial estivesse lá onde se encontra a maioria dos católicos que está na América Latina, Africa e Ásia. Seguramente seria um sinal inequívoco da verdadeira catolicidade da Igreja dentro da nova fase globalizada da humanidade.

Esperava, sinceramente, uma maior inteligência de fé e mais abertura de Vittorio Messori, não obstante seus méritos de católico, fiel a um modelo clássico de Igreja e de notório escritor. Este Papa trouxe esperança e ar fresco para tantos católicos e a outros cristãos que se orgulham dele.

Não percamos esse dom do Espírito por causa de análises antes negativas que positivas e que não reforçam a “alegria do evangelho” para todos.

Fonte: Leonardo Boff – Carta Maior: 19/12/2014

 

O texto de Vittorio Messori, no original italiano, pode ser lido no Corriere della Sera – 24 dicembre 2014: Le scelte di Francesco: I dubbi sulla svolta di Papa Francesco.

Bergoglio è imprevedibile per il cattolico medio. Suscita un interesse vasto, ma quanto sincero?

Credo sia onesto ammetterlo subito: abusando, forse, dello spazio concessomi, ciò che qui propongo, più che un articolo, è una riflessione personale. Anzi, una sorta di confessione che avrei volentieri rimandata, se non mi fosse stata richiesta. Ma sì, rimandata perché la mia (e non solo mia) valutazione di questo papato oscilla di continuo tra adesione e perplessità, è un giudizio mutevole a seconda dei momenti, delle occasioni, dei temi. Un Papa non imprevisto: per quanto vale, ero tra quelli che si attendevano un sudamericano e un uomo di pastorale, di esperienza quotidiana di governo, quasi a bilanciare un ammirevole professore, un teologo sin troppo raffinato per certi palati, quale l’amato Joseph Ratzinger. Un Papa non imprevisto, dunque, ma che subito, sin da quel primissimo «buonasera», si è rivelato imprevedibile, tanto da far ricredere via via anche qualche cardinale che era stato tra i suoi elettori.

Una imprevedibilità che continua, turbando la tranquillità del cattolico medio, abituato a fare a meno di pensare in proprio, quanto a fede e costumi, ed esortato a limitarsi a «seguire il Papa». Già, ma quale Papa? Quello di certe omelie mattutine a Santa Marta, delle prediche da parroco all’antica, con buoni consigli e saggi proverbi, con persino insistiti avvertimenti a non cadere nelle trappole che ci tende il diavolo? O quello che telefona a Giacinto Marco Pannella, impegnato nell’ennesimo, innocuo digiuno e che gli augura «buon lavoro», quando, da decenni, il «lavoro» del leader radicale è consistito e consiste nel predicare che la vera carità sta nel battersi per divorzio, aborto, eutanasia, omosessualità per tutti, teoria di gender e così via? Il Papa che, nel discorso di questi giorni alla Curia romana, si è rifatto con convinzione a Pio XII (ma, in verità, a san Paolo stesso) definendo la Chiesa «corpo mistico di Cristo»? O quello che, nella prima intervista a Eugenio Scalfari, ha ridicolizzato chi pensasse che «Dio è cattolico», quasi che la Ecclesia una, sancta, apostolica, romana fosse un optional, un accessorio da agganciare o meno, a seconda del gusto personale, alla Trinità divina? Il Papa argentino consapevole, per diretta esperienza, del dramma dell’America Latina che si avvia a diventare un continente ex cattolico, con il passaggio in massa di quei popoli al protestantesimo pentecostale? O il Papa che prende l’aereo per abbracciare e augurare buoni successi a un amico carissimo, pastore proprio in una delle comunità che stanno svuotando quella cattolica e proprio con il proselitismo da lui condannato duramente nei suoi?

Si potrebbe continuare, naturalmente, con questi aspetti che paiono – e forse sono davvero – contraddittori. Si potrebbe, ma non sarebbe giusto, per un credente. Questi, sa che non si guarda a un Pontefice come a un presidente eletto di repubblica o come a un re, erede casuale di un altro re. Certo, in conclave, quegli strumenti dello Spirito Santo che, stando alla fede, sono i cardinali elettori condividono i limiti, gli errori, magari i peccati che contrassegnano l’umanità intera. Ma capo unico e vero della Chiesa è quel Cristo onnipotente e onnisciente che sa un po’ meglio di noi quale sia la scelta migliore, quanto al suo temporaneo rappresentante terreno. Una scelta che può apparire sconcertante alla vista limitata dei contemporanei ma che poi, nella prospettiva storica, rivela le sue ragioni. Chi conosce davvero la storia è sorpreso e pensoso nello scoprire che – nella prospettiva millenaria, che è quella della Catholica – ogni Papa, consapevole o no che lo fosse, ha interpretato la sua parte idonea e, alla fine, rivelatasi necessaria. Proprio per questa consapevolezza ho scelto , per quanto mi riguarda, di osservare, ascoltare, riflettere senza azzardarmi in pareri intempestivi se non addirittura temerari. Per rifarci a una domanda fin troppo citata al di fuori del contesto: « Chi sono io per giudicare?». Io che – alla pari di ogni altro, uno solo escluso – non sono certo assistito dal «carisma pontificio», dall’assistenza promessa del Paraclito. E a chi volesse giudicare, non dice nulla l’approvazione piena, più volte ripetuta – a voce e per iscritto – dell’attività di Francesco da parte di quel «Papa emerito» pur così diverso per stile, per formazione, per programma stesso?

