Em meio ao caos, pequeno alívio: camada de ozônio mostra sinais de recuperação

Do Cosmos ao Caos: assim poderíamos descrever a rota atual do planeta, em fatal antigênesis… Mas, em meio ao caos, certa notícia aparece com alguma expectativa nas manchetes mundo afora: Researchers See Signs of Recovery in Ozone Layer… Study reveals Earth’s ozone layer recovery…

Folha Online: 04/05/2006 – 10h58

Cientistas identificam lenta recuperação da camada de ozônio

da Efe, em Londres

A camada de ozônio da Terra, que protege o ambiente das radiações ultravioletas emitidas pelo Sol, passa por uma lenta recuperação, segundo um estudo divulgado nesta quinta-feira pela revista científica ‘Nature’. Uma equipe de cientistas americanos e dinamarqueses chegou a esta conclusão após comprovar a eficácia do Protocolo de Montreal (1987), ratificado por mais de 180 países, que proíbe a contaminação pelas emissões do gás CFC (clorofluorcarboneto). Os pesquisadores, orientados pela professora Betsi Weatherhead, da Universidade do Colorado (EUA), constataram que os níveis de ozônio se estabilizaram ou tiveram um pequeno aumento na última década. Os cientistas chegaram a esta conclusão após examinarem as informações transmitidas por satélites e observatórios terrestres, assim como dados de 14 estudos (cont.)


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Réchauffement : la couche d’ozone souffle mais les vents s’essoufflent

World Conservation Union: perda da biodiversidade está aumentando dramaticamente

BBC Brasil: 03/05/2006 – 13h31

Lista de espécies em extinção inclui 721 do Brasil

A Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas, divulgada pela União Conservacionista Mundial (IUCN, na sigla em inglês) nesta terça-feira, inclui 721 animais e plantas que vivem no Brasil. O número significa um acréscimo de 24 espécies em relação ao último levantamento, divulgado em 2004. Apenas no Brasil, os cientistas ligados ao IUCN avaliaram mais 186 espécies nos últimos dois anos (…) No total, a nova lista relaciona 16.119 animais e plantas do mundo inteiro, com um aumento de 530 espécies em relação a 2004. O número corresponde a cerca de 40% das mais de 40 mil espécies analisadas pelos especialistas ao longo dos últimos dois anos. A entidade diz, porém, que o número pode ser uma “subestimação grosseira”, já que menos de 3% das 1,8 milhão de espécies conhecidas foram analisadas pelos cientistas que elaboram a Lista Vermelha. Estima-se que existam cerca de 15 milhões de espécies no planeta. “A Lista Vermelha do IUCN mostra uma tendência clara: a perda da biodiversidade está aumentando, não desacelerando”, afirmou o diretor-geral da organização ambientalista, Achim Steiner. “As implicações dessa tendência para a produtividade e resistência dos ecossistemas e as vidas e sustento de bilhões de pessoas (cont.)


More species slide to extinction

The polar bear and hippopotamus are for the first time listed as species threatened with extinction by the world’s biodiversity agency. They are included in the Red List of Threatened Species published by the World Conservation Union (IUCN) which names more than 16,000 at-risk species. Many sharks, and freshwater fish in Europe and Africa, are newly included. The IUCN says loss of biodiversity is increasing despite a global convention committing governments to stem it. “The 2006 Red List shows a clear trend; biodiversity loss is increasing, not slowing down,” said IUCN director-general Achim Steiner (cont.)

Os jovens americanos sabem onde fica o Iraque?

Seis em cada 10 jovens norte-americanos não conseguem encontrar o Iraque em um mapa

 

Pesquisa revela que jovens americanos “ignoram” resto do mundo

Embora a região de Darfur e o Sudão tenham aparecido com frequência no noticiário dos Estados Unidos, mais da metade dos jovens americanos não sabe que o país pertence ao continente africano nem, o que é pior, onde Nova York fica localizada no mapa.

Em uma pesquisa elaborada pela National Geographic com jovens entre 18 e 24 anos, 20% dos entrevistados situaram o Sudão na Ásia e outros 10% disseram que o país fica na Europa.

Mesmo com a Guerra do Iraque, apenas cerca de 37% dos jovens sabiam localizar o país árabe, onde se encontram 120 mil soldados americanos. A pesquisa foi realizada com 510 pessoas, entrevistas pelo Instituto Roper.

As conclusões do estudo, segundo os pesquisadores, é simples: os jovens dos EUA não estão preparados para um futuro cada vez mais globalizado. Segundo o diretor-executivo da Associação de Geógrafos Americanos, Douglas Richardson, os resultados ‘são alarmantes’.

