Hans Küng foi premiado na Alemanha

Teólogo suíço é homenageado na Alemanha

Pelo seu combate por uma melhor compreensão entre as religiões, o teólogo suíço Hans Küng recebeu o prêmio Lev Kopelev pela paz e os direitos humanos, na Alemanha.

Hans Küng nasceu em 1928 em Sursee, cantão de Lucerna, SuíçaPresente à cerimônia, a ministra das Relações Exteriores, Micheline Calmy-Rey saudou o “intelectual engajado”, enquanto Küng criticou a política dos Estados Unidos.

Hans Küng, de 78 anos, foi premiado pelo seu “engajamento infatigável para uma melhor compreensão entre as grandes religiões”. O prêmio Lev Kopelev, que lhe foi entregue domingo (03/12), em Colônia, não tem qualquer dotação financeira.

O teólogo católico foi lembrado também pelo seu projeto “Fundação Ética Planetária”, fundado na ideia de que a paz entre as nações não é possível sem paz entre as religiões.

Perda de credibilidade sem precedentes

Durante a cerimônia, Hans Küng fez uma crítica severa ao presidente George W. Bush. Qualificou a administração atual de “política neoimperial e desrespeitosa, fundada em interesses, potência e prestígio”.

Bush ousa inclusive apresentar-se como Cristo mas, na realidade, pratica uma política dominadora que despreza os direitos humanos, afirmou o teólogo.

Hans Küng falou ainda de “uma atitude militar agressiva, tratamento desumano dos prisioneiros de guerra, e violações em massa dos direitos humanos”. Tudo isso levou a uma perda de credibilidade sem precedentes para os Estados Unidos, inclusive nos países aliados e amigos.

Pela tolerância

No discurso de cumprimentos, a ministra das Relações Exteriores, Micheline Calmy-Rey, descreveu o compatriota como “a encarnação do intelectual que se engaja na vida pública e nos debates da sociedade”.

Hans Küng dedica-se, de fato, a sublinhar os traços comuns entre as diferentes religiões e ampliar o conhecimento delas. Para ele, nada é mais importante do que o respeito mutual em matéria de religião.

“Se, por exemplo, o problema é o véu usado por uma funcionária de um supermercado, não devemos interpretar de maneira muito restrita esses sinais. Ainda me lembro exatamente do tempo em que era perfeitamente natural para a minha avó usar um lenço que cobria os cabelos”, declarou Hans Küng.

Um prêmio para dissidentes

Desde 2001, o prêmio Lev Kopelev é atribuído todo ano a personalidades engajadas, organizações e projetos na área dos direitos humanos.

O prêmio foi entregue por Fritz Pleitgen, primeiro presidente do Fórum Lev Kopelev, que também é diretor geral da WDR, maior rede regional de rádio e tv da Alemanha.

O jornalista israelense Uri Avnery, o politólogo palestino Sari Nusseibeh e o jurista checheno Sainap Gaschajewa estão entre as personalidades premiadas até agora.

Fatos

Hans Küng nasceu em 1928 em Sursee, cantão de Lucerna.
Estudo filosofia e teologia em Roma e foi ordenado padre em 1954.
Em 1960, tornou-se professor da Universidade de Tübingen, sul da Alemanha.
1962/65: Hans Küng participou do Concílio Vaticano II como perito, junto com Joseph Ratzinger, futuro papa Bento XVI.
1979: porque coloca em causa a infalibilidade do papa em questões teológicas, Hans Küng foi proibido de dar aulas.
Em 1995, Hans Küng tornou-se presidente da Fundação Ética Planetária.

Prêmio Lev Kopelev

O prêmio Lev Kopelev foi instituído em memória de um escritor e ex-oficial do Exército Vermelho que ficou dez anos preso nos campos soviéticos.

Privado na nacionalidade russa, Lev Kopelev (1912-1997) instalou-se em Colônia em 1981. Esse judeu russo originário da Ucrânia, sempre foi defensor da Europa.

Em Colônia, ele fundou o Fórum Lev Kopelev que, desde 2001, recompensa personalidades, projetos e organizações que atuam na mesma direção de Lev Kopelev.

Fonte: SWI swissinfo.ch – 04/12/2006

 

Hans Küng – Theologe für den Frieden

Hans Küng ist für sein Bemühen um eine bessere Verständigung der Religionen der Lew-Kopelew-Preis für Frieden und Menschenrechte verliehen worden.

Der Schweizer Theologe nahm den Preis am Sonntag in Köln entgegen. Bundesrätin Micheline Calmy-Rey würdigte ihn dabei als engagierten Intellektuellen.

