José Nicolau, meu pai: 93 anos

Hoje, 16 de janeiro, José Mariano da Silva, meu pai, mais conhecido como José Nicolau, ou “seo” Zé Nicolau, está completando 93 anos de vida.

Nós, filhos de “seo” Zé Nicolau, com alguns parentes e amigos, passamos o sábado, dia 14, com ele. Rita e eu chegamos em Patos de Minas no dia 12 e ficamos até dia 15. Como nos outros anos, Geraldo, meu irmão, e Gracinha, sua esposa, gentilmente nos acolheram em sua casa.

Parabéns, papai, por seus 93 anos de vida!

Algumas fotos [veja também as fotos das comemorações dos 90, 91 e 92 anos]:

Zé Nicolau com 7 de seus 9 filhos em 14.01.2017
Zé Nicolau com 7 de seus 9 filhos em 14.01.2017
Zé Nicolau com seus filhos em 14.01.2017
Zé Nicolau com seus filhos em 14.01.2017
Zé Nicolau com 6 de seus 13 netos em 14.01.2017
Zé Nicolau com 6 de seus 13 netos em 14.01.2017
Zé Nicolau com 6 de seus 13 netos
Zé Nicolau com 6 de seus 13 netos
Zé Nicolau com noras e genro
Zé Nicolau com noras e genro
Zé Nicolau com irmão, filhos, genro e um amigo em 14.01.2017
Zé Nicolau com irmão, filhos, genro e um amigo em 14.01.2017
Zé Nicolau recebe família e amigos em sua casa em 14.01.2017
Zé Nicolau recebe família e amigos em sua casa em 14.01.2017
Na casa de Zé Nicolau em 14.01.2017
Na casa de Zé Nicolau em 14.01.2017

Morreu o biblista Ney Brasil Pereira

Ney Brasil foi meu contemporâneo no Colégio Pio Brasileiro. Enquanto eu cursava Teologia na Gregoriana, ele estudava Bíblia no PIB. Depois o reencontrei nos Congressos da SOTER. Músico e exegeta.

A partir de 1973 tornou-se professor no Instituto Teológico de Santa Catarina (ITESC), hoje Faculdade Católica de Santa Catarina (FACASC), em Florianópolis, SC. Faleceu no dia 4 de janeiro aos 86 anos de idade.

Nascido em 04 de dezembro de 1930 em São Francisco do Sul, no litoral norte de Santa Catarina, padre Ney se formou em Teologia, em Roma. No início dos anos 60 conseguiu uma bolsa para estudar música nos Estados Unidos. Dez anos depois fez mestrado em Exegese, em Roma, e em 1973 retornou para Florianópolis.

Foi ordenado diácono em 30 de outubro de 1955 e presbítero em 25 de fevereiro de 1956, em Roma. Em 1956, assumiu como coadjutor na Paróquia Santíssima Trindade, em Florianópolis. Na cidade, desempenhou importantes trabalhos ao longo de seu sacerdócio. Este ano, comemorou o jubileu de diamante.

Morreu Giovanni Garbini (1931-2017)

Morreu ontem, dia 2 de janeiro de 2017, importante pesquisador do Antigo Oriente Médio, o italiano Giovanni Garbini. Com extensa obra publicada, Giovanni Garbini participou ativamente, em anos recentes, do debate sobre as atuais tendências da História de Israel.

Giovanni Garbini (1931-2017)

Diz o Projekt Agade:
Giovanni Garbini (1931-2017) – A number of colleagues are posting the saddest news on the death of Giovanni Garbini, this past Monday (January 2). Garbini was emeritus professor of Semitics at the University of Rome “La Sapienza” and a member of the Accademia dei Lincei. He published prolifically on Semitics and Biblical studies, with over 25 books (among which _Myth and History in the Bible_, Sheffield 2003) and over 500 papers. There is ample testimony of his gifts as a teacher and communicator.

