Resenhas na RBL – 31.10.2013

As seguintes resenhas foram recentemente publicadas pela Review of Biblical Literature:

Beth A. Berkowitz
Defining Jewish Difference: From Antiquity to the Present
Reviewed by Joshua Schwartz

Stéphanie E. Binder
Tertullian, On Idolatry and Mishnah Avodah Zarah: Questioning the Parting of the Ways between Christians and Jews
Reviewed by Michael Rosenberg

Markus Bockmuehl
Simon Peter in Scripture and Memory: The New Testament Apostle in the Early Church
Reviewed by Jean-François Racine

James L. Crenshaw
Reading Job: A Literary and Theological Commentary
Reviewed by Richard G. Smith

Detlef Dieckmann
«Worte von Weisen sind wie Stacheln» (Koh 12,11): Eine rezeptionsorientierte Studie zu Koh 1–2 und zum Lexem dabar im Buch Kohelet
Reviewed by Stefan Fischer

Laura Feldt
The Fantastic in Religious Narrative from Exodus to Elisha
Reviewed by Michael Hundley

Norman Habel
The Birth, the Curse and the Greening of Earth: An Ecological Reading of Genesis 1–-11
Reviewed by Terence E. Fretheim

Steven A. Hunt, ed.
Perspectives on Our Father Abraham: Essays in Honor of Marvin R. Wilson
Reviewed by David M. Maas

Luke Timothy Johnson
Prophetic Jesus, Prophetic Church: The Challenge of Luke-Acts to Contemporary Christians
Reviewed by Richard Pervo

Johannes Unsok Ro, ed.
From Judah to Judea: Socio-economic Structures and Processes in the Persian Period
Reviewed by Jason M. Silverman

Ishay Rosen-Zvi
The Mishnaic Sotah Ritual: Temple, Gender, and Midrash
Reviewed by Aaron Koller

Jacques T. A. G. M. van Ruiten
Abraham in the Book of Jubilees: The Rewriting of Genesis 11:26-–25:10 in the Book of Jubilees 11:14-23:8
Reviewed by John C. Endres, S.J.

Jason M. Silverman
Persepolis and Jerusalem: Iranian Influence on the Apocalyptic Hermeneutic
Reviewed by Bob Becking

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Três problemas teológicos nos sites católicos

A análise do desempenho de alguns sites católicos nos permite identificar pelo menos três problemas teológicos sérios: visão deturpada do Deus de Jesus, ausência do senso eclesial e fuga do compromisso com os outros. Não se trata aqui de “demonizar” a internet e a mídia, como, infelizmente, fazem alguns. Hoje o recurso midiático deve ser necessariamente usado na catequese, na evangelização, na informação e na formação da consciência crítica dos cristãos e das cristãs. O que se questiona é a forma como se está utilizando este recurso; forma essa que termina por alimentar uma religiosidade melosa, mágica, egoísta, falsa e não-cristã.

Não devemos esquecer que a mídia, em si, não é totalmente neutra. Ela, com seu poder, termina moldando a nossa natureza. Ela nos plasma, a tal ponto que, em vários lugares do mundo, já começam a surgir muitos casos de viciados em internet, precisando de tratamento psicológico e até psiquiátrico. Na Igreja Católica já temos alguns casos de psicopatia eclesiástica: pessoas que chegam ao delírio de pensar que Jesus, o Verbo do Pai, é uma simples mercadoria, um software, a ser comercializado nas feiras católicas nacionais e internacionais. Recentemente ouvi da boca de um desses organizadores da Expocatólica algo parecido: Jesus é um “produto” a ser oferecido através de um bom marketing.

Igreja e Mídia – José Lisboa Moreira de Oliveira: O Chamado 07/11/2013

Em 2011 o jornalista e pesquisador Moisés Sbardelotto publicava o resultado de uma pesquisa por ele realizada sobre a midiatização do sistema religioso católico. O objetivo da pesquisa era analisar alguns serviços religiosos disponíveis em sites católicos. O resultado foi inicialmente publicado no número 35 da revista eletrônica do Instituto Humanitas da Unisinos, conhecida como Cadernos IHU, com o título: “E o Verbo se fez bit”. Uma análise da experiência religiosa na internet. Posteriormente o autor transformou sua pesquisa em livro, lançado em 2012 pela Editora Santuário de Aparecida (SP) com o título: E o Verbo se fez bit. A comunicação e a experiência religiosas na internet.

Mais do que fazer uma análise crítica dos conteúdos dos sites católicos, o autor pretendeu, com sua pesquisa, apenas registrar o fato de que, no contexto atual, as mídias são o ambiente onde tudo se move. Dentro dessa lógica, “o religioso já não pode ser explicado nem entendido sem se levar em conta o papel das mídias” (IHU, p. 5). Sbardelotto conclui, a partir de sua pesquisa, que os sites católicos analisados oferecem, além de informações gerais sobre religião, meios para um vínculo do fiel com Deus e elementos em ambiente online para a prática da fé. Deixa bem claro que os sites analisados não possibilitam um conhecimento racional da fé, mas, muito mais, estratégias para a experiência religiosa e uma modalidade de percepção da presença do sagrado, por parte das pessoas que acessam esses sites.

Nesse sentido, não era intenção do autor da pesquisa fazer uma análise teológica dos conteúdos. Somente na parte final do seu trabalho ele chama rapidamente a atenção do leitor para possíveis “escapes doutrinários”, ou seja, para elementos de crença que se distanciam do universo católico. Acredita que tais “escapes” se dão, antes de tudo, pela inferência dos fiéis que postam suas mensagens e suas preces nos referidos sites. O autor, salvo engano da minha parte, não faz nenhuma análise daquilo que é colocado nos sites pelos “sacerdotes da virtualidade” (Galimberti) e que, de certa forma, a meu ver, induz os fiéis aos deslizes doutrinários.

Seria arrogância da minha parte, pretender, num brevíssimo artigo como esse, fazer uma análise teológica do que aparece nos sites católicos. Porém, com a ajuda dos dados da pesquisa de Sbardelotto, e a partir de minhas próprias pesquisas, ouso fazer algumas considerações que poderão servir de pontapé inicial para uma reflexão maior. Quero aqui avaliar três aspectos que, a meu ver, aparecem nesses sites: a imagem de Deus, o modelo de Igreja apresentado e a compreensão do ser humano na perspectiva cristã, especialmente no que se refere ao compromisso cristão no mundo. Nessa análise sirvo-me de uma excelente reflexão que encontrei sobre o uso da internet e “mística virtual” no livro Rastros do Sagrado de Umberto Galimberti (Paulus, 2003, pp. 280-287). Uma análise bem anterior às pesquisas de Sbardelotto, mas nem por isso menos atual.

Leia o texto completo. Que pode ser acessado também aqui, com vários links para outras leituras sobre o mesmo tema.