Der 78-jährige Hans Küng erhielt den undotierten Lew-Kopelew-Preis für seinen, laut Kopelew-Forum, “unermüdlichen Einsatz um ein besseres Verständnis zwischen den grossen Religionen der Welt”.

So geht das “Projekt Weltethos” auf Küng, einen der bekanntesten katholischen Theologen der Schweiz, zurück. Dessen Grundidee lautet, dass Frieden unter den Nationen ohne Frieden unter den Religionen unmöglich ist.

Küng arbeitete auch mit Papst Benedikt XVI zusammen. Als Kardinal hatte Joseph Ratzinger im Vatikan wenig Freude an Küngs progressiven theologischen Ansätzen.

Weil Küng die Unfehlbarkeit des Papstes in theologischen Fragen anzweifelte, wurde ihm 1979 vom Vatikan die Lehrerlaubnis entzogen.

Küng setzte sich auch für eine gleichberechtigtere Rolle der Frauen innerhalb der Kirche ein.

Kritik an US-Präsident Bush

Bei der Verleihung kritisierte der in Köln lebende Küng US-Präsident George W. Bush, dem er eine “rücksichtslose, neo-imperiale Interessen-, Macht- und Prestigepolitik” vorwarf.

Bush präsentiere sich zwar als Christ, doch in Wahrheit betreibe er eine menschenverachtende Machtpolitik. Dazu gehörten “Angriffskriege, unmenschliche Behandlung von Kriegsgefangenen und Zivilpersonen und massive Verletzung der Menschenrechte”, sagte er.

Dies alles habe zu einem “noch nie da gewesenen Verlust an moralischer Glaubwürdigkeit der Vereinigten Staaten selbst bei Alliierten und Freunden” geführt.

Nicht Abgrenzung, sondern Respekt

Die Schweizer Aussenministerin, Bundesrätin Micheline Calmy-Rey, bezeichnete ihren Landsmann in ihrer Laudatio als den “Inbegriff des Intellektuellen, der sich in die öffentliche Sache einmischt”.

Ganz im Sinne Küngs gelte es, die Gemeinsamkeiten der unterschiedlichen Religionen zu betonen und zu fördern.

Abgrenzung beginnt schon beim Kopftuch

Nicht Abgrenzung, sondern gegenseitiger Respekt sei gefragt: “Wenn es also um das Kopftuch der Kassiererin geht, sollten wir alle die Zeichen und Formen (…) nicht allzu eng begreifen.”

Sie erinnere sich noch ganz genau, wie selbstverständlich es für ihre katholische Grossmutter gewesen sei, immer ein Kopftuch zu tragen, erklärte Calmy-Rey.

Bisherige Preisträger der Auszeichnung, die in Erinnerung an Lew Kopelow vergeben wird, sind unter anderen der israelische Publizist Uri Avnery, der palästinensische Politologe Sari Nusseibeh sowie die tschetschenische Menschenrechtlerin Sainap Gaschajewa.

Fakten

Hans Küng ist 1928 in Sursee im Kanton Luzern geboren.
Studium der Philosophie und Theologie in Rom, 1954 Ordination zum katholischen Priester.
Ab 1960 Ordentlicher Professor Uni Tübingen.
1962/65: Offizieller Berater des 2. Vatikanischen Konzils, zusammen mit Joseph Ratzinger, dem jetzigen Papst Benedikt XVI.
1966: Küng holt Ratzinger nach Tübingen.
Bis 1996 Lehrstühle Uni Tübingen.
1995 Präsident Stiftung Weltethos.
Zahlreiche Gastprofessuren, zahlreiche Dr. h.c., zahlreiche Preise.

Lew-Kopelew-Preis

Der Preis führt seinen Namen auf den russischen Schriftsteller, ukrainischen Juden und ex-Offizier der Roten Armee Lew Kopelew zurück.

Dieser wurde in den 50er-Jahren zu Lagerhaft verurteilt, wo er Alexander Solschenizyn kennen lernte.

Kopelew (1912-1997) wurde in der Spätfolge des “Prager Frühlings” die Staatsbürgerschaft aberkannt.

1981 zog der Literaturwissenschaftler, Germanist und überzeugte Europäer nach Köln.

In Köln wird seit 2001 jährlich vom Kopelew-Forum ein Preis verliehen, womit Menschen, Projekte oder Organisationen auszeichnet werden, die im Sinne Lew Kopelews tätig sind.

Der Name Kopelew steht für Kultur, Humanität, Völkerverständigung und die deutsch-russische Freundschaft.

Fonte: SWI swissinfo.ch – 04/12/2006

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