Morreu Dom Paulo Evaristo Arns (1921-2016)

Símbolo da resistência à ditadura, dom Paulo Evaristo Arns, arcebispo emérito de São Paulo, morreu nesta quarta-feira 14 aos 95 anos. O estado de saúde do cardeal dom Paulo Evaristo Arns, 95, se agravou na segunda-feira 12. O arcebispo emérito foi internado no Hospital Santa Catarina em 28 de novembro, com um quadro de broncopneumonia. A assessoria do hospital informa que o cardeal morreu às 11h45, em decorrência de falência múltipla dos órgãos. De formação e hábitos franciscanos, dom Paulo é um missionário que dedicou sua vida à defesa dos pobres e à justiça social. A denúncia da tortura e da perseguição política durante a ditadura está diretamente relacionada à sua pregação religiosa (Dom Paulo Evaristo Arns morre aos 95 anos, CartaCapital – 14/12/2016 12h43).

:: Dom Paulo Evaristo Arns, o cardeal de uma Igreja em movimento. Entrevista especial com Fernando Altemeyer Junior e Júlio Lancellotti – IHU On-Line: 15.12.2016

:: Dom Paulo Evaristo Arns: mestre, intelectual refinado e amigo dos pobres – Leonardo Boff

Fidel Castro: 1926-2016

Condenadme, no importa. La historia me absolverá.

 

Fidel Castro – Parte do artigo de Louis A. Pérez em Oxford Bibliographies: The Cuban Revolution  – Última modificação: 25 de fevereiro de 2016.

 

O melhor livro para entender Fidel Castro, dizem muitos:

RAMONET, I. Fidel Castro: Biografía a dos voces. Madrid: Debate, 2006, 656 p. – ISBN 9780307376534

En Fidel Castro: Biografía a dos voces, Ignacio Ramonet, sociólogo, teórico de cultura, periodista y una de las voces más representativas del movimiento altermundista, ha logrado desvelar – tras semanas de intensas conversaciones – las claves de la Revolución cubana a través de la biografía humana y política del último «monstruo sagrado» de la política internacional: el polémico Fidel Castro. Testimonio excepcional y análisis histórico, este libro es una auténtica «biografía a dos voces»: la memoria oral del comandante. ¿Cómo fue su infancia? ¿Dónde y cuándo se forjó el rebelde? ¿Cómo eran sus relaciones con Che Guevara? ¿Estuvo el mundo al borde de una guerra nuclear durante la llamada «crisis de los misiles»? ¿Cuántas veces han querido asesinarlo? ¿Qué impresión le causó el papa Juan Pablo II cuando visitó la isla en 1998? ¿Por qué critica tanto a Felipe González y a José María Aznar mientras alaba la figura del rey Juan Carlos? ¿Qué piensa de la globalización neoliberal, de la guerra de Irak y del presidente Bush? ¿Por qué las autoridades cubanas arrestaron a unos setenta opositores no violentos en marzo de 2003 y aplicaron, ese mismo año la pena de muerte a los secuestrados de una lancha? ¿Existe corrupción en el régimen? ¿Es el socialismo en Cuba realmente «irreversible»? ¿Hacia dónde camina la política y la economía de la isla? ¿Que ocurrirá después de Fidel Castro? El exhaustivo cuestionario de Ignacio Ramonet —más de cien horas de entrevistas y de inéditas revelaciones- es al tiempo un recorrido apasionante por la controvertida figura de Fidel Castro y un formidable relato sobre el pasado, el presente y el provenir de la Revolución.

Ignacio Ramonet (Redondela, Galicia, 1943) se crió en Tánger y es director del mensual Le Monde diplomatique. Especialista en geopolítica y estrategia internacional y profesor de teoría de la comunicación en la Universidad Denis Diderot de París. Ramonet es doctor en semiología y en historia de la cultura por la Escuela de Altos Estudios en Ciencias Sociales, donde fue alumno de Roland Barthes. Es también fundador de Attac (Asociación para la Tasación de las Transacciones Financieras y la Ayuda a los Ciudadanos), de Media Watch Global y uno de los promotores del Foro Social Mundial de Porto Alegre.

Ignacio Ramonet, Fidel Castro: Biografía a dos voces

 

RAMONET, I. Fidel Castro: My Life: A Spoken Autobiography. New York: Scribner, 2009, 736 p. – ISBN 9781416562337

Numerous attempts have been made to get Fidel Castro to tell his own story. But it was only as he stepped down after five decades in power, that the Cuban leader finally decided to set out the detail of his life for the world to read. In these pages, he presents a compelling chronicle that spans the harshness of his school teachers; the early failures of the revolution; his comradeship with Che Guevara and their astonishing, against-all-odds victory over the dictator Batista; the Cuban perspective on the Bay of Pigs and the ensuing missile crisis; the active role of Cuba in African independence movements; his dealings with no fewer than ten successive American presidents, from Eisenhower to George W. Bush; and a number of thorny issues, including human rights, the treatment of homosexuals, and the use of the death penalty in Cuba. Along the way he shares intimacies about more personal matters: the benevolent strict- ness of his father, his success- ful attempt to give up cigars, his love of Ernest Hemingway’s novels, and his calculation that by not shaving he saves up to ten working days each year. Drawing on more than one hundred hours of interviews, this spoken autobiography will stand as the definitive record of an extraordinary life lived in turbulent times.

