Palestra sobre ética e técnica na PUC-Campinas

Para o filósofo Manfredo Araújo de Oliveira, professor da Universidade Federal do Ceará e um dos principais especialistas brasileiros em ética e tecnologia, os organismos internacionais cada vez mais estão tomando consciência de que o combate à pobreza no mundo globalizado deve ser uma preocupação fundamental, sem a qual as perspectivas de progresso estão limitadas. Ele cita como exemplos desta tendência os fóruns mundiais recentes realizados em Davos (Suíça) e em Caracas (Venezuela): os organizadores tinham posições políticas opostas, mas as conclusões convergiram em vários aspectos.

Manfredo estará amanhã, dia 17 de fevereiro de 2006, no Campus I da PUC-Campinas, onde oferecerá palestra aberta ao público sobre o tema “Ética e técnica”, a partir das 8h30, no Auditório Dom Gilberto. Ele vem à universidade a convite do Mestrado em Filosofia e da Faculdade de Teologia e Ciências Religiosas. Segundo o professor José Antonio Trasferetti, a palestra tem um público peculiar. “Por ser um dos mais importantes filósofos brasileiros vivos e o principal especialista brasileiro nesta área, temos, lado a lado, inscritos dos cursos de humanas e engenharias”, informa.


A palestra é aberta ao público em geral, inclusive para estudantes e pesquisadores de outras universidades (da Assessoria de Imprensa da PUC-Campinas).

Grande Sertão: Veredas faz 50 anos e ganha edição de luxo

Esse vasto mundo chamado João… João Guimarães Rosa gostava de cavalo, de vaca, de sertão, de sertanejo. E gostava de escrever sobre esse mundo, captando-lhe o sotaque único e a metafísica peculiar, que, de tão regional, acaba sendo universal. Da mistura desses gostares nasceu Grande Sertão: Veredas, obra-prima que faz 50 anos, sem marcas de envelhecimento… (da revista EntreLivros n. 9, janeiro de 2006).

Folha Online: 16/02/2006 – 09h51

Eduardo Simões

da Folha de S.Paulo

Grande Sertão: Veredas, romance do escritor mineiro João Guimarães Rosa (1908-1967) completa 50 anos de seu lançamento em 2006 e ganha três novas edições da editora Nova Fronteira: uma é popular, a R$ 28; outra edição é tradicional, de R$ 60, que inaugura a coleção Biblioteca do Estudante, na [19a.] Bienal [do Livro] de São Paulo, em março [de 9 a 19]. A outra edição do título é comemorativa, com uma tiragem de 5.000 exemplares, em um projeto concebido pela diretora teatral Bia Lessa. O livro chega ao mercado em abril, acompanhado do catálogo da exposição temporária sobre a obra, que Lessa abre em março no Museu da Língua, na Estação da Luz, em SP, e de um CD multimídia, com imagens e sons do sertão descrito por Guimarães Rosa. O preço ainda não foi definido. “É uma edição de luxo”, sintetiza Lessa, encarregada da conceituação e do projeto gráfico do lançamento. “O leitor vai ter acesso a essa grande obra-referência e a dados que complementam a leitura, como imagens e trilha sonora. A idéia é que o livro abra já com a obra, sem prefácio. Os acréscimos vêm como apêndices, criando elos com o romance.” (…) Guimarães Rosa ganhará outros dois lançamentos comemorativos ainda este ano: a Nova Fronteira publica, em maio, o livro “Corpo de Baile”, que também completa 50 anos; e “Sagarana”, que faz 60 anos. Os projetos serão detalhados posteriormente.

Bem, para os distraídos, já vou avisando que este é meu livro preferido, que nunca acabo de ler, pois ao terminar uma leitura já começo outra. E que este biblioblog, neste ano, vai visitar o sertão, onde nasci. Vai virar, de vez em quando, sem avisar, sertãoblog, pois o sertão é do tamanho do mundo

Leia Mais:
EntreLivros, n. 9, São Paulo: Duetto Editorial, janeiro de 2006 – Grande João: Guimarães (dossiê Guimarães Rosa – nas bancas)
Literatura brasileira chega à Estação da Luz

Piadas sem graça

Conservadores europeus e muçulmanos fundamentalistas insuflam um conflito artificial e perigoso