Em 2002, a National Geographic elaborou uma pesquisa similar entre jovens de nove países — entre os quais França, Japão e México. Na ocasião, apenas os resultados do México foram piores que os dos Estados Unidos.

“É desalentador que tantos jovens dos EUA tenham tão pouco conhecimento sobre o resto do mundo”, disse Robert Pastor, vice-presidente de Assuntos Internacionais da American University, em Washington.

Nova York

A enquete revelou que os jovens americanos também desconhecem a geografia do seu próprio país. A metade dos entrevistados foi incapaz de localizar o Estado de Nova York em um mapa dos EUA, e um terço não soube dizer onde está Louisiana, o estado que sofreu com a passagem do furacão Katrina no ano passado.

Três em cada dez responderam que a população de seu país se situa entre um e dois milhões de pessoas, quando na realidade ronda os 300 milhões, segundo o último censo.

Segundo a pesquisa, menos de um terço dos jovens acha que é necessário saber onde estão os países que aparecem nas notícias, e apenas 14% disseram que falar uma língua estrangeira é uma ‘habilidade necessária’.

Dificilmente os jovens americanos encontrarão inspiração no presidente do país, George W. Bush, que, em um de seus discursos, disse aos alunos da universidade de Yale que passaram de ano raspando: “Não se preocupem, vocês também podem chegar à Presidência dos Estados Unidos”.

Globalização

Richardson considera que o conhecimento geográfico é essencial para adaptar-se a um mundo em constante globalização. “Agora necessitamos incluir as bases do conhecimento geográfico nos colégios”, disse.

A enquete também revelou outros dados positivos, como a percentagem de jovens que utilizam internet, que aumentou de 11% para 27% desde o estudo anterior, realizado em 2002.

A rede mundial de computadores parece atuar como uma “janela para o mundo” para os que navegam, porque os resultados foram melhores entre os jovens que acessam a internet.

Em oposição ao fraco índice de conhecimento geográfico, os jovens americanos demonstraram saber razoavelmente como utilizar um mapa para operações simples de navegação e citaram fatos da atualidade como a origem da gripe aviária na Ásia.

Fonte: Efe – Folha de S. Paulo: 04/05/2006

 

Six out of 10 young Americans cannot find Iraq on a map

The US may be the world’s only true superpower but global domination does not equal global knowledge. A new survey shows young Americans have what can only be described as shoddy geography skills, with six out of 10 unable to locate Iraq on a map and almost half incapable of pointing to the state of Mississippi.

Traditionally, the US has bowed to the idea of isolationism, hoping that geography in the form of vast oceans can help act as a protection from other nations. But the survey suggests that such an attitude- both culturally and in terms of interest in overseas travel – is having a woeful impact on Americans’ ability to learn about the wider world.

The survey shows that, despite having invaded Iraq three years ago, six out of 10 Americans aged 18 to 24 cannot locate the country. Two-thirds do not know that the October 2005 earthquake that killed 70,000 people struck in Pakistan. Indeed, more than 40 per cent cannot locate Pakistan in Asia.

But it is not just overseas knowledge that is lacking. The survey shows that domestic geography is also poor. Despite the chaos caused by Hurricane Katrina, which killed hundreds of people and cost billions of dollars when it struck the Gulf Coast last August, one-third of those questioned were not able to find Louisiana on a map of the US. When asked to point on a map to a location that avoids hurricane strikes – ie, the north-west of the US – around a third pointed in the wrong direction.

“It’s not good … It shows the knowledge is pretty appalling,” said John Fahey, president of the National Geographic Society, which commissioned the survey. “I think this is born out of a sense that [people believe] ‘I can be isolated here – culturally and geographically. I don’t need to think too much about what’s happening in the rest of the world’.”

He added: “Geographic illiteracy impacts our economic well-being, our relationships with other nations and the environment, and isolates us from our world. Geography is what helps us make sense of our world by showing the connections between people and places. Without it, our young people are not ready to face the challenges of the increasingly interconnected world of the 21st century.”

The survey, carried out in December 2005, also found fewer than three in 10 think it is important to know the locations of countries in the news; only 14 per cent believe another language is a necessary skill; 47 per cent could not find India on a map and 75 per cent could not locate Israel.

While the geography skills of young Americans are unimpressive, however, they may be improving. A similar study carried out in 2002 found only 13 per cent could point to Iraq on a map. Almost one in 10 could not even point to the United States.