Leia Mais:
Bibliografia sobre Fidel Castro no WorldCat

Gerhard von Rad

É sempre bom lembrar: neste dia, em 1901, nascia Gerhard von Rad, um dos mais brilhantes biblistas do século XX.

 

Gerhard von Rad: Nürnberg: 21.10.1901 - Heidelberg: 31.10.1971

Confira no WorldCat a lista das obras de Gerhard von Rad em várias línguas.

Leia a biografia de Gerhard von Rad aqui (em alemão).

E também: Bernard M. Levinson, Reading the Bible in Nazi Germany: Gerhard von Rad’s Attempt to Reclaim the Old Testament for the Church.

Como eu disse em entrevista de 2006, von Rad influenciou muito os meus estudos de Bíblia: A [minha] opção pelos estudos acadêmicos de Bíblia, porém, ocorreu, de maneira mais imediata, em Roma. Eu diria que fui influenciado especialmente por brilhantes colegas brasileiros que estudavam no PIB, e com os quais eu convivi no Colégio Pio Brasileiro, e por alguns professores da Gregoriana que me fizeram gostar de Bíblia, como G. Bernini de quem, se dizia, dormia com os livros de G. von Rad debaixo do travesseiro…

Morreu Jacob Neusner

O renomado pesquisador do judaísmo, Jacob Neusner, faleceu ontem, 8 de outubro de 2016, aos 84 anos de idade. Jacob Neusner era de Hartford, Connecticut, USA.

Veja no WorldCat a bibliografia de Jacob Neusner.

Jacob Neusner: 28.07.1932 - 08.10.2016

Scholar Jacob Neusner Dead at 84

Jacob Neusner, renowned scholar of rabbinic Judaism of the Mishnaic and Talmudic eras, passed away on Saturday, October 8, 2016, in Rhinebeck, NY. Born in Hartford, Connecticut, Neusner studies at Harvard University, the Jewish Theological Seminary of America, the University of Oxford, and Yale University.

Neusner is known for developing a humanistic and academic reading of the Jewish classical works, treating the religion in its social setting, as something a group of people do together, rather than as a set of beliefs and opinions.

Neusner was a pioneer in the application of the “form criticism” approach to Rabbinic texts. Much of his work consisted of de-constructing the prevailing approach viewing Rabbinic Judaism as a single religious movement within which the various Rabbinic texts were produced. In contrast, Neusner viewed each rabbinic document as an individual piece of evidence that can only shed light on the more localized forms of Judaism of each specific document’s place of origin and the specific Judaism of the author. His work “Judaism: The Evidence of the Mishnah” (Chicago, 1981; translated into Hebrew and Italian) is the classic statement of his work and the first of many comparable volumes on the other documents of the rabbinic canon.

Neusner taught at Bard College since 1994. He also taught at Columbia University, University of Wisconsin–Milwaukee, Brandeis University, Dartmouth College, Brown University, and the University of South Florida.

In addition to his scholarly activities, Neusner was involved in shaping Jewish Studies and Religious Studies in the American University. He sponsored a number of conferences and collaborative projects that drew different religions into conversation on the difference in religion, religion and society, religion and material culture, religion and economics, religion and altruism, and religion and tolerance.

Fonte: The Jewish Press – October 9th, 2016

Dom Sérgio da Rocha: cardeal

Dom Sérgio da Rocha, arcebispo de Brasília e atual presidente da CNBB, será nomeado cardeal no dia 19 de novembro de 2016. O anúncio foi feito hoje pelo papa Francisco.

Dom Sérgio foi meu aluno na PUC-Campinas e, alguns anos mais tarde, ao terminar seu doutorado, meu colega. Sérgio era Professor de Teologia Moral quando foi nomeado bispo em 2001.