CartaCapital: 15 de fevereiro de 2006 – Ano XII – Número 380

Por Antonio Luiz Monteiro Coelho da Costa

… O improvável e involuntário pretexto foi o jornalista e escritor dinamarquês Kaare Bluitgen, conhecido e ousado defensor dos povos oprimidos, da integração cultural e do socialismo (…) Em 2005, Bluitgen escreveu um livro infantil chamado O Alcorão e a Vida do Profeta Maomé. Se os novos dinamarqueses aprendem sobre os heróis da Dinamarca, explicou o autor, é justo que os de velha cepa aprendam algo sobre os heróis muçulmanos. Soube-se que a editora teve certa dificuldade para encontrar um ilustrador: três recusaram a proposta por recear represálias de fanáticos muçulmanos (…) [O caso foi resolvido quando] um autor anônimo criou uma série de ilustrações respeitosas (…) Em artigo de 17 de setembro, o jornal dinamarquês Politiken, social-liberal, comentou o caso e discutiu a autocensura a que se estariam submetendo comediantes, tradutores e artistas por receio do fundamentalismo islâmico. O livro de Bluitgen, porém, foi publicado sem causar protestos na Dinamarca ou em qualquer outra parte do mundo. O caso bem poderia ter terminado aí. Entra então o rival Jyllands-Posten. Com tiragem de 158 mil exemplares, pode ser pequeno pelos padrões de outras nações, mas é o maior do país. Abertamente fascista nos anos 30, hoje é neoliberal. Em 2001, sua campanha por restrições à imigração e aos direitos dos imigrantes foi decisiva para derrubar os social-democratas e abrir o caminho aos conservadores. Alguns de seus repórteres e comentaristas políticos se tornaram assessores do novo governo. Dizendo não admitir que os muçulmanos ditassem restrições à imprensa, o editor do Jyllands-Posten convidou 40 cartunistas a publicar caricaturas do Profeta. Doze responderam e seus trabalhos foram publicados na edição de 30 de setembro (…) Se o objetivo era provocar, acertou na mosca (cont.)

Biblical Studies Carnival 3

Você sabe o que é o Biblical Studies Carnival?

The Biblical Studies Carnival is a monthly carnival showcasing the best of blog posts in the area of academic biblical studies.

E a lista está aqui.

Como diz Mark Goodacre em seu Mark Goodacre’s NT Blog aqui, também “perdi o trem” (mineiro perdendo o trem?! e, só por curiosidade, porém inglês “perde o barco”: I missed the boat), mas

the idea is that bloggers submit their favourite posts in a given month to a host who makes his or her own selection and posts annotated links to them.

Arqueólogos descobrem tumba com cinco múmias no Egito

Arqueólogos descobrem tumba com 5 múmias no Egito – BBC Brasil: 10 de fevereiro de 2006

Arqueólogos da Universidade de Mênfis descobriram uma tumba com cinco múmias intacta no Vale dos Reis, perto da cidade de Luxor no sul do Egito.

A tumba fica a apenas cinco metros da tumba de Tutankamon, a última descoberta do tipo na região, em 1922.

A identidade das múmias ainda não foi estabelecida.

A tumba foi a 63ª descoberta no Vale dos Reis, que foi usado para sepultamentos por cerca de 500 anos, começando por volta de 1540 antes de Cristo.

A curadora de arte egípcia da Universidade de Mênfis, Patricia Podzorski, disse que a descoberta ocorreu por acaso.

“Os escavadores estavam trabalhando na tumba de um faraó da 19ª dinastia, quando acharam um fosso”, disse Podzorski.

A câmara com os sarcófagos e mais de 20 vasos estava quatro metros abaixo da superfície.

Por alguma razão ainda desconhecida, os sarcófagos haviam sido enterrados em uma pequena tumba, provavelmente de forma apressada.

Segundo Podzorski, a tumba deve pertencer à 18ª dinastia, a primeira do Primeiro Reino (1539-1292 antes de Cristo), cuja capital foi Tebas, que ficava onde é hoje a cidade de Luxor

Leia Mais:
More on Valley of Kings discovery
Updates on the new Kings Valley find

Juiz arquiva caso sobre a existência de Jesus

Para quem não acompanhou o caso, leia aqui primeiro.

 

Depois, leia:

Viterbo – Esistenza storica del Cristo -Il giudice Mautone ha accolto le richieste del Pm Petroselli e dell’avvocato difensore Severo Bruno – Indagini per verificare se nelle accuse di Cascioli ci siano gli estremi di calunnia nei confronti di parroco di Bagnoregio

Processo a don Righi, il gip archivia

Viterbo 9 gennaio 2006

Il Gip Mautone archivia la denuncia contro don Enrico Righi perché non ci sono gli estremi di reato.

Insomma ora tutti possono stare più tranquilli, si può parlare di Cristo e predicare senza incorrere in alcun reato.

Le accuse di Luigi Cascioli non avrebbero alcuna consistenza secondo il giudice.

Cascioli aveva accusato il parroco di Bagnoregio di abuso della credulità popolare e sostituzione di persona, per uno scritto inviato ai fedeli in cui si parlava della figura di Cristo.

In prima istanza il Pm Petroselli aveva chiesto l’archiviazione, ma Cascioli ha fatto opposizione.

Oggi l’opposizione è stata respinta e il caso archiviato

In pratica il gip ha accolto la richiesta del Pm Petroselli e dell’avvocato difensore di don Righi Severo Bruno.

Non basta.

Il Gip ha trasmesso gli atti al Pm per indagare se nelle accuse di Cascioli ci siano gli estremi del reato di calunnia nei confronti di don Righi.

