Não se pode sucumbir à twitterização da literatura

”Slow Reading”: rebelar-se contra o Twitter e ler com lentidão

Depois do Slow Food, do Slow Travel e da Slow Life, chegou o momento do Slow Reading. Tendo partido do outro lado do oceano e aportado na Inglaterra e no resto da Europa, o movimento composto por acadêmicos, escritores, críticos literários, livreiros e naturalmente leitores – já que é disso que essencialmente se trata – está buscando promover uma revolução na nossa relação com os livros e, em geral, com todo texto escrito: ler com lentidão, em um mundo que nos leva a ler sempre mais rapidamente. Um slogan que significa ler volumes pesados, rebelando-se contra a tendência de publicar livros sempre mais breves e artigos sempre mais curtos nos jornais ou nos sites da Internet. A palavra de ordem é aprofundar, sem temores, em centenas, milhares de páginas, em vez de se limitar a ler por cima e a escanear. Se o elogio da lentidão vale para a boa mesa e para as férias, por que também não deveria ter sentido para a mente?, questionam-se os promotores da campanha. Você ainda está lendo? Provavelmente, já se cansou, segundo algumas recentes pesquisas estatísticas: um estudo do Poynter Institute’s Eyetrack e outro da Nielsen afirmam que muitos de nós perderam a concentração necessária para ler um texto até o fim. Culpa da Internet, segundo Nicholas Carr, autor de “The shallow”* (O raso), no qual defende que o hábito de ler online e de ser continuamente interrompidos por e-mails, SMS e outras formas de comunicação digital, está danificando as faculdades mentais necessárias para absorver informações volumosas e complexas. Estudos científicos confirmam que a “attention span” [= capacidade de concentração], a capacidade de permanecer concentrados em uma única questão, está em diminuição constante, especialmente entre os mais jovens. Enquanto isso, até a literatura é oferecida no Twitter, com Shakespeare, a Odisseia e Jane Austen sintetizados em 140 caracteres. Os seguidores do Slow Reading propõem, como primeira coisa, que se desliguem computadores e celulares, pelo menos quando se pega um livro (ou, no limite, o iPad) nas mãos. “Se você quiser entender o que um texto diz verdadeiramente, se quiser interiorizá-lo, se quiser sentir dentro de você a voz do escritor, deve lê-lo lentamente”, afirma John Miedena, autor de “Slow reading”, o livro que contribuiu para lançar o movimento. “Não se pode sucumbir à ‘twitterização’ da literatura, ao ‘curto é bonito’ a todo o custo”…

* Nota minha: shallow significa raso, pouco profundo, daí, poder ser entendido como superficial, frívolo

Leia o texto completo. Lentamente… A reportagem é do jornal italiano La Repubblica, de 16/07/2010

Fonte: Notícias: IHU On-Line – 17/07/2010

Ribellarsi a Twitter e leggere con lentezza

Dopo lo Slow Food, lo Slow Travel e la Slow Life, è arrivato il momento dello Slow Reading. Partito da oltreoceano, quindi approdato in Inghilterra e nel resto d’ Europa, un movimento composto da accademici, scrittori, critici letterari, librai e naturalmente lettori, poiché di questo essenzialmente si tratta, sta cercando di promuovere una rivoluzione nel nostro rapporto con i libri e in generale con ogni testo scritto: leggere con lentezza, in un mondo che ci spinge a leggere sempre più in fretta. Uno slogan che significa leggere volumi ponderosi, ribellandosi alla tendenza a pubblicare libri sempre più brevi e articoli sempre più corti su giornali o siti internet. La parola d’ ordine è sprofondare senza timore tra centinaia, migliaia di pagine, anziché limitarsi a spulciare e scannerizzare. Se l’ elogio della lentezza vale per la buona tavola e per le vacanze, perché non dovrebbe avere senso anche per la mente, si chiedono i propositori della campagna. State ancora leggendo? Probabile vi siate già stancati, secondo un paio di recenti indagini statistiche: uno studio del Poynter Institute’ s Eyetrack e uno della Nielsen affermano che molti di noi hanno perso la concentrazione necessaria a leggere un testo fino in fondo. Colpa di internet, secondo Nicholas Carr, autore di The shallow (Il bassofondo), in cui sostiene che l’ abitudine a leggere online, e a venire continuamente interrotti da email, sms ed altre forme di comunicazione digitale, sta danneggiando le facoltà mentali necessarie ad assorbire informazioni voluminose e complesse. Studi scientifici confermano che l’ attention span, la capacità di rimanere concentrati su una singola questione, è in diminuzione costante, specie trai più giovani. Nel frattempo perfino la letteratura viene data in pasto a Twitter, con Shakespeare, l’ Odissea e Jane Austen sintetizzati in 140 battute. I seguaci dello Slow Reading propongono per prima cosa di spegnere computer e telefonino, almeno quando si prende in mano un libro (o al limite l’ iPad). «Se vuoi capire cosa dice veramente un testo, se vuoi interiorizzarlo, se vuoi sentire dentro di te la voce dello scrittore, devi leggerlo lentamente», afferma John Miedena, autore di Slow reading, il libro che ha contribuitoa lanciare il movimento. «Non si può soccombere alla Twitterizzazione della letteratura, al “breve è bello” ad ogni costo»…

Fonte: Enrico Franceschini – La Repubblica: 16 luglio 2010

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