That survey also found that young people who have travelled abroad and speak another language are likely to have better geography skills than those who do not. Young adults who obtained international news from newspapers as opposed to television alone were likely to score better, as were respondents who regularly used the internet.

The National Geographic Society has released the results of the survey to coincide with a campaign to improve “geographic literacy”. Entitled My Wonderful World, and led by a group of business, non-profit and education leaders, the aim is to highlight ways that children and parents can help build geography skills.

Central to the campaign is a website at www.Mywonderfulworld.net which contains suggestions for outdoor family activities, links to geography games and classroom materials.

Fonte: Andrew Buncombe -The Independent: 3 May 2006

Livro coordenado por Boccaccini tem nova resenha na Review of Biblical Literature

Foi publicada na Review of Biblical Literature, no dia 29/04/2006, mais uma resenha do livro que comentei no Observatório Bíblico no dia 25 de janeiro com o post Enoch and Qumran Origins: 47 pesquisadores debatem o tema.

BOCCACCINI, Gabriele (ed.) Enoch and Qumran Origins: New Light on a Forgotten Connection. Grand Rapids: Eerdmans, 2005, xviii + 472 p.

Desta vez quem faz a resenha é James E. Harding, University of Otago, Dunedin, Aotearoa/New Zealand. Certamente é algo que lerei com calma e comentarei mais detalhadamente, pois achei o livro muito interessante, embora o tenha visto apenas de longe. Aliás, todo o trabalho coordenado por Gabriele Boccaccini é fascinante. Já li outros textos dele.

James E. Harding, termina assim sua resenha:

I would commend most highly this important and exciting volume to all scholars and students of Second Temple Jewish literature and early Christianity. It should provide a stimulus to future research on several critical issues. The book is essential reading for scholars and research students working on any aspect of Second Temple Judaism and the Jewish framework for the origins of Christianity. The general readability of the papers the volume contains, combined with the fact that it offers an insight into the current state of play in several key areas of research, suggest that the volume as a whole, or one or more of its constituent parts, would make an interesting basis for a graduate seminar.

Tributo a Senna, Ayrton

Ayrton Senna da Silva nasceu em 21 de março de 1960. Ficou encantado em 1º de maio de 1994, na curva Tamburello, no GP de San Marino, em Ímola, na Williams, disputando o 162º GP de sua estonteante carreira na Fórmula 1.S do Senna

Leia, Ouça, Veja
Ayrton Senna da Silva
Ayrton Senna: 18 anos
BBC – On this day

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É Guimarães Rosa quem nos alerta, em Grande Sertão: Veredas: As pessoas não morrem, ficam encantadas!

Títulos de Senna

  • Tricampeão paulista de kart: 1974, 1975, 1976
  • Tetracampeão brasileiro de kart: 1978, 1979, 1980, 1981
  • Bicampeão sul-americano de kart: 1977, 1978
  • Campeão inglês de Fórmula Ford 1600: 1981
  • Campeão inglês e europeu de Fórmula Ford 2000: 1982
  • Campeão inglês de Fórmula 3: 1983
  • Tricampeão mundial de Fórmula 1: 1988, 1990, 1991

O lado obscuro dos blogs

No dia 21 de abril postei notícia que denunciava o charlatanismo de muitos blogs que publicam lixo como se fosse ciência.

E os blogs políticos? O Brasil não ficou envaidecido com o sucesso de seus blogs políticos? Pois é. Lendo hoje três blogs de grandes publicações jornalísticas brasileiras, depois de conter a náusea lembrei-me de um artigo publicado na Carta Maior.

 

Fofoca de “blogueiros” vira notícia no jornalismo virtual

Na primeira metade do século XX, o rádio exerceu o papel preponderante na formação de opinião para a disputa do poder político ou geopolítico estratégico. Os discursos de Hitler, na Alemanha Nazista, as transmissões da BBC, a cobertura jornalística da Segunda Guerra Mundial são exemplos da relevância dessa mídia naquele período. A comunicação de massa passou a ser uma realidade.

Na segunda metade do século passado, foi a vez da televisão. Imagens transmitidas via satélite para dezenas de países transformaram o mundo em uma aldeia global. Encanto, indignação e revolta mobilizaram, em poucos dias ou poucos segundos, cidadãos de todas as partes em torno de acontecimentos como a conquista do espaço, as guerras e tragédias, o choque de ideologias e os embates políticos e comerciais.

