Por que ler a Bíblia nas línguas originais?

MURAOKA, T. Why Read the Bible in the Original Languages? Leuven: Peeters, 2020, 111 p. – ISBN 9789042942004.

Uma comparação de várias traduções da Bíblia em qualquer idioma mostra que elas diferem em centenas de passagens, apontando para a discordância contínua entreMURAOKA, T. Why Read the Bible in the Original Languages?. Leuven: Peeters, 2020 estudiosos e tradutores da Bíblia em sua análise e compreensão dessas passagens. Aprender hebraico, aramaico e grego, as línguas originais da Bíblia, não é algo que agrada a todos. Além do que, o conhecimento destas línguas não fornece necessariamente uma solução para essas dificuldades. No entanto, há muitas coisas no texto bíblico que podem ser perdidas se o texto for lido apenas em tradução.

Neste livro, uma série de questões linguísticas relacionadas com as três línguas originais são discutidas à luz de exemplos reais. Questões de cultura e retórica também são abordadas. Um capítulo especial é dedicado à Septuaginta como uma ponte entre os dois Testamentos. O livro foi escrito em um estilo não técnico, portanto, facilmente legível por não especialistas, mas os especialistas também podem encontrar coisas de seu interesse. Nenhum alfabeto hebraico ou grego é usado.

A comparison of multiple translations of the Bible in any language shows that they differ at hundreds of places, pointing to the continuing disagreement among Bible scholars and translators in their analysis and understanding of those places. To learn Hebrew, Aramaic, and Greek, the original languages of the Bible, is admittedly not everybody’s cup of tea. Knowledge of them does not necessarily provide a solution to these difficulties. However, there are not a few things in the biblical text which can be missed out if it is read only in translation. A range of linguistic issues touching on the three original languages are discussed in the light of actual examples. Matters of culture and rhetoric are also taken up. A special chapter is devoted to the Septuagint as a bridge between the two Testaments. The book is written in a non-technical style, hence easily readable by non-specialists, but specialists may also find things of interest. No Hebrew or Greek alphabet is used.

Quem é Takamitsu Muraoka?

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1 comentário em “Por que ler a Bíblia nas línguas originais?”

  1. Ainda que não seja dominante das línguas originárias da Bíblia, entendo que o domínio delas é essencial para a mínima compreensão do seu texto. Julgo, também, que o hebraico é mais sofisticado que o grego na difusão do texto místico semítico, pois há maior variedade de lexemas e, consequentemente, de significantes, que o grego reúne, por exemplo, num único vocábulo, o que encobre significados diferentes. Dessa forma, o mal denominado “Novo Testamento” também se ressente da riqueza lexemática do Tanakh.

    Um outro aspecto que entendo muito relevante é que o texto místico do Tanakh filia-se à corrente mística da Era Axial, portanto compartilha com textos de outras tradições, indiana, budista, por exemplo, um patrimônio comum de referência. Naturalmente o Tanakh a ela se refere de forma alegórica. O mal denominado “Novo Testamento”‘, sendo não ruptura, mas seguimento do Tanakh, é pródiga também nessas alegorias.

    Oxalá tenhamos uma tradução digna da Bíblia para revelar a beleza, a engenhosidade, e a mensagem mística tão necessária para a nossa humanidade. Isso evita os dogmas e preceitos fundamentalistas.

    O livro de Takamitsu Muraoka parece bem interessante. Creio que seria muito boa referência crítica. Verei se adquirirei.

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