Resenhas na RBL – 19.09.2009

As seguintes resenhas foram recentemente publicadas pela Review of Biblical Literature:

L. Stephanie Cobb
Dying to Be Men: Gender and Language in Early Christian Martyr Texts
Reviewed by Jan Willem van Henten

J. Edward Crowley and Paul L. Danove
The Rhetoric of Characterization of God, Jesus, and Jesus’ Disciples in the Gospel of Mark
Reviewed by Seán P. Kealy

Ellen F. Davis
Scripture, Culture, and Agriculture: An Agrarian Reading of the Bible
Reviewed by Philip F. Esler

F. Gerald Downing
God with Everything: The Divine in the Discourse of the First Christian Century
Reviewed by Michael Lakey

Lori Anne Ferrell
The Bible and the People
Reviewed by Seán P. Kealy

Joseph A. Fitzmyer
A Guide to the Dead Sea Scrolls and Related Literature
Reviewed by Shayna Sheinfeld

William H. Jennings
Storms over Genesis: Biblical Battleground in America’s Wars of Religion
Reviewed by Michael D. Matlock

Julie Kelso
O Mother, Where Art Thou? An Irigarayan Reading of the Book of Chronicles
Reviewed by Susanne Scholz

Matthew J. Marohl
Faithfulness and the Purpose of Hebrews: A Social Identity Approach
Reviewed by Renate Viveen Hood

Alexander I. Negrov
Biblical Interpretation in the Russian Orthodox Church: A Historical and Hermeneutical Perspective
Reviewed by Peter Penner

Etienne Nodet
The Historical Jesus? Necessity and Limits of an Inquiry
Reviewed by James West

Julia M. O’Brien
Challenging Prophetic Metaphor: Theology and Ideology in the Prophets
Reviewed by Bo H. Lim

Mikeal C. Parsons
Acts
Reviewed by I. Howard Marshall

Ilaria Ramelli and David Konstan
Terms for Eternity: Aiônios and Aïdios in Classical and Christian Texts
Reviewed by Jan G. van der Watt

Kevin J. Vanhoozer, ed.
Theological Interpretation of the New Testament: A Book-by-Book Survey
Reviewed by Erik Heen


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Circulares Conciliares de Dom Helder Câmara

Vida de dom Helder Câmara é contada na coletânea de cartas “Circulares Conciliares”

Dom Helder Câmara - Circulares Conciliares Volume I - Tomo IA riqueza do vasto acervo de dom Helder Câmara oferece à população, no ano de seu centenário, cada vez mais obras cheias de detalhes, sensibilidade e ensinamento. No dia 14 de abril, foi lançada, em Recife (PE), a coletânea “Circulares Conciliares”, que resgata as cartas escritas pelo religioso aos seus assessores, no período de 1962 a 1965, durante o Concílio Vaticano II.

Composta por 6 livros, a obra retrata o pensamento do arcebispo emérito de Olinda e Recife, além de ser uma oportunidade de mostrar às pessoas todo o seu ideário e prática de vida. Para o Instituto Dom Hélder Câmara, o arcebispo foi um dos maiores exemplos de coerência de vida, pondo na prática aquilo que ele pregava em seus discursos. Os volumes foram organizados pelos professores Zildo Rocha e Luiz Carlos Marques Luz.

A coleção é dividida em dois volumes, cada um com 3 Tomos. Os textos narram o dia-a-dia das sessões do Concílio Vaticano II, evento que marcou a história da Igreja Católica no mundo todo.

As cartas subdivididas em Conciliares, Interconciliares e Posconciliares, somam 2.122 textos, 7.547 meditações, e mais discursos, programas de rádio, entre outros. A estimativa é que as “obras completas” alcancem 20 volumes, já que nesta primeira coleção de seis Tomos, só foram editadas 637 circulares. A confecção da obra contou com o patrocínio do Governo do Estado de Pernambuco [Nota: a publicação foi lançada pela CEPE – Companhia Editora de Pernambuco. As obras podem ser encontradas, entre outros lugares, na Livraria Loyola e na Livraria Cultura].

Dom Helder tinha como hábito escrever durante a noite, e todo o material produzido era rigorosamente numerado e datado, facilitando para o presente, este trabalhoDom Helder Câmara - Circulares Pós-Conciliares Volume III - Tomo I de divulgação.

A importância das comemorações do centenário de dom Helder se dá pelo seu exemplo de vida. Carismático, dom Helder foi um pastor que viveu a simplicidade e a humildade, observadas em sua atitude cotidiana, quando acolhia os mendigos, visitava os mais necessitados e injustiçados, e partilhava seus prêmios. Estas e outras iniciativas fizeram dele um semeador da fraternidade.

Fonte: CNBB 16/09/2009

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Blog Semana Dom Helder Câmara

Foi criado o blog da Semana Dom Helder Câmara.

Que explica:

Este blog pretende ser mais um canal de divulgação da “Semana Dom Helder Câmara“, que acontecerá em Fortaleza – CE, de 26 de setembro a 02 de outubro de 2009. Além disso, neste espaço serão compartilhadas informações, artigos, fotos, vídeos relacionados a vida, missão e ensinamentos deixados por Dom Helder. “O Grupo” é o realizador do evento e acredita que com a existência do mesmo seja possível tornar ainda mais viva a presença de Dom Helder no cotidiano do povo brasileiro.