“E’ il risultato che ci aspettavamo – commenta l’avvocato Severo Bruno -, dopo una indagine puntuale e dettagliata. Abbiamo dimostrato che le accuse di Cascioli sono infondate e arbitrarie. Sono soddisfatto della decisione del gip. Spero che il caso, che assurto agli onori della cronaca internazionale, ora si chiuda”.

La denuncia di Cascioli, anche grazie ad un abile regia, era andata a finire sui media di mezzo mondo. Anche perché per sostenere le accuse a don Righi, si metteva in dubbio l’esistenza storica del Cristo come descritto nella tradizione cattolica. Insomma, appartentemente un giudice veniva chiamato a sentenziare se Cristo è esistito o meno.

Ora sembra che i giudici abbiano chiuso la vicenda.

Saramago critica autor de charges de Muhammad

Folha Online: 09/02/2006 – 15h47

da Ansa, em Madri

O escritor português José Saramago classificou como “irresponsável” o autor das charges de Muhammad publicadas por um jornal dinamarquês e que originaram uma onda de críticas e protestos no mundo muçulmano. “Alguns dizem que a liberdade de expressão é um direito absoluto, o único direito absoluto que existe, enquanto todos os demais são relativos. A dura realidade impõe limites”, disse o escritor, esclarecendo depois que não defende a censura. “Não se trataria de uma autocensura, mas, sim, de usar o senso comum. Em uma situação como a que vivemos, e conhecendo as polêmicas em torno desses assuntos, o senso comum nos diria o que fazer”. Para o escritor, entrevistado pelo jornal espanhol “El País”, a explosão da fúria muçulmana indica que estamos diante de um tipo de choque de civilizações… (cont.)

Jornal dinamarquês pede desculpas aos muçulmanos por charges

da France Presse, em Argel – da Folha Online: 09/02/2006 – 09h56

O jornal dinamarquês “Jyllands Posten” pediu desculpas aos muçulmanos pela publicação das charges do profeta Muhammad em carta enviada à imprensa argelina por intermédio da embaixada da Dinamarca na Argélia. “Nós nos desculpamos pelo grande mal-entendido provocado pela publicação das charges que representaram o profeta Muhammad e alimentaram sentimentos hostis em relação à Dinamarca”, diz a carta redigida em árabe e traduzida pelo jornal “La Tribuna” (…) “É evidente que essas charges afetaram milhões de muçulmanos no mundo. É por essa razão que apresentamos nossas desculpas e lamentamos profundamente o que acaba de ocorrer e que, de maneira alguma, era a intenção do jornal” (cont.)

Saiu o novo livro de Finkelstein e Silberman sobre Davi e Salomão

Como anunciado aqui, saiu o novo livro de Israel Finkelstein e Neil Asher Silberman.

FINKELSTEIN, I.; SILBERMAN, N. A. David and Solomon: In Search of the Bible’s Sacred Kings and the Roots of the Western Tradition. New York: The Free Press, 2006, 352 p. – ISBN 9780743243636

 

A editora oferece a seguinte descrição da obra:

The exploding number of discoveries of biblical archaeology – artifacts and texts found at hundreds of sites populated in the ancient Near East – have shed powerful FINKELSTEIN, I.; SILBERMAN, N. A. David and Solomon: In Search of the Bible’s Sacred Kings and the Roots of the Western Tradition. New York: The Free Press, 2006beams of light on the characters and peoples in the Bible. Most of the resulting public controversies have focused on whether or not the history in the Bible is true. Yet ultimately, there are two larger questions that matter more: exactly how did the Bible evolve into its final form, over the centuries-long process of its compilation, and what does that history tell us about the traditions we have inherited and that still stamp our memories?

In David and Solomon, Israel Finkelstein and Neil Asher Silberman, leading archaeologists and authors who have done a great deal to uncover and understand the breathtaking findings of their field, focus on the first two great kings of the Bible as a lens through which we can see the evolution of the entire biblical era. The Bible’s chapters and verses on David and his son were written in stages, over many hundreds of years, by authors living in very different circumstances. Thanks to a combination of textual analysis and archaeology, we now know a great deal about which parts of the story were written in which era, and why those particular societies might have added to the legend precisely as they did. In short, David and Solomon offers a guide to a thousand years of ancient civilization and the evolution of a tradition of kingly leadership that held sway throughout the West for much of our history.

The earliest folklore and verses about David depict a bandit leader, hiding in the mountains, leading a small gang of traveling raiders (which fits what we know of the ninth century B.C.E.). That bandit may well be the “true” David. In later periods, authors added images of David as a poet, as the founder of a great dynasty, as a political in-fighter, and (perhaps most famously) as a sinner. All of these images made sense for the authors who created them, and a similar evolution of Solomon from the builder of the Temple, to expander of his empire, to wise sage, to rich trader similarly reflects the successive stages of history up to the time of Jesus. Ultimately, David and Solomon came to embody a tradition of divinely inspired kings and even messiahs, the forerunners of Jesus and of the great kings of Europe throughout the Middle Ages.

David and Solomon shows how the stories built around two men reflect the very roots of the western tradition and explains a great deal of why the Bible appears as it does.