Dom Sérgio da Rocha

Diz a página da CNBB:

O papa Francisco anunciou na manhã deste domingo, 9, a realização de um consistório para a criação de novos cardeais. O Brasil foi contemplado com a escolha do arcebispo de Brasília (DF) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Sergio da Rocha. A celebração acontece na véspera do fechamento da Porta Santa da Misericórdia.

“Com alegria, anuncio que sábado, 19 de novembro, na véspera do fechamento da Porta Santa da Misericórdia, realizarei um Consistório para nomear 13 novos cardeais, de cinco continentes. Sua proveniência, de 11 nações, expressa a universalidade da Igreja que anuncia e testemunha a Boa Nova da Misericórdia de Deus em todos os cantos da terra. A inclusão dos novos cardeais na diocese de Roma manifesta também a inseparável relação existente entre a Sé de Pedro e as Igrejas particulares ao redor do mundo”, disse o papa.

Parabéns, Sérgio.

Leia Mais:
Dom Sérgio da Rocha: presidente da CNBB
Dom Sérgio da Rocha: arcebispo de Brasília

Carlos Mesters: na brisa leve um suave perfume

Um belo texto sobre o nosso mestre Carlos Mesters. Encontrei por acaso e achei interessante transcrever aqui.

Carlos Mesters – O suave perfume da flor sem defesa expandiu-se em brisa leve

Por Mercedes Lopes – 07/06/2016

Nascido no sul da Holanda, em 20 de outubro de 1931, Jacobus Gerardus Hubertus Mesters chega ao Brasil em janeiro de 1949 e em 1951 recebe o hábito carmelita com o nome de frei Carlos. Um nome de origem germânica que literalmente significa homem. Mas, alguns estudiosos acrescentam a este nome alguns adjetivos, como “homem livre” ou “homem do povo”, qualidades que, entre tantas outras, marcam a personalidade de Carlos Mesters.

Depois de concluir o ginásio e de cursar humanidades e filosofia, em São Paulo, Carlos Mesters faz teologia em Roma, na Pontifícia Universidade Santo Tomás de Aquino. Estuda Ciências Bíblicas no Instituto Bíblico de Roma [PIB] e faz uma especialização na École Biblique de Jerusalém. Em 1962, volta a Roma para defender a tese junto à Pontifícia Comissão Bíblica sobre o Apocalipse de São João. Em 1963, de volta ao Brasil, é nomeado professor do Curso Teológico dos Carmelitas, em São Paulo. Revela-se um excelente professor de exegese bíblica, usando com criatividade o método histórico crítico. O grande interesse de seus alunos pelo estudo chama a atenção de seus superiores. Desse modo, em 1967 é nomeado professor do Colégio Internacional Santo Alberto, em Roma.

Em 1968, dá por encerrada sua colaboração em Roma e volta ao Brasil, pois seu coração já é brasileiro e sente saudades. Passa a viver em Belo Horizonte (MG), onde o Convento do Carmo mantém uma rede de militância ligada à situação social, religiosa e política da época. Com a ditadura militar iniciada em 1º de abril de 1964, em novembro de 68 o Gal. Arthur da Costa e Silva estabelece o Ato Institucional nº 5, aumentando o número de prisões, torturas, assassinatos e desaparecimento de lideranças.

Frei Carlos começa a escrever, tendo dois destinatários bem definidos: 1º) As Comunidades Eclesiais de Base 2º) Pessoas que estudam a Bíblia e são professores. Com seus escritos, oferece um olhar novo, que ajuda a perceber a ligação entre a Bíblia e a Vida. Sua obra está inserida na Teologia da Libertação, com o objetivo de animar e iluminar a caminhada libertadora dos pobres, através da leitura bíblica, gerando uma espiritualidade comunitária de pé no chão.

Desde então, frei Carlos torna-se um peregrino da Palavra de Deus e decide passar um período de sua vida em Crateús, sertão do Ceará, sentindo na pele a vida sofrida dos pobres e aprendendo da grande sabedoria do povo do sertão nordestino. Identificou-se de tal maneira com as comunidades de Crateús que, em um encontro de religiosas, uma jovem Irmã afirma cheia de alegria que conhece a mãe do Carlos Mesters. “Então você esteve na Holanda?”, lhe perguntaram. Ela respondeu: “Por que na Holanda? A mãe dele mora mesmo é em Tauá, lá perto de Crateús! Eu fui lá participar de um curso bíblico e conheci a mãe dele”.