O profeta Helder Câmara

Como homenagear um profeta?

Por Carlo Tursi – Teólogo

Incomodado. Indignado. Até envergonhado. Talvez estas palavras exprimam um pouco como venho me sentindo ao longo deste ano em que estamos comemorando o centenário de nascimento de Dom Helder Camara (1909-2009). É que a forma convencional de nossas homenagens prestadas – até agora – não me parece fazer jus a este grande pastor e profeta fortalezense, que brilhou para o Brasil e o mundo como arcebispo de Olinda e Recife (1964-1985), promovendo os pobres e defendendo os perseguidos pela ditadura.

Por parte da Igreja, apenas o óbvio: celebra-se uma missa em sua homenagem – e fica-se com a sensação de “dever cumprido”. Durante a cerimônia (religiosa?), gasta-se mais tempo em saudar as autoridades políticas e eclesiásticas presentes do que em lembrar as corajosas e incômodas atitudes do ilustre homenageado. A presença da imprensa e das câmeras de televisão parece ser mais importante do que o comparecimento do povo de Deus, sobretudo dos segmentos mais pobres, preferidos de Dom Helder. Tudo acaba na inauguração de uma estátua de bronze, frente à igreja: um monumento à sua memória, sem dúvida, mas também uma forma sutil de “petrificar” esta memória, entregá-la à História, isto é, ao passado irrecuperável.
Por parte da sociedade civil e política, uma (ai que sono!) sessão solene na Assembléia Legislativa: panegíricos intermináveis de palavreado florido, porém, inexpressivo, antecedidos por dez minutos gastos em saudar os “componentes da Mesa” e as “autoridades” presentes… Aqui, o cume é atingido quando se propõe colocar o nome do homenageado em uma das praças da cidade. E volta-se, dever cumprido, à normalidade.

Confesso que, desde a juventude, fui “contaminado” pela acidez com que um certo mestre da Galiléia fustigava tais comportamentos oficiosos do establishment: “Hipócritas! Vocês constroem sepulcros para os profetas, e enfeitam os túmulos dos justos (…)! Vocês (…) são filhos daqueles que mataram os profetas!” (Mt 23,29-30). Aturdido, dou-me conta da terrível ambivalência das comemorações de um centenário: de certo, é ocasião oportuna para lembrar quem merece ser lembrado – mas, via de regra, na condição de alguém que pertence ao passado histórico! Fico a imaginar o alívio do episcopado brasileiro, hoje na ativa, de poder considerar bispos como Dom Helder uma “página virada”, pois as opções pastorais dele e seu estilo de vida austero se constituiriam um questionamento forte a toda pompa e à comodidade burguesa do alto clero católico (quem entre os atuais bispos iria morar, hoje, numa pequena sacristia de uma igreja, movido pelo pensamento de que o “pastor” deve partilhar a condição de vida de suas “ovelhas”?).

Vem aí uma outra forma de homenagear o “Dom da Paz”: a Semana Dom Helder Camara (26 de setembro a 02 de outubro), idealizada por um punhado de cristãos críticos que se autodenominam “O GRUPO”. Seu principal enunciado: Dom Helder vive! Lugar de lhe prestar homenagem não é, absolutamente, o cemitério, e o material adequado para isso não é o bronze, o gesso, nem as flores! O lugar correto de lhe prestar homenagem é no meio dos movimentos cristãos e cívico-humanistas que lutam pela transformação da realidade brasileira, que denunciam as torturas infligidas em nome da Lei e os crimes ecológicos, que não apenas dão pão aos pobres, mas que perguntam também pela causa da pobreza! E a forma correta de prestar esta homenagem é imbuir-nos, a nós mesmos, do mesmo espírito profético intrépido de Dom Helder, assumindo seu legado, sua herança. “Não amemos com palavras nem com a língua, mas com obras e de verdade!” (1 Jo 3,18). O material correto para celebrar a presença viva deste grande cearense em nosso meio é o material humano sensibilizado com a miséria e a violência institucionalizada a que estão expostos dezenas de milhares de concidadãos nesta capital! É este, fundamentalmente, o credo de “O GRUPO”: Cristo não pediu para ser adorado, mas para ser seguido! O mesmo vale, por extensão, para figuras exemplares como Helder Camara, Aloísio Lorscheider, Martin Luther King, Mahatma Gandhi, e todos os santos e santas a quem devemos nosso reconhecimento e nossa gratidão.

Alguém interessado neste tipo de homenagem? Então, há de conferir o evento de abertura da Semana, a se realizar no teatro do Centro Cultural Dragão do Mar, dia 26 de setembro, às 19:00 h, com a projeção do documentário “Dom Helder, o santo rebelde”, seguida de debate com a platéia. A Semana prosseguirá com um ciclo de conferências e debates, no colégio Santo Tomás de Aquino, sempre às 19:00 h, e culminará em uma caminhada de sensibilização e despertar cívico-cristão pelo centro de Fortaleza, no dia 02 de outubro, às 15:00 h, a partir da praça da Igreja do Carmo. “Ai de mim se eu me calar!” Não seria hora de sairmos da “toca”?

O texto pode ser lido no blog Semana Dom Helder Câmara.