Tutankhamon: malária e anomalias ósseas

:: Faraó Tutancâmon morreu de malária e infecção óssea, diz estudo – G1: 16/02/10 – 20h45 – Atualizado em 17/02/10 – 11h36
O faraó egípcio Tutancâmon pode ter morrido de malária combinada com uma rara infecção nos ossos, sugere um estudo publicado terça-feira (16) na revista científica “Journal of the American Medical Association” (JAMA). Os cientistas, liderados pelo arqueólogo-chefe do Egito, Zahi Hawass, passaram dois anos pesquisando os restos mumificados do faraó, que morreu aos 19 anos, e de outras dez múmias pertencentes à família real, inclusive a avó e o pai de Tutancâmon, para extrair amostras de DNA.Na análise do DNA do faraó, os pesquisadores encontraram sinais do parasita da malária – a mais antiga prova genética da doença já identificada. Além disso, o estudo sugere que Tutancâmon poderia ter sofrido de uma inflamação rara nos ossos, chamada de Doença de Kohler. O faraó ainda teria um pé torto congênito e uma curvatura na espinha. Segundo os pesquisadores, essas descobertas explicariam por que foram encontrados cajados e pedaços de madeira entre os pertences de Tutancâmon, que poderiam ter sido usados como bengalas pelo faraó. Desde a descoberta da tumba intacta do faraó por Howard Carter, no Vale dos Reis, em 1922, acadêmicos vêm especulando sobre o motivo da morte prematura de Tutancâmon e sugerem que ele pode ter sido traído e assassinado. Outras teorias sugerem que ele poderia ter sido atropelado por uma charrete ou que, como morreu novo e não deixou herdeiros, o faraó poderia sofrer de uma doença genética. Alguns artefatos da época mostram que a realeza tinha uma aparência curvada e feminina, o que, segundo alguns acadêmicos, seria típico de condições hereditárias como a síndrome de Marfan, caracterizada por membros longos. Mas a equipe de Hawass rejeita essas explicações. A explicação oferecida pelo estudo sugere que Tutancâmon teria quebrado a perna pouco antes de morrer. Por conta da doença, o osso não teria sido curado de maneira adequada, o que teria provocado uma infecção. Segundo a hipótese sugerida pela pesquisa, com o corpo já fragilizado e suscetível a infecções, a malária foi fatal para o faraó. “Uma fratura repentina na perna provavelmente causada por uma queda pode ter resultado em uma condição que pôs a vida dele em risco depois da infecção com a malária”, disse Hawass. “Sementes, frutas e folhas encontradas na tumba, e possivelmente usadas como tratamento médico, apoiam esse diagnóstico”, afirmou. Para o professor de antropologia física da Universidade de Liverpool Bob Connolly, que já examinou a tumba de Tutancâmon, os pesquisadores foram “sortudos” por terem conseguido extrair amostras de DNA do faraó egípcio para o estudo. “Ele não é uma múmia bem preservada. É uma carcaça carbonizada. Hawass e a equipe dele foram incrivelmente espertos e sortudos por terem conseguido isso”, disse Connolly. Ele não descartou que Tutancâmon tenha morrido de malária, mas disse que pessoalmente duvida disso. “Só porque eles encontraram o parasita no sangue dele não significa necessariamente que ele sofria de malária ou que morreu disso. A doença pode não ter causado nenhum problema a ele”, afirmou. “Eu ainda acredito que ele tenha sido atropelado pela charrete. A cavidade do peito dele estava perfurada e ele tinha costelas quebradas”, disse.

 