Terribile è la responsabilità di chi oggi sia chiamato a rispondere alla domanda: «Come annunciare il Vangelo ai contemporanei? Come mostrare che il Cristo non è un fantasma sbiadito e remoto ma il volto umano di quel Dio creatore e salvatore che a tutti può e vuole dare senso per la vita e la morte?». Molte sono le risposte, spesso contrastanti.

Per quel poco che conta, dopo decenni di esperienza ecclesiale, io pure avrei le mie, di risposte. Avrei, dico: il condizionale è d’obbligo perché niente e nessuno mi assicura di avere intravisto la via adeguata. Non rischierei forse di essere come il cieco evangelico, quello che vuole guidare altri ciechi, finendo tutti nella fossa? Così, certe scelte pastorali del «vescovo di Roma», come preferisce chiamarsi, mi convincono; ma altre mi lascerebbero perplesso, mi sembrerebbero poco opportune, magari sospette di un populismo capace di ottenere un interesse tanto vasto quanto superficiale ed effimero. Avrei da osservare alcune cose a proposito di priorità e di contenuti, nella speranza di un apostolato più fecondo. Avrei, penserei: al condizionale, lo ripeto, come esige una prospettiva di fede dove chiunque anche laico (lo ricorda il Codice canonico) può esprimere il suo pensiero, purché pacato e motivato, sulle tattiche di evangelizzazione. Lasciando però all’uomo che è uscito vestito di bianco dal Conclave la strategia generale e, soprattutto, la custodia del «depositum fidei». In ogni caso, non dimenticando quanto Francesco stesso ha ricordato proprio nel duro discorso alla sua Curia: è facile, ha detto, criticare i preti, ma quanti pregano per loro? Volendo anche ricordare che egli, sulla Terra, è il «primo» tra i preti. E, dunque, chiedendo, a chi critica, quelle preghiere di cui il mondo ride ma che guidano, in segreto, il destino della Chiesa e del mondo intero.

 

Leia o texto de Leonardo Boff, se preferir, em espanhol, em Religión Digital, de 30/12/2014:

Apoyo al Papa frente a un escritor nostálgico, Vittorio Messori

He leído con un poco de tristeza el artículo crítico de Vittorio Messori en el Corriere della Sera precisamente en el día menos adecuado: la noche feliz de Navidad, fiesta de luz y alegría: “Las opciones de Francisco: las dudas sobre el rumbo del Papa Francisco”.

El autor ha intentado dañar esta alegría del buen pastor de Roma y del mundo, el Papa Francisco. Pero en vano, porque no conoce el sentido de misericordia y de espiritualidad de este Papa, virtud que seguramente no demuestra Messori. El uso que él hace de las palabras compasión y comprensión, llevan por dentro veneno. Y lo hace en nombre de muchos otros que se esconden tras él y no tienen el coraje de aparecer en público.

Me propongo hacer otra lectura de Papa Francisco, como contrapunto a la de Messori, un converso que, en mi opinión, todavía debe llevar a término su conversión con la recepción del Espíritu Santo, para que no vuelva a decir las cosas que ha escrito…

:. Sobre Vittorio Messori

:. Sobre Leonardo Boff

:. Sobre Francisco

Jesus não nasceu em 25 de dezembro?

Esta pergunta sempre retorna nesta época do ano. Já escrevi sobre isto no blog. Recomendo:

Por que o Natal é celebrado em 25 de dezembro? – Observatório Bíblico – 18 de dezembro de 2011

Há também, em minha página, enquetes sobre o nascimento e morte de Jesus.

E acrescento mais um texto, deste ano:

Why is Christmas on Dec. 25? (It wasn’t always.) – Valerie Strauss: The Washington Post – 24 de dezembro de 2014

Frase do dia – 18.12.2014

Anunciado ontem, o reatamento de relações diplomáticas entre Estados Unidos e Cuba tem uma utilidade suplementar no Brasil: coloca em seu devido lugar o anticomunismo primitivo que fez uma grande aparição na última campanha presidencial. 

Paulo Moreira Leite, A vitória dos bons princípios.