Embora ainda seja um meio de comunicação relativamente “elitizado”, a internet já se consagrou como uma mídia de massa na Era Digital. Sua agilidade, interatividade, amplitude e flexibilidade encurtaram o tempo de propagação das informações noticiosas, ao mesmo tempo em que facilitaram o acesso a uma ampla diversidade de canais e redes de comunicação e formação de opinião.

Sem menosprezar a força do rádio e da televisão, ainda preponderantes na interlocução com as camadas mais pobres da sociedade, arrisco a afirmação de que o campo da internet será o diferencial da disputa eleitoral deste ano. Menos pelo alcance direto da audiência da maioria do eleitorado e mais pela extrema capacidade de pautar os outros meios de comunicação, espraiando com grande rapidez informações verdadeiras ou falsas para uma rede de cidadãos de classe média cada vez mais ávidos pela sensação de estarem bem informados.

Na Era do Jornalismo Em Tempo Real, os sítios de notícias da internet tornaram-se referência para um público expressivo e crescente. Inicialmente desprezada pelas estrelas do jornalismo brasileiro, a internet passou a ser a vitrine da moda, especialmente depois de ter pautado parte significativa da cobertura dos escândalos que abalaram as estruturas do governo petista. Os blogs, espécie de diário pessoal eletrônico, ganharam fama e prestígio antecipando notícias e direcionando o noticiário, que geralmente se orienta pelo comportamento de manada.

Tal como as colunas de notas e fofocas, os blogs de jornalistas têm demonstrado mais afinidade com versões do que com fatos, transformando pautas em notícias publicadas. Novidade no mundo da comunicação, esse tipo de canal noticioso ainda não consolidou um compromisso com o conjunto de regras éticas, morais e jurídicas que regulam o jornalismo. Portanto, está solto para espalhar muito joio no meio do trigo. Ganharam em poucos meses e até dias a credibilidade que outros meios levaram décadas para consolidar. Mas sem a mesma responsabilidade ética, moral e jurídica que traça os limites da liberdade de informação no Estado Democrático.

Nesta terça-feira (18), observamos dois exemplos distintos de como a mistificação dos blogs está envenenando o jornalismo. O primeiro caso envolve o “ex-blog” do prefeito do Rio de Janeiro, César Maia, do PFL, assumidamente criado para fazer o embate político na internet. O segundo, o blog do jornalista Ricardo Noblat, hospedado no portal do Estadão, que abriu o terreno desse canal de comunicação no Brasil ao conciliar o prestígio do ex-diretor de redação de alguns dos principais jornais do país com a publicação de notícias quentes no auge da cobertura das CPIs.

Com boletins diários (Informação e Opinião de César Maia – IOCM) enviados para endereços eletrônicos de boa parte da imprensa brasileira, o blog de César Maia tem sido uma referência na propagação de boatos e insinuações com o objetivo de constranger o governo Lula. No fim da semana passada, informava que estava para ser detonado um novo escândalo envolvendo um ministro e sua casa. A expectativa em torno do noticiário das revistas semanais e jornais se frustrou. Os vestígios do terrorismo virtual só foram vistos na coluna de uma revista. Tratava-se de nova tentativa de denúncia não comprovada para enfraquecer o ministro da Justiça, Marcio Thomaz Bastos.

Na investida desta terça-feira, o prefeito do Rio espalha, em tom de galhofa, números de contas bancárias do presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, insinuando que a quebra do sigilo delas poderia revelar transferências de recursos para familiares do presidente Lula. A linguagem cifrada sugere ainda que Okamotto pode ter sido grampeado falando do assunto. Até aí, nada de mais. A disputa política é uma guerra. Em 1998, o sítio do PDT na internet reproduziu um artigo do jornalista Sebastião Nery falando de um filho não reconhecido do presidente Fernando Henrique Cardoso.

A diferença é que aquela informação não foi disseminada como verdade pela imprensa. No caso do boato de César Maia, o texto foi reproduzido integralmente no blog do jornalista Fernando Rodrigues, colunista do jornal Folha de S.Paulo. A chamada para a nota do blog foi destacada no alto da página principal do portal UOL, com o título “Maia divulga suposta conta de Okamotto”. Mesmo com os adjetivos cautelosos e os verbos no condicional recomendando a desconfiança na informação, o objetivo do prefeito do PFL foi alcançado. O jornalista e o veículo emprestaram sua credibilidade para espalhar um boato que só se justificaria como interesse público se devidamente comprovado. Divulgando o torpedo político como informação noticiosa, eles serviram, consciente ou inconscientemente, aos interesses de uma facção política.