:: Tutancâmon pode ter morrido de anemia falciforme – Folha.com: 25/06/2010 – 17h44 [da New Scientist] Tutancâmon, o rei-menino do Egito antigo, morreu de anemia falciforme, uma doença genética, não de malária, segundo cientistas alemães. A causa da morte de Tutancâmon tem sido motivo de especulação desde que seus restos mumificados foram encontrados em 1922. Ele morreu por volta de 1.358 a.C., aos 19 anos, após ter governado por apenas nove anos. A primeira extensa investigação científica da múmia foi relatada no começo do ano em um artigo no periódico Jama (“Journal of the American Medical Association”) pela equipe liderada pelo arqueólogo chefe do Egito, Zahi Hawass. Com base em uma série de testes, incluindo raio-X e análise genética, o grupo de Hawass concluiu que uma doença óssea genética enfraqueceu o rei e um ataque de malária o matou. Necrose severa nos ossos do pé esquerdo de Tutancâmon e a detecção de genes de Plasmodium falciparum, o parasita causador da malária, foram as principais evidências a favor da conclusão de Hawass. Mas, em uma carta nesta semana para o Jama, Christian Timmann e Christian Meyer, do Instituto Bernhard Nocht de Medicina Tropical, em Hamburgo, Alemanha, sugere que as observações do grupo egípcio podem ser mais bem explicadas por um diagnóstico de anemia falciforme. Pessoas com anemia falciforme têm uma mutação no gene de hemoglobina que faz com que as células vermelhas do sangue se tornem rígidas e assumam a forma de uma foice. Uma única cópia do gene defeituoso aumenta a imunidade a malária, o que o torna comum em áreas onde a doença é endêmica, como no Egito antigo. Duas cópias do gene defeituoso, porém, causam anemia severa, e portadores dessas mutações morrem jovens. Timmann e Meyer salientam que a anemia é a causa mais comum de problemas ósseos como os identificados em Tutancâmon. As células sanguíneas deformadas bloqueiam capilares, impedindo que o oxigênio chegue aos tecidos ósseos. E os pais do rei-menino era parentes próximos, aumentando as chances de que ambos possuíssem o gene defeituoso de hemoglobina. Apesar de sua maior imunidade, pessoas com anemia falciforme podem carregar em seu sangue o parasita da malária. No caso de Tutancâmon, uma infecção poderia causar uma crise de anemia, privando os órgãos de oxigênio, diz Timmann. Membros da equipe de Hawass consideraram a sugestão interessante e plausível e dizem que estão investigando a possibilidade. Isso envolveria testar a presença do gene defeituoso na múmia do rei. Timmann disse que poderia realizar o teste em uma hora, mas, ao se oferecer para colaborar com a equipe egípcia, não recebeu resposta. Outros grupos também gostariam de receber informações dos cientistas egípcios. Em uma outra carta ao Jama nesta semana, um par de pesquisadores americanos sugere que Tutancâmon e seus parentes podem ter sofrido de uma síndrome hormonal que causa, dentre outras coisas, deformação do crânio e pouco desenvolvimento do genital masculino. Eles precisam de fotos detalhadas do crânio do pai de Tutancâmon, mas a equipe egípcia, que tem acesso exclusivo às múmias, ainda não divulgou as imagens.

 

:: Estudo aponta Malária como causa da morte de Tutankamon – Ciência Hoje: 17/02/2010
Morreu aos 19 anos, não deixou herdeiros e nas estátuas tem aparência feminina. Já muito se especulou sobre as doenças, a possível causa de morte e quem seriam os familiares directos do faraó egípcio Tutankamon. Parte da verdade pode ter sido encontrada graças à utilização de vários métodos científicos, incluindo análises genéticas, antropológicas e radiológicas, que analisaram a sua múmia e outras 10 relacionadas de alguma forma com o jovem faraó. Todos os resultados fazem parte de um projecto iniciado há dois anos entitulado A Família Real Tutankamon e liderado por Zahi Hawass, do Egyptian Mummy Project…

 

:: Ancestry and pathology in Tutankhamun’s family – by Andie, Egyptology News: February 17, 2010
My inbox and my news alerts have all gone mad with the news about the Tutankhamun DNA results released by the Supreme Council of Antitquities… I have tried to avoid excessive duplication but here are the main themes from all the pieces that I have read so far. See the links below for the full stories. All the stories take their data from the Journal of the American Medical Association…

 

:: ‘Malaria and weak bones’ may have killed Tutankhamun – BBC News: Tuesday, 16 February 2010
The Egyptian “boy king” Tutankhamun may well have died of malaria after the disease ravaged a body crippled by a rare bone disorder, experts say. The findings could lay to rest conspiracy theories of murder. The scientists in Egypt spent the last two years scrutinising the mummified remains of the 19-year old pharaoh to extract his blood and DNA. This revealed traces of the malaria parasite in his blood, the Journal of the American Medical Association says…

 

:: Ancestry and Pathology in King Tutankhamun’s Family – JAMA: The Journal of the American Medical Association – Vol. 303 No. 7, February 17, 2010
(…) Genetic fingerprinting allowed the construction of a 5-generation pedigree of Tutankhamun’s immediate lineage. The KV55 mummy and KV35YL were identified as the parents of Tutankhamun. No signs of gynecomastia and craniosynostoses (eg, Antley-Bixler syndrome) or Marfan syndrome were found, but an accumulation of malformations in Tutankhamun’s family was evident. Several pathologies including Köhler disease II were diagnosed in Tutankhamun; none alone would have caused death. Genetic testing for STEVOR, AMA1, or MSP1 genes specific for Plasmodium falciparum revealed indications of malaria tropica in 4 mummies, including Tutankhamun’s. These results suggest avascular bone necrosis in conjunction with the malarial infection as the most likely cause of death in Tutankhamun. Walking impairment and malarial disease sustained by Tutankhamun is supported by the discovery of canes and an afterlife pharmacy in his tomb…

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