Carlos Mesters

Com essa proximidade simples e muita sensibilidade, frei Carlos começa um jeito novo de ler e de interpretar a Bíblia: a Leitura Popular da Bíblia. Ao criar e partilhar a metodologia da Leitura Popular da Bíblia, ele foi descobrindo e animando novos sujeitos da interpretação bíblica. Assim, ao oficializar a fundação do CEBI (Centro Ecumênico de estudos Bíblicos), em 1978, no convento do Carmo em Angra dos Reis – RJ, no dia 20 de julho, festa do profeta Elias, frei Carlos já havia despertado muitas lideranças que se apaixonaram por esta proposta e entraram para o CEBI, formando Regionais e Sub-regionais do CEBI por todo o Brasil.

A leitura da Bíblia feita em comunidade e ligada à realidade, com o compromisso de lutar em conjunto para modificar as situações injustas, gera relações de amizade e companheirismo. São essas relações de proximidade e cumplicidade que ajudam as comunidades cristãs a fazer uma experiência de Deus que escuta o grito dos pobres e caminha com seu povo oprimido. Esta nova experiência de Deus confirma a caminhada e vai exigindo maior conversão e entrega coletiva ao seu serviço do Reino. A grande aceitação e ampliação do CEBI está marcada por esta mística.

Em 1982, houve um encontro latino americano e caribenho de Teologia da Libertação, realizado no TUCA, auditório da PUC de São Paulo. Ali estava frei Carlos, não somente falando sobre a possibilidade de ler e de entender a Palavra de Deus dentro da realidade sofrida dos pobres, mas cantando a música “Mandacaru”, que celebra a resistência criativa do povo diante da miséria e da fome:

“A terra de seca não tinha suor, nem lágrimas cai nos óio que sente dor.

Tamanho verão o sol prometeu: não há quem resista tão grade calor.

No meio daquele deserto agrião um verde bonito, suspenso no ar,

de braços abertos pedindo ao céu tem dó deste povo, aprendeu a rezar.

SÓ MANDACARU, SÓ MANDACARU,

SÓ MANDACARU RESISTIU TANTA DOR!”

Através de intensa produção literária e dos cursos bíblicos realizados por toda parte, o perfume suave da flor foi se expandindo com total liberdade, fazendo com que “a casa se encha de perfume!” (Jo 12,4). Como frei Carlos não se preocupa muito com questões de direitos autorais, sua palavra, falada ou escrita espalhou-se com a liberdade de uma “brisa leve”, criando um clima de esperança e coragem. Foi através desse movimento que o CEBI começou antes de começar.

Carlos Mesters é autor de vários livros sobre a Bíblia, sozinho ou com autoria compartilhada. Mas, ele mesmo já deve ter perdido a conta dos cursos que assessorou, dos textos que escreveu, das reuniões de que participou, das entrevistas e reportagens que deu. E, assim, o suave perfume da flor sem defesa expandiu-se, levando as pessoas a sentirem a presença carinhosa de Deus em suas vidas e a caminhar na esperança.

Helder Câmara e Luciano Mendes de Almeida

Por ocasião do processo de impeachment da presidenta Dilma, Jacques Távora Alfonsin, procurador aposentado do estado do Rio Grande do Sul e membro da ONG Acesso, Cidadania e Direitos Humanos, faz memória de D. Helder Câmara e D. Luciano Mendes de Almeida, cuja vida e morte são recordadas no dia de hoje, 27 de agosto.

D. Helder Camara e D. Luciano Mendes de Almeida

Assim começa o artigo 27 de agosto: boa hora para recordar Helder Câmara e Luciano Mendes de Almeida

Quando começa a fase definitiva de julgamento do que está se chamando de impeachment da presidenta Dilma, a lembrança de uma coincidência – duas mortes de bispos da Igreja – ocorrendo ambas no dia 27 de agosto, a de Dom Helder em 1999 e a de Dom Luciano, 7 anos depois, oportuniza serem lembradas essas duas personalidades brasileiras de grande presença pastoral e política no Brasil, contrária à prolongada ditadura imposta ao país em 1964, ainda hoje  inspirando grande parte das iniciativas golpistas em andamento.

Leia.