No entanto, o portal do Estadão fez pior. Pegou um comentário de uma fonte não identificada publicado no blog do Noblat e transformou em verdade absoluta. No seu diário pessoal eletrônico, o jornalista conta que “um destacado senador da CPI dos Correios” teria sido procurado pelo lobista Marcos Valério, que teria lhe passado o seguinte recado: “Estou duro de dinheiro. Diga isso ao Okamotto”. A conversa, segundo Noblat, teria sido relatada a Okamoto e ao presidente Lula.

A nota do blog não dá nenhuma indicação de quem possa ser a fonte da informação. Tem o nítido objetivo de insinuar que Okamoto não seria só uma espécie de tesoureiro particular o presidente e sua família, teria assumido o papel de responsável pelo caixa-dois do PT depois que Delúbio Soares teve que sair de cena.

As suposições e insinuações de um “blogueiro”, mesmo sendo jornalista, fazem parte do território sem lei da internet. Todos dizem o que querem sem dar satisfação a ninguém. O problema maior está no fato do portal do Estadão ter alçado a especulação para a manchete principal da página. E o que é pior, tratando um comentário sem fonte como verdadeiro: “Valério pediu dinheiro a Okamotto”.

O editor do sítio nem se deu ao trabalho de desconfiar da informação, como é prática comum no jornalismo responsável. Ele poderia ter checado a lista de senadores da CPI para ver quem poderia ter feito uma inconfidência dessas. Destacado senador da CPI com intimidade suficiente com o presidente Lula a ponto de constrangê-lo? O mais próximo do perfil é o senador Delcídio Amaral (PT-MS). Será que alguém tão elogiado pela oposição e pela imprensa teria se prestado ao papel de levar recados de Marcos Valério a Paulo Okamotto? A história não bate, mas será reproduzida como verdade por ter sido chancelada pelo Estadão.

A internet é uma mídia democrática e os blogs são canais de comunicação interessantes para disseminar informações e opiniões. Mas os jornalistas precisam ter mais responsabilidade ao lidar com tais informações. Sem rigor jornalístico, podem se transformar em instrumentos da disputa política, minando a credibilidade dos veículos de comunicação e de seus jornalistas. Em uma disputa política acirrada como a que se avizinha é preciso redobrar a vigilância.

Fonte: Nelson Breve – Carta Maior: 18/04/2006

No sistema neoliberal somos levados, cada vez mais, a viver e morrer em função do consumo

Agência Carta Maior: 21/04/2006

Velhos e novos consensos morais

Luís Carlos Lopes

Durante muito tempo a Igreja Católica foi a guardiã da moral pública brasileira. Não é mais (…) Nas últimas cinco décadas, o capitalismo se instalou profundamente na vida brasileira, chegando a sua atual fase, que alguns críticos chamam de neoliberal. Tivemos um longo percurso de passagem de uma economia rural, para uma economia urbana. A maior parte dos brasileiros (80%) passou a viver nas cidades grandes, médias e pequenas. A antiga hegemonia católica esfacelou-se, bem como o consenso social sobre questões afetivas e sexuais. O país se dessacralizou e a moral e os moralistas se defrontaram com novas crenças e novos comportamentos que, mesmo fragmentariamente, trouxeram novos modos de encarar antigos problemas. As novas igrejas e mesmo os novos movimentos católicos já não são capazes de conseguir os mesmos consensos de antes (…) Todos querem o mesmo: viver e morrer para e pelo consumo. Infelizmente, é fácil de ver em muita gente boa, que eles crêem em sua superioridade sobre os demais. Os mesmos vêem como desnecessário se ter preocupações éticas e acreditam no lucro acima do amor entre os homens e mulheres de boa vontade…


Acredito que outros fatores devam ser igualmente considerados, quando se tenta pensar a ética da complexa sociedade atual. Mas estes que são aqui apresentados já nos fazem pensar…

Luís Carlos Lopes é professor do Instituto de Artes e Comunicação Social da Universidade Federal Fluminense.

Morreu John Trever

John C. Trever: 1916-2006 - Photo by Lou Mack/Los Angeles Times via Getty ImagesI am sorry to inform you that John Trever died on Saturday morning“. Assim começa Jim Davila seu post no PaleoJudaica.com, comunicando a morte de John C. Trever, que teve papel importante na descoberta dos Manuscritos do Mar Morto, como se pode ler aqui.

Leia sobre John C. Trever na Wikipedia.

Vale a pena ler seu livro The Dead Sea Scrolls: A Personal Account. A Revised Edition of the Author’s Untold Story of Qumran. Piscataway, NJ: Gorgias Press, 2003, 268 p. – ISBN